Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: DAGOBERTO DE OLIVEIRA MACHADO
DATA: 21/02/2024
HORA: 09:30
LOCAL: google Meet
TÍTULO: Corporeidade e espacialidade na Fenomenologia de Merleau-Ponty.
PALAVRAS-CHAVES: Corporeidade; Espacialidade; Esquema corporal; Merleau-Ponty
PÁGINAS: 80
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Filosofia
RESUMO:

A partir das experiências no âmbito da educação física,tanto no campo da saúde pública, quanto da educação,procuramos localizar o momento na história da filosofiaocidental em que tema do corpo foi tratado para aquémda noção de corpo-objeto-organismo. Nesse sentido, emsua obra, “Fenomenologia da percepção” (1945),Maurice Merleau-Ponty, nos apresenta um caminhopara compreendermos a noção de corpo para aquém dodualismo corpo e alma, fundado pela filosofia clássica.Merleau-Ponty retoma a relação entre alma e corpo,consciência e mundo, sujeito e objeto e, desliza demodo pendular descrevendo as discussões doempirismo e do intelectualismo acerca da percepção.Tal movimento de descrição abre caminho para que ofilósofo possa enfrentar os prejuízos clássicos domundo objetivo e apontar o retorno aos fenômenos.Neste sentido, o autor, prepara o terreno para rompercom a concepção clássica de corpo, ao criticar asnoções como: sensação pura, objeto tardio de umaconsciência científica; associação de ideias, que buscana experiência passada suas relações extrínsecas;projeção das recordações, em que que perceber érecordar-se. Do mesmo modo, a análise reflexiva équestionada, pois dispõem da atenção e do juízo comonoções em busca de uma pretensa verdade universal. Apercepção é, antes de tudo, pré-reflexiva. Ou seja, aonão se admitir seu caráter pré-reflexivo, perde-se aexperiência da percepção em benefício do percebido.Contra as interpretações empirista e intelectualista,Merleau-Ponty defende a tese de que o indeterminado(o incerto, o ambíguo) deve ser reconhecido como umfenômeno positivo. Portanto, esta pesquisa se localizana tentativa de compreender como a noção de corpopróprio, ou corpo fenomenal, em Merleau-Ponty, podenos auxiliar na superação da noção de corpo-objeto. Aovalorizar a percepção como uma questão filosófica, ofilósofo nos permite atualizar a noção do sentir como
categoria válida da experiência existencial, ou seja,reabilitar o sensível. Portanto, é pelo corpo que temoscontato com o mundo. Trata-se de considerar apercepção e o percebido como tendo, ambos a mesmamodalidade existencial. Sendo assim, em seuempreendimento filosófico, de reabilitar a percepção,ao discutir a noção de corpo próprio, em que amotricidade é compreendida enquanto intencionalidademotora, apoiada na teoria do esquema corporal comouma teoria da percepção, o filósofo produz umdeslocamento nas noções de espaço e tempo, diferentedaquelas produzidas pelo “prejuízo do mundoobjetivo”, introduzindo as noções de espacialidade etemporalidade. Portanto, a questão que se coloca, é queao aceitarmos a noção de corpo próprio, as noções deespaço e tempo precisam ser abordadas sempre emrelação, para que as experiências do corpo fenomenalpossam ser descritas, correndo o risco não percebermosa sua imbricação existencial entre tais noções. Ao fazera crítica aos prejuízos do mundo clássico, e tomar oirrefletido como fenômeno positivo, Merleau-Ponty,nos remete ao caráter pré-objetivo do corpo, de um“corpo natural”, em uma relação “pré-histórica” com omundo, em que precisamos reconhecer a relação comum “espaço natural” e um “tempo natural”.Considerando o termo natural, como pré-objetivo,antipredicativo, esta pesquisa, inscreve-se naperspectiva de tomar a obra Fenomenologia dapercepção (1945/2018) como material de análise e apartir deste, explicitar a indissociabilidade entre anoção de corpo próprio e as noções correlatas deespacialidade e de temporalidade.

MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1821062 - ANTONIO JOSE PEREIRA FILHO
Interno - 1274631 - CICERO CUNHA BEZERRA
Externo ao Programa - 2205090 - LUIZ ANSELMO MENEZES SANTOS
Presidente - 1777796 - MATHEUS HIDALGO