Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: LINCOLN VITOR SANTOS
DATA: 27/05/2013
HORA: 14:00
LOCAL: Sala 110, Didática 3
TÍTULO:
Caracterização de Staphylococcus aureus da orofaringe de profissionais da Rede Hospitalar Pública Municipal de Aracaju/SE.
Staphylococcus aureus; Microbiota oral; Profissional de Enfermagem; Infecções bacterianas.
Muitos estudos têm enfatizado o rastreamento de cepas de S. aureus que colonizam as vias aéreas superiores de indivíduos suscetíveis, saudáveis e até de profissionais de saúde. As vias aéreas e as feridas abertas são os sítios mais importantes de colonização. Trata-se de uma pesquisa de campo, descritiva e quantitativa cujo objetivo foi caracterizar isolados de S. aureus da orofaringe dos profissionais de Enfermagem, nas Unidades de Pronto Atendimento da Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju/SE. Os profissionais foram abordados no local de trabalho e questionados sobre o desejo de participar do estudo. Uma vez assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e respondido o questionário, foi realizada a coleta de amostra da or ofaringe, com swab esterilizado, transportado para o Laboratório de Bacteriologia da Universidade Federal de Sergipe. Neste local, houve semeadura em placas de Petri, contendo ágar manitol salgado e a triagem das colônias típicas de S. aureus através de coloração de Gram, teste da catalase e teste da coagulase. Determinou-se o perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos dos isolados de S. aureus pelo método de Kirby-Bauer. As estirpes com perfil de resistência e resistência intermediária à oxacilina foram submetidas ao teste de disco-difusão de cefoxitina, ao método de MIC para oxacilina e ao ensaio de PCR para detecção dos genes mecA e lukPV. Participaram do estudo 153 profissionais de enfermagem, dos quais 88 mostraram-se portadores de S. aureus na orofaringe. A categoria profissional mais prevalente na amostra desta pesquisa foi a de auxiliares de enfermagem, com idade entre 22 e 60 anos. A possibilidade de ser portador de S. aureus na orofaringe foi maior nos profissionais de enfermagem que trabalhavam durante o dia. A enfermaria pediátrica foi o local cujo risco de ter S. aureus no sítio de coleta foi duas vezes maior. A colonização por MRSA foi observada em 13,0% dos indivíduos participantes. Dentre os portadores de MRSA, 60,0% eram auxiliares de enfermagem, 80,0% trabalhavam no período diurno e 90,0% atuavam no setor de urgência adulto. Além disso, 40,0% haviam sido admitidos na rede de saúde há menos de 1 ano. Os isolados de S. aureus foram sensíveis à maioria dos antimicrobianos testados. O maior percentual de resistência foi à eritromicina (22,8%), enquanto 71,8% das estirpes MRSA demonstraram resistência à cefoxitina, 43,7% à associação de ampicilina com sulbactam e a me sma proporção à sulfametoxazol+trimetropim. Apenas 6,25% dos isolados desta pesquisa foram positivos para a presença do gene mecA. Estes isolados foram resistentes à cefoxitina e um deles apresentou fenótipo de resistência à oxacilina pelo método de MIC. Nenhum isolado mostrou positividade para o gene lukPV, o que pode significar que todos eram de origem hospitalar. Foi detectado que a prevalência de S. aureus na orofaringe dos profissionais de enfermagem da REHUE/SMS/ARACAJU é alta, entretanto, o papel desses profissionais na gênese de infecções nosocomiais ainda é difícil de determinar. Medidas de vigilância devem ser implementadas em prol da diminuição dos riscos de infecção hospitalar.