Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: INGRID MARIA NOVAIS BARROS DE CARVALHO COSTA
DATA: 09/01/2018
HORA: 13:00
LOCAL: SALA DE TREINAMENTO NO HOSPITAL SÃO LUCAS
TÍTULO: Adesão ao tratamento medicamentoso e mudanças de estilo de vida em pacientes com síndrome coronariana aguda
PALAVRAS-CHAVES: Atividade Física. Dieta. Medicação. Prevenção Secundária. Qualidade de Vida. Síndrome Coronariana Aguda.
PÁGINAS: 107
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Nutrição
RESUMO:
Introdução: Existem evidências de que disparidades nos modelos assistenciais podem influenciar na adesão ao tratamento de prevenção secundária após a síndrome coronariana aguda (SCA). Todavia, há carência de estudos nacionais ratificando esta possibilidade. Objetivo: Investigar o nível de adesão ao tratamento medicamentoso e de mudanças de estilo de vida em pacientes com Síndrome Coronariana Aguda assistidos em rede pública e privada de saúde. Metodologia: Estudo observacional, prospectivo e longitudinal em portadores de SCA, atendidos nos hospitais de referência cardiológica em Sergipe, sendo três destinados a usuários do serviço privado e um, do público. A coleta de dados ocorreu na admissão hospitalar, aos 30 e 180 dias após SCA. Os parâmetros dietéticos foram coletados por meio do questionário de frequência alimentar semiquantitativo referente aos seis meses anteriores ao evento agudo, aplicados na admissão e decorridos 180 dias da SCA. A qualidade da dieta foi avaliada com base no Alternative Healthy Eating Index (2010). Os dados de medicação foram coletados e avaliados por meio da Escala de Adesão Terapêutica de Morisky de 8 Itens e a atividade física pelo questionário International Physical Activity Questionnaire–versão curta. A cessação de tabagismo foi verificada pelo questionamento aos pacientes. A QV foi avaliada pelo Medical Outcomes Study 36- Item Short-Form Health Survey (SF-36). A análise estatística foi realizada com os pacientes constituindo dois grupos definidos pelo tipo de assistência: rede pública e privada. Foram aplicados os testes de qui-quadrado de Pearson, exato de Fisher, Teste de Mann-Whitney e Wilcoxon. Elaborou-se modelos de regressão linear múltipla para as variáveis associadas a qualidade global da dieta e para a QV aos 180 dias após a SCA. Elaborou-se, também, modelos de regressão logística múltipla para a adesão a farmacoterapia, à atividade física e cessação de tabagismo. Resultados: Foram estudados 581 voluntários, sendo 325 (55,9%) do serviço privado e 256 (44,1%) do público. Comparados com os pacientes do serviço privado, aqueles do serviço público apresentaram pior qualidade dietética (p<0,001) com menor ingestão de componentes cardioprotetores (legumes e verduras, frutas, grãos integrais) e maior ingestão de itens preditores de risco cardiovascular (carnes vermelhas e processadas, gorduras trans e sódio) (p<0,001). A melhor qualidade global da dieta esteve relacionada ao sexo feminino (p<0,001), a assistência privada (p<0,001), a condição de união estável (p=0,014), a maior escolaridade (p=0,018) e a idade (p<0,001). Os pacientes do serviço privado apresentaram associação com a adesão a farmacoterapia aos 30 (p=0,003) e 180 (p=0,012) dias da SCA, quando comparados com os pacientes do serviço público. Os pacientes do serviço privado, também, apresentaram associação para a adesão a atividade física (p=0,047), mas não houve distinção entre os grupos no abandono ao tabagismo após SCA (p=0,201). Aos 180 dias após SCA, os pacientes do serviço público apresentaram menores escores de QV para todos os domínios (p<0,05), quando comparados com os pacientes do serviço privado. A maior QV esteve associada ao sexo masculino (p≤0,001) e a adesão à atividade física (p≤0,002) para todos os domínios avaliados. A menor idade e período de internamento, ausência de hipertensão, adesão a farmacoterapia, melhor qualidade dietética e a assistência privada estiveram associados a maiores escores de QV. Conclusão: Os pacientes atendidos pelo serviço privado de saúde, comparativamente aos usuários da rede pública, exibiram melhor qualidade dietética, melhor adesão a farmacoterapia, a atividade física e QV após a SCA. Não foi encontrada distinção entre os grupos para a adesão as orientações de cessação de tabagismo. De tal modo, que existem evidências de que possíveis disparidades na qualidade assistencial parecem influenciar nesses achados no Estado de Sergipe.