Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MESSIAS NUNES CORREIA
DATA: 28/07/2023
HORA: 14:00
LOCAL: PPGF via meet
TÍTULO: LINGUAGEM E MÍSTICA NA PATRÍSTICA: O ITINERÁRIO DO TOTUS HOMO DEIFICATUS EM AGOSTINHO DE HIPONA.
PALAVRAS-CHAVES: : Interiorização. Natureza. Graça. Mística. Deificação.
PÁGINAS: 101
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Filosofia
SUBÁREA: História da Filosofia
RESUMO:
RESUMO:Este estudo visa encontrar elementos na obra de Agostinho onde se possa formular um entendimento sobre o percurso da alma em busca da visão mística de Deus e a deificação do ser humano. É comum dizer que Agostinho não era um místico, no sentido de fazer experiências extáticas, assim como São João da Cruz, Teresa D’Ávila e outros místicos consagrados pelo Cristianismo, mas, parte de seus escritos sobre a visão de Deus o coloca no status padrão de teólogo místico. De modo geral, é possível afirmar que a mística em Agostinho é o ingresso no mais íntimo de si, não só e, tampouco, com suas próprias forças, mas sustentado e auxiliado pela graça e conduzido pela divindade. Alcança-se, nessa descida ao interior, a ascensão a Deus. Agostinho não escreveu uma obra que verse explicitamente sobre a mística. Contudo, é possível entrever em seus escritos um forte apelo ao fenômeno místico, mesmo não pondo em evidência tal conceito. Seu pensamento filosófico tem como ponto fundante a experiência da fé cristã no Deus revelado e a busca do homem pelo Sumo Bem. Essa busca, porém, não é entendida como invalidação da razão, do esforço do intelecto em elevar-se à verdade, mas como prevalência que direciona a alma a contemplação do Absoluto. É evidente que para o hiponense, a alma tende para Deus. Diante disso, a deificação seria, para Agostinho, a meta a ser alcançada pela natureza humana em seu itinerário para Deus? Como o doutor da graça constrói esse itinerário do homem todo deificado? Quais os recursos na linguagem agostiniana expressam essa união mística? A partir desses problemas, busca-se investigar nas fontes do pensamento filosófico do bispo de Hipona, os fundamentos acerca dessa total divinização do ser humano, de sua contemplação do divino, ao que se entende por união mística. Acredita-se que no contexto da antiguidade tardia, nos primeiros séculos da era cristã e, em todo período medieval, a mística e a divinização ocuparam partes significativas dos tratados filosóficos e teológicos. Do mesmo modo, esses fenômenos dinamizaram a filosofia e as experiências subjetivas de homens e mulheres, tanto no Oriente, quanto no Ocidente. Presume-se de que em meio ao vários temas tratados por Agostinho, o conhecimento místico atravessa parte significativa da sua obra e seja parte indispensável para se entender seu pensamento.