A importância da interpretação do paradoxo da fé no pensamento de Kierkegaard, aspira colocar sob questionamento as apreciações esperançosas, perante a credulidade incontestável de Abraão em Deus. O Deus que aparentemente se contradiz quando promete uma grande descendência e logo em seguida quer a morte do único descendente legítimo de Abraão. Kierkegaard concebe o personagem bíblico por meio do sacrifício e do silêncio. Silêncio este que não significa submissão, mas a tomada de consciência de sua união com Deus. O silêncio abraâmico configura-se em decorrência do absurdo e, consequentemente, da suspensão da moralidade, pois o pai irá sacrificar o filho e de certo modo, a si mesmo. Doravante, será exposto o movimento de resignação infinita, ou seja, a relação de entrega do finito no infinito e o retorno do infinito para o finito, demonstrando a relação absoluta com o Absoluto, o que para o filósofo dinamarquês, evidenciará o personagem como o Cavaleiro da Fé. A pesquisa será desenvolvida pelo método hermenêutico. No primeiro capítulo será exposto a relação de Kierkegaard com o contexto histórico de sua época, as influências e as experiências pessoais que permitiram ao filósofo a construção de uma filosofia pautada na reflexão acerca de si mesmo. No segundo capítulo será abordada as categorias centrais da obra primária Temor e Tremor, que nos auxiliará na resposta ao questionamento de como é plausível um assassinato ser agradável aos olhos de Deus? Para tanto no terceiro capítulo contemplaremos as categorias de sacrifício e silêncio para a construção do paradoxo da fé, em Temor e Tremor.