Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ARISTELA ARESTIDES LIMA
DATA: 29/04/2021
HORA: 09:00
LOCAL: G MEET
TÍTULO: APRENDER A FAZER E FAZER PARA APRENDER: Configurações do modelo escola-fazenda no ensino profissional agrícola (1967-1986)
PALAVRAS-CHAVES: Colégio Agrícola Benjamin Constant. Ensino profissional agrícola. Escola-fazenda. Coordenação Nacional de Ensino Agropecuário.
PÁGINAS: 250
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Educação
RESUMO:
Esta tese tem como objeto de estudo o modelo pedagógico denominado escola-fazenda adotado no ensino profissional agrícola, no período de 1967 a 1986, com o objetivo de compreender as configurações do modelo no processo de padronização e de expansão da rede federal de colégios agrícolas. A investigação ocorreu em uma escala nacional e local com a finalidade de identificar e analisar diretrizes e características gerais e sua efetivação na cultura do Colégio Agrícola Benjamin Constant. O enfoque da análise levou em consideração o eixo norteador do modelo pedagógico configurado no princípio “aprender a fazer, fazer para aprender” e sua articulação com o projeto de desenvolvimento rural firmado nos acordos e convênios celebrados entre o Brasil e órgãos internacionais. A pesquisa documental identificou, selecionou, coletou e transformou em fontes diferentes tipos de documentos: legislação, manuais, diretrizes, acordos e convênios internacionais, regimento escolar, material didático, documentação de escrituração escolar, livros de atas, correspondências, entre outros. O levantamento da documentação ocorreu em arquivos e/ou acervos, físicos e digitais, públicos e particulares: INEP-CIBEC, Arquivo Nacional de Brasília, Ministério da Educação, Domínio Público, acervo particular de pesquisadores e acervos da Universidade Federal de Sergipe e do Instituto Federal de Sergipe/Campus São Cristóvão. Também foram utilizadas memórias de expressão oral, coletadas por meio de entrevistas com professores, funcionários e estudantes que vivenciaram o modelo-escola fazenda no Colégio Agrícola Benjamin Constant. Nas discussões e projetos educacionais do período observou-se permanência de aspectos relacionados com a ideia de “debelar o atraso agrícola” do Brasil, a defesa do extensionismo rural e concepção de instrução profissional agrícola baseada na tríade ensino/trabalho/produção. De outro modo, no marco temporal pesquisado, o ensino agrícola profissional sofreu impactos e ressignificações resultantes de acordos e convênios internacionais entre Brasil e Estados Unidos da América, relacionados com a educação rural; das interpretações e recepções da teoria do capital humano na educação e da propalada defesa do desenvolvimento da agricultura via modernização da produção. A implantação do modelo nos colégios agrícolas federais esteve, na maior parte do período, sob a coordenação da COAGRI, setor do Ministério da Agricultura responsável pela produção de diretrizes e supervisão do modelo. A atuação dessa coordenação visava garantir a uniformização do ensino agrícola em toda a rede federal por meio da adoção do modelo escola-fazenda. As discussões em torno da escola-fazenda tinham como ponto central a defesa de um ensino marcado pelo trabalho e vivência dos estudantes nos núcleos agropecuários de produção. No Colégio Agrícola Benjamin Constant foram identificados: o direcionamento exercido pelo Ministério da Educação no gerenciamento do modelo; as reformas, ampliações e modernizações do espaço físico, das instalações e equipamentos para a efetivação da escola-fazenda; a expansão de matrículas de estudantes e a ampliação de unidades educativas de produção. O modelo escola-fazenda proporcionou novos padrões culturais de ensino e de aprendizagem, por meio de uma pedagogia que redimensionou a estrutura curricular e provocou mudanças na cultura de colégios da rede federal de ensino profissional agrícola