Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: KARLA MARIA NUNES RIBEIRO
DATA: 22/12/2021
HORA: 15:00
LOCAL: https://meet.google.com/ovc-ocmj-sri
TÍTULO: Qualidade de vida, sintomas depressivos e estratégias de enfrentamento de cuidadores principais de crianças e adolescentes com câncer.
PALAVRAS-CHAVES: Cuidadores. Câncer Infantil. Qualidade de Vida. Depressão. Estratégias de Enfrentamento.
PÁGINAS: 84
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Medicina
RESUMO:
Introdução: O câncer infantil é uma doença recorrente e que requer, na maioria dasvezes, período longo de tratamento, exigindo da família e da equipe de saúdedisponibilidade para lidar com o sofrimento do doente. Pesquisas relacionadas adoenças crônicas, inclusive o câncer, têm tentado esclarecer os efeitos da doença navida de pessoas que convivem com o paciente, principalmente o cuidador, por meio deescalas que avaliam a qualidade de vida, medem a sobrecarga e a depressão, entreoutros parâmetros. Objetivos: Avaliar qualidade de vida, sintomas depressivos eestratégias de enfrentamento utilizadas por cuidadores principais de crianças eadolescentes com câncer, atendidos em serviço público de saúde. Metodologia: Foramaplicados, além de questionário específico elaborado pela autora, a Escala de Qualidadede Vida (QV) abreviada da Organização Mundial da Saúde (OMS) - WHOQOL-bref, oInventário de Depressão de Beck - BDI e a Escala Modos de Enfrentamento deProblemas - EMEP. Além disso, foram realizados grupos de orientação e apoio a essescuidadores, onde foram trabalhadas as emoções associadas à doença e a repercussão navida dos mesmos. Resultados: Foram avaliados 115 cuidadores, sendo a maioriaconstituída pelas mães dos pacientes (90,4%), com média de idade de 34,3 anos (±8,5).A média de escore no WHOQOL-bref foi de 60,5, apontando um comprometimento daQV. Houve associação da QV com a história pessoal de transtorno mental (p=0,02) ecom o grau de satisfação com as informações recebidas sobre o tratamento (p=0,01).Mais da metade dos cuidadores (56,5%) apresentavam sintomas depressivos ao BDI,sendo que 30 deles (26%) de intensidade moderada a grave, havendo associação destessintomas também com a história pessoal de transtorno mental (p=0,00), com o grau desatisfação com as informações recebidas sobre o tratamento (p=0,02) e com a QV docuidador (p=0,00). As estratégias de enfrentamento mais utilizadas pelos cuidadoresforam as focalizadas na fé, religião e pensamento fantasioso (M=4,06 e DP=0,63) e asmenos utilizadas, as focalizadas na emoção (M=2,05 e DP=0,59). Avaliando a relaçãoentre QV, sintomas depressivos e estratégias de enfrentamento, houve associação entreQV e sintomas depressivos (p=0,00), entre QV e estratégias de enfrentamentofocalizadas no problema (p=0,02) e na emoção (p=0,00) e entre sintomas depressivos eestratégias de enfrentamento focalizadas na emoção (p=0,00). Conclusão: O nível deQV da maioria dos cuidadores foi considerado insatisfatório, mais da metade delesapresentavam sintomas depressivos no momento da avaliação e utilizavampreferencialmente de estratégias de enfrentamento focalizadas na fé. Estas puderam serexploradas e trabalhadas no momento do grupo de orientação e apoio, propiciando,através da discussão e da troca entre os participantes, uma ampliação das mesmas e,consequentemente, uma maior habilidade em lidar com a doença do paciente e seutratamento. Os resultados apontam para necessidade de melhor estruturação dosserviços de oncologia pediátrica, a fim de que os cuidados oferecidos não se resumamaos pacientes, mas considerem também as necessidades dos seus cuidadores.