Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: GICELI CARVALHO BATISTA FORMIGA
DATA: 06/03/2020
HORA: 09:00
LOCAL: A definir
TÍTULO: PRODUÇÃO DE SUBJETIVIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: GÊNERO, INFÂNCIAS E RELAÇÕES DE PODER
PALAVRAS-CHAVES: Gênero. Infância. Educação. Dispositivos. Brincadeira.
PÁGINAS: 90
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Educação
RESUMO:
A problemática de gênero na educação infantil, foi pauta importante no Plano Decenal de Educação em 2015 no Brasil, desde então vem sendo discutida em diversos âmbitos da sociedade. Identifica-se uma grande resistência dos setores conservadores em qualquer mudança que busque novas configurações nos espaços escolares que prezem por igualdade de gênero e pelo rompimento das posturas sexistas. Contudo, ao compreender o gênero como uma construção histórica e cultural, um aparato de produção corporal que permitiria entender a geração, produção e reprodução dos e nos corpos das relações de saber-poder, se mostra elementar conhecer a atuação deste dispositivo nos primeiros anos escolares. Reconhece-se a partir disto que a educação, e no caso deste estudo em específico, a educação infantil, constitui-se por meio de diferentes tecnologias sociais de gênero que engendram relações de produção de subjetividades. É reconhecendo a função social de promoção de igualdade de direitos, legalmente garantida na estruturação dos estabelecimentos de ensino que este estudo tem por objetivo compreender os processos de produção de subjetividade a partir da cartografia dos dispositivos de gênero presentes na Educação Infantil, mapeando tecnologias de gênero que atuam interpelando os sujeitos. Destacaremos os efeitos promovidos pelas práticas e discursos vivenciados rotineiramente pela comunidade escolar por meio de diferentes atividades, compreendendo o gênero e a infância a partir da dinâmica relacional do poder, expresso em práticas discursivas e não discursivas, que compõem a realidade da Educação Infantil em suas instâncias legais, jurídicas, científicas, comunitárias e outras mais. Sendo assim, o início deste estudo apresenta um apanhado acerca dos conceitos de gênero e infância, reconhecendo estes como objetos construídos na história, dispositivos de poder responsáveis pelo controle disciplinar e biopolítico dos indivíduos e governo das populações, implicados com a produção de subjetividade. Para mapear as tecnologias de gênero no cotidiano da educação infantil, que serão aqui descritas e postas em análise, segue-se uma metodologia pós-crítica com enfoque no método cartográfico. O campo pesquisado é uma escola pública de educação infantil no município de Aracaju e as principais ferramentas de produção de dados são a observação participante e o registro em diários de campo. Os agenciamentos empreendidos realizados até o momento revelam a brincadeira como tecnologia de gênero presente no cotidiano da educação infantil. As brincadeiras infantis conduzem as crianças a construção de narrativas de si, assim como possibilita a ação do controle disciplinar por parte dos educadores, orientando as condutas dos infantis. É brincando que os infantis reproduzem os padrões vigentes, assim como através das brincadeiras eles subvertem a lógica, possibilitam processos de subjetivação outros, revelando ainda a potência do coletivo nestes processos de produção, reprodução, subversão e invenção.