O Novo Império, talvez seja o período mais famoso de toda a história faraônica do Egito antigo, permeando por famosos nomes, como Tutancâmon, Ramsés II e Hatshepsut, sendo, o período em que esta sociedade alcançou seu apogeu em todas as suas faculdades. Uma época rica em diversos aspectos, do arquitetônico ao social e cosmológico, refletidos em seus monumentos, e principalmente em suas tumbas.

Os estudos de caso abordados, pertencem a este período, compreendido entre 1570 - 1070 a.C., onde estudaremos as Tumbas Tebanas 123 e 368, pertencentes, nesta ordem, há dois sacerdotes, Amenemhet e Amenhotep Huy, o primeiro pertencente ao governo de Thutmés III, enquanto o segundo, possivelmente do reinado de Ramsés II, apesar deste ainda não ter uma data definida. Ambas localizadas na encosta de Sheikh Abd el-Qurna, na necrópole tebana, em Luxor, Egito.

Esta pesquisa propõe estudar o conceito da memória entre os egípcios, analisando as praticas funerárias e sobretudo as tumbas como geradora e mantenedora de memória, evidenciando de que forma neste processo, o morto é trazido de volta a vida social egípcia. Destacando também, como a memória é localizada e percebida, notavelmente nas praticas funerárias, sobretudo na tumba do falecido. Ambas as tumbas possuem uma grande significância para pesquisa, tanto arqueológica, como histórica, já que possuem uma grande quantidade de cenas não tão comuns, como luta de touros, abatimento de porcos, e presença de outros animais e plantas, e nenhuma publicação sobre as mesmas. Por isso, são de grande importância para compreender o modo de pensar dos antigos egípcios e o que se compreende da apropriação da paisagem e sua relação com as mesmas.