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ANNE CAROLINE SANTOS RAMOS
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Imunoglobulina-A (IgA) na proteção contra helmintos intestinais - uma revisão sistemática
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Orientador : SILVIO SANTANA DOLABELLA
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Data: 27/08/2020
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Dissertação
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As helmintíases intestinais são um problema mundial que afeta tanto a saúde veterinária quanto a financeira dos criadores de animais. Os patógenos frequentemente associados a perdas econômicas são: Cooperia sp., Trichostrongylus sp., Ostertagia sp., Heamonchus sp. e Fasciola sp., sendo veiculados via fecal-oral ou por penetração de mucosa. A entrada do parasito no organismo do hospedeiro desencadeia uma série de reações imunológicas constituída pela imunidade inata e adaptativa. Dentre os produtos da reação inflamatória mediada pela presença dos helmintos, a imunoglobulina-A, imunoglobulina mais abundante no soro e mucosa de diversos animais, tem sido amplamente estudada. A IgA produzida pela resposta do tipo mista participa da reação imunológica que culmina na resistência à infecção por diminuição dos parâmetros parasitológicos em conjunto com os eosinófilos e células caliciformes, apesar de ainda não haver um consenso sobre sua verdadeira efetividade nas parasitoses intestinais. Nessa revisão sistemática, foi avaliado o papel da IgA frente a infecções helmínticas intestinais. Para isso, foram avaliados 1546 artigos, sendo selecionados 25 para análise de dados. Os resultados obtidos corroboram para a participação da IgA na resistência às helmintíases intestinais em murinos e ruminantes, com proteção não esterilizante, mas sim por diminuição de carga parasitária, fecundidade e tamanho de vermes, com ação sinérgica aos eosinófilos e células caliciformes. Também foi observado que existem linhagens e espécies de animais naturalmente resistentes à infecção por maior produção de IgA de mucosa e que a utilização de protocolos vacinais induziu a proteção pelo aumento de IgA de mucosa, com consequente diminuição dos parâmetros parasitológicos. Com base nesses dados pode-se afirmar que a IgA tem papel essencial na contenção da helmintíase intestinal e que seu uso como marcador de infecção ou imunidade e forma de seleção de linhagens resistentes podem auxiliar na melhor obtenção de produtos de origem animal com menores custos para os produtores.
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EFREM JOSÉ MENESES RIBEIRO
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Modelos de predição da distribuição de vetores e risco da febre amarela no Nordeste Brasileiro
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Orientador : ROSELI LA CORTE DOS SANTOS
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Data: 18/08/2020
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Dissertação
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O vírus da febre amarela tem avançado em áreas não endêmicas na região Nordeste do Brasil, onde estudos de ecologia dos vetores primários são raros. Modelamos a distribuição atual e futura das principais espécies vetoras da febre amarela, detectando as áreas de risco e promovendo estratégias para o sistema de vigilância epidemiológica. O software MaxEnt foi utilizado na modelagem da potencial distribuição dos vetores, primatas não humanos (PNH) e epizootias sob as condições climáticas atuais e em dois cenários futuros (2050). Os vetores silvestres e urbanos apresentaram alta sensibilidade às mudanças climáticas. O clima futuro contribui para a expansão dos vetores primários na região semiárida, induzindo alta compatibilidade de nichos com os PNH, mantendo o ciclo silvestre e o risco de ressurgimento da transmissão urbana por Callithrix spp. Aedes aegypti nas condições climáticas atuais pode ocasionar o ressurgimento da febre amarela urbana tendo Callithrix spp. como hospedeiro, mas não no futuro, exceto para Aedes albopictus como vetor que pode estabelecer um elo entre o ciclo silvestre e urbano. Com as mudanças climáticas futuras pode-se esperar uma expansão das epizootias em áreas anteriormente não endêmicas e sem recomendação de vacina.
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ALEXRANGEL HENRIQUE CRUZ SANTOS
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Positividade da Esquistossomose mansoni e das Enteroparasitoses em Área Endêmica, Sergipe, Brasil
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Orientador : KARINA CONCEICAO GOMES MACHADO DE ARAUJO
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Data: 29/07/2020
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Dissertação
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A esquistossomose mansoni e as enteroparasitoses são doenças parasitárias negligenciadas e responsáveis por causar danos físicos, cognitivos e socioeconômicos em comunidades que apresentam precárias condições de higiene e saneamento básico. São parasitos capazes causar um grande impacto no perfil da morbidade e mortalidade, ambas são consideradas um grave problema de saúde pública. O município de Maruim-Se participa da campanha contra geohelmintos e Schistosoma mansoni desde 2015 com o objetivo de eliminar a esquistossomose e reduzir a carga parasitária dos geohelmintos. O presente estudo teve como objetivo analisar a positividade da esquistossomose mansoni e das enteroparasitoses em área endêmica do estado de Sergipe, Brasil. Trata-se de um estudo epidemiológico, analítico transversal aninhado a caso controle, a partir de inquéritos coproscópicos. A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética e pesquisa em seres humanos da Universidade Federal de Sergipe, sob protocolo nº. 3.214.538. O estudo foi realizado em residentes do povoado Siebra localizado na zona rural do município de Maruim/SE. A obtenção das amostras ocorreu no período de setembro de 2018. Foram identificadas as positividades dos moradores com S. mansoni e/ou enteroparasitos através do método Kato-Katz e através do método de Ritchie e correlacionados com as condições socioambientais da região. Os dados descritivos foram analisados utilizando os programas Microsoft Excel 2007 e BioEstat (versão 5.0). A análise estatística foi realizada através das frequências absolutas e relativas, do Teste Qui-Quadrado e da razão de prevalência. Das 160 amostras coletadas e analisadas pela técnica de Kato-Katz, em relação a infecção para esquistossomose, a positividade foi de 49,4% no povoado estudado; em relação ao sexo dos moradores a infecção prevaleceu no sexo masculino 52,7%; em relação a faixa etária os idosos (>60 anos) foram os maiores acometidos 77,7%. Em relação às condições socioambientais o sexo masculino e em idade (até 9 a >40 anos), que residem em área rural, recebem ajuda governamental, que tem constante contato com águas naturais, que recebem informações sobre as parasitoses possuem maiores riscos de se infectar com o Schistosoma mansoni. Quanto às amostras analisadas para as enteroparasitoses, os protozoários Endolimax nana e Giardia lamblia (97,5 e 78,7%) foram os mais prevalentes no povoado; quanto à faixa etária, o Endolimax nana esteve mais prevalente em todas as faixas; em relação ao sexo dos moradores a infecção prevaleceu no sexo feminino (42,52% para T. trichiura, 9, 19% para E. vermiculares, 67,81% para Entamoeba histolytica, 85,05% para Giardia lamblia, 88,50% para E. coli e 86,20% para Blastocytis hominis). O presente estudo revelou que Maruim é um município endêmico para a esquistossomose e para as enteroparasitoses e que as condições socioambientais e sanitárias contribuem, significativamente, com as altas positividades dessas parasitoses, os resultados encontrados mostram a necessidade da criação de programas de saúde, campanhas de conscientização, monitoramento, controle e planejamento das práticas de saúde, com o objetivo de reter a disseminação e reduzir a transmissão da esquistossomose e das enteroparasitoses no município.
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MARIA WILIANE DO NASCIMENTO CUNHA
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ANÁLISE DOS PERFIS SÉRICOS DE CITOCINAS E FORMAÇÃO DE CLUSTERS ASSOCIADOS COM AS FORMAS E COMPLICAÇÕES CLÍNICAS DA HANSENÍASE
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Orientador : MÁRCIO BEZERRA SANTOS
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Data: 01/07/2020
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Dissertação
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A hanseníase é uma doença infecciosa crônica e de evolução clínica lenta, causada pelo bacilo intracelular Mycobacterium leprae. Essa doença pode ser classificada de acordo com suas formas operacionais em paucibacilar e multibacilar, ou segundo critérios histopatológicos nas formas clínicas: indeterminada, tuberculóide, dimorfa e virchowiana. Na evolução clínica da doença os pacientes podem apresentar complicações como as reações hansênicas e ocorrência de incapacidade física. As manifestações clínicas e complicações da hanseníase estão relacionadas a diversos fatores como o background genético e aspectos imunológicos inerentes ao hospedeiro. Contudo, ainda não está esclarecido o papel exato das citocinas nas características da hanseníase. Diante disso, o objetivo dessa pesquisa foi investigar o papel das citocinas nas complicações e formas clínicas da hanseníase. Participaram da pesquisa 104 pacientes diagnosticados com hanseníase e seus controles contactantes (n = 70). Os pacientes foram classificados quanto à forma clínica e operacional da doença, bem como à ocorrência de reação hansênica e incapacidade física. Após coleta de sangue e separação do soro, foram dosadas citocinas dos perfis Th1, Th2, Treg, Th17, Th9 e Th22 através da técnica de Luminex. As análises estatísticas foram realizadas no software Graphpad Prisma e a formação de cluster foi realizada no programa R (3.6.0). Foi observado que citocinas do perfil inflamatório IL-12p70, IFN-y, TNF-α e IL-18, apesar de pertencer ao perfil Th1, foram associados com a forma virchowiana e com a ocorrência de reação hansênica e incapacidade física. Já as citocinas IL-17 e IL-22, também do perfil inflamatório, foram associadas às formas indeterminada e tuberculóide. Quanto à análise de cluster, foi observado um cluster formado pelas citocinas IFN-γ, TNF-α, IL-9, IL-5, IL-10 e IL-18 que estão envolvidos com as principais complicações da hanseníase. Por outro lado, houve formação do cluster composto pelas citocinas IL-12p70, IL-1β, IL-23, IL-5, IL-2 e IL-17A em CC, este cluster pode estar relacionado a uma resposta imune eficaz contra M. leprae. Os resultados desse estudo demonstram que citocinas do perfil Th1 (IFN-y, TNF-α e IL-18) estão envolvidas com as complicações da hanseníase. Ademais, identificamos citocinas (TNF-α, IL-18, IL-4, IL-6, IL-10 e IL-27) envolvidas na ocorrência de complicações da hanseníase, as quais podem funcionar como biomarcadores para o monitoramento da evolução clínica da doença.
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AMANDA FRANCIELLE SANTOS
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Práticas Integrativas e Complementares para o Alívio da Dor Oriunda da Hanseníase.
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Orientador : VERA LUCIA CORREIA FEITOSA
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Data: 30/06/2020
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Dissertação
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A hanseníase é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium leprae, um parasito intracelular com tropismo por macrófagos cutâneos e células de Schwann do sistema nervoso periférico. É uma doença altamente infecciosa com baixa patogenicidade. Sua principal rota de transmissão é via aérea; para o contágio é necessário contato com pacientes infectados que não estejam em tratamento. A presença de dor relacionada à hanseníase é frequente e apesar de práticas integrativas e complementares mostrarem-se úteis para o alívio de dor, são escassas as pesquisas acerca do tema. O estudo teve como objetivo avaliar a utilização de práticas integrativas e complementares por indivíduos com dor oriunda da hanseníase. Estudo descritivo transversal com abordagem quantitativa, realizada no Setor de Hanseníase do Hospital Universitário de Sergipe e no Centro de Especialidades Médicas de Aracaju, de fevereiro a junho de 2019. A amostra foi constituída por 170 indivíduos com dor devido à hanseníase. Os participantes foram abordados na sala de espera e entrevistados sobre aspectos sociodemográficos, recursos utilizados para o alívio da dor, além dos fatores que dificultam a adesão às práticas. Para a avaliação da intensidade de dor, foi utilizada a escala de descritores verbais de dor e, para dor neuropática, o questionário Douler Neuropathique en 4 questions. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva e através dos testes Qui-Quadrado ou Exato de Fischer. A amostra foi composta por (95; 55,9%) indivíduos do sexo masculino; a maioria era parda (91; 53,5%) e com ensino fundamental (85; 50,0%). A dor neuropática (119; 70,0%) foi a mais frequente; dor intensa (85; 50,0%) ou moderada (62; 36,5%). (86; 50,6%) afirmaram serem adeptos a práticas integrativas e complementares. As principais foram: dieta restrita (50; 29,4%), exercício físico (32; 18,8%), massagem (31; 18,2%), compressa fria (18; 10,6%) e compressa quente (6; 3,5%). De forma abrangente, os fatores que interferiram na adesão às práticas foram: carência de informação (65; 38,2%), motivos financeiros (36; 21,2%), aspectos subjetivos (34; 20,0%), problema de infraestrutura do serviço (29; 17,1%) e disposição física/saúde (16; 9,4%). Mulheres (45; 60,0%; p<0,0427), mostraram maior adesão às práticas complementares, assim como pacientes com a forma clínica do tipo dimorfa (23; 74,2%; p<0,0014). Os que alegavam sentir queimação na pele (70; 55,5%; p<0,0437) e os que tinham acompanhamento com fisioterapeuta (11; 84,6%) p<0,0178). Diversas e distintas práticas integrativas e complementares estão sendo utilizadas por indivíduos com dor oriunda da hanseníase, porém fatores sociodemográficos, clínicos e assistências podem influenciar na adesão.
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REBECA PINTO FIGUEIRÊDO
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Diversidade genética de Papilomavírus bovino no Estado de Sergipe
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Orientador : MARCUS VINICIUS DE ARAGAO BATISTA
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Data: 30/06/2020
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Dissertação
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Papilomavírus bovino (BPV) pertence à família Papillomaviridae, pode causar lesões no tecido epitelial e possui 27 tipos conhecidos. Nem todos os tipos de BPV estão associados ao desenvolvimento de câncer em bovinos. Além disto, estudos têm mostrado que variantes de tipos de papilomavírus humano podem apresentar diferentes perfis patogênicos. Entretanto, apesar da similaridade, ainda não se sabe se variantes de tipos de BPV também possam apresentar variados graus de patogenicidade. Desta forma, o objetivo deste estudo foi avaliar a variabilidade genética de tipos e variantes de BPV isoladas no Nordeste do Brasil. As amostras foram obtidas a partir de animais com lesões papilomatosas. O DNA de BPV foi detectado por amplificação do gene L1 e a genotipagem realizada por sequenciamento. Baseado nas sequências, as mutações foram analisadas em um contexto filogenético, estrutural e funcional. Foram obtidas 52 amostras, sendo identificados 11 tipos diferentes de BPV nas amostras. Também foram identificados alguns prováveis novos tipos de BPV, além de mutações não-sinônimas que foram preditas alterar a estabilidade da proteína. O estudo demonstrou uma alta diversidade genética de BPV na região, com um grande número de mutações identificadas, servindo de base para que medidas de controle mais eficientes possam ser adotadas para a papilomatose bovina.
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MIKAEL FERREIRA COSTA
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Utilização do POC-CCA como diagnóstico e controle de cura na infecção por Schistosoma mansoni em escolares em área de moderada endemicidade no Brasil
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Data: 27/05/2020
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Dissertação
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O Schistosoma mansoni é o parasito causador da esquistossomose, doença tropical negligenciada com grande impacto sobre morbidade e mortalidade em países subdesenvolvidos. O método de diagnóstico Kato-Katz é considerado padrão ouro, entretanto possui baixa sensibilidade. Dessa forma, com o intuito de melhorar o diagnóstico da doença, o teste rápido Point-of-care (POC) que identifica antígenos catódicos circulantes (CCA) tem sido utilizado como uma nova forma de identificar a doença. Objetivo: Avaliar a prevalência da esquistossomose em escolares tendo o POC-CCA como método de diagnóstico e de rastreio no controle de cura em escolares submetidos ao tratamento antiparasitário. Metodologia: Estudo epidemiológico longitudinal, realizado com indivíduos em idade escolar (6-22 anos), no município de Malhador/Sergipe em 5 comunidades endêmicas para esquistossomose. Os escolares foram diagnosticados utilizando o teste de urina POC-CCA, e após a identificação dos positivos foi realizado o tratamento com 60mg/Kg de Praziquantel. Após 30 dias do tratamento foi realizada a coleta das amostras de urina dos indivíduos tratados para a avaliação de cura. Resultados: Foram coletadas amostras de 555 escolares sendo 52% do sexo masculino e 48% do sexo feminino. Considerando o traço como resultado negativo, 112 (20,2%) indivíduos tiveram diagnóstico positivo. Entretanto, se considerado o traço como positivo, o número de infectados aumenta para 186 (33,5%) casos positivos. Todos os indivíduos (186) com banda positiva no diagnóstico foram tratados e 30 dias após o tratamento, apenas, 33 (20,4%) indivíduos continuaram positivos no exame pelo teste rápido. Um ano após o primeiro tratamento foram rastreados 129 escolares, dentre os quais 43 (33,3%) estavam negativos. CONCLUSÃO: O teste POC-CCA demonstrou alta sensibilidade para o diagnóstico de infecção por S. mansoni, e mostra ser um bom método para o controle de cura dos casos positivos para a doença.
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ANA CAROLINA AMADO GOMES
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Avaliação do antígeno rKDDR-Plus para o diagnóstico da Leishmaniose Visceral Canina em abrigos de animais de Aracaju/SE
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Data: 26/05/2020
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Dissertação
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A Leishmaniose Visceral (LV) é uma doença tropical negligenciada que pode levar a morte caso não seja diagnosticada e tratada corretamente. O cão doméstico é considerado o reservatório mais importante devido a sua proximidade com o homem. O diagnóstico correto do reservatório canino é de suma importância para controlar a transmissão da doença. Os métodos de diagnóstico atualmente empregados para triagem apresentam boa sensibilidade e especificidade, mas também podem resultar em falsos negativos e reações cruzadas com infecções parasitárias relacionadas. Evidenciando a necessidade de novos métodos diagnósticos mais eficazes para LV. A fim de aprimorar o diagnóstico da LV canina, foi desenvolvido um antígeno recombinante constituído por 15,3 motivos repetitivos e 39 aminoácidos da kinesina denominado rKDDR-Plus. O objetivo deste estudo foi avaliar o antígeno rKDDR-Plus para o diagnóstico da Leishmaniose Visceral Canina em cães mantidos em abrigos de Aracaju/SE. Foi utilizada como padrão ouro, a PCR para Leishmania sp. O teste imunocromatográfico de rKDDR-Plus mostrou maior sensibilidade (57%); com p = 0.01 quando comparado ao DPP Bio-Manguinhos® (45%); com p = 0.20. Ambos os testes obtiveram a mesma especificidade (69%). A ELISA rKDDR apresentou maior sensibilidade, 49% com IC de 95%: 40.71-57.78; já a ELISA rKDDR-Plus apresentou maior especificidade, 81% com IC de 95%: 62.12-91.49. Quando comparada com os outros dois testes, a rKDDR-Plus apresentou a maior área da curva ROC (AUC=0.6207; IC de 95%: 0.5485-0.6929), seguida por Extrato Bruto (AUC=0.6045 ; IC de 95%: 0.5319-0.6771) e rKDDR (AUC=0.5937 ; IC de 95%: 0.5208-0.0665). Os cães foram avaliados para sinais e sintomas da LV Canina. De acordo com a avaliação clínica, os cães foram classificados como oligossintomáticos 71,4% (110/154), assintomáticos 24 % (37/154) e sintomáticos 4,6 (7/154), foi realizado o cálculo da razão de chance (Odds Ratio - OR) que evidênciou que cães que apresentam conjuntivite grave, lesões severas na pele e duas ou mais lesões nasais e/ou orais, possuem mais chances de ser positivos para LV Canina quando diagnosticada através da PCR. Concluindo que apesar do bom desempenho obtido pelo rKDDR-Plus, existe a necessidade de avaliar esse método diagnóstico em outras áreas endêmicas para LVC a fim de otimizar a técnica.
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MARIANA DO ROSÁRIO SOUZA
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Determinantes Socioeconômicos e Padrão Espacial da Esquistossomose Mansoni no Estado de Alagoas, Brasil.
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Orientador : MÁRCIO BEZERRA SANTOS
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Data: 12/03/2020
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Dissertação
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A esquistossomose mansoni (EM) é uma doença parasitária grave e de evolução crônica, causada por vermes trematódeos da espécie Schistosoma mansoni. Diversos fatores, sociais e ambientais, estão associados às altas taxas de prevalência da EM nas áreas endêmicas. Dados apresentados pelo Programa de Controle da Esquistossomose (PCE), no ano de 2014, revelaram 27.525 exames positivos no nordeste brasileiro. E destes, 9.775 pertenciam ao estado de Alagoas. Alagoas é o segundo estado no país com maior taxa de prevalência. Além disso, apresenta deficiência no abastecimento de água e na rede de esgotamento sanitário da população e a taxa de analfabetismo e pobreza no estado é ainda elevada. A maioria dos municípios de Alagoas possui IDH abaixo da média nacional. Diante disso, este estudo objetivou analisar os fatores socioeconômicos e a distribuição espacial dos casos de esquistossomose mansoni nos municípios do estado de Alagoas. Trata-se de um estudo epidemiológico, do tipo série temporal, com base em dados reportados pelo Sistema de Informação do Programa de Controle da Esquistossomose (SISPCE). A coleta dos fatores socioeconômicos ocorreu pelo site do IBGE e utilizou: Índice de Desenvolvimento Humano por município (IDHM); Esgotamento Sanitário Adequado; Urbanização das vias públicas; Taxa de escolarização (EM); Salário médio mensal; Produto Interno Bruto (PIB). A tendência temporal foi analisada pelo software de regressão Joinpoint. Para avaliar a correlação entre os dados do PCE e as variáveis socioeconômicas, aplicou-se os testes de correlação de Spearman (R). Os mapas de distribuição espacial foram construídos e analisados no programa QGIS e TerraView. Alagoas possui 102 municípios, destes 29 (28,43%) foram classificados com prevalência moderada (5 a 15%) e cinco (4,9%) com prevalência alta (>15%), estes localizados principalmente na região noroeste. Foi observado que a positividade vem decrescendo, passou de 8,11% em 2006 para 4,96% em 2016 (Variação Percentual Anual, APC = -5,71%). Contudo, houve redução também no número de exames realizados (APC = -5.05% ao ano) e na população trabalhada (APC = -2.84%). Há correlação negativa entre a infecção por S. mansoni e EM e IDH. Referente ao. A principal espécie de caramujo identificada foi a Biomphalaria glabrata (94,79%) No entanto, B. straminea apresentou maior percentual de positividade para S. mansoni (10,11%). Houve pela primeira vez relato de identificação de B. tenagophila em AL. A inexistência de dados nos municípios do sertão e alto sertão do estado deve-se a não cobertura dessas áreas pelo PCE e indicam, portanto, subnotificação de casos.
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DAMYRES MENEZES SANTOS DE JESUS
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Análise espacial e temporal da esquistossomose mansoni e sua associação com determinantes sociais de saúde no estado de Sergipe, nordeste do Brasil
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Orientador : KARINA CONCEICAO GOMES MACHADO DE ARAUJO
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Data: 12/03/2020
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Dissertação
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A esquistossomose mansoni é uma doença parasitária de ampla distribuição mundial. No Brasil, é um grave problema de saúde pública e Sergipe é um dos estados com maior prevalência. Diversos fatores podem contribuir em sua transmissão e os Determinantes Sociais da Saúde (DSS) influenciam a ocorrência de fatores de risco na população. É essencial avaliar quais DSS estão associados com a transmissão da esquistossomose em Sergipe, além de caracterizar espacialmente todo o estado, para assim identificar os municípios que requerem maior atenção. O objetivo do estudo foi analisar a taxa de positividade da esquistossomose mansoni e sua associação com determinantes sociais da saúde em Sergipe, nordeste do Brasil. O estudo é do tipo ecológico série temporal com abordagem espacial, utilizando o município como unidade de análise. Os dados epidemiológicos foram coletados do Programa de Controle da Esquistossomose (PCE), no período de 2008 a 2017. As variáveis socioeconômicas e ambientais foram coletadas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio digital. Os dados descritivos foram tabulados e analisados no Microsoft Excel 2013. Foram realizadas análises de regressão linear para explicar a associação dos DSS em relação à positividade da esquistossomose pelo programa BioEstat. Para o cálculo da tendência temporal, foi utilizado o Programa de Regressão JoinPoint. A análise espacial foi realizada por meio do estimador de Kernel por centroide e dos Índices de Moran Global e Local, através do programa TerraView. A quantidade de municípios registrados anualmente apresentou variações, sendo o ano de 2011 o que teve o maior número (42) e o ano de 2017 o que teve o menor número (26). Foram realizados 646.088 exames e um total de 54.541 foram positivos para a presença do ovo de Schistosoma mansoni, totalizando uma positividade de 8,4% em Sergipe. A maior positividade ocorreu no ano de 2008 (10,5%) e a menor no ano de 2014 (6,4%). A maioria dos casos apresentou baixa intensidade de infecção (69,1%) e a maioria dos municípios endêmicos encontrou-se na faixa intermediária de positividade (5 a 15%). A análise temporal da positividade de esquistossomose apresentou uma tendência decrescente (APC= -3,68; IC= -6,0 a -1,3; p<0,05). As áreas com maior densidade de pessoas infectadas foram na região litorânea do estado, com maior concentração no sul. As variáveis densidade demográfica, IDHM, PIB per capita, taxa de analfabetismo e Índice de Gini explicaram conjuntamente a ocorrência da taxa de positividade. Os Índices de Moran mostraram que todas as variáveis analisadas apresentaram autocorrelação espacial positiva, exceto domicílios com esgotamento sanitário, PIB per capita e população rural. A investigação malacológica não foi registrada regularmente e apenas nove municípios forneceram informações. Houve registros de Biomphalaria glabrata e B. straminea no estado, sendo a maioria da primeira espécie. Sendo assim, há falhas no PCE, porém, com seu banco de dados, foi possível caracterizar o estado de Sergipe sobre a esquistossomose. Os DSS associados com a doença devem ser analisados para estratégias de prevenção.
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ARIEL OLIVEIRA CELESTINO
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Análise do programa de tratamento em massa contra geohelmintíases em Sergipe, Brasil.
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Orientador : RICARDO QUEIROZ GURGEL
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Data: 28/02/2020
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Dissertação
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Introdução: O parasitismo é caracterizado pela associação entre seres vivos, existindo a unilateralidade de benefício. Neles se incluem os geo-helmintos, que necessitam do solo em algum momento para completar seu ciclo de vida, dentre eles o Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura e Ancilostomídeos (Necator Americano e Ancylostoma duodenale). Em virtude da grande distribuição em diversos lugares, são foco de uma estratégia da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde brasileiro, cujo objetivo é a diminuição da prevalência e/ou eliminação da prevalência desses parasitos e com isso a redução suas morbidades (anemia, desnutrição, comprometimento do crescimento físico e cognitivo principalmente em crianças). A OMS, recomenda a administração de medicamentos em massa de forma profilática para grupos de riscos (crianças em idade escolar, mulheres em idade fertil incluindo mulheres grávidas no segundo e terceiro trimestres, lactantes e adultos em ocupações de risco) quando esses parasitos estão infectando em grande proporção da população (OMS, 2006; 2016; 2017). No Brasil, essa ação é realizada pelo Sistema Único de Saúde em campanhas anuais direcionadas para estudantes de escolas públicas com idade de 5 à 14 anos. Objetivo: Avaliar o programa de tratamento em massa contra geo-helmintoses no estado de Sergipe e estimar seu custo-benefício a fim de gerar informações em prol da saúde pública. Metodologia: Foram colhidos laudos de laboratórios de análises clínicas de todo o estado para identificar o índice de positividade e a proporção entre grupos de helmintos e protozoário. Conheceu-se também, a política de operacionalização da campanha, números de comprimidos distribuídos, estimativa de taxa de cobertura, estimativa e comparação do custo-benefício de como ocorreu a administração de medicamento em massa contra geo-helmintoses e foi comparado a outras formas de intervenções. Resultados: Dos 1.110 laudos captados, cerca de 793 (71,44%) foram negativos e 317 (28,56%) positivos. Dos positivos, 307 para protozoários (96,84%) e 20 (6,31%) para helmintos. Em quatro edições da campanha realizadas em Sergipe, foram distribuídos anualmente uma média de aproximadamente 255.283 mil comprimidos de Albendazol (400mg, dose única) para todo o estado. Estima-se que a taxa de cobertura predominou acima de 80% e tenha, em 2014 e 2015 ultrapassado a meta de 85% de taxa de cobertura. Observou-se que foram repassados em média de R$ 281.859,25 durante os quatro anos de edição para realizar a campanha em Sergipe, R$ 5.894.736,11 no Nordeste e R$ 15.005.139,33 para o Brasil. Estima-se também que a forma de tratamento em massa como ocorreu tenha gerado uma economia de aproximadamente R$ 335.617,60 quando comparado aos custos para se diagnosticar e tratar apenas positivos. Conclusão: Conclui-se que, a ação pode ser considerada um sucesso, uma vez que foi identificado um baixo nível de positivos para helmintos e a forma como ocorreu apresentou melhor custo benefício comparado a outras formas de intervenção. Mas, não é mais necessária sua realização, já que os índices não se adequam mais a recomendação da OMS para o tratamento em massa contra geo-helmintoses. Porém, é preciso estudar formas de diminuição do índice de positividade para protozoários, a fim de evitar prejuízos clínicos e econômicos futuramente.
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BIANCA VANESSA DOS SANTOS RIBEIRO
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Dinâmica espaço-temporal da transmissão de leishmaniose visceral em uma região de alta endemicidade do Brasil
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Orientador : TATIANA RODRIGUES DE MOURA
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Data: 19/02/2020
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Dissertação
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A leishmaniose visceral (LV) é uma doença tropical negligenciada, potencialmente fatal se não tratada em tempo oportuno. Estima-se que, mundialmente, um bilhão de pessoas vivam em regiões endêmicas para LV e que ocorram 50.000 a 90.000 casos novos por ano. No Brasil, a doença está em expansão, e concentra 96% dos casos de LV das Américas. O Maranhão, localizado no nordeste do Brasil, é o estado brasileiro com maior número de casos de LV. O objetivo desse estudo foi analisar os padrões de distribuição espaço-temporais da ocorrência de LV no Maranhão entre 2009 e 2017. Trata-se de um estudo ecológico, de base populacional e série espaço temporal, cujas unidades de análise foram os 217 municípios maranhenses. Foram incluídos todos os casos de LV no Maranhão registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) de 2009 a 2017. Foi realizada análise descritiva das características clínico-epidemiológicas e dos fatores demográficos associados aos casos de LV. A análise das tendências temporais foi feita por regressão linear segmentada (joinpoint). Foram calculadas as médias móveis trianuais dos coeficientes de incidência por município e suavizadas pelo método Bayesiano empírico local. As análises para identificação de aglomerados espaciais e espaço-temporais foram obtidas pelos Índices de Moran Global e Local (LISA) e estatística de varredura espaço-tempo. Foram notificados 5.128 casos, e durante esse período a transmissão e letalidade de LV foram crescentes, maiores que a média nacional. A maior ocorrência da LV esteve associada ao sexo masculino (63,8%), à faixa etária de 0 a 4 anos (47,5%), indivíduos de cor não branca (88,7%), à zona urbana (68,5%) e à baixa escolaridade (26,3%). A tendência de casos novos foi crescente com uma APC de 6.1 (IC 95%: 0.6 a 12.0), bem como entre homens (APC: 6.8, IC 95%: 0.6 a 13.3), na faixa etária ≥ 20 anos, com destaque para ≥ 60 anos, com uma APC de 24.2 (IC 95%: 13.5 a 35.9) A coinfecção LV-HIV foi crescente com APC 8.9 (IC 95%: 1.9 a 16.4), assim como a mortalidade e a letalidade. As análises espaciais demonstraram expansão da LV para municípios que não apresentavam registros de casos anteriormente, com transmissão intensa em praticamente todo o estado. As regiões oeste, centro e leste apresentaram maior concentração de casos e formação de aglomerados de alto risco. O planejamento de ações de vigilância, controle e prevenção da LV precisam considerar as peculiaridades locorregionais dos municípios, sobretudo nas regiões consideradas de alto risco.
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THAYANE SANTOS SIQUEIRA
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A Eliminação da Hanseníase em Sergipe é possível? Aspectos clínico-epidemiológicos dos indicadores operacionais da hanseníase em Sergipe, no período de 2007-2017
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Orientador : JOSE RODRIGO SANTOS SILVA
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Data: 13/02/2020
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Dissertação
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A hanseníase é uma doença tropical negligenciada, que ocorre prioritariamente em populações com alta vulnerabilidade social. Com a adoção de políticas públicas que visavam a eliminação da hanseníase, a carga da doença no Brasil foi reduzida consideravelmente. Entretanto, Em Sergipe, no último boletim epidemiológico realizado de 2012 a 2016, demonstrou uma taxa de 17,59 casos novos por 100.000 habitantes, expressando assim, níveis altos de incidência para o estado. Partindo desse pressuposto, esse estudo teve como objetivo estudar os aspectos clínico-epidemiológicos dos indicadores operacionais da hanseníase em Sergipe, no período de 2007 a 2017. Trata-se de um estudo ecológico de série temporal e espacial, com abordagem descritiva, no qual foram selecionados 3 indicadores operacionais da hanseníase (variáveis dependentes), esses foram sujeitos a regressão polinomial com o intuito de identificar pontos em que ocorreram modificação da tendência. Os mapas foram construídos com a proporção dos casos de recidivas de cada município, e estratificação definida por meio da técnica k-médias, o Índice Global de Moran I para avaliar o grau de autocorrelação espacial. Para a análise dos fatores associados a cura da hanseníase, abandono do tratamento e recidivas, foi utilizado teste de Qui-Quadrado e da Razão de Chance (Odds Ratio – OR). Utilizou-se o software R, versão 3.5.1 e o Microsoft Excel 2010 para as análises estatísticas. Em relação a tendência, observou-se em relação as recidivas uma tendência crescente 2011 a 2017: APC: 14,69 (p-valor=0,003); Abandono do tratamento: tendência crescente de 2011 a 2017 (APC: 21,33; p=valor: 0,011); Cura: tendência decrescente de 2013 a 2017 (APC: -3,61; p=0,000). De acordo com o mapa da incidência das recidivas, observou-se 8 (10,67 %) municípios com uma incidência muito alta; 13 (17,33%) alta; média 16 (21,33%) e 38 (50,67%) com incidência baixa. O índice de Moran foi calculado apresentando autocorrelação espacial positiva, (I= 0,16; p -valor: 0,0159). Na análise multivariada foi retratado um risco maior de recidiva sobre os Adultos (OR = 2,81) e Adulto Jovem (OR = 2,85). A zonal rural foi considerada um local de proteção em relação as recidivas com (p=0,0019; OR= 0,54). A faixa etária jovem apresentou um maior risco para o abandono do tratamento (p=0,429; OR= 2,75). Os multibacilares apresentaram uma chance maior de abandonarem o tratamento (p=0,541; OR=2,26), quando comparados aos paucibacilares. Em suma, os indivíduos com baixa escolaridade, na faixa etária economicamente ativa e que moram nos grandes centros urbanos, com as formas mais graves da doença estão correlacionados a uma maior chance de abandonarem o tratamento, e do reaparecimento da doença após o período de alta por cura. Logo, o caminho para a eliminação da hanseníase em Sergipe ainda apresenta grandes desafios, principalmente porque a doença está ligada as condições sociais e de saúde do território. Falhas na operacionalização da hanseníase, enquanto problema de saúde, são determinantes para a persistência da doença.
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