Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: CAROLINA DE SOUSA SANTOS
DATA: 12/07/2017
HORA: 16:00
LOCAL: Sala 04A
TÍTULO: OCUPAÇÕES CERAMISTAS NA CACHOEIRA CALDEIRÃO: IDENTIDADE, ESTILO TECNOLÓGICO E INTERAÇÃO NO MÉDIO ARAGUARI, AMAPÁ.
PALAVRAS-CHAVES: Arqueologia das Guianas; Fase Aristé; Fase Mazagão; Fase Koriabo; Lítico na Amazônia.
PÁGINAS: 152
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Arqueologia
SUBÁREA: Arqueologia Pré-Histórica
RESUMO:
Locais denominados zonas de fronteiras são um palco bastante propicio para o estudo dos processos de interação que envolvem o contato e a separação entre diferentes grupos com suas respectivas representações culturais. Desde os primórdios das pesquisas arqueológicas sobre a história pré-colonial da região do atual estado do Amapá, leste do platô das Guianas, considera-se que populações Arawaks e Karibes habitaram a região. Marcadores tecnológicos da cerâmica foram usados para definir isso, sendo o rio Araguari o marcador geográfico entre eles. Estudos arqueológicos, em meados do século passado, consideraram que no período pré-colonial ali havia sido o palco de uma relação conflituosa. Porém, hoje, com o incremento das pesquisas na região, essa interpretação pode mostra-se diferente uma vez que pesquisas realizadas nas imediações da Cachoeira Caldeirão pelo Núcleo de Pesquisa Arqueológica do IEPA e da análise do material arqueológico proveniente de três sítios resgatados na área mostram que cerâmicas de diferentes fases arqueológicas se encontravam no mesmo pacote estratigráfico. As cerâmicas da fase Aristé, Mazagão e uma terceira, descoberta na última década no estado do Amapá, a cerâmica Koriabo permitem pensar que a região pode ter sido no passado uma zona de fluxo continuo de objetos, ideias e pessoas. As fronteiras étnicas, sociais e/ou políticas são construídas em várias escalas e passam por vários processos de transmissão de conhecimento e reconhecimento por um ou mais grupos. A permanência de alguns atributos depende do contexto e das diferentes histórias individuais e coletivas e as próprias noções de identidade dentro dos grupos tendem a reforçar as continuidades. Compreender as permanências, as ausências e as alternâncias de elementos estilísticos na cultura material é entender mais como o processo de contato se dava nessas determinadas regiões vistas como fronteiras. A proposta desta pesquisa é fazer uma leitura sobre a análise artefatual do material cerâmico e lítico da Cachoeira Caldeirão a fim de identificar as dinâmicas de interação estariam ocorrendo entre estes grupos distintos no período pré-colonial na região, entendendo assim de que forma estas se deram, contribuindo desta maneira para um entendimento melhor sobre a história pré-colonial tardia da região das Guianas.