Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: VALÉRIA ALVES FERNANDES
DATA: 19/02/2013
HORA: 09:00
LOCAL: Sala 16 - Didática 6, Campus Prof. José Aloísio de Campos, São Cristóvão - UFS
TÍTULO:
Avaliação do efeito do ácido úsnico sobre o perfil redox no coração de mamíferos: caracterização da função cardíaca e efeito na doença de Chagas.
Ácido úsnico, Doença de Chagas, Coração, Espécies reativas de oxigênio
O ácido úsnico [2,6-diacetil-7,9-dihidroxi-8,9b-dimetil-1,3-(2H, 9H)-dibenzofurano] é um metabólito secundário de liquens, descrito na literatura como um componente com efeito antibiótico, antifúngico, antiviral, anti-inflamatório, antiproliferativo e antiparasitário (COCCHIETTO et al., 2002). O ácido úsnico (AU) foi utilizado nessa dissertação em ensaios, in vitro, a fim de observar seu efeito em células cardíacas isoladas expostas a ele, bem como, estabelecer se o AU poderia ter potencial citotóxico em células do sistema cardiovascular. Foram realizados experimentos para avaliar o transiente intracelular de cálcio em cardiomiócitos isolados, avaliar a contratilidade celular e avaliar a produção de peróxido de hidrogênio, ânion superóxido e óxido nítrico em miócitos cardíacos isolados pós-exposição ao AU. Posteriormente o AU foi utilizado para tratar camundongos da linhagem C57BL-6, a fim de avaliar o efeito do tratamento sobre parâmetros cardíacos e sobre componentes antioxidantes do coração. Foram realizados experimentos de contratilidade, utilizando-se a técnica de langendorff, com coração isolado. Foram também realizados experimentos de cinética enzimática, a fim de observar a influência do tratamento na atividade das enzimas superóxido dismutase e catalase. O ensaio de peroxidação lipídica foi utilizado, a fim de elucidar se o tratamento com o AU traria danos oxidativos a membranas das células cardíacas ou hepáticas e a expressão de proteínas relacionadas a atividade oxidante também foi avaliada. O AU também foi utilizado no tratamento, por via oral, de animais da linhagem C57BL-6 infectados com Tripanosoma cruzi com o objetivo de avaliar se, em animais chagásicos, no início da fase crônica, esta substância teria efeito cardioprotetor. Os experimentos de contratilidade, utilizando-se a técnica de langendorff, com coração isolado e os ensaios de TBARS foram realizados com os animais chagásicos. Os resultados obtidos mostram que a exposição, in vitro, das células endoteliais humanas da linhagem EAhy926 não mostrou ser citotóxica após 24 horas de exposição. Da mesma forma, os resultados obtidos mostram que a exposição dos miócitos cardíacos, in vitro, ao ácido úsnico não teve efeito no transiente intracelular de cálcio e contratilidade celular. Neste mesmo sentido, em cardiomiócitos isolados, os níveis de peróxido de hidrogênio, ânion superóxido e óxido nítrico mostraram-se menores, após- a exposição, in vitro, ao ácido úsnico. O tratamento oral, com AU, mostrou que o ácido úsnico tem potencial antioxidante e que o tratamento não influencia os parâmetros cardíacos avaliados com técnica de Langendorff. Podemos concluir que o ácido úsnico é uma substância capaz de promover a redução do estresse oxidativo, tanto em células isoladas expostas a ele, in vitro, bem como, pós-tratamento, por via oral, com o AU. E do ponto de vista cardíaco, o ácido úsnico não promove alterações nos parâmetros contráteis e de mobilidade do cálcio, o que indica que o AU pode ter potencial terapêutico como substância antioxidante e potencial terapêutico na doença de chagas.