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Banca de DEFESA: DANTE ANDRADE SANTOS

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: DANTE ANDRADE SANTOS
DATA: 26/02/2024
HORA: 14:00
LOCAL: https://meet.google.com/ceq-yxft-pfr
TÍTULO: A DÚVIDA COMO TERAPÊUTICA: DÚVIDA, ERRO E PATOLOGIAS NA FILOSOFIA CARTESIANA.
PALAVRAS-CHAVES: ceticismo, Descartes, dúvida, erro, patologias.
PÁGINAS: 156
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Filosofia
SUBÁREA: Epistemologia
RESUMO:

A DÚVIDA COMO TERAPÊUTICA: DÚVIDA, ERRO E PATOLOGIAS NA FILOSOFIA CARTESIANA.

Dante Andrade Santos1

RESUMO

O objetivo deste trabalho é investigar o papel filosófico desempenhado por figuras patológicas como a loucura, a melancolia, a hidropsia e a icterícia nos textos em que Descartes se utiliza do expediente da dúvida e nos textos em que trata do problema do erro. Para avançar na compreensão das questões que orbitam em torno da dúvida, julgamos necessário analisar o suposto caráter cético da dúvida cartesiana: em que medida ela se aproxima e em que medida se afasta da dúvida cética? Dois capítulos são dedicados a responder essa questão. No primeiro capítulo, apresentamos a estrutura da dúvida cartesiana, expondo tanto os seus aspectos lógicos quanto os seus aspectos retóricos. A primeira meditação será o ponto de partida da análise, mas a comparação com outras formulações da dúvida, expostas em outros textos, será um recurso metodológico constante neste trabalho. Nesse ínterim, afastando-se da leitura canônica, que compreende a primeira meditação como um texto solipsista, tentamos sustentar a hipótese de um caráter fundamentalmente dialógico nas Meditações. No segundo capítulo, por sua vez, é exposta uma análise comparativa entre dúvida cartesiana e dúvida cética, a partir da qual sustentamos duas hipóteses: (i) afirmar que não há identidade ou equivalência entre a dúvida cartesiana e a dúvida cética é uma leitura mais adequada a uma visão de conjunto da obra cartesiana e compatível com o ponto de vista do próprio Descartes; (ii) o tratamento dedicado à hipótese da loucura na primeira meditação é um importante indicador de não equivalência entre dúvida cartesiana e dúvida cética. As principais referências para caracterizar a dúvida cética são os dez tropos céticos atribuídos a Enesidemo, aqueles que tratam do conhecimento sensível, e as reflexões de Oswaldo Porchat sobre o argumento da loucura, não obstante outras fontes clássicas da tradição cética também sejam mobilizadas. No que se refere à problemática do erro, tema do terceiro capítulo, sustentamos a hipótese de que a tese da imprudência da vontade, apresentada na quarta meditação, não explica as formas de erros produzidas pelas experiências patológicas. Elas configuram um tipo especial de erro, um erro de natureza, à maneira do que ocorre com os hidrópicos e ictéricos. Avaliamos que esse tipo especial de erro só encontra lugar na teoria cartesiana do erro com os argumentos apresentados na sexta meditação. Por outro lado, na medida em que o tema do erro se articula com o problema da igualdade ou da desigualdade das inteligências, tentaremos demonstrar que a tese da universalidade da razão, apresentada no Discurso, é absolutamente compatível com as diferenças cognitivas e que não há embaraço na coexistência delas. Enquanto a universalidade da razão é afirmada no campo da metafísica, as diferenças de aptidões cognitivas são consequências do caráter singular da união do corpo com a alma em cada indivíduo. Nesse sentido, o terceiro capítulo aponta para o fato de que uma solução mais abrangente do problema do erro passa pelo tema da união substancial. A especificidade deste trabalho consiste, então, em tecer uma articulação entre o âmbito da dúvida e a problemática do erro com o fio condutor representado por essas figuras patológicas, tratando-as como o fio de Ariadne que conduz a nossa investigação. Esperamos demonstrar que a dúvida cartesiana possui uma função terapêutica que não se confunde com a terapêutica promovida pela epoché cética. Portanto, longe de ser um tema menor, o estudo das patologias, ao articular diferentes domínios e mobilizar a solução de problemas fundamentais da obra cartesiana, coloca-nos em uma posição melhor para compreender e avaliar o tipo de racionalismo que chamamos propriamente de cartesiano. Além disso, o tema das patologias conecta Descartes a uma longa tradição que compreende a filosofia como terapêutica do espírito, articulando filosofia e medicina.

1. Psicólogo (UFS), mestre em Filosofia (Unicamp) e doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UFS. Orientador: Prof. Dr. Matheus Hidalgo. E-mail: dante.andrade.santos@gmail.com.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ALEXANDRE GUIMARÃES TADEU DE SOARES
Externo à Instituição - ETHEL MENEZES ROCHA
Externo à Instituição - JOSÉ RAIMUNDO MAIA NETO
Interno - 1820840 - MARCOS FONSECA RIBEIRO BALIEIRO
Presidente - 1777796 - MATHEUS HIDALGO
Externo à Instituição - RODRIGO PINTO DE BRITO

Notícia cadastrada em: 15/12/2023 17:48
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