Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: VANNE MARQUES SANTIAGO OLIVEIRA
DATA: 28/07/2014
HORA: 17:00
LOCAL: AUDITÓRIO DO DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
TÍTULO: A Perversão na selva da fantasia
PALAVRAS-CHAVES: Perversão; fantasia; gozo; Lacan.
PÁGINAS: 30
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
RESUMO:
O presente trabalho visa a compreender o papel da fantasia na clínica psicanalítica, como um conceito chave que atua no funcionamento psíquico em diversos aspectos. Na neurose, Freud percebeu que a fantasia se manifesta como um recurso construído do desejo inconsciente, que dá um novo sentido ou direção ao que se torna doloroso demais para o ego suportar. Quanto maior for o conflito inconsciente, mais desfigurado esse conteúdo recalcado aparece na fantasia, ou retorna na forma de um sintoma. Dessa forma, a fantasia é uma selva, cheia de possibilidades e simbolismos que mascaram a verdade. Lacan afirma que o fim da analise só acontece quando se torna possível para o indivíduo fazer a travessia da fantasia para dar-se conta do próprio desejo. Já na perversão, entendida aqui restritamente enquanto estrutura psíquica, a fantasia aponta uma expressão clara do desejo. A atuação dessa fantasia é o único modo de gozo, fixada num objeto (como no fetichismo) ou num comportamento. Posteriormente, compreender o modo de funcionamento do perverso a partir do mecanismo de defesa conhecido como desmentido ou recusa (Verleugnung), e o matema da fantasia sadeana como proposto por Lacan em seu texto Kant com Sade (1963) nos trará as demarcações que legitimam a diferença entre o modo de funcionamento da neurose e da perversão a partir das vias da fantasia e do gozo, enfatizando que a prática de atos perversos não caracterizam a perversão, e que toda fantasia, em seu conteúdo, é perversa. O intuito dessa discussão é render reflexões também acerca dos impasses existentes na tentativa de construção de uma clínica da perversão.