Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MICHELI LUIZE BARBOSA SANTOS
DATA: 31/01/2013
HORA: 09:00
LOCAL: Auditório da Ciência da Saúde- Hospital Universitário
TÍTULO:
Caracterização de isolados de Leishmania chagasi naturalmente resistentes ao antimonial. Sergipe
L.(L.) chagasi, resistência ao antimonial, resistência ao óxido nítrico
A Leishmaniose Visceral (LV) é uma doença parasitária, no Brasil causada pela Leishmania chagasi, com grande impacto na saúde pública, podendo levar a morte quando não tratada. Antimoniais Pentavalentes, como o Glucantime® são os medicamentos de 1ª escolha para o tratamento da LV. Entretanto, falhas no tratamento tem sido reportadas e são associadas a fatores farmacocinéticos e/ou resposta imune. O objetivo desse trabalho foi avaliar in vitro a susceptibilidade a drogas e mecanismos microbicidas de isolados de pacientes refratários ao tratamento com antimônio. Quatro isolados de L. chagasi de pacientes refratários ao tratamento e dois isolados de pacientes responsivos ao tratamento com antimônio foram utilizados neste estudo. A susceptibilidade in vitro ao óxido nítrico (NO) foi avaliada pela exposição dos promastigotas a diferentes concentrações de NaNO2 e a viabilidade foi determinada através do método de alamar blue™. Os isolados de pacientes refratários foram considerados resistentes ao NO apresentando percentuais de 81% de viabilidade a concentrações de 8mM de NaNO2, enquanto que os isolados de pacientes responsivos foram considerados susceptíveis ao NO com uma viabilidade de 50%, p<0.005. Promastigotas foram submetidas a concentrações crescentes de antimónio trivalente (SbIII) e a viabilidade foi determinada através da contagem de células, sendo calculada a concentração inibitória de 50% (IC50) do SbIII. Foi observada uma elevada IC50 nos isolados de pacientes refratários comparada com a IC50 de isolados de pacientes responsivos, 741+32 μM e 381+100μM, p<0.01, respectivamente. Promastigotas foram expostas a concentrações de anfotericina lipossomal b (L-Amb) e a viabilidade foi determinada pelo método colorimétrico alamar Blue™, observou-se em isolados de pacientes refratários um elevado IC50 comparado com isolados de pacientes responsivos. Para avaliar a susceptibilidade dos isolados ao SbV e sua capacidade infectiva, macrófagos foram infectados com isolados de pacientes refratários, na presença de LPS/IFN-γ ou SbV, por 24, 48 e 72 horas, sendo avaliada a carga parasitaria, pela contagem, e a produçao de NO, pela Reação de Griess. Foi observada uma maior porcentagem de macrofagos infectados e um maior número de amastigotas na infecção por isolados de pacientes refratários, independentemente de estímulos/tratamento e em todos os tempos após a infecção, (p < 0,05). Embora isolados de pacientes refratários produziram mais nitrito do que os isolados responsivos ao tratamento, a taxa de nitrito/amastigotas foi seis vezes inferior nos macrófagos infectados por isolados de pacientes refractários. Estes dados sugerem que, em isolados de pacientes refratários existe resistência cruzada ao SbIII, SbV NO, L-Amb e, também, estes parasitas foram capazes de modular os mecanismos microbicidas dos macrófagos.