Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JULIANA ALMEIDA FERREIRA
DATA: 18/04/2013
HORA: 14:00
LOCAL: a ser determinado
TÍTULO:
DESENVOLVIMENTO DE ADESIVOS TRANSDÉRMICOS PARA VEÍCULAÇÃO DA NIFEDIPINA .
Hipertensão arterial sistêmica,Via transdérmica,Nifedipina,Adesivo transdérmico.
A nifedipina, um bloqueador dos canais de cálcio, é um fármaco amplamente
utilizado no tratamento da hipertensão arterial sistêmica (HAS) por ser seguro, eficaz e
de baixo custo. No entanto, a nifedipina apresenta desvantagens na sua terapêutica por
via oral devido ao seu intenso metabolismo de primeira passagem, reduzida
biodisponibilidade e curta duração de ação, fazendo-se necessárias múltiplas doses
diárias, o que contribui para uma baixa adesão do paciente ao tratamento. Sendo
assim, o presente trabalho propôs desenvolver adesivos transdérmicos para a
veiculação da nifedipina. Os adesivos transdérmicos do tipo DURO-TAK® foram
produzidos pela técnica de evaporação do solvente em concentrações de 30 mg, 40 mg
e 50 mg de nifedipina. Estes foram caracterizados por microscopia óptica, uniformidade
de conteúdo e perfil de liberação in vitro. Como resultados, os adesivos de 40mg e
50mg de nifedipina apresentaram baixa uniformidade de conteúdo, com CV% de 12,26
e 8,43, respectivamente. Foi observado também que no adesivo de 50 mg o fármaco
iniciou a sua cristalização no 14º dia após a obtenção do adesivo, o que não ocorreu
com os adesivos de 30 mg e 40 mg de nifedipina. Os experimentos de liberação in vitro
mostraram que a nifedipina apresentou uma rápida liberação inicial nas primeiras horas
dos experimentos, seguido de uma liberação sustentada do fármaco. A quantidade
liberada foi proporcional ao aumento da concentração do fármaco no adesivo. A partir
destes resultados, foram produzidos adesivos transdérmicos do tipo DURO-TAK®
contendo 40 mg de nifedipina, na presença e ausência do d-limoneno, em escala semi-
industrial. Estes adesivos transdérmicos foram caracterizados em relação à espessura,
à uniformidade de conteúdo, à microscopia óptica, perfil de liberação in vitro e estudos
de permeação in vitro. Os adesivos apresentaram uniformidade de conteúdo e de
espessura, já que a variabilidade foi baixa (CV<1%). A espessura dos adesivos
transdérmicos obtidos variou de 65 a 90 μm. Não houve variação significativa destas
espessuras com a presença do d-limoneno. Contudo, a presença do fármaco promoveu
um leve aumento da espessura. Estes adesivos foram observados até o 90º dia após a sua obtenção e não apresentaram ocorrência de cristalização do fármaco. Nos
experimentos de liberação in vitro foi observado que a nifedipina apresentou rápida
liberação inicial nas primeiras horas dos experimentos, seguido de uma liberação
sustentada do fármaco e não houve diferença estatisticamente significativa entre as
duas liberações, com valor de p>0,05. Os experimentos de permeação in vitro
mostraram diferenças significativas entre os perfis de permeação obtidos a partir dos
adesivos contendo o d-limoneno em relação aos adesivos sem o promotor de
permeação. O efeito promotor de permeação (EP) calculado foi de 1,63. O pré-
tratamento da pele com etanol potencializou o efeito promotor do adesivo contendo d-
limoneno, resultando em um EP de 2,62. Dessa forma, os adesivos transdérmicos
contendo 40 mg de nifedipina, desenvolvidos neste trabalho, apresentam
características adequadas para serem avaliados através de testes de eficácia in vivo,
posteriormente.