Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JOELMA GALVÃO DE LEMOS
DATA: 22/08/2018
HORA: 09:30
LOCAL: Auditório de Geografia
TÍTULO: O USO POLÍTICO DO DISCURSO DE ÓDIO NO BRASIL: UM ESTUDO DE CASO NO FACEBOOK (2016-2017)
PALAVRAS-CHAVES: Facebook, discurso de ódio, impeachment; golpe 2016.
PÁGINAS: 112
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
SUBÁREA: Psicologia Social
RESUMO:
O ódio assim como o amor fazem parte do processo psíquico de subjetivação do indivíduo e encontram-se nos vínculos afetivos que este estabelece ao longo da vida, bem como nas suas relações sociais. De acordo com Sigmund Freud (1920), a pulsão de vida (amor) e a pulsão de morte (ódio, agressividade) ocorrem de maneira simultânea, dificultando, muitas vezes, o seu estudo. A ambivalência com que essas pulsões se apresentam ao longo da vida do indivíduo demonstra como muitas vezes a pulsão de morte e seus derivados são usados a serviço da pulsão de vida. Contudo, nem sempre a pulsão de morte é usada a serviço da pulsão de vida. Muitas vezes o ódio pode ser visto em ações de agressividade e violência, nos discursos de ódio, com o intuito de humilhar, agredir e até mesmo defender o aniquilamento do outro. O discurso de ódio aparece de maneira mais frequente, em momentos de disputas políticas e ideológicas, como foi possível ver nas redes sociais on-line e nas ruas, no período do pedido de afastamento da presidente Dilma Rousseff em 2016. Esse discurso parece ter conseguido uma maior visibilidade a partir das redes sociais on-line e foi desta para as ruas, voltando às redes, simultaneamente, uma vez que muitos indivíduos estão constantemente conectados com a rede, por meio de seus aparelhos eletrônicos e o acesso às redes sociais on-line. Este trabalho, por meio do estudo de caso, analisa alguns discursos de ódio postados no Facebook no período de afastamento e de algumas postagens que apresentam cenas de violência e massacre, que aconteceram em 2017. A dificuldade de alguns em lidar com o narcisismo das pequenas diferenças, com a ascensão de uma parcela de brasileiros a lugares antes tidos apenas como espaços de circulação das elites brasileiras e uma parte da classe média, parece ter fomentado e potencializado o discurso de ódio que já circulava, entre alguns indivíduos desses coletivos e foi capitaneado pelos organizadores e defensores do pedido de afastamento, com o intuito de conseguir um apoio de uma parcela da população e a legitimação deste processo político.