Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: DAVID ANGELO OLIVEIRA ROCHA
DATA: 07/07/2022
HORA: 10:00
LOCAL: Sessão via Google Meet
TÍTULO: “A justificação da existência pelo prisma estético na obra O nascimento da tragédia de Friedrich Nietzsche”
PALAVRAS-CHAVES: Arte. Existência. Tragédia grega. Ciência. Moral. Justificação.
PÁGINAS: 77
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Filosofia
SUBÁREA: Metafísica
RESUMO:

O trabalho tem por objetivo investigar o que levou Nietzsche a declarar que a vida só pode ser justificada pelo olhar estético. Na sua primeira obra,O Nascimento da tragédia, Nietzsche afirma que “só como fenômeno estético podem a existência e o mundo justificar-se eternamente”. A problemática da pesquisa questiona este advérbio “só” que aparece nesta declaração. Por que somente como fenômeno estético é possível encontrar razões para que a vida tenha significado? Levando em consideração tal problemática, a pesquisa será dividida em três partes. Na primeira parte, vamos investigar a visão de Nietzsche sobre a relação entre pessimismo e existência. Neste processo inicial da escavação do solo existencial, vamos nos deparar com personagens que Nietzsche recorreu para elaborar seu pensamento estético-filosófico sobre a existência: os gregos e Arthur Schopenhauer. A compreensão sobre pessimismo entre os gregos e Schopenhauer darão luzes para entender a visão existencial de Nietzsche e a relação entre os deuses Apolo e Dionísio para a concepção de mundo de Nietzsche. No segundo momento, vamos analisar os motivos que levaram Nietzsche a constatar que a ciência e a moral cristã são insuficientes para justificar a existência. Na busca por valores que ajudem o homem a afirmar a vida, Nietzsche aponta que a negação da vida começou desde a Grécia clássica antes mesmo de Sócrates, mas tendo como lente de aumento o filósofo Sócrates. O socratismo aparece no decorrer dos séculos pela face da ciência e da moral cristã. Este racionalismo que alimenta um otimismo, acreditando que é possível corrigir a existência, faz aumentar uma sociedade escrava de conceitos e da lógica, e isto acabou gerando um efeito colateral que consiste no tédio existencial. Este homem racional interpreta o homem estético como alguém inferior por apostar na arte como aquela que pode salvar o homem moderno. Também será tratado neste segundo momento, a forma como Nietzsche compreende o termo ilusão. Isso é importante, porque para Nietzsche, a ciência, moral cristã e arte são ilusões. Mas, o efeito da ilusão científica e moral difere da ilusão artística. A compreensão dessas ilusões, darão contributo no que toca a investigação sobre a justificação da existência. No terceiro momento, vamos entender a importância que Nietzsche dá a arte e a relação dela com a vida. Já obtendo as informações que levaram Nietzsche constatar que a ciência e moral cristã eram insuficientes para afirmar a vida, agora vamos entender porque somente pelo viés estético é possível justificar a existência. Para tal empreitada, vamos partir de Richard Wagner e sua compreensão sobre a arte tendo em vista a música, e assim perceber que a valoração de Wagner sobre a arte com a vida é algo que leva Nietzsche a reforçar a visão de que a arte não é como um narcótico para acomodar o homem com valores que negam a vida, e sim, um tonificante que contribui para o homem refletir sobre si mesmo, o mundo e descobrir valores que afirmem a vida. Logo em seguida, vamos abordar a visão de Nietzsche sobre a tragédia e seu grau de importância que aparece pelos elementos do mito e da música. Isso servirá para perceber a divergência de Nietzsche no que toca a concepção de tragédia aristotélica e schopenhauriana. A arte que traz resquícios de um socratismo é uma arte de entretenimento e este tipo de arte não contribui para uma reconfiguração cultural, algo esperado por Nietzsche através da música de Richard Wagner e da filosofia de Schopenhauer. A metodologia adotada para estudar o pensamento filosófico de Nietzsche foi o método do estruturalismo. Este método nos ajudará a ir além da obra Nascimento da Tragédia e recorrer a outras fontes, como: contexto histórico, vocabulário do filósofo, leituras que o filósofo fez e problemas que o filósofo buscou tratar. Assim, a pesquisa está baseada na primeira fase intelectual de Nietzsche, que comporta de 1870-1876 e respeitando este intervalo, serão utilizados outros textos produzidos pelo pensador para obter luzes e entender a mensagem filosófica-estética de Nietzsche.

MEMBROS DA BANCA:
Interno - 426603 - ANTONIO CARLOS DOS SANTOS
Externo à Instituição - DANILO BILATE DE CARVALHO
Interno - 1777796 - MATHEUS HIDALGO
Presidente - 2493348 - VLADIMIR DE OLIVA MOTA