O objeto de estudo da presente pesquisa concerne aos "lugares de memória" e monumentos que compõem o patrimônio cultural material existente no centro histórico de Monte Santo/BA, cidade localizada no nordeste da Bahia, no seio do sertão baiano. O objetivo geral desse trabalho consiste em analisar o patrimônio do centro histórico da cidade de Monte Santo/BA e apresentar uma proposta para o ensino de História com uma sequência de três roteiros didáticos para o estudo da História do Brasil República, tendo como tema a Guerra de Canudos, em uma turma da 3ª série do ensino médio. Os objetivos específicos são: discutir acerca da história de Monte Santo; problematizar a constituição do centro histórico, seus lugares de memória, monumentos, silenciamentos e intencionalidades, como também construir um roteiro didático abordando o patrimônios existentes nele em diálogo com os referenciais sobre o ensino de História. A necessidade de um estudo acerca do patrimônio cultural, as potencialidades da educação patrimonial e sua utilização no ensino de História fundamenta-se na experiência do autor e a percepção de que os alunos não se reconhecem como sujeitos históricos atuantes no seu entorno; na falta de educação patrimonial e da discussão sobre a história da cidade nas aulas de História, o que resulta no intenso processo de deterioração do patrimônio cultural e na falta da identidade e sentido de pertencimento. Dessa forma, essa pesquisa dialoga teoricamente com Nora (1998), Rüsen (2010), Choay (2017) e Zarbato (2018), bem como se ampara metodologicamente na Educação Patrimonial para a elaboração de seu produto.

Nesta dissertação, no âmbito do ProfHistória, exploramos a gamificação no ensino de História sobre a Segunda Guerra Mundial (1939 – 45) na etapa do Ensino Médio. Desse modo, a questão central é investigar como a gamificação pode contribuir para o desenvolvimento da aprendizagem histórica, seguindo a proposta de Rüsen (2012a). O objetivo é promover a consciência histórica sistemática dos alunos, identificando elementos dos jogos, narrativas das ações gamificadas, avaliando o resultado na abrangência dos fatos e a reflexão das suas implicações no presente. Motiva-se por essa estratégia educacional que permite abordagens personalizadas, as quais adaptadas às demandas para a vida prática dos estudantes. Conjecturamos que ela, aliada à aprendizagem em Rüsen (2012a), contribui para uma compreensão dos fatos sobre a Segunda Guerra. Em relação à estrutura, no primeiro capítulo, a pesquisa se baseia em uma revisão bibliográfica relacionada à gamificação no ensino de História, jogos, sua instrução, incluindo livros, artigos, dissertações e outras fontes. No segundo, atributos gerais dos jogos, consciência, educação histórica, subsídios dos games e a avaliação diagnóstica dos discentes no Google Forms. Nesse intuito, aplica-se o método de estudo de caso, observação participante, a análise e o acondicionamento do produto pedagógico. Já no terceiro, o seu funcionamento (regras, jogabilidade, objetivos e outros), o discernimento na escolha dos conteúdos, apresentação de ações gamificadas e a instrução dos “nativos digitais”. Por fim, a proficuidade na vida prática do discente do saber histórico, as escolhas docentes desde os “manuais”, as características e possibilidades da gamificação. Em relação aos resultados, após o teste do produto, suas modificações com base no feedback, percebemos que houve, relativamente, a motivação no aprendizado, mas somente com algumas mudanças no enfoque, nas regras, sistema de níveis e o debate das temáticas. Portanto, o intitulado “Gamificar na aprendizagem (2ª Guerra): Habilidade Mentais e a Consciência História em Rüsen”, pode ser um recurso didático que auxilia o ensino de História, sobretudo, a interpretação da experiência sociocultural no transcorrer da orientação do tempo histórico.

Este estudo tem por finalidade compreender o papel social, político e econômico das construções de templos católicos no município de Itaporanga d’Ajuda, Estado de Sergipe, ao longo do vale do rio Vaza-Barris entre os séculos XVII ao XIX, à fim de construir um roteiro iconográfico a ser utilizado nas escolas de Ensino Fundamental de Itaporanga d’Ajuda como suporte pedagógico ao ensino de História. Seguindo as ideias de Rui Moreira, as edificações religiosas de cunho católico eram partes integrantes da construção do espaço geográfico colonial do litoral nordestino pela metrópole portuguesa, inserida na paisagem rural da monocultura açucareira de exportação calcada no latifúndio e na escravização de povos nativos e africanos. Justifica-se a escolha do tema para ampliar estudos da História local e seu valor para Itaporanga d’Ajuda, sendo um referencial para o suporte pedagógico do corpo docente e para ampliação dos conhecimentos da realidade do próprio lugar pelos estudantes. Busca-se responder as seguintes indagações: Qual o significado histórico das igrejas seculares do município de Itaporanga d’Ajuda, as motivações de seus erguimentos, a função social que ela desempenhou nessa época? Como disseminar ao ensino de história o conhecimento dessas edificações e seu valor histórico? Para viabilizar este trabalho, foram empreendidas visitas de campo para coleta de imagens, pesquisa de registros documentais concernentes à preservação legal do patrimônio, levantamento de registros cartoriais e paroquiais, leituras referenciais contextualizando a sociedade de Itaporanga d’Ajuda no Brasil Colônia açucareiro entre os séculos XVII a XIX e a influência do pensamento católico nesse contexto histórico.

Entende-se hoje que as pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Queer, Intersexos, Assexuais e todas as outras identidades sexuais e de gêneros (LGBTQIA+) tiveram, ao longo da história ocidental, suas identidades e humanidades negadas, silenciadas, vigiadas e punidas por um conjunto de mecanismos de poder criados e reproduzidos por instituições, tais como as religiões do livro sagrado, a medicina, a família e a própria historiografia. Esta lógica opressora afetou, estruturalmente, as relações e mentalidades sociais que, consequentemente, afetam o Estado e os seus aparelhos, entre eles, a Escola. No século XX, as escolas brasileiras, por necessidade e não por vontade, incluem em seus currículos a educação sexual, porém, consiste em uma educação sexual higienista que trata as sexualidades apenas pelo viés biológico, omitindo as identidades e produzindo desigualdades. No atual século, com a chegada de Lula ao governo federal, o Estado reconhece a existência da homofobia nas escolas, cria políticas públicas para a formação continuada de profissionais da educação, que foi de suma importância. Contudo, esta medida ainda é insuficiente para as demandas deste grupo social, de forma que abre a prerrogativa para que pesquisadoras/es das licenciaturas possam associar os seus estudos às práticas no ensino. A partir disso, os documentos curriculares incluem, enquanto objetivo da escola, a formação para a cidadania e o respeito às pluralidades humanas. Nessa perspectiva, esta pesquisa entende que o ensino e as/os professoras/es de História possuem grande potencialidade na transformação de realidades, embora haja entraves que dificultam o trabalho transdisciplinar desta ciência com a temática da homossexualidade, seja por falta de formação e/ou por não ter acesso às ferramentas pedagógicas que façam este enlace. Assim, por meio desse pressuposto, essa dissertação apresenta uma sequência didática que discute a homossexualidade no ensino de História do terceiro ano médio do Colégio Estadual Reis Magalhães, da cidade de Glória-BA, e que pode ser usado como referência para profissionais que almejam tal debate.

A presente pesquisa busca demonstrar como a os direitos humanos podem potencializar as aulas de história no processo de formação para a cidadania. Buscamos a partir de recortes elencados possibilitar novos olhares sobre questões que perpassam o cotidiano dos nossos educandos. As experiências didáticas que resultaram na elaboração de um caderno didático para professores de História, foram aplicadas numa escola do agreste alagoano – Arapiraca, visando fortalecer a promoção dos direitos humanos e da cidadania nas aulas de história. As propostas apresentadas buscam fortalecer e efetivar as competências gerais das humanidades previstas na BNCC e potencializar os fundamentos da Educação em Direitos Humanos previstas no PNEDH. Os estudos apresentados tem a perspectiva de possibilitar a construção de propostas didáticas que tornem o conhecimento histórico significativo frente as demandas do tempo vivido, e assim possibilitando leituras de mundo balizadas pelas ferramentas que os estudos históricos oferecem.

A presente pesquisa teve como objetivo compreender o silenciamento do Ensino de Históriaacerca das trajetórias das mulheres sergipanas outrora atuantes no movimento feminista. Tendoem vista a invisibilidade das mulheres na historiografia e nos currículos escolares e, estetrabalho conta com uma cartilha voltada para os docentes e discentes do 9o ano do EnsinoFundamental com a biografia de três mulheres sergipanas: Quintina Diniz, Maria Rita Soares eBeatriz Nascimento. Através dessas histórias de vida, pode-se oferecer aos docentes caminhospara discutir os feminismos e a sua importância para o combate às desigualdades de gênero. Decunho qualitativo, a pesquisa se utilizou de leituras bibliográficas especializadas nas áreas: dasteorias feministas, história das mulheres, ensino de história e do uso e produção de biografias.Apoiado nos estudos de Jörn Rüssen e Paulo Freire, este trabalho procura levar os discentes aatuação em suas vidas práticas, buscando a transformação social, por meio da conscientização.
É possível afirmar que a utilização das biografias mostrou-se um valioso recurso didático-metodológico para o ensino de História, especialmente no que se refere à valorização da história
de mulheres, visto que, ao lançar luz sobre personagens à margem da historiografia, seusconflitos e suas singularidades, gera-se um sentimento de identificação e de empoderamento,na medida que as/os discentes passam a se reconhecer no outro e a compreender que tambémsão agentes da história, possibilitando o desenvolvimento da consciência histórica.

Este trabalho tem como problema a ausência de materiais didáticos para o Ensino de História Local na Educação de Jovens e Adultos na Rede Pública Municipal de Ensino de Arapiraca – Alagoas. Sua justificativa consiste em dar voz a personagens silenciados no discurso de Progresso e Desenvolvimento da Cidade. Nessa medida, contribui-se de forma decisiva na aprendizagem dos estudantes a partir do seu uso pelos professores de história. Seu objetivo é criar referencial para nortear a elaboração da Cartilha de Sequências Didáticas: As Operárias que Cantam Arapiraca, destinada ao uso de professores que ministrem aulas na EJA. A Cartilha, produto desta dissertação é voltada à EJA, em virtude de que, os alunos dessa modalidade, especificamente, nas 5ª fases e no modulo 3 da EJA modular, possam ter uma relação mais sensível com a cultura fumageira, que ainda existe em diversos pontos da cidade. De modo geral, os professores dessa modalidade não recebem materiais didáticos que deem suporte as suas ações encontrando-se em situações de necessidade de instrumentos complementares para aprimorarem suas intervenções pedagógicas. Nesse sentido, objetiva-se também fortalecer essas relações pedagógicas com suporte contundente de subsídios acerca da História Local, precisamente as destaladeiras de fumo que cantavam.

Este trabalho tem como objetivo proporcionar aos professores de história suporte pedagógico sobre a Pandemia da Covid-19 no Brasil a partir do podcast #Covid-19 – Memórias da Pandemia no Brasil. A pesquisa reflete sobre o ensino de história do tempo presente a partir do uso das novas tecnologias, mais especificamente, das fontes trazidas para o professor de história através do mundo digital. Utilizaremos como fontes registros sobre a pandemia do novo coronavírus, presentes em blogs, portais oficiais e redes sociais. Além de uma reflexão sobre o fazer história em tempos digitais, realizamos reflexões iniciais sobre os desdobramentos do ensino de história na educação básica em tempos de pandemia. Por fim, oferecemos a proposta de oficina de elaboração de podcast, isto é, um arquivo digital de áudio disponibilizado na internet, uma espécie de junção do rádio com o auxílio das tecnologias. A princípio, o podcast abordará a pandemia em seu contexto geral, surgimento, chegada ao Brasil e a Sergipe. O mesmo, será disponibilizado gratuitamente a docentes e alunos da educação básica como objeto educacional digital.

Palavras-chave: Ensino de História, Tempo Presente, Podcast, Pandemia da Covid-19.

A pesquisa tem como objetivo geral compreender os caminhos trilhados por um grupo de professoras (as) da Escola Luiz Alberto de Melo na construção de um ensino voltado para educação quilombola e as relações étnico-raciais positivas na comunidade de Pau d’Arco em Arapiraca, Alagoas. Para tanto, definimos como objetivos específicos identificar os conceitos e as relações teóricas entre a Lei 10.639/2003, Educação para as Relações Étnico-Raciais e Educação Escolar Quilombola; Contextualizar os processos formativos pessoais e profissionais de um grupo de professoras (es) da Escola Luiz Alberto de Melo através de suas narrativas; Descrever as dinâmicas da elaboração e execução do Projeto Construindo uma Identidade Afrodescendente, em sua edição de 2015, “ Educação das Relações Etnicorraciais” e conceituar a relação entre ensino de história e os significados da filosofia sankofa. Como percursos metodológicos iniciais, elencamos a história oral, em suas técnicas de pesquisa bibliográfica, documental e entrevistas. Nesse último caso levando em consideração as especificidades que precisam de atenção para sua execução devido ao fato de estarmos vivendo um período de pandemia da covid-19 que nos obriga a ficar em distanciamento e isolamento social. Essa metodologia foi levada em consideração durante nossa pesquisa pela densidade que apresenta e pelas contribuições que pode gerar ao permitir o trânsito fluido de informações transmitidas por nossas (os) colaboradoras (es). Como fundamentos teóricos nos valemos de alguns estudiodos como Rufino (2020;2021), Ribeiro (2019), Gomes (2006), Munanga (2005) e Sodré (2012). Compreendemos que em Pau d’Arco houve uma encruzilhada de encontros docentes potentes para que a educação para as relações Etnicorraciais e educação quilombola ganhasse formato, direção e sentido. A força ancestral que existe dentro da própria comunidade se expande para além de suas fronteiras.

Esta pesquisa “Projetos de vida pelo ensino de história: caderno didático-pedagógico para o professor em seu diálogo com a juventude.” Tem o objetivos de investigar o ensino de história como possibilidade efetiva para reflexão a cercar dos possíveis projetos de vida de jovens do ensino médio, analisar as contribuições do ensino de história para mediação dos projetos de vida, desenvolver caderno didático-pedagógico como suporte ao professor de história visando o ensino de temas de história com enfoque para projetos de vida, Identificar e refletir sobre os conteúdos do ensino de história significativos à prática reflexiva de jovens do ensino médio visando a construção de projetos de vida, estabelecer a articulação entre autonomia e protagonismo juvenil no Novo Ensino Médio para elaboração de projetos de vida, analisar o diálogo interdisciplinar que marca o ensino de história na BNCC do ensino médio exigência elaboração de projeto de vida, analisar a proposta curricular/metodológica de projetos de vida e ensino de história da rede estadual da educação da Bahia em articulação com o currículo do Colégio Estadual Professora Maria de Lourdes Ferreira da Silva. Quanto ao produto a ser desenvolvido, caderno didático-pedagógico, instrumento de suporte ao ensino de história que extrai do plano de curso em desenvolvimento temas geradores já relacionados, cuja escolha segue uma aproximação da realidade socioeconômica e cultural dos estudantes da referida escola pública, em sua diversidade de gênero, de origem étnica, econômica e marcada por considerável matrícula de jovens do campo. Esta pesquisa aprofunda os papeis formativos do ensino de história na reflexão de propósitos de vida dos estudantes do ensino médio, estabelece uma articulação curricular com outras áreas do conhecimento ao analisar as nuances da BNCC do ensino médio e permite a atualização de saberes teóricos e metodológicos no Projeto Político Pedagógico da escola universo da pesquisa, trilha ainda sobre aspectos curriculares da BNCC, DCRB, bem como da construção do caderno didático-pedagógico.

O trabalho contém as reflexões iniciais de uma pesquisa em andamento no Mestrado Profissional em Ensino de História da Universidade Federal de Sergipe (ProfHistória/UFS), alinhado à linha de pesquisa “Saberes históricos em diferentes espaços de memória”. Os estudos abordam o espaço dos cemitérios Cruz Vermelha e Santa Isabel, para a elaboração, por serem ambos os cemitérios destinados aos enterramentos socioeconômicos com distintas hierarquizações em Aracaju, SE. Enquanto o cemitério Cruz Vermelha atende aos desvalidos da cidade, o cemitério Santa Isabel permanece restrito à elite local. Desse modo, a ideia do “bem morrer como legado” e arquitetura mortuária como obra de arte contrasta com a ideia de “esquecimento” na simplicidade do conjunto de gavetas e túmulos sem adornos. Como objetivo geral se pretende utilizar blocos de Lego na construção de uma perspectiva diferencial no processo didático da morte como fonte histórica direcionado aos alunos da Educação de Jovens e Adultos para o Ensino Médio (EJAEM). São objetivos específicos desse trabalho compreendem: 1. elaborar um instrumento pedagógico que auxilie no ensino aprendizagem do aluno e na prática docente de ensino de História. 2. Estimular a produção de reflexões sobre a importância da memória na vida cotidiana, aliada a construção coletiva da cidadania; 3. Relacionar a historicidade dos cemitérios de Aracaju/SE como “diferentes espaços de saber e memória” para aulas públicas. Os procedimentos metodológicos seguem uma vertente qualitativa de pesquisação a partir do levantamento de fontes textuais e imagéticas, além do mapeamento dos sítios. A elaboração do processo parte da concepção do uso dos blocos de Lego como jogo educacional na construção dos espaços de enterramento, com desafios e cartas de informação histórica que dialoguem com a história local, as práticas cemiteriais e os conceitos de cidadania no tempo e no espaço.

Este trabalho tem como finalidade demonstrar o uso da pesquisa em sala de aula como princípioeducativo que gera protagonismo nos alunos, aplicando a metodologia da história oral comoprocesso de produção de saberes históricos nos anos finais do Ensino Fundamental. O intuito éincentivar a aprendizagem do componente curricular História, aproximando os estudantes deprocessos, práticas e procedimentos de análise e investigação. Especificamente busca-secompreender a utilização da pesquisa como princípio educativo e científico no ensino deHistória; aplicar a metodologia da história oral para desenvolver o protagonismo dos estudantesna produção do conhecimento histórico e elaborar uma cartilha com sugestões ao professorsobre educar pela pesquisa utilizando a metodologia da história oral para coleta de memóriasde expressão oral, por meio da utilização das técnicas de entrevista. A proposta defendida foiaplicada em uma turma do 9.º ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal Alvina Rocha,no município de Seabra, estado da Bahia, a partir da coleta de relatos orais de moradores dacomunidade quilombola do Agreste, Seabra/BA. Os discentes investigaram aspectos históricos,educacionais, identitários e culturais da comunidade quilombola do Agreste. No processo,devidamente orientado, os alunos aplicaram os procedimentos de pesquisa da história oral,entrevistaram vários colaboradores e produziram documento histórico por meio da transcriçãoda entrevista. Aplicando os princípios da história oral analítica, buscaram identificar, comparar,contextualizar, interpretar e analisar os documentos produzidos, com a finalidade dedesenvolver habilidades autorais elaborando um artigo. A partir desta experiência, apresentouma cartilha como produto final que contém sugestões ao professor para a aplicação doprincípio do “educar pela pesquisa” a partir do uso da metodologia da história oral, comalgumas possibilidades temáticas para pesquisas em comunidades e culturas quilombolas.

Como tema norteador a suposta “doutrina ideológica” de esquerda, desde 2004 o movimento Escola Sem Partido, vem configurando ações direcionadas para instituições de ensino, com destaque, para escolas de educação básica e seu corpo docente. Dessa forma, essa dissertação de mestrado tem como objetivo, refletir em torno das constantes enunciações proferidas pela Escola Sem Partido, analisando seus impactos sobre o ensino de História no Brasil, bem como, perceber em suas entrelinhas, não apenas a matriz de inteligibilidade heteronormativa, mas principalmente, suas tensões e ambiguidades. Cabe, portanto, entender que o ensino nas escolas deve ocorrer de forma plural, pois engloba todas as diferentes ideologias de forma igual, sem que haja interferência de questões políticas, religiosas e ideológicas na formação e aprendizagem dos alunos. Para construção do presente estudo, foram analisados materiais como os Projetos de Lei 7180/2014 e o 193/2016, artigos científicos que versem sobre a presente temática, bem como material oriundo de canais de comunicação, cujo conteúdo nos permitiu lançar a hipótese de que há uma intenção de controle e cerceamento ao trabalho do professor, comprometendo assim, o processo criativo e interferindo no método de ensino-aprendizagem. Diante de todo o exposto, pretende-se com o presente estudo, produzir um material em formato PDF, para distribuição gratuita, e destinado à comunidade escolar de modo geral, especificamente para professores de História, que apresente informações sobre o Projeto Escola Sem Partido, ampliando a resistência frente as suas investidas.

Esta dissertação objetiva integrar Ensino de História, História Local, Patrimônio Cultural Material e Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação, a exemplo do QR Code e de Web Site. Com este trabalho, pretendeu-se desenvolver nos estudantes sergipanos a consciência e empatia históricas, o zelo pelo Patrimônio do Centro Histórico de Aracaju, o conhecimento e apreço pela História Local, dando a ela sentido, bem como contribuir para superação do tradicionalismo no ensino. Identificamos em nossa pesquisa que no ensino fundamental maior há uma carência de material didático que verse sobre História Local, material esse baseado nas competências e habilidades contemplados no Currículo Sergipano. Buscando preencher essa lacuna, desenvolvemos um paradidático a ser usado por professores e estudantes sergipanos dos 8º e 9º anos das redes particular e pública de ensino. Entendemos o monumento como documento, vemo-nos como um elo entre o presente e o passado. Com essa compreensão, criamos um Circuito de visitação ao patrimônio material, o qual denominamos Circuito Histórico, constituído de duas sequências histórico-patrimoniais e envolvendo oito monumentos. Ele é abalizado na História Nacional-Local e tem por fundamentos a experimentação do patrimônio, seja pela via digital e (ou) física, perspectivando sua contraposição e o tomando de forma investigativa. Formam o nosso campo teórico autores como Jörn Hüsen (2010), Cerri (2011), Lee (2003, 2006 e 2016) e Pelegrini (2009).

Este trabalho busca analisar a relevância que existe entre o ensino de História local e o Patrimônio material da cidade de Muribeca/SE a partir da observação, registro e pesquisa das mudanças e permanências sobre o espaço urbano. Interessa-nos refletir sobre como as mudanças ocorridas no patrimônio material e seu entorno auxiliam no ensino de História e nas diversas abordagens possíveis a partir da memória coletiva e compartilhada na vivência dos discentes na comunidade. Na tentativa de responder a essa e outras questões, desenvolvemos um Projeto Didático a partir dessa temática que recebeu o seguinte título: “Conhecendo minha cidade pelas fotografias e visitas ao Patrimônio Material”. Nesse sentido, relacionamos História e valorização da identidade local através do patrimônio material da cidade de Muribeca/SE. Nosso Projeto Didático foi desenvolvido para ser executado com alunos do sexto ano do Ensino fundamental da Escola Estadual Almirante Barroso da Cidade de Muribeca(SE). No primeiro momento, será abordado o conceito de patrimônio e um trabalho de campo com a coleta de fotografias antigas da cidade. No segundo momento é prevista a visita aos prédios visualizados nas fotos, possibilitando aos alunos o trabalho com permanências e mudanças. Num terceiro momento, ocorre a produção de materiais queé seguida pela exposição das fotos e textos produzidos pelos discentes. Com esse trabalho, esperamos sanar a carência de material didático sobre a história local, sobretudo da cidade de Muribeca/SE, e aguçar o sentimento de pertença em relação patrimônio contribuindo para sua preservação.

Esta pesquisa apresenta uma proposta de abordagem da história local no ensino de História do Ensino Fundamental (anos finais) da Educação Básica, em escolas públicas do Município de Crisópolis. Crisópolis é um dos 417 municípios do estado da Bahia, e alicerça a sua origem histórica nos fatos que norteiam as peregrinações de Antônio Conselheiro pelo sertão nordestino na década de 1880. Na Fazenda Dendê, que deu origem ao município de Crisópolis, o Conselheiro erigiu a Igreja do Bom Jesus, principal bem material da cultura da cidade. A pesquisa segue as seguintes etapas e procedimentos: discussões e perspectivas da abordagem da história local na área de Ensino de História; levantamento de documentos e diretrizes a respeito do ensino de conteúdos de história local; diagnóstico do ensino e/ou indicações de conteúdos de história local em currículos e/ou na prática de ensino de professores de História do município; levantamento de fontes a respeito da história de Crisópolis, produção de escrita de aspectos históricos desse município; elaboração de produto para abordagem da história local em escolas do Município de Crisópolis. A investigação levou em consideração a importância da abordagem de história local e do cotidiano para o processo de ensino-aprendizagem como dimensões importantes para a formação de identidades e pertencimento dos estudantes. A ideia é fomentar aos estudantes a oportunidade de perceberem sua relação com o processo histórico, estimulando-os a sentirem-se parte da história do lugar onde vivem, atuando como sujeitos históricos. Compreendemos que cada sujeito traz consigo uma gama de conhecimentos adquiridos ao longo de sua vida, desta forma partindo dos conhecimentos prévios do aluno, em especial do que ele sabe sobre o seu lugar, será possível compreender melhor a história regional, nacional e universal, favorecendo assim uma aprendizagem significativa, e contribuindo para a formação de cidadãos. A partir dos resultados diagnosticados no município de Crisópolis, foi realizada a produção de material didático voltado para história local, ou seja, um caderno de atividades com sequências didáticas em formato digital e impresso, para a utilização por professores e estudantes. Para a composição do produto, além do levantamento de referências bibliográficas, foram levantadas fontes orais (memórias de expressão oral), escritas e iconográficas. O material produzido oferece um suporte didático para o professor de História, informações e fontes para o ensino e aprendizagem de aspectos históricos do município de Crisópolis, destacando três eixos ou temas da história local: lugares de memórias; personagens da minha terra; acontecimentos e festividades.

O presente trabalho aborda as principais características da história local e as possibilidades de sua utilização em sala de aula. Para tanto foi desenvolvida uma pesquisa sobre a história do município de Capela, Sergipe, destacando temas como a cana-de-açúcar, a Festa do Mastro, a preservação ambiental no Refúgio da Vida Silvestre Mata do Junco, o assentamento Santa Clara, comunidades quilombolas, as passagens do bando de Lampião por Capela e a participação de uma enfermeira capelense na Segunda Guerra Mundial. Esses assuntos também aparecem na cartilha sobre aspectos da história de Capela, apresentada como produto decorrente desse trabalho. Para a discussão sobre o tema história local e sua relação com o ensino de história contamos com autores como Maria Auxiliadora Schmidt, Circe Bittencourt e Selva Guimarães. No que diz respeito à história de Capela nos baseamos, em Denilsa de Oliveira Santos, Jizélia Marques Santos e Orlando Vieira Dantas, entre outros. A ideia de realizar esse trabalho surgiu após a constatação de que a maioria dos alunos dos anos finais do Ensino Fundamental desconhecem aspectos importantes da história do lugar onde vivem.

As festas têm ocupado um lugar expressivo na cultura brasileira, através delas são(re)atualizadas, ritualizadas e celebradas as experiências sociais. O presente trabalho objetivaconfeccionar uma história em quadrinhos que possa auxiliar os alunos dos anos finais doensino fundamental a compreenderem a Festa do Mastro de Capela-SE como resultado deuma construção histórica, por meio de uma análise interdisciplinar. Para compreender adinâmica e a História da referida festa, procedemos a uma pesquisa de campo em 2019,dialogamos com algumas lideranças religiosas do município, realizamos um levantamento deregistros fotográficos entre antigos moradores e participantes da festa, atentamos para alegislação que envolve a Festa do Mastro de Capela-SE nas esferas municipal e estadual eanalisamos boletins de ocorrência registrados durante o período junino na Delegacia dePolícia de Capela-SE entre os anos de 2007 e 2017. Nossa proposta, após o levantamentoinicial das informações acerca dessa manifestação cultural, foi proceder à criação de umroteiro full script que culminou na produção de uma história em quadrinhos para ser usada emsala de aula. Sobre a História da Festa do Mastro e o papel das festividades, estamosteoricamente ancorados nas ponderações de Mary Del Priore (1994), Luiz da Câmara Cascudo(2001), Edelice Couto (2001), Jisélia Santos e Denilsa Santos (2014). No que diz respeito aoemprego da História Local em sala de aula, decidimos atentar para o que dizem ospesquisadores Marcos Martins (2010), Maria Auxiliadora Schimidt (2007) e Circe Bittencourt(2009). Apontamos que a articulação entre os objetos de conhecimento trazidos pela BNCC eaquilo que faz parte da vivência dos alunos, como a Festa do Mastro de Capela-SE, pode fazercom que eles compreendam conceitos, problematizem e entendam a sua realidade, trazendosentido à própria História e fazendo com que os alunos percebam que são sujeitos do seutempo.Palavras Chaves: Ensino de História – Festa do Mastro – História Local – História emQuadrinhos.

O presente trabalho apresenta os resultados de pesquisa que objetivou compreender o impacto que as ocupações estudantis ocorridas em 2016, nas escolas estaduais de Arapiraca-AL, exerceram na formação histórica, política e cidadã dos estudantes que protagonizaram as ocupações. A investigação realizada possibilitou a produção de um vídeo documentário que contempla as memórias, experiências e aprendizados de estudantes que protagonizaram as ocupações estudantis do ano de 2016 na cidade de Arapiraca-AL que encontra-se disponível em: https://youtu.be/5Gs_ns2JLts. O proposto implicou em registrar as memórias coletivas e individuais do movimento objetivando que o documentário possa ser utilizado como instrumento pedagógico e que possa, também, representar um contraponto as versões oficiais disseminadas pelas mídias locais, bem como relacionar o ensino de história com a formação cidadã dos alunos, ou seja, partimos da premissa de que o ensino de história possibilite a formação histórica dos estudantes, englobando a formação cidadã e explicite a intencionalidade com o compromisso social e mudanças nas macro e micro estruturas. Os resultados da investigação e da produção do vídeo documentário foram pensados como perspectiva de utilização pelos professores de história em suas aulas para subsidiar discussões que envolvam temáticas como participação política da juventude, atuação dos movimentos sociais que despertem no estudante o reconhecimento de sujeito partícipe da história e o entendimento de sua capacidade de intervenção social. Para tanto, realizamos discussões teóricas que fundamentam o pensar, o escrever e a produção do conhecimento histórico como possibilidade de transformação social e apontam a necessidade da instrumentalização do ensino de história para a formação cidadã dos alunos. Como metodologia de pesquisa utilizamos a História Oral através da realização de entrevistas gravadas em áudio e vídeo que nos permitiram coletar os dados para a análise e discussão teórica e para a composição da produção do vídeo documentário. A escolha por essa metodologia se deu pelas possibilidades dialógicas, dialéticas e dinâmicas que a História Oral nos permite na investigação do nosso objeto, concedendo um alcance mais profundo e ao mesmo tempo sensível sobre as ocupações estudantis. Dessa forma, a relação que realizamos entre ensino de história, produções audiovisuais e movimentos sociais caracterizam nosso trabalho em seus objetivos e inquietações e busca contribuir com a disponibilização de um recurso que venha a ser utilizado a partir das inquietações dos (as) professores (as) de história que preocupam-se com a concretização de um ensino que tenha sentido, significado e que seja ressignificado na vida prática dos alunos e contribua na transformação das pessoas e da sociedade.

Esta pesquisa objetivou analisar aspectos da trajetória do operariado feminino durante a primeira metade do século XX. Os resultados encontrados possibilitaram fazer conexões entre a História do Bairro Industrial, da cidade de Aracaju e do Estado de Sergipe, ensejando a inserção da História Local, nas aulas de História da Educação Básica, por meio de sequências didáticas. O percurso metodológico compreendeu a revisão bibliográfica, a análise da obra literária “Os Corumbas”, o resgate de matérias jornalísticas dos seguintes periódicos: Sergipe – Jornal, Gazeta Socialista e O Estado de Sergipe; visitas ao Bairro Industrial à Sede da Associação Desportiva Confiança, ao Arquivo Público do Estado de Sergipe e ao Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe. Os nossos referenciais teóricos foram, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB-9394/96), os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998) e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para a compreensão dos temas relativos à educação. Para a compreensão das questões relativas ao operariado feminino utilizamos os trabalhos de Matos; Borelli (2012), Rago (1987), Soihet (2012) e Perrot (2006) e para a História Local os nossos aportes teóricos foram as pesquisas de, Samuel (1990), Fonseca (2006) e Zarbato (2018). Através deste trabalho observamos que o ingresso do operariado feminino sergipano no mercado produtivo durante a primeira metade do século XX, trouxe avanços significativos para as mulheres da época, possibilitando-lhes novos campos de atuação. Porém, antigos problemas continuaram a existir como, por exemplo, o assédio sexual e moral, as disparidades salariais entre homens e mulheres e a dupla jornada de trabalho, dentro e fora do lar. Acreditamos que este trabalho poderá, através do resgate da trajetória do operariado feminino, possibilitar a aproximação da História Local dos professores e alunos, ampliando as noções de cidadania e de pertencimento, contribuindo para que estes se reconheçam enquanto sujeitos históricos.

Palavras-chave:

O presente estudo tem como objetivo instrumentalizar professores de História e de outras áreas a trabalhar em sala de aula com alfabetismo visual. Apresentando uma possibilidade de compreender as narrativas implícitas e explícitas nas pinturas históricas e em todas as formas de expressões visuais. Partindo da teoria da visibilidade e da análise da forma das imagens de Wolfflin (1996), busquei construir uma cartilha que pudesse auxiliar a atividade de sala dos educadores e, principalmente, pudesse fomentar questionamentos dos estudantes. A cartilha surge da necessidade de apresentar um produto no mestrado profissional e da impossibilidade de realizar oficinas com usos de imagens com os estudantes devido à suspensão das aulas presenciais, causada pela pandemia do Covid-19. Assim, mantive a essência da experiência da ideia inicial que é de contribuir para o fortalecimento do ensino-aprendizagem dos conhecimentos históricos dos estudantes por meio da leitura de narrativas existentes nas pinturas históricas. Para discussões teóricas que fundamentam o uso de imagens, utilizei Santaella (2012) e seu conceito para imagens simbólicas; Dondis (2015) e a sua compreensão de Alfabetização visual; as funções das imagens no ensino de Diéguez (1977), somando aos conceitos de narrativas históricas de Freitas (2014) e Rüsen (2001). Esses conceitos contribuíram para arquitetar uma proposta que possa ampliar os olhares sobre as ilustrações (obras de artes, charges, fotografias, reproduções de monumentos, etc.). Até o momento podemos indicar que as imagens são partes indissociáveis de qualquer livro didático. Desconheço livro didático de história da atualidade do ensino fundamental e médio que não utilize imagens. As imagens não apenas ilustram as páginas dos livros, mas também compõem parte importante do processo do ensino de história. Penso ser importante compreender que toda imagem tem uma narrativa, principalmente as imagens dispostas nos livros escolares, pois são o resultado de um processo de construção, pensado e elaborado para narrar. Acredito na possibilidade de novas narrativas como formas de compreensão dos conteúdos de história a partir das narrativas visuais, ficando assim disponível uma cartilha para uso irrestrito de professores com seus estudantes.

Este estudo objetiva discutir a importância de compreender, valorizar e envolver os discentes do Ensino Médio na construção/reconstrução da História Local de área sertaneja alagoana localizada no município de Pariconha/AL. Analisa a experiência centrada na sequência didática desenvolvida na Escola Estadual Indígena José Carapina, a partir do primeiro semestre de 2019 intitulada “Meu Povo Jiripancó”, cujo intuito é aproximar os discentes do processo histórico da formação econômica e social do município aos dias atuais, os situando como coautores da história da localidade em que vivem, trazendo à tona acontecimentos, hábitos, religiosidade, manifestações culturais, personagens e locais comuns aos munícipes, buscando possibilitar aos discentes compreenderem a relação entre presente e passado e a se reconhecerem também, como sujeitos históricos, buscando romper com a história objetiva e tradicional, em uma perspectiva de pertencimento a comunidade. Esta proposta, também tem como proposta promover uma interação significativa e atrativa dos discentes com a disciplina História. Para tal, torna-se necessária a discussão sobre os elementos constituintes da História Local como estratégia metodológica a partir de Bittencourt (2005) Schmidt (2010), Guimarães (2017) e dos Parâmetros Curriculares Nacionais (1998) e a BNCC (2018). Consubstanciados com referenciais teóricos da Educação Indígena através das análises de Bergamaschi (2012), Munduruku (2011) essa investigação tem como um dos recortes a realização de pesquisa de campo, cujo intuito será de distribuir discentes dessa escola em equipes, uma para cada localidade, aglomerando os que residem nos mesmos povoados. Cada equipe se encarregará de levantar dados históricos através de entrevistas, relatos ou depoimentos orais, referendados pela História Oral acerca dos aspectos históricos, sociais e culturais da sua localidade. As primeiras evidências sinalizam que o material coletado poderá ser problematizado e utilizado para construção/reconstrução da História Local, e assim oferecer novas alternativas de aproximação de reflexões acerca do cotidiano do discente, da localidade indígena, das funções da escola pública, relacionadas com o ensino de História em uma perspectiva crítica e cidadã.

A pesquisa intitulada Abordagem de Temáticas da Ditadura Civil- Militar por meio de Jornais Sergipanos (1964/1974) apresenta reflexões a respeito da utilização de jornais sergipanos como fonte para o ensino de história nos anos finais do ensino fundamental, valorizando-os como potencial didático para a aprendizagem histórica especialmente na abordagem de temáticas e/ou objetos do conhecimento (BNCC, 2019) relacionadas com o período da Ditadura Civil Militar no Brasil. O periódico escolhido foi a Gazeta de Sergipe, jornal que teve grande circulação na capital no período estudado, além de estar digitalizado e disponibilizado pelo Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal de Sergipe (SIBIUFS) acessível no seguinte endereço: jornaisdesergipe.ufs.br/. O objetivo final é a produção de um catálogo de fontes, com propostas de roteiros e atividades a serem exploradas e utilizadas pelos estudantes com a orientação do professor. A pesquisa dialoga com estudos no campo de educação histórica, em particular, aos estudos de (Rüsen, 2001, 2007), Peter Lee (2001,2006); Schmidt (2009) Isabel Barca (2001, 2009). Como proposta metodológica a pesquisa está dividida nas seguintes etapas: seleção do impresso; coleta de fontes nos jornais selecionados; análise do material coletado; produção escrita e elaboração do produto final. Dessa forma, o trabalho tem como motivação pensar em práticas para o ensino de história e produzir material didático, propondo o uso de novas abordagens e fontes para o ensino de história. O produto permitirá ao professor de história discutir de forma crítica com os estudantes representações a respeito da Ditadura Civil Militar no Brasil e suas relações com o presente, além que eles compreendam aspectos da produção do conhecimento historiográfico e observassem na prática a utilização do método histórico investigativo.

Esta pesquisa objetivou compreender as abordagens dos Pós-Abolição em três coleções didáticas destinadas ao Ensino Fundamental- Anos Finais aprovadas no PNLD/2017, para posterior produção de alternativas didáticas para o Ensino de História. As coletâneas selecionadas correspondem, aproximadamente, a 59% dos materiais distribuídos às escolas públicas que aderem ao Programa Nacional do Livro Didático. Para tanto, elencamos três objetivos específicos: identificar conteúdos sobre o Pós-Abolição, pautando em quais momentos e como aparecem; analisar as abordagens predominantes por meio de uma classificação na qual observaremos quais as perspectivas historiográficas e as ausências e construir um caderno didático, direcionado ao Ensino Fundamental, que leve três temas para a sala de aula. No caminho investigativo, procedemos pela pesquisa de tipo documental, numa abordagem qualitativa, todavia o aspecto quantificável não foi desprezado. Ademais, averiguamos documentos oficiais que incluem as normas orientadoras do ensino e os textos construídos no processo da chegada do material educativo à sala de aula. Para análise dos livros didáticos, utilizamos o método de análise de conteúdo, que consiste em tratar a informação a partir de um roteiro específico, iniciando com a pré-análise. Na sequência, partirmos para exploração do material e concluímos com o tratamento dos resultados e interpretações. No processo de análise destacamos dois conceitos para entendimento da problemática: livro didático e Pós-Abolição. A análise revelou a permanência de estereótipos sobre as abordagens do Pós-Abolição em temas como Imediato Pós-Abolição e Revolta da Chibata e a imersão de conteúdos situados nas ações de resistência é pautada pela negação da presença e restrição. Assim, propomos a construção do Caderno Pedagógico I: O Pós-Abolição no Ensino de História: temas abordagens e construções didáticas como forma de intervenção.

Este estudo objetiva discutir a importância de compreender, valorizar e envolver os discentes do ensino fundamental na construção/reconstrução da História da cidade de São Cristóvão/SE através da praça São Francisco. Para tal feito iremos produzir sequências didáticas que trabalhem Educação Patrimonial através daquele espaço de memória, os situando como coautores da história da localidade em que vivem, trazendo à tona acontecimentos, hábitos, religiosidade, manifestações culturais, personagens comum a este espaço, possibilitando aos discentes compreenderem mais facilmente a relação entre presente e passado e a se reconhecerem também, como sujeitos históricos, rompendo assim, com a história objetiva e tradicional. Essa proposta também promove uma interação significativa e atrativa dos discentes com a disciplina História. Para tal, torna-se necessária a discussão sobre os elementos constituintes do Ensino de História como estratégia metodológica a partir de Bittencourt (2002) Schmidt (2010), Guimarães (2017) e dos Parâmetros Curriculares Nacionais (1998). Consubstanciados com o referencial teórico esse trabalho tem como objetivo promover a valorização da cultura local e espaços de memória através da construção da identidade e mobilização do sentimento de pertencimento dos alunos a sua comunidade. Assim o educador através das sequências didáticas poderá problematizar o espaço da praça para a construção/reconstrução da História Local, e assim oferecer novas alternativas de aproximação do cotidiano do discente, e seus espaços de memória , com o ensino de História em uma perspectiva crítica.

As moedas estão presentes na vida do homem desde os tempos mais remotos da civilização e são testemunhos coevos de diferentes épocas históricas. A unidade monetária brasileira sofreu alterações sucessivas durante a sua história. Como resultado desse fenômeno, um rico e diversificado legado iconográfico reside na coleção numária brasileira. Uma profusão de legendas, símbolos, brasões e efigies de personalidades históricas, são sinais que testemunham os valores institucionais da época em que circularam. O trabalho utilizará como referencial teórico a noção de Educação Histórica, formulada por Jorn Rüsen, cuja linha de pesquisa busca esclarecer o processo de formação da consciência histórica em estudantes no contexto de escolarização. Utilizaremos, ainda, o conceito de interpretação numismática, pois, a compreensão e análise da iconografia das moedas aplicadas ao processo de ressignificação do Ensino de História auxiliarão, para nós, no desenvolvimento de uma educação histórica significativa. A pesquisa estará dividida em duas partes distintas. A primeira parte do trabalho terá como objetivo fundamentar o uso de moedas como meio para o ensino de história, demonstrando seu papel privilegiado no desenvolvimento das competências e habilidades de representação e comunicação que emergem no ato de criticar, analisar e interpretar fontes documentais da disciplina história no espaço escolar. A segunda parte do trabalho consistirá em desenvolver um instrumento que norteará o trabalho dos professores em sala de aula, um roteiro para análise das moedas dos diversos períodos históricos nacionais: Colônia, Reino Unido, Império e República. Acreditamos que o uso dessa ferramenta didática, permitirá ao professor, caracterizar, analisar e interpretar as múltiplas potencialidades disponíveis nessas fontes, suas motivações temáticas e contextualização histórica. Possibilitando, o desenvolvimento, nos alunos, das competências e habilidades de identificação, comparação, contextualização, interpretação e análise dessa fonte material, estimulando o incremento da criticidade e autonomia de pensamento.

Esta investigação apresenta as reflexões e resultados extraídos na pesquisa desenvolvida no intuito de identificar e analisar as potencialidades do Fanzine como dispositivo auxiliar na investigação da Aprendizagem histórica no método de Aulas Oficinas (BARCA, 2004). O conceito de aprendizagem aqui em referência tem como substrato teórico e metodológico uma aprendizagem relacionada à formação das ideias históricas dos alunos tendo como base a perspectiva da Educação Histórica, em especial, da experiência concreta da cognição histórica situada (BARCA, 2007; SCHMIDT, 2009). Campo de estudo que numa compreensão do processo de construção do conhecimento divide os conceitos fundamentais em história em duas tipologias: Conceitos substantivos e conceitos de segunda ordem. Investigar de que forma estes conceitos estão sendo aprendidos na sala de aula pode contribuir para uma melhoria na progressão da aprendizagem histórica. Metodologicamente, em caráter qualitativo, confecciona-se e aplica um Roteiro de Aulas Oficinas que visem a produção de narrativas históricas em formato de Fanzines para responder à questão central: as aulas com fanzines possibilitaram aos sujeitos da pesquisa a uma maior capacidade de compreender e manejar conceitos na construção do conhecimento histórico? Os sujeitos da investigação são jovens estudantes pertencentes a uma turma de transição entre o 1° para o 2° ano do Ensino Médio em Tempo Integral. Para a análise teórica, utiliza-se as contribuições de autores que tomam como referência o próprio conhecimento histórico (ASHBY, LEE e SHEMILT, 2005; LEE, 2001, 2004, 2006; BARCA, 2001, 2004, 2005; COOPER; SCHMIDT e GAGO, 2005; CAINELLI e SCHIMIDT, 2011). Na categorização das ideias prévias utiliza-se as formulações de Lilian Castex (2008) e as contribuições de Gevaerd (2009) na análise das narrativas buscando identificar, após as oficinas, a ocorrência da progressão nas ideias dos alunos, na constituição de uma Literacia histórica.

O produto/processo em desenvolvimento trata-se de um jogo de tabuleiro com interface digital interativa (QR Codes) cujo objeto de pesquisa é o Largo da Gente Sergipana, em Aracaju/SE, e seus sujeitos de pesquisa a estatuária representativa das manifestações culturais imateriais sergipanas, além da relação desse espaço patrimonializado com o rio Sergipe e a proposta de um Ensino de História focado na Educação Patrimonial e Ambiental. Como objetivo geral, busca-se promover um Ensino da História local capaz de fomentar a compreensão da diversidade identitária dos monumentos culturais sergipanos através de um jogo pedagógico. Os objetivos específicos compreendem: 1. Contribuir para o Ensino de História de forma lúdica, possibilitando o acesso dos professores a um material de leve aplicação e com fundamentação teórica e metodológica; 2. Inspirar formas de ensino e aprendizagem por meio de monumentos urbanos e do uso dos elementos culturais associadas à inovação; 3. Sensibilizar professores e alunos para a diversidade cultural na História de Sergipe, assim como para suas ressignificações, problematizações e pensamento crítico por meio de um jogo. São indagações que norteiam esse trabalho: Como elaborar de forma lúdica e significativa “os ponteiros da memória: educação patrimonial no ensino de história em Sergipe”? Como abordar a Educação Patrimonial na esfera do patrimônio cultural material, imaterial e ambiental? Como tratar as nove representações culturais e uma ambiental em um jogo educativo? Como trazer a discussão para o âmbito do ensino fundamental maior? Como inserir o debate da sergipanidade nos conteúdos de História? Como articular pedagogicamente esse jogo no fluxo de vida, memória, cultura e história? Como desenvolver a pesquisa de modo a alimentar o jogo? A pesquisa, no que diz respeito ao processo de coleta de informações para construção e validação do jogo, utiliza o método qualitativo de pesquisa a partir da seleção de referências bibliográficas, jornais, artigos, dissertações e teses sobre a multiplicidade de olhares que o tema envolve. Os procedimentos de elaboração do jogo envolvem uma busca de anterioridade em bases de registro de patente e marca, elaboração do design de peças e tutorial, uso de materiais recicláveis, bem como aplicação teste com professores e alunos, ensejando também uma metodologia experimental de onde se poderá aferir a viabilidade do jogo e sua eficácia na construção do conhecimento histórico coletivo, permitindo os ajustes necessários. Autores como Sandra Pelegrini, Durval Muniz Albuquerque Jr., Moacir Gadotti, Jörn Rusen, Pierre Nora, Marcia D’Alessio, dentre outros, compõem o campo teórico. O jogo foi testado em vários espaços com professores e alunos angariando sugestões para seu aperfeiçoamento e replicabilidade. O impacto social e ambiental se manifesta no processo de Educação Patrimonial e Ambiental, formando consciências cidadãs e cuidadosa com seres humanos e natureza. Integra-se plenamente em sua concepção e execução na linha de pesquisa Saberes históricos em diferentes espaços de memória.

Este texto foi desenvolvido no âmbito do mestrado profissional em ensino de história (Profhistória) no biênio 2018/2020 da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Busco trazer ao professor de história da educação básica algumas propostas de trabalho que visem a inserção da história local no ensino de história, tornando esta disciplina escolar mais próxima e palpável para os alunos, além de propor aulas que incentivem os alunos a serem mais ativos no processo de ensino aprendizagem. Essa asserção visa a promoção de uma reflexão acerca da aprendizagem significativa em David Ausubel (1968) a partir da história local. Partindo das discussões propostas, apresento como produto ao docente, um manual de formação continuada com sequencias didáticas que demonstram de forma prática como trabalhar a história local nas aulas de história, a fim de formar alunos conscientes da sua condição de sujeitos históricos e, por consequência, de cidadão críticos e ativos.

Esta pesquisa surgiu de questionamentos a respeito da prática docente do professor de História na Educação de Jovens e Adultos (EJA): O que ensinar aos alunos da EJA? Que metodologias utilizar nesse ensino? Quais os significados para os alunos de conteúdos ensinados? Assim, o objetivo desse trabalho é problematizar e desenvolver um projeto pedagógico para o ensino de História na Educação de Jovens e Adultos, baseado na coleta de histórias de vidas dos alunos, tratadas à luz da metodologia da história oral, para utilização como material didático nas aulas de História. A ideia norteadora é a de tentar aproximar o conhecimento histórico da realidade dos alunos e fazê-los se reconhecerem como sujeitos da História. Esta pesquisa ampara-se nas concepções historiográficas do ensino de História, da história oral e da memória coletiva. O trabalho do professor de História com os alunos da EJA é utilizar a vida presente do aluno para construir uma narrativa histórica que faça sentido para eles. As memórias dos sujeitos comuns que estão nas salas de aula da EJA devem ser usadas para a formação de uma noção de pertencimento, importante estratégia para o enfrentamento de problemas que fazem parte da vida desses alunos, como exclusão social, preconceitos étnicos e religiosos, diversidade cultural, autoestima baixa.

Nesta pesquisa propomos analisar a aplicação da Lei 10.639/2003 (que trata da obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileira e africana nas redes públicas e particulares da educação no Brasil) e suas contribuições para a formação da identidade e cultura de alunos da Escola Estadual do Caboclo em São José da Tapera – AL. A presente investigação contempla a prática em sala de aula e a formação da identidade que é produzida e sistematizada na escola de uma comunidade de remanescentes de quilombos, situada no sertão alagoano. Este estudo privilegia a ótica da pesquisa educacional qualitativa e quantitativa. A metodologia se destaca pela capacidade de recorrer as mais variadas técnicas de abordagem. A pesquisa contempla concepções dos docentes de Arte, Língua Portuguesa, Geografia e Educação Física e de 53 (cinqüenta e três) discentes matriculados no segundo ano do Ensino Médio, considerando que o currículo do ano em curso estabelece conteúdos específicos voltados às questões afrodescendentes. Para os docentes, a entrevista semi-estruturada é tomada como principal instrumento de informações para o entendimento das relações desenvolvidas no ambiente escolar relativos ao tema. Questionário com questões abertas e de múltiplas escolhas foram aplicados para a coleta de informações dos discentes. Os instrumentos de investigação foram pautados nos pressupostos de que a legislação brasileira propõe práticas transversais que contemplem temas relacionados à consciência histórica. Entender as implicações práticas e teóricas na vida da comunidade escolar é perceber os recortes de realidade, objetivando a transformá-los em instrumentos eficazes para interferência sobre essa mesma realidade. Apontamos dificuldades apresentadas pelos docentes na aplicabilidade dos indicativos da Lei, problemas na formação inicial e continuada, como também nas ações cotidianas na sala de aula onde se demonstram práticas preconceituosas envolvendo a religiosidade das matrizes afro-brasileiras e o desinteresse pela temática. Assim como as compreensões dos alunos sobre a temática racial e a construção de sua identidade.

A proposta desse trabalho é analisar como os filmes Filhas do Vento (Joelzito Araújo, 2004) e Quanto vale ou é por quilo (Sérgio Bianchi, 2005), revelam aspectos da história da população negra, a partir da problematização das interações raciais na sociedade brasileira, nos fazendo refletir sobre o modo de representação do negro nas produções fílmicas em estudo. As reflexões sobre filmes como produtores e difusores de conhecimento histórico estão baseadas em Marc Ferro e Robert Rosenstone, que também ajudaram a pensar sobre o uso do cinema no ensino de história. A análise dos filmes foi ancorada no conceito de representação social do pesquisador Roger Chartier, que traz uma nova maneira da História Cultural ler o sistema social, a partir das representações produzidas pelos grupos sociais como forma de manutenção de poder. Atendendo às especificidades do mestrado profissional que tem como uma de suas finalidades, contribuir para a melhoria do ensino de história na educação básica, por meio da construção de instrumentos de intervenção no processo de ensino e aprendizagem, foram elaboradas sugestões de atividades pedagógicas para a utilização dos filmes mencionados.

O principal objetivo deste estudo consiste em apresentar uma proposta de metodologia para o ensino da História da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Trata-se de explorar a ideia de Sala de Aula Invertida, inclusa no Ensino Híbrido. Neste sentido, o pesquisador desenvolveu atividades em uma turma do 9º ano do Ensino Fundamental de uma escola da cidade de Aracaju, que faz parte da Rede Pública de Educação do Estado de Sergipe. Tal metodologia é favorecida pela disponibilidade de recursos das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação. Portanto, fez-se necessário a elaboração de um material didático, uma aula digital, contendo propostas de atividades que auxiliam a efetivação dos processos de ensino e aprendizagem sobre a Segunda Guerra

O processo de construção da HQ – Caminhos e Descaminhos de Uma Escrava: da África a Sergipe – parte de uma metodologia de ensino de História direcionada aos jovens do Ensino Fundamental e Médio para que estes se apropriem do conhecimento e sejam estimulados a desenvolver sua criticidade sobre a escravidão nos estados da Bahia e Sergipe. O lúdico e o imagético atuam no desenvolvimento de ideias criativas favorecendo as trocas culturais, o reconhecimento das múltiplas identidades negras e a compreensão dos saberes históricos em distintos espaços de memória. Promove-se uma História que não recusa tradições, mas sim as incorpora na imaginação narrativa fomentada por obras acadêmicas que se tornam inteligíveis entre retângulos e balões. Mesmo produzida como uma obra ficcional, não significa que as situações elencadas na HQ não foram vivenciadas pelos sujeitos representados, mas sim que as lacunas documentais agregaram outras histórias, fazendo uma bricolagem de situações e escopos de pesquisas, presentes no percurso de uma coletividade concebida na personagem principal. Apresentamos uma roupagem mais integrada ao universo dos estudantes, pois as histórias em quadrinhos encantam e conquistam, podendo transformar temas complexos em conversas do cotidiano. Muitos estudos ainda precisam aprofundar os saberes sobre a africanidade e as contribuições dos afrodescendentes de modo a serem reconhecidos e valorizados na sociedade brasileira. É a escola o lócus privilegiado para que as novas gerações possam se tornar mais conscientes da sua importância e da validade da sua participação junto à pluralidade e o respeito às etnias. É nela que a mágica do conhecimento forma cidadãos.

Esta pesquisa versa sobre a importância de Ensinar História com vista para o desenvolvimento do pensamento histórico e da formação da consciência histórica nos alunos em contexto de escolarização. Dessa forma, este estudo intenta propor uma metodologia de Ensino de História, embasada na Educação Histórica, com sugestões de Aulas–Oficinas, para inspirar professores de História que estejam interessados em trabalhar com novas estratégias didáticas com seus alunos, de forma mais dinâmica e participativa. Este modelo de ensino é um contraponto ao formato de aula onde o professor é o centro do processo, pautado em métodos mnemônicos de uma história factual, linear e positiva, que foi hegemônica no século XIX e ainda hoje exerce influência nas práticas docentes desenvolvidas em grande parte das escolas deste País. A abordagem escolhida para essa investigação, apropria-se dos pressupostos metodológicos da Aula Oficina desenvolvida pela professora portuguesa Isabel Barca, que sugere os seguintes passos para sua aplicação: Primeiro o levantamento das ideias prévias dos alunos, em seguida esses dados devem ser categorizados e analisados pelo professor. O terceiro passo é a problematização dos conteúdos junto aos alunos, e na sequência ocorre a intervenção pedagógica do professor, onde devem ser utilizadas fontes históricas, com o objetivo de alterar as ideias prévias dos alunos. Em seguida, os discentes devem produzir uma narrativa sobre o conhecimento construído nesse processo que será usada como instrumento de metacoginição, com o objetivo de observar se houve ou não progressão das ideias históricas dos alunos. Ao desenvolver essa metodologia, procuramos refletir sobre a relação entre a aplicação dessas Aulas Oficinas com a utilização de imagens como fontes históricas e o desenvolvimento da consciência histórica nos alunos do 1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio, onde constatamos um excelente resultado final com relação a progressão das ideias históricas dos estudantes pesquisados.