Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ARIEL DE SOUZA GRAÇA
DATA: 27/04/2023
HORA: 08:30
LOCAL: RENORBIO no polo de gestão
TÍTULO: Avaliação da atividade antitumoral do óleo essencial de folhas de Schinus terebinthifolia Raddi (Anacardiacea)
efeitos toxicológicos.
PALAVRAS-CHAVES: Câncer; Óleos essenciais; Careno; Terpenos; Aroeira.
PÁGINAS: 146
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Bioquímica
RESUMO:
Câncer é o nome dado ao conjunto de doenças com a proliferação anormal de células mutantes que tendem a invadir tecidos. Por todos é temido devido à sua elevada taxa de mortalidade, pela perspectiva de aumento desta taxa e pela carência de tratamentos eficazes. Estes, por sua vez, apresentam inúmeros efeitos colaterais podendo até mesmo levar à morte. Neste contexto, produtos naturais, como óleos essenciais, têm sido importantes na busca por novos compostos que ajudem a combater o câncer. A Schinus terenbithifolia tem apresentado diversas atividades contra células tumorais em experimentos in vitro, mostrando, portanto, um grande potencial para o tratamento do câncer. Desta maneira, o presente trabalho objetivou estudar a atividade antitumoral (in vitro e in vivo) do óleo essencial de folhas da Schinus terebinthifolia (OEST), do α-pineno e do 3-careno em camundongos com Sarcoma 180, além de estimar possíveis efeitos toxicológicos causados. O OEST foi extraído por hidrodestilação e analisado por CG/EM-DIC, sendo identificados 16 compostos; entre eles o α-pineno e 3-careno como os mais abundantes entre os majoritários. A citotoxicidade do OEST, do α-pineno e do 3-careno foi aferida contra as linhagens SNB-19 (Glioblastoma), HCT-116 (Carcinoma de cólon) e PC-3 (Carcinoma de próstata) através do ensaio de MTT. O OEST apresentou atividade contra todas as linhagens com CI50 variando entre 0,135 e 0,424 µg/mL. O α-pineno e 3-careno, nas concentrações testadas, não apresentaram atividade citotóxica; isto sugere que a atividade do óleo não está restrita à ação exclusiva destes compostos. O OEST apresentou atividade antitumoral contra o S180, inibindo o crescimento do tumor em 89,8% e 69,1% nas doses de 50 e 100 mg/kg ( i.p.) e o 3-careno inibiu 49,3% e 66,7% nas doses de 25 e 50 mg/kg (i.p.). O α-pineno, embora tenha reduzido o tamanho do tumor nas doses testadas, não apresentou diferença estatística com o CTRL. O 5-FU (controle positivo) inibiu o tumor em 80,3% na dose de 25 mg/kg (i.p.). O efeito foi corroborado com a análise histopatológica dos tumores. Sobre a avaliação da massa corporal, os animais testados não apresentaram alteração, diferentemente daqueles que fizeram uso do 5-FU, que causou radical redução. A avaliação sobre os órgãos dos animais avaliados (fígado, rins, baço, coração, cérebro, estômago e pulmões) revelou pequenas alterações no baço em áreas focais nas doses do grupo OEST100 e CAR50, contudo houve notória atrofia na polpa branca no grupo 5-FU. A avaliação hematológica revelou que todas as doses testadas do α-pineno e a maior dose do 3-careno elevaram o nível dos leucócitos totais; este nível e o nível das plaquetas diminuíram drasticamente pelo 5-FU, deixando os animais suscetíveis a infecções e hemorragia. Pequenos aumentos na densidade de plaquetas foram observados nas maiores doses de todos os grupos tratados quando comparados ao VEI, mas não em comparação com o CTRL. Não se constatou alteração nos parâmetros bioquímicos (AST, ALT, ureia e creatinina). Diante destes resultados, podemos afirmar que o OEST (50 mg/kg) possui atividade antitumoral in vitro e in vivo, com toxicidade nula.