Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MARCEL SANTIAGO SOARES
DATA: 10/12/2012
HORA: 14:00
LOCAL: Auditório DPS - departamental II térreo
TÍTULO:
"DO VALOR TRANSFORMADOR NAS CRIAÇÕES COTIDIANAS: ESTÉTICA, SUBLIMAÇÃO E ELABORAÇÃO"
Criação, sublimação, elaboração, cotidiano
O mote geral do nosso trabalho é investigar a partir da teoria psicanalítica e da metapsicologia freudiana como os possíveis modos de existência estão relacionados com os processos psíquicos. Ainda neste campo o que nos interessa é marcar a dinâmica criativa do psiquismo, o que possibilitaria pensar que haveria em todo sujeito uma potencia plástica, ou seja, uma força transformadora a qual estariam atreladas as formas possíveis de existência. No pensamento psicanalítico usualmente as investigações que concernem à problemática da criação resvalam no conceito de sublimação, conceito esse nunca efetivamente finalizado por Freud e que ainda hoje produz eco para os questionamentos sociais e clínicos. Nosso trabalho então se debruça sobre a dimensão da sublimação enquanto conceito e problemática, não para preencher o buraco negro deixado pela ausência de um texto que o esclareça, mas por entender que haveria neste um certo escopo de como a psicanálise costuma ler o trabalho de criação. Para isto, iniciamos esta jornada a partir da Filosofia da Estética, analisando as aproximações e o distanciamento que essa mantém com o conceito da sublimação. Em seguida, acompanhamos o discurso freudiano na construção do conceito de sublimação, interrogando seus desdobramentos. Assim, apontamos o quanto a sublimação também fala sobre a constituição de si, de um modo específico e particular de organização psíquica que leva em conta não apenas as disponibilidades do sujeito, mas também como essas disponibilidades se articulam com as demandas culturais. Além disto, e sobretudo, a sublimação é comumente lida como uma técnica especial, um tipo de arma privilegiada contra o mal que é a impossibilidade da satisfação direta. Nesta leitura, a sublimação não seria da ordem do cotidiano e poucos seriam aqueles capazes destinar a pulsão por este caminho. Diante destas questões, perguntamos finalmente: haveria alguma potência transformadora para o psiquismo nas criações cotidianas? Pode o ato de criar, independente do valor do objeto criado, produzir modificações subjetivas nos modos de existência?