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MARCUS VINÍCIUS PEREIRA SANTOS DA SILVA
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Sobre trilhos e imagens: Arqueologia Industrial, Arqueologia da Contemporaneidade e documentação fotográfica enquanto propostas de intermediação do patrimônio ferroviário de São Cristóvão e Laranjeiras, Sergipe
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Orientador : LEANDRO DOMINGUES DURAN
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Data: 31/08/2022
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Dissertação
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O presente trabalho caracteriza-se enquanto uma proposta de pesquisa voltada para a análise e documentação do patrimônio ferroviário ainda existente nas cidades de São Cristóvão e Laranjeiras, em Sergipe. Este estudo, portanto, busca realizar um mapeamento desse patrimônio e, a partir disso, desenvolver uma reflexão teórica de como a Arqueologia vem desenvolvendo discussões a respeito da cultura material industrial contemporânea em todas as suas manifestações; sendo levadas em consideração aqui os edifícios tipificados enquanto bens imóveis, uma vez que estes compõem tais conjuntos ferroviários em sua totalidade. Não obstante, o registro fotográfico assume uma importância ímpar dentro desta dissertação. Desta forma, as fotografias apresentadas aqui – ainda que aliadas às reflexões construídas em todo o texto – pressupõem independência e estimulam uma abordagem alternativa ao universo material perscrutado. Tendo em vista a importância considerável que tais equipamentos arquitetônicos ferroviários apresentaram no passado para esses municípios e seu atual estágio de abandono e deterioração, concebe-se que eles manifestam múltiplas temporalidades. Logo, esse trabalho procura não apenas investigar as questões sociais, culturais, econômicas e simbólicas carregadas por este patrimônio material ainda no presente – enquanto fruto de um período específico da sociedade brasileira, que trocou seu modelo de transporte e relegou às ferrovias um papel ínfimo –, mas também lançar luzes quanto à conservação e a preservação da memória industrial são-cristovense e laranjeirense – quiçá sergipana.
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KAREN LORENA FREIRE MARINHO
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CONTEXTOS FUNERÁRIOS DA TRADIÇÃO POLÍCROMA DA AMAZÔNIA NA REGIÃO DO LAGO TEFÉ, MÉDIO SOLIMÕES, AMAZONAS
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Orientador : OLIVIA ALEXANDRE DE CARVALHO
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Data: 31/08/2022
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Dissertação
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A região do Lago Tefé possui um grande potencial para estudos arqueológicos. Ainda que desde a década de 1960 já fosse demonstrado a potencialidade desta região, somente ao longo dos últimos anos as pesquisas locais foram retomadas, como pode ser visto nos trabalhos de campo realizados ao longo do Lago Tefé no Mestrado de Jaqueline Belletti e pelas escavações dos sítios Tauary, em 2018 e Ponta da Castanha em 2019. Durante as escavações do sítio Tauary foi evidenciado um conjunto de 9 urnas funerárias as quais possuem características das cerâmicas filiadas à Tradição Polícroma da Amazônia (TPA), algumas com decorações antropomorfas e outras com motivos geométricos. Os relatos de ocorrências de vasos encontrados enterrados e utilizados para sepultamentos são bastante recorrentes em várias partes da região amazônica, a partir do século XIX. No entanto, nem os contextos nem as práticas funerárias foram amplamente estudados. O presente trabalho, portanto, tem como objetivo estudar o contexto funerário das urnas associadas à Fase Tefé da TPA, escavadas no sítio Tauary, em 2018. Para isto, a metodologia utilizada nesta pesquisa consiste da pesquisa bibliográfica, escavação de urnas e análise laboratorial dos vestígios ósseos encontrados no interior delas. A partir da abertura e escavação de cinco das nove urnas foi possível verificar que apesar de as urnas terem sido todas enterradas em uma única cova e evento, apresentavam diferentes estágios de conservação, tanto do interior quanto do exterior de cada uma delas; notou-se que em uma das urnas havia grande quantidade de material ósseo, os ossos estavam todos queimados, além de que tratava-se da presença de um único indivíduo no interior. Desta forma, a intenção desta pesquisa é contribuir com o conhecimento da história regional do Médio Rio Solimões e dos modos de vida das populações antigas que viviam no entorno do Lago Tefé, visto que as práticas funerárias são muito importantes para as sociedades.
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SOFIA DE LIMA NASCIMENTO
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A panela me deu tudo": redes de transmissão cultural em um lugar chamado Goiabeiras Velha
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Orientador : JULIANA SALLES MACHADO BUENO
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Data: 31/08/2022
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Dissertação
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O trabalho apresentado é fruto de uma pesquisa realizada junto às Paneleiras de Goiabeiras, em Vitória/ES voltada à materialidade das panelas de barro, vasilhas cerâmicas relacionadas à preparação de alimentos. Busco entender como as diferentes expressões culturais presentes em Goiabeiras Velha se conectam com este importante elemento da cultura material: as panelas pretas de barro. A pesquisa se estrutura a partir da relação das paneleiras e artesãos com o lugar. Trato do resultado de uma experiência etnográfica vivida a partir da observação participante e da construção de laços afetivos com as paneleiras e artesãos, que permitiram a compreensão de aspectos relacionados ao saber-fazer da panela de barro, evidenciados a partir do registro da cadeia-operatória dos vasilhames. Nesse sentido, a pesquisa é realizada através de pressupostos da arqueologia do presente em conjunto com ferramentas interpretativas da antropologia das técnicas e dos processos de ensino-aprendizagem, com o intuito de apreender como o passado e presente se emaranham a partir das panelas pretas de barro de Goiabeiras Velha.
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ELIEZER BOTELHO DA SILVA
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UM SAMBAQUI, VÁRIAS PERSPECTIVAS: DISCUSSÕES ENTRE AÇÕES ANTRÓPICAS E PROCESSOS COSTEIROS NO SÍTIO SACO DA PEDRA, MARECHAL DEODORO, ALAGOAS BRASIL
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Orientador : DANIELA MAGALHAES KLOKLER
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Data: 29/07/2022
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Dissertação
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O sítio arqueológico Saco da Pedra no município de Marechal Deodoro (sul alagoano) é caracterizado como sendo um sítio conchífero (sambaqui) pré- colonial com datação de 2.270 anos BP (SUGUIO et al, 2003). Nos últimos anos, o sítio passou (e vem passando) por profundas modificações em sua geomorfologia próxima, impactando-o diretamente em sua distribuição horizontal. Compreender esses impactos costeiros, mapeá-los, além de monitorá-lo, é fundamental para a preservação e conservação desse e de outros sítios em tais condições. Para tal, fora realizado diversos mapas e imagens que pudessem evidenciar esses impactos sobre o sítio através de imagens e fotografias aéreas, projetá-los pelos próximos anos, além de identificar estruturas de cunho geomorfológicas próximas do sítio que levantam novas questões sobre a percepção da paisagem pretérita.
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IRIZ HIROOKA LIMA
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ARIGÁO BORORO: O BERÇO DO POVO BOE-BORORO: Estudo Zooarqueológico do Cão no Universo Boe-Bororo
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Orientador : ALBERICO NOGUEIRA DE QUEIROZ
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Data: 29/07/2022
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Dissertação
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Desde milhares de anos atrás, seres humanos têm demonstrado uma forte e recíproca relação com os mais variados espécimes de canídeos. Entre ferozes lobos (Canis lupus Linnaeus, 1758) e demais canídeos silvestres, como as raposas (Lycalopex spp.), os chacales (Canis aureus Linnaeus, 1758), os coiotes (Canis latrans Say, 1823), os canídeos sul-americanos como, o cachorro do mato (Cerdocyon thous Linnaeus, 1766), o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus Illiger, 1815) e até mesmo os extintos canídeos (Canis dirus Leidy, 1858), (Canis nehringi Ameghino, 1902) e (Dusicyon avus Burmeister, 1866), a relação interespecífica de caráter simbiótico, fortificado pelas intensas relações de caráter econômico, social, mitológico e acima de tudo afetivo, foram capaz de tornar o famigerado cão doméstico (Canis lupus familiaris Linnaeus, 1758) além de primeiro animal a ser domesticado, o mais vastamente distribuído pelo planeta, antes mesmo das longas embarcações do século XV. A diferenciação morfológica entre os protocães, os cães Paleolíticos, os lobos do Pleistoceno e os cães modernos, juntamente com a avaliação das principais variáveis comparativas, e os recentes dados moleculares, foram capazes de nortear os estudos sobre a provável origem geográfica e temporal deste espécime, vistas no decorrer do primeiro capítulo. A dispersão desses animais pelo Continente Américano, através das ondas de migrações demográficas que ocorreram através do estreito de Bering, entre 16.000 e 11.500 anos BP, abordadas no capítulo seguinte, inclui os primeiros vestígios zooarqueológicos de cães pré-contato descobertos no hemisfério Norte que datam entre 10.000 e 9.000 anos BP, já na Mesoamérica não superam os 5.000 anos BP de antiguidade e na América do Sul os primeiros registros de cães não tardam 3.000 anos BP, demonstrando uma chegada relativamente tardia, nas Terras Baixas. Passa-se então a avaliar o que ocorre em algumas regiões Sul-Americanas, como na Amazônia e na grande parte do Brasil, incluindo o Brasil Central, território tradicional dos Boe-Bororo, onde não se detêm achados zooarqueológicos de cães pré-colombianos, todavia, se sobressaem abundantes informações etnohistóricas e linguísticas que sugerem uma presença remota para região. Nesse sentido, o trabalho submerge na mitologia Boe-Bororo e nas práticas culturais que se relacionam e referenciam os cães, por eles denominados segundo a língua boe wadáru, como arigáo e a importância sociocosmológica que esses animais desempenharam na vida desses ameríndios do Centro Geodésico da América do Sul.
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ANA CAROLINE SOUSA DA SILVA
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NO MEIO DO PITIÚ DIVERSIDADE E ANTIGUIDADE DE SAMBAQUIS AMAZÔNICOS
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Orientador : DANIELA MAGALHAES KLOKLER
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Data: 29/07/2022
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Dissertação
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Os sambaquis na região do Pará apresentam datas bastantes recuadas, por exemplo Taperinha tem datas de 7 mil anos AP e sítios no litoral do Salgado apresentam datas de 5.500 anos AP que são de suma importância para pensar a antiguidade de ocupações de populações caçadoras-coletores na área. Apesar da região ter sido estudada por muito tempo ainda é necessário buscar compreender melhor essas ocupações, a formação dos sítios e principalmente a relação que as pessoas tinham com os mesmos. Nesta pesquisa serão estudados dois sambaquis, o Ibama e o Forte, localizados na Floresta Nacional de Caxiuanã, região ocidental do arquipélago do Marajó. Tenho como objetivo compreender o padrão dos usos dos animais através dos vestígios que foram encontrados nestes dois sítios arqueológicos, para entender mais sobre a dieta dos grupos que viviam nesses sítios, para posteriormente pensar em macro escala sobre o papel dos sambaquis amazônicos, através da comparação com dados de outras pesquisas apresentadas na comunidade científica.
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FRANCISCO ABRAHÃO GONZAGA
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REVISITANDO A CERÂMICA JÊ
MERIDIONAL EM SANTA CATARINA: O SÍTIO RIO PLATÊ I
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Orientador : JULIANA SALLES MACHADO BUENO
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Data: 29/07/2022
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Dissertação
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O presente trabalho tem por objetivo abordar a cerâmica Jê Meridional em Santa Catarinadesde uma perspectiva tecnológica. Para tanto, foi realizada uma revisão bibliográficaenvolvendo dados etno-históricos, etnográficos e arqueológicos envolvendo as populaçõesJê Meridionais no sul do Brasil, focalizando suas formas próprias de fazer e usar cerâmica.Está prevista a análise tecnológica do material cerâmico de ao menos três coleções de sítiosarqueológicos de Santa Catarina: Rio Platê I (SC-VI-19), Sambaqui Enseada I (SC-LJ-71) eXaxim (SC-VX-11). Todas compõem o acervo do Museu de Arqueologia e Etrnologia(MArquE) da UFSC, originando-se de intervenções outrora realizadas no estado.
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LUCAS SANTOS OLIVEIRA
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DA CERÂMICA AO CORPO, DO CORPO AO GÊNERO. SEPULTAMENTOS COM VASILHAMES DO SÍTIO JUSTINO
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Orientador : DANIELA MAGALHAES KLOKLER
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Data: 29/07/2022
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Dissertação
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Os trabalhos realizados com o sítio Justino nas últimas três décadas avançaram de forma pertinente, sobretudo com as avaliações osteológicas dos remanescentes esqueléticos resgatados na primeira campanha de salvamento do Programa Arqueológico de Xingó (1990-1994). Tais investigações, apesar do esforço em caracterizar a paleodemografia da área, não foram suficientes para alcançar questões mais aprofundadas acerca do ritual funerário, particularmente na relação entre os corpos dos falecidos e as cerâmicas, ambos abundantes no sítio. Dessa maneira, o trabalho aqui apresentado propõe discutir a relação dos vasilhames e os mortos como forma de compreender a representação em que estes artefatos porventura teriam com a construção do corpo e, especialmente do gênero dos indivíduos sepultados na necrópole
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JULIA XAVIER BARROS
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UMA ARQUEOLOGIA DA HETERONORMATIVIDADE: PENSANDO A SEXUALIDADE OCIDENTAL ATRAVÉS DE SEUS ARTEFATOS
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Orientador : BRUNO SANCHES RANZANI DA SILVA
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Data: 28/07/2022
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Dissertação
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No presente trabalho busquei compreender como se dão as relações entre as pessoas e produtos sexuais dentro de um contexto urbano. Para isso realizei sete entrevistas com pessoas que me foram apresentadas devido a pesquisa. Com o intuito de analisar essas relações, discorro sobre a formação do corpo dentro do sistema capitalista e como ele influenciou em seu disciplinamento, a divisão corpo e mente e o processo de privatização do útero das mulheres, além de dialogar com um referencial teórico que analisa a operação dos discursos médicos no controle da sexualidade. Após ter esse referencial estabelecido discorro sobre o surgimento dos objetos sexuais como aparatos para controle da histeria e da repressão da masturbação. No segundo capítulo, explicou como esses artefatos influenciam na compreensão da identidade de gênero de homens, a partir das minhas entrevistas . Percebo que os produtos mobilizam as crenças sobre a construção da masculinidade desses usuários. Posteriormente, continuo a dialogar com o conceito de gênero e sua formação no mercado das sex shops. A partir da revolução sexual na década de 60 os produtos dessas lojas passam a ser associados a saúde e a liberdade para as mulheres. Através das entrevistas, disserto sua influência na formação de identidade delas hoje. No terceiro e último capítulo, explico como o mercado sexual se apropriou do discurso de liberdade sexual, criando um rico nicho de mercado em nossos dias. A partir da trajetória da camisinha no Brasil, é possível ter outra visão de como outro artefato sexual influencia na saúde sexual durante a epidemia de HIV e de como operaram os discursos em relação as subjetividades das pessoas portadoras da doença. Finalmente concluo o trabalho traçando um paralelo de como o mercado de produtos sexuais opera de maneira similar a pornografia e faço uma crítica a ambos, utilizando o feminismo negro busco compreender saúde, autocuidado e intimidade
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JOSÉ EDIMARQUES REIS ALMEIDA
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TECNOLOGIA LÍTICA: ANÁLISE DO MATERIAL LÍTICO DO SÍTIO ARQUEOLÓGICO QUIZANGA, ROSÁRIO DO CATETE, SERGIPE
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Orientador : PAULO JOBIM DE CAMPOS MELLO
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Data: 28/07/2022
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Dissertação
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Este trabalho tem como finalidade compreender as etapas de produção lítica realizadas por grupos do período pré-colonial que habitaram a localidade do Sítio Quizanga, localizado na bacia hidrográfica do Rio Japaratuba, entre os Rios Mocambo e Siriri, no município de Rosário do Catete, Sergipe, Brasil. Para tanto, realizamos a análise do material lítico coletado nas escavações do referido sítio sob um ponto de vista tecnológico, ao empregar a metodologia da cadeia operatória, com o intuito de compreender as estratégias empreendidas e tradicionalmente compartilhadas por grupos culturais através da “história de vida” dos artefatos líticos, onde são observadas todas as etapas desse processo, desde a coleta de matérias-primas, produção, uso e descarte ou reutilização.
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ELAINE ALVES DE SANTANA
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CARACTERIZAÇÃO DOS INDIVÍDUOS NÃO-ADULTOS DO SÍTIO JUSTINO SOB A PERPECTIVA DA ARQUEOLOGIA DA INFÂNCIA
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Orientador : OLIVIA ALEXANDRE DE CARVALHO
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Data: 30/06/2022
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Tese
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Esta tese apresenta a caracterização, sob a ótica da Arqueologia da Infância, de sepultamentos de indivíduos não-adultos do sítio Justino, localizado no município de Canindé do São Francisco, Sergipe, Brasil. A pesquisa objetivou estabelecer os intervalos etários e identificar aspectos semelhantes e distintos entre sepultamentos de não-adultos, por meio da análise de variáveis envolvendo a estrutura funerária, o tratamento funerário ou o tratamento corporal e o enxoval funerário. Como resultado a metodologia trabalhada permitiu iniciar a elaboração do perfil funerário dos esqueletos não-adultos para o sítio Justino e estabelecer variações nas práticas funerárias. A diversidade encontrada nos 39 indivíduos não-adultos identificados, indica que não houve padrão na realização das práticas funerárias relacionadas as variáveis observadas, principalmente no que diz respeito a classes de idade, entretanto, foi possível observar preferências identificadas em alguns sepultamentos. Ademais, os resultados apontam que diferentemente do que havia sido estabelecido sobre Sítio Justino, a materialidade associada aos sepultamentos infantis não se configura, em sua maioria, como mais simples, menos diverso e menos quantitativo, como se imaginava. Nesse sentido, esta pesquisa é importante para compreender melhor as práticas funerárias realizadas com os membros mais jovens e fornecer informações sobre os grupos humanos do passado que habitaram a região do Baixo São Francisco.
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BRUNO VITOR DE FARIAS VIEIRA
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A VILA DOS ESCRAVIZADOS NO TERRITÓRIO QUILOMBOLA LAGOAS-PIAUÍ: PERSPECTIVAS EM ARQUEOLOGIA DA DIÁSPORA AFRICANA E DA ESCRAVIDÃO
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Orientador : LEANDRO DOMINGUES DURAN
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Data: 31/05/2022
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Tese
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A Fazenda São Victor foi uma unidade produtiva pastoril e uma das maiores propriedades escravistas da região sudeste do Piauí nos séculos XVIII e XIX e atualmente, essa região se insere no seio do Território Quilombola Lagoas. A “Vila dos escravizados” é parte do complexo produtivo da referida fazenda e foi identificada e assim nomeada pelos moradores da comunidade a partir da memória e oralidade de seus antepassados e corresponde, segundo a narrativa local, a uma área de aglomeração de ex-escravizados, configurando-se em uma espécie de vilarejo pertencentes a eles. Partindo-se deste contexto, esta pesquisa tem como principal objetivo analisar as relações socioculturais a partir da espacialidade, materialidade, memórias e histórias correspondentes a denominada Vila dos Escravizados da Fazenda São Victor, sob a ótica da Arqueologia da Diáspora Africana e da Escravidão, através de um estudo também participativo com os moradores locais. A partir de intervenções arqueológicas tradicionais de campo associadas ao uso de metodologias da Arqueologia Pública e Colaborativa como a metodologia arqueocomunitária aplicada (VIEIRA, 2017), realizamos ações de mobilização social, planejamento participativo de campo, atividade de prospecções e coleta de materiais arqueológicos, possibilitando a interpretação deste espaço, sobretudo atrelando à hipótese deste local configurar-se como uma senzala do tipo cabana ou barracão, comumente apresentado na historiografia da escravidão do Piauí. De forma geral, esta pesquisa visa contribuir para a construção de interpretações que dialoguem sobre o cenário arqueológico escravagista regional, bem como no entendimento do cotidiano dos escravizados do sertão, até então incipientes com relação a sítios desta natureza, contribuindo também para o estudo arqueológico participativo a partir de conexões epistemológicas reciprocamente estabelecidas.
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EMANUEL VICTOR GOMES TEIXEIRA ALCÂNTARA
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O CACHIMBO E O TABACO NO MUNDO AMERÍNDIO: UM EXEMPLO NORDESTINO
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Orientador : FERNANDO OZORIO DE ALMEIDA
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Data: 29/04/2022
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Dissertação
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A cerâmica produzida para fins rituais já se provou promissora para a construção do conhecimento sobre os modos de vida dos povos ameríndios pretéritos. No nordeste brasileiro, as necrópoles vêm fornecendo um grande aporte para discussões envolvendo o uso de cerâmica em rituais. A presente pesquisa foca em um elemento específico desse universo ceramológico: o cachimbo. A presença significativa dos cachimbos em sítios arqueológicos da região, inclusive associados a enterramentos e sítios rupestres, assim como em rituais registrados na etnohistória e etnografia, levanta questões sobre a fabricação, uso e deposição desses artefatos. A presente pesquisa focou na análise de coleções arqueológicas de cachimbos provenientes das regiões de Xingó (SE/AL) e Palmeira dos Índios (AL). Buscou-se aliar a análise tecnológica da cerâmica das peças a uma revisão dos dados existentes na literatura, visando a compreensão do contexto mais amplo das populações indígenas que os fabricaram.
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AMANDA BARRETO DA SILVA
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BARRO QUE CONTA HISTÓRIAS E HISTÓRIAS CONTIDAS NO BARRO: ESTUDO DAS CERÂMICAS ETNOGRÁFICAS KARIRI-XOKÓ E PANKARARU
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Orientador : LORENA LUANA WANESSA GOMES GARCIA
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Data: 28/04/2022
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Dissertação
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Contribuir com as histórias indígenas no Nordeste, em especial àquelas associadas ao tronco linguístico Macro-Jê, é o ponto fundamental deste trabalho. Por meio da Coleção Etnográfica Carlos Estevão de Oliveira, situada no Museu do Estado de Pernambuco – MEPE, foram analisadas vasilhas cerâmicas produzidas no início do século XX pelos povos indígenas Kariri-Xokó e Pankararu. A análise do estilo técnico dos conjuntos cerâmicos possibilitou percebê-los enquanto expressão de identidades, memórias e histórias. As loiças de barro possibilitaram discussões sobre os contextos de produção e uso, o que abriu espaço para reflexões sobre comunidades de práticas e cosmologias indígenas. Além disso, se insere à discussão a relação destas com o formador da coleção etnográfica, Carlos Estevão de Oliveira, bem como as mudanças impostas pelo cenário museológico em decorrência da transformação da loiça de barro em um objeto-documento.
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LAROUSSE SOARES MAGALHÃES
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Lugar, gesto e memória: Persistências no fazer das loiças Xokó
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Orientador : JULIANA SALLES MACHADO BUENO
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Data: 22/04/2022
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Dissertação
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As loiceiras do povo Xokó, que vive na Terra Indígena Caiçara/Ilha de São Pedro (SE), são detentoras de um saber ancestral sobre o fazer das panelas de barro, historicamente reconhecido como marca identitária do povo. No presente, a história das loiças permanece como pilar indispensável à memória coletiva, pois, através da atividade, a sobrevivência do grupo pôde ser garantida, especialmente nos momentos em que sofriam as maiores hostilidades. Apesar dos percalços enfrentados na luta pela terra, algumas escolhas relacionadas ao fazer das loiças se mostraram irredutíveis, como o uso do barreiro, os gestos na produção das vasilhas e a importância das mulheres loiceiras. Estes aspectos, priorizados neste trabalho, indicam as persistências de uma identidade indígena Xokó, nos quais as mudanças e continuidades são faces de um mesmo fenômeno. Acessar essas permanências requer exercitar a escuta, mas também revisitar os discursos hegemônicos que tentaram as invisibilizar por tanto tempo.
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LUIZ ANTONIO PACHECO DE QUEIROZ
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Paisagens garimpeiras da Chapada Velha
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Orientador : UGO MAIA ANDRADE
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Data: 21/02/2022
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Tese
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O estudo é focado na materialidade da mineração e discute a formação territorial da Chapada Velha a partir das perspectivas de habitantes de Gentio do Ouro e XiqueXique, municípios do centro-norte do estado da Bahia. O argumento principal enfatiza a relevância dos garimpos para a história local, levando em conta as lógicas tradicionais do desenvolvimento da atividade mineradora mesmo diante da sujeição da produção para o abastecimento do mercado de bens de consumo mundial. A materialidade é pensada com base na reciprocidade da existência de coisas e humanos, elementar para compreender como a sociedade e mineração formam uma à outra. É um princípio presente na compreensão do território, cujos significados discutidos através da territorialidade permitem tratar da percepção que os habitantes locais têm da materialidade dos garimpos, caminhos e povoados da Chapada Velha. O intervalo de tempo analisado entre as primeiras décadas do século XX e o período contemporâneo é inerente aos pontos de vista dos interlocutores, principalmente garimpeiras(os). A maioria das fontes foi produzida através das pesquisas da arqueologia preventiva e etnografia arqueológica desenvolvida na área estudada. Também foram examinadas informações de romancistas, memorialistas e pesquisadores das ciências humanas, que produziram visões de dentro e de fora das Lavras Diamantinas, porém com raras menções à Chapada Velha. A ausência de estudos sobre aquele território junto aos estereótipos em que se baseiam as metanarrativas levam à invisibilidade da paisagem da mineração. A fundamental constatação da exitosa garimpagem do carbonado, diamante e quartzo surge ao confrontar o registro arqueológico com o que os habitantes locais pensam sobre a mineração na Chapada Velha. Um renovado olhar é proposto para pensar na história da mineração, tendo como novidade o amplo campo aberto com o estudo da materialidade que foi negligenciada pela maioria dos estudiosos.
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BEATRIZ DE SOUZA VELLOSO
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Análise tecno-cultural dos tembetás do sítio Justino - SE
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Orientador : FERNANDO OZORIO DE ALMEIDA
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Data: 31/01/2022
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Dissertação
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Esta pesquisa teve como objeto de estudo os enfeites labiais – também conhecidos como tembetás, botoques ou labretes – encontrados em sepultamentos do sítio Justino, Sergipe, Brasil, um cemitério indígena pré-colonial e de contato localizado na margem direita do baixo curso do rio São Francisco. Pautando-se em bibliografias arqueológicas, históricas e etnológicas, esta dissertação teve como objetivo compreender as relações sociais, simbólicas e tecnológicas das populações indígenas de Xingó com os tembetás. Para tanto, desenvolvemos uma metodologia para analisar esses adornos, a qual acreditamos pode colaborar com futuras pesquisas sobre tembetás em contextos arqueológicos. Também realizamos exumações e análises de sepultamentos, que resultaram em reflexões sobre o sítio Justino e sobre as relações de convívio e trocas culturais entre diferentes comunidades indígenas que povoaram o baixo São Francisco, contribuindo para a construção de um panorama da história indígena regional.
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HUDSON ROMÁRIO MELO DE JESUS
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YANÉ RẼDÁWA TẼDÁWA SÃO FRANCISCO: ARQUEOLOGIA ANCESTRAL NA TERRA INDÍGENA TUPINAMBÁ, RIO TAPAJÓS
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Orientador : LORENA LUANA WANESSA GOMES GARCIA
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Data: 31/01/2022
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Dissertação
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Este estudo foi realizado com o povo Tupinambá da aldeia São Francisco e buscou refletir e/ou contribuir para o conhecimento da ancestralidade indígena na região do Baixo Tapajós. A utilização de metodologia de levantamento arqueológico foi orientada pela perspectiva teórica das arqueologias indígenas, fundamentada nas arqueologias do presente e etnografias arqueológicas. A partir destas perspectivas, abordamos temas como território, lugares significativos, memória e tradição oral. Os resultados da pesquisa foram interpretados através da lente da vida diária na aldeia e da experiência enquanto arqueólogo. Nosso território Tupinambá possui um longo histórico de ocupação indígena, registrado através de datações arqueológicas na Aldeia Jacaré, com antiguidade de 3.800 anos antes do presente. De outro modo, a história oral Tupinambá no rio Tapajós indica que nossos ancestrais já ocupavam a região antes da chegada dos primeiros europeus. Este estudo, portanto, trata sobre a territorialidade Tupinambá e nossa própria interpretação das cerâmicas antigas.
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AUGUSTO MOUTINHO MIRANDA
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RABISCOS, TRAÇOS, IMAGENS: produções gráficas contemporâneas em Belém do Pará
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Orientador : LEANDRO DOMINGUES DURAN
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Data: 28/01/2022
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Dissertação
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Com a expansão cronológica da arqueologia, através principalmente dos estudos do campo do Passado Recente, novas abordagens acabaram emergindo, entre elas se destaca a arqueologia da contemporaneidade: a partir do tempo presente busca-se criar uma metodologia arqueológica para estudar a materialidade da atualidade. As produções gráficas contemporâneas fazem parte do cotidiano dos habitantes das cidades, seja uma parede grafitada com uma letra de música, uma declaração de amor, uma paisagem ribeirinha, ou mesmo um “pixo” cobrando moradia ou expressando palavras de protestos. Nesse sentido Belém, se apresenta com uma riqueza dessas atividades desenvolvidas por pessoas isoladas ou coletivos de ruas que procuram expressar suas ideias, sentimentos ou indignação, extravasando nos suportes parietais a partir dos grafites e “pixações”. Diante de tais reflexões, esta dissertação busca identificar junto aos autores das produções gráficas contemporâneas e parte da sociedade belemense a identidade dessa atividade no ambiente urbano, procurando compreender as consequências com este tipo de atividade, tentando entender as tensões sociais existentes nestes espaços. Para isso buscou-se na arqueologia da contemporaneidade e na paisagem, elementos para o desenvolvimento metodológico desta pesquisa.
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FELIPE CALASANS DE SOUZA
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RECONHECIMENTO DAS ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DE MATÉRIAS-PRIMAS LÍTICAS NA CAMADA II DO SÍTIO ARQUEOLÓGICO PORTO DAS REDES III, SANTO AMARO DAS BROTAS, SERGIPE, BRASIL
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Orientador : PAULO JOBIM DE CAMPOS MELLO
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Data: 28/01/2022
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Dissertação
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Os estudos que versam sobre tecnologia lítica no Nordeste do Brasil têm recebido grande deferência ao longo das últimas décadas. Apesar da utilização destes estudos se basearem em conceitos, mormente sob o auspício da cadeia operatória, considerada como instrumento metodológico enriquecedor no exame dos processos de lascamento, desde o recolhimento da matéria-prima até o seu abandono, poucos são aqueles que vão além da produção dos instrumentos líticos. O aprovisionamento de matérias-primas é considerado com fator necessário e primário para o conceito, mas pouco praticado e inter-relacionado. Assim, o objetivo do presente trabalho é reconhecer quais as Estratégias de Gestão de Matérias-Primas Líticas, com base no processo de produção – aprovisionamento e a sua transformação em instrumentos –, realizada pela unidade populacional que habitava o Sítio Arqueológico Porto das Redes III, através da materialidade social existente na camada II do referido assentamento. A metodologia utilizada neste trabalho foram as prospecções geoarqueológica e às análises tanto das amostras geológicas quanto dos conjuntos líticos arqueológicos. Os resultados em relação às fontes de matérias-primas líticas não foram satisfatórios em razão da impossibilidade de contrastação microscópica, entretanto, forneceu dados sobre a quantidade e a qualidade dos recursos líticos provavelmente utilizados pelas populações pretéritas. A análise dos conjuntos líticos revelou a utilização específica de determinada matéria-prima em consonância aos suportes utilizados revelando uma clara tendência de economia de matérias[1]primas, assim como de atividades técnicas intensas mediante a utilização de instrumentos de percussão/bigorna, façonagem, debitagem e retoques.
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