Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: PRISCILA FERREIRA MENDONÇA
DATA: 01/04/2013
HORA: 09:00
LOCAL: Auditório do CCSA
TÍTULO:
"REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA LOUCURA, VIVÊNCIA DO PRECONCEITO E EXPECTATIVAS FUTURAS DOS PORTADORES DE TRANSTORNOS PSICÓTICOS"
transtorno psicótico, autopercepção, loucura
A incidência dos transtornos mentais no mundo, segundo dados da OMS (2001) é de 450 milhões de pessoas, sendo 5 milhões dessas brasileiros e 1 milhão acometidos pela esquizofrenia. Com a reforma psiquiátrica e a desinstitucionalização da “loucura”, supõe-se um aumento de contato com os indivíduos portadores de algum transtorno mental, devido aos esforços para reinserir socialmente esses sujeitos. Entretanto, a forma como os indivíduos que não são portadores percebem os que são, pode ser marcada por atitudes preconceituosas que podem gerar consequências maléficas para os últimos, influenciando a forma como eles mesmos se percebem. Partindo disto e baseando-se em estudos que apontam para uma visão social estigmatizada dos portadores de esquizofrenia e demais transtornos psicóticos, objetiva-se investigar as percepções dos portadores de transtornos psicóticos, usuários de CAPS, sobre a loucura, o transtorno que possuem, o processo de estigmatização a que são submetidos e suas expectativas futuras. Para tanto, foram entrevistados 25 portadores de transtornos psicóticos de dois CAPS de Sergipe. Os resultados apontaram que esses indivíduos percebem a sociedade como preconceituosa e se sentem marginalizados por ela, principalmente no aspecto de negação de oportunidades de trabalho. Além disso, percebem-se como incapazes, principalmente de trabalhar, visão esta compartilhada com a sociedade de modo geral, sugerindo uma possível interiorização dos estigmas pelos indivíduos estigmatizados. Entretanto, por outro lado, há uma tentativa de recusa dos estereótipos negativos que os acompanham, ao não se autoperceberem como loucos, atribuindo a estes um caráter de gravidade maior, mas reconhecendo que a sociedade assim os veem. Por fim, foi identificado que as expectativas negativas de futuro estão associadas a aspectos que lhes faltam em virtude do preconceito, pois para eles, um futuro melhor está associado a um pertencimento à sociedade, seja por meio do estabelecimento de relações afetivas – casamento – ou do trabalho – situações estas que percebem como improváveis de vivenciar no futuro.