Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MAYARA ALVES MENEZES
DATA: 25/07/2022
HORA: 14:30
LOCAL: Sala 27, nas dependências do PPGCS no H.U.
TÍTULO: Estimulação elétrica é eficaz para prevenir ou tratar dor muscular tardia (DMT)
em atletas e adultos destreinados? Revisão sistemática com meta-análise e revisão
metodológica com análise de spin em resumos de ensaios clínicos aleatorizados.
PALAVRAS-CHAVES: Descritores: dor muscular tardia; ensaio clínico aleatorizado; qualidade do relato; recuperação
muscular; resumo; superinterpretação; terapia por estimulação elétrica;
PÁGINAS: 170
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Fisioterapia e Terapia Ocupacional
RESUMO:
A eficácia da estimulação elétrica (EE) em prevenir ou tratar dor muscular tardia (DMT) e o seu
impacto na recuperação muscular de atletas e adultos destreinados permanece obscura. Além
disso, lida-se, na literatura, com o fenômeno de spin, que é a interpretação distorcida dos
resultados de um estudo que enfatizam os efeitos benéficos da intervenção, o que pode fornecer
a profissionais e pacientes expectativas irreais sobre tratamentos. Diante do exposto, o objetivo
principal desta tese foi investigar os efeitos (benefícios ou danos) da EE na DMT e na
recuperação da função muscular a partir de uma revisão sistemática com meta-análise. Além
disso, investigamos a presença de spin e a qualidade do relato de resumos de ensaios clínicos
aleatorizados (ECAs) na DMT a partir de uma revisão sistemática metodológica. Para tanto, foi
realizada uma busca sistemática de artigos nas bases de dados (PubMed, Medline, CENTRAL,
EMBASE, CINAHL, PsycINFO, PEDro, LILACS, SPORTDiscus) atualizada em 31 de março
de 2021. Foram incluídos ECAs com adultos destreinados ou atletas com DMT tratados com EE
e comparados com grupos placebo, sham ou controle. O risco de viés (ferramenta da
Colaboração Cochrane) e a qualidade da evidência (GRADE) foram analisados para a revisão
sistemática. Para a revisão metodológica, nós analisamos: a qualidade do relato (CONSORT-A),
inconsistências entre o resumo e o texto completo (Spin-Checklist), e a qualidade metodológica
dos ECAs (escala PEDro). Além disso, analisamos: a associação entre estudos com resultados
negativos e a presença de spin (teste exato de Fisher), a consistência entre o resumo e o texto
completo, bem como entre os investigadores (coeficiente Kappa). Catorze estudos (n=435)
foram incluídos nas revisões e 12 estudos (n=389) foram reunidos na meta-análise. Evidências
de qualidade muito baixa a baixa indicam que o EE não previne nem trata DMT, bem como o
EE não ajuda a promover a recuperação muscular imediatamente, 24, 48, 72, 96 horas após a
intervenção. Na maioria dos estudos, o risco de viés é incerto e a heterogeneidade variou de
baixa a moderada. Apenas um estudo monitorizou eventos adversos. A pontuação média dos
ECAs na escala PEDro foi 5,35. Os resumos obtiveram 1,22 pontos (95% CI 0,19 a 2,24) a mais
do que o texto completo na lista de verificação de spin. Os resumos dos ECAs tiveram uma
pontuação significativamente inferior -4,0 (95% CI -5,24 a -2,75) na qualidade do relatório em
comparação com o texto integral. Os resumos não eram consistentes com o texto completo
(concordância fraca a moderada). A presença de spin em resumos não foi associada a resultados
negativos (não houve diferenças entre grupos para pelo menos um resultado primário). A
concordância entre investigadores foi substancial. A presente tese conclui que não há
recomendações que apoiem a utilização de EE em DMT e na recuperação muscular em adultos
destreinados e atletas. Além disso, os resumos de ECAs sobre EE em DMT são subreportados e
inconsistentes com o texto completo.