Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: LYNNA GABRIELLA SILVA UNGER
DATA: 16/08/2021
HORA: 14:00
LOCAL: A definir
TÍTULO: ANTICORPOS, MULTIDÕES E ALIANÇAS NO CURRÍCULO DO FAÇA ACONTECER!
PALAVRAS-CHAVES: Educação. Diferença. Biopolítica. Discursos. Gênero.
PÁGINAS: 244
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Educação
RESUMO:
Esta tese aborda o processo de implementação do novo currículo do Ensino Médio em Tempo Integral (EMTI) oriundo da Medida Provisória que instituiu a reforma do Ensino Médio, marcando a atualização com uma política ultrapassada, que distancia o Brasil de uma educação democrática. Nesse contexto, o estudo objetiva analisar o funcionamento curricular do EMTI em um cenário escolar aracajuano, que aciona discursividades do “faça acontecer”, engendra sujeitos-estudantes-jovens de tipos específicos e produz experiências que escapam às prescrições em meio a muitos embates, alianças e enfrentamentos. A pesquisa de inspiração pós-crítica estabelece conexões com os estudos foucaultianos, utilizando-se das noções de discurso e de governamentalidade. Para tal, apresentamos a experiência de um fazer etnográfico pós-crítico na intersecção com o currículo e o chão da escola, procurando refletir sobre as categorias teórico-metodológicas e os encontros vivenciados no campo. Dessa maneira, ensaia-se a realização da etnografia como “uma pesquisa-experimentação” que guia um fazer pesquisa em movimentos atravessados e motivados por afetações diversas, como em um terreno onde se avança e se recua, reposicionamentos e demarcações são comuns. Assim, nos posicionamos como pesquisadoras laterais, atentas às brechas, aos escapes, às rasuras, às insurgências contra o neoliberalismo atual que nos convida a pensar na relação singular com esses corpos. Nessas relações singulares vivenciadas na escola vimos acontecer uma educação que, apesar das tentativas de controle e regulação, também funciona como uma maquinaria de criação de outros sentidos, uma maquinaria de resistências. Por um lado, o currículo do EMTI engendra práticas de governamentalidade que enquadram todos os sujeitos enquanto sujeitos-empreendedores de suas próprias vidas, que fazem acontecer, no sentido de produzir uma conduta pautada pelos preceitos do protagonismo, da competição, da excelência e da performatividade. Por outro, em meio a toda essa velha inovação do novo ensino médio, os corpos pulsam vidas outras, comportam-se como sujeitos-multidões, desdenham dos futuros que lhes ofertam, rasgam os exercícios de mesmidade e preconceito que lhes aplicam.