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Dissertações/Teses

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2024
Descrição
  • MATHEUS SILVA FREITAS
  • As Razões do Pessimismo: estudos para uma interpretação geral do pessimismo filosófico à luz de Schopenhauer, Eduard von Hartmann e Matias Aires
  • Orientador : ARTHUR EDUARDO GRUPILLO CHAGAS
  • Data: 12/03/2024
  • Tese
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  • Esta tese busca estabelecer critérios claros sobre o que caracteriza uma doutrina ou perspectiva filosófica como pessimista. Muitas vezes, o pessimismo está associado à subjetividade, ao humor de quem o professa. O problema é se o pessimismo também pode ser fundamentado em razões objetivas. Por isso, como método, adotamos a lógica informal e manuais de teorias da argumentação, a fim de encontrar “tipos de razão” capazes de identificar objetivamente o pessimismo de uma filosofia. Para tanto, tomamos como estudo de caso a filosofia de Arthur Schopenhauer (1788-1860), pois sua doutrina da Vontade é a principal fonte disponível para reconstruir a base conceitual de uma filosofia pessimista. Se, por um lado, a filosofia de Schopenhauer é a que mais se presta a uma identificação, por vezes perigosamente reducionista, com o pessimismo, por outro lado, não se pode explorar toda a amplitude filosófica do pessimismo sem ir além da sua filosofia. Por estas razões, é necessário abordar o pessimismo schopenhaueriano numa perspectiva comparada, e faremos isso examinando os “tipos de razão” que também sustentam os argumentos pessimistas do autor considerado o membro mais proeminente da “Escola” de Schopenhauer e seu “discípulo metafísico”, a saber, Eduard Von Hartmann (1842-1906). Contudo, para garantir que tal investigação comparativa sobre os fundamentos do pessimismo filosófico seja, ao mesmo tempo, tão objetiva quanto possível, outro cuidado deve ser tomado. É preciso verificar se o pessimismo de uma filosofia pode ser sustentado independentemente dos conceitos de uma doutrina específica, seja a de Schopenhauer ou a de Hartmann, e do contexto histórico em que esses autores sistematizaram suas filosofias. Assim, nossa solução propõe, por fim, analisar os “tipos de razão” que levam o pensamento do filósofo luso-brasileiro Matias Aires (1705-1763), em suas Reflexões sobre a vaidade dos homens (1752), a ser classificado como “pessimista”. Como este livro foi publicado mais de trinta e cinco anos antes do nascimento de Schopenhauer, que tampouco o conheceu, temos uma suposta filosofia pessimista completamente autônoma em relação à influência de Schopenhauer.

  • ADENILSON SANTOS NASCIMENTO JUNIOR
  • A unidade do objeto e a unidade da consciência em Hegel
  • Orientador : ARTHUR EDUARDO GRUPILLO CHAGAS
  • Data: 29/02/2024
  • Dissertação
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  • A presente pesquisa tem por objetivo compreender a natureza do conceito hegeliano de unidade, bem como se o que pode ser entendido do referido termo pode ser analogamente aplicado tanto ao sujeito quanto ao objeto. O tema principal a ser desenvolvido neste trabalho consiste na análise do itinerário fenomenológico traçado nos momentos correspondentes aos quatro primeiros capítulos da Fenomenologia do Espírito, além das conceituações basilares encontradas na Enciclopédia das Ciências Filosóficas, para compreender se de fato existe uma unidade por detrás das determinações experimentadas pela consciência, seja em relação ao objeto, seja em relação a si mesma, ou se na verdade são estas determinações ou multiplicidades que já demarcam esse espaço unitário – necessário, inclusive, ao seu progresso enquanto Espírito. Para tanto, o trabalho investiga em primeiro lugar 1) as nuances concernentes ao objeto e seu processo de unidade em meio às multiplicidades ou propriedades que lhe são correlatas. Dado contínuo, a pesquisa aprofunda a questão 2) voltando-se à consciência-de-si e buscando encontrar respostas sobre a unidade do sujeito a partir do desejo, do reconhecimento e na tensão entre a consciência infeliz e a força do hábito. Por fim, 3) o trabalho analisa a ideia de unidade como representação do pensamento ou do saber, tanto a partir do momento fenomenológico do Entendimento como a partir das propostas interpretativas sobre o assunto, mais especialmente as de Slavoj Žižek e Robert Pippin, as quais, cada qual ao seu modo, confirmam a natureza desse termo conceitual, seja em relação às determinações da consciência seja em relação à visão transcendental desse conceito.

  • JOSÉ ANTONIO SANTOS DE OLIVEIRA
  • AN-ARQUIA SAGRADA NA HERMENÊUTICA RADICAL DE JOHN D. CAPUTO
  • Orientador : CICERO CUNHA BEZERRA
  • Data: 28/02/2024
  • Tese
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  • O pensamento filosófico ocidental tem sido, historicamente, permeado pela indagação acerca da natureza intrínseca e pela dinâmica estabelecida entre a condição humana e a divindade. Esta investigação se torna particularmente complexa quando se considera as representações de um Deus revelado por meio de textos sagrados, como as encontradas no Judaísmo, Cristianismo e Islamismo. Nesse contexto, a relação entre o ser humano e Deus se manifesta de maneira profunda e intricada, demandando uma abordagem hermenêutica para a compreensão da "palavra" divina. Ao nos debruçarmos sobre o Cristianismo, base paradigmática desta análise, a linguagem se torna o epicentro de uma experiência que, paradoxalmente, se enraíza na letra escrita, mas encontra sua essência no âmbito espiritual que, aqui, corresponde ao hermenêutico. Os critérios interpretativos surgem, portanto, como filtros que podem resultar em experiências libertadoras, mas também em interpretações dogmáticas e extremistas. Este estudo visa explorar, a partir das obras do filósofo da religião John D. Caputo (1940), a concepção de Deus como “evento” (Event), destacando sua característica de fragilidade em conexão com a expressão subversiva da "Anarquia Sagrada". Esta abordagem hermenêutica propõe uma visão do “reino de Deus” como uma inversão radical de qualquer hierarquia estabelecida. Para alcançar esse objetivo, nos centramos nas obras The Weakness of God: A Theology of the Event (Indiana University Press, 2006), After the Death of God, with Gianni Vattimo (Columbia University Press, 2007), The Insistence of God: A Theology of Perhaps (Indiana University Press, 2013), The Folly of God: A Theology of the Unconditional (Polebridge Press, 2015), e Hermeneutics: Facts and Interpretation in the Age of Information (Pelican, 2018). Nosso intento é compreender em que medida a concepção de Deus como evento se situa na fronteira de uma teologia marcada pela debilidade, que se revela, primordialmente, como um recurso interpretativo empregado por J. Caputo para estabelecer a noção de fragilidade divina como condição para sua concepção de "anarquia Sagrada". Esta ideia, ao contrário das visões metafísicas fundacionistas, baseia-se em uma experiência profunda de liberdade. Para tanto, dividimos nossa pesquisa em quatro módulos distintos. Primeiramente, abordamos a relação entre o conceito de acontecimento e a esfera religiosa, identificando e analisando as fontes filosóficas que influenciam a filosofia da religião de Caputo. Em seguida, procederemos com a análise da definição de uma filosofia do evento. Posteriormente, buscaremos delinear uma teologia do evento como uma proposição derivada, mas singular, em sua relação com a teologia cristã. Por fim, iremos analisar os conceitos de "debilidade de Deus" e "anarquia sagrada", a partir da noção de hermenêutica radical proposta por John Caputo. Esta abordagem visa contribuir para a compreensão do pensamento caputiano no contexto das reflexões contemporâneas em torno da Filosofia e Teologia, explorando conceitos fundamentais através de uma análise detalhada e crítica das obras de John D. Caputo, visando uma compreensão mais ampla e elucidativa da relação entre divindade, fragilidade e liberdade.

  • UILDER DO ESPIRITO SANTO CELESTINO
  • VIOLÊNCIA E REVOLUÇÃO EM HANNAH ARENDT: A ABRANGÊNCIA DE UMA TEORIA DA AÇÃO
  • Orientador : ROMERO JUNIOR VENANCIO SILVA
  • Data: 28/02/2024
  • Tese
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  • A tese “Violência e revolução em Hannah Arendt: a abrangência de uma teoria da ação”apresenta as categorias arendtianas “violência” e “revolução” relacionadas com sua teoria daação humana e investiga a abrangência destas categorias. Para o alcance da investigação,definiu-se o objetivo geral de demonstrar como ambas as categorias teorizadas por HannahArendt permitem fazer uma leitura abrangente de sua teoria da ação, seguindo-se a cincoobjetivos específicos, cada um deles desenvolvido a cada capítulo da tese, que foram osseguintes: 1) apresentar a leitura das obras “Sobre a violência” e “Sobre a revolução”; 2)expor os temas da violência e revolução em relação a textos de Karl Marx, do marxismo,Jean-Paul Sartre e Frantz Fanon; 3) demonstrar a abrangência da teoria da ação em HannahArendt; 4) examinar a escrita de Hannah Arendt sobre a teoria da ação diante da ruptura datradição no ocidente e; 5) articular a categoria violência com a tradição, a desobediência civile a questão racial na teoria da ação arendtiana. Junto com a leitura das obras referenciais“Sobre a revolução” e “Sobre a violência” e a exposição do método de leitura e investigação,a tese contou com a tradução de dois textos inéditos no Brasil, intitulados “O problema daação e do pensamento após a revolução francesa” e “Imperialismo: estrada para o suicídio. Asorigens políticas e o uso do racismo”, admitidos em dois contextos diferentes, o primeirorelativamente ao ensaio “filosofia e política” datado de 1954 cuja publicação está incompletano Brasil, o segundo um draft desenvolvido em língua inglesa e posteriormente em línguaalemã e que resultaram num subcapítulo do item “raça e burocracia” da obra “Origens dototalitarismo”, ambos os textos oriundos da crítica completa “Hannah Arendt DigitalKritische Gesamtausgabe”. Foi integrado ao método de leitura e investigação o conteúdo deduas correspondências obtidas diretamente dos arquivos “Hannah Arendt Papers” dabiblioteca do congresso em Washington endereçadas por Hannah Arendt ao escritor negroRalph Ellison (1965) e a Henry Allen Moe, secretário geral da John Simon GuggenheimMemorial (1953), a primeira correspondência integrada ao tema da teoria da ação em HannahArendt voltado para a violência junto com as questões raciais e a segunda integrando-se àdemonstração da abrangência da teoria da ação até antes da obra “Eichmann em Jerusalém”.Os documentos e textos inéditos e já publicados contribuíram com a demonstração dahipótese de que as categorias “violência” e “revolução” se relacionam de maneira dinâmicacom a teoria da ação humana em Hannah Arendt diante da vita activa na era moderna. Com atese da abrangência desta teoria da ação, foram indicados elementos da violência na teoria dopoder que não foram considerados pela crítica do poder de Jürgen Habermas (2001) a HannahArendt, assim como indicada sua atualidade como teórica política da era moderna, teórica do
    poder e teórica das revoluções e tendo deixado elementos para a teoria de uma nova era aindadesconhecida.

  • DANTE ANDRADE SANTOS
  • A DÚVIDA COMO TERAPÊUTICA: DÚVIDA, ERRO E PATOLOGIAS NA FILOSOFIA CARTESIANA.
  • Orientador : MATHEUS HIDALGO
  • Data: 26/02/2024
  • Tese
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  • A DÚVIDA COMO TERAPÊUTICA: DÚVIDA, ERRO E PATOLOGIAS NA FILOSOFIA CARTESIANA.

    Dante Andrade Santos1

    RESUMO

    O objetivo deste trabalho é investigar o papel filosófico desempenhado por figuras patológicas como a loucura, a melancolia, a hidropsia e a icterícia nos textos em que Descartes se utiliza do expediente da dúvida e nos textos em que trata do problema do erro. Para avançar na compreensão das questões que orbitam em torno da dúvida, julgamos necessário analisar o suposto caráter cético da dúvida cartesiana: em que medida ela se aproxima e em que medida se afasta da dúvida cética? Dois capítulos são dedicados a responder essa questão. No primeiro capítulo, apresentamos a estrutura da dúvida cartesiana, expondo tanto os seus aspectos lógicos quanto os seus aspectos retóricos. A primeira meditação será o ponto de partida da análise, mas a comparação com outras formulações da dúvida, expostas em outros textos, será um recurso metodológico constante neste trabalho. Nesse ínterim, afastando-se da leitura canônica, que compreende a primeira meditação como um texto solipsista, tentamos sustentar a hipótese de um caráter fundamentalmente dialógico nas Meditações. No segundo capítulo, por sua vez, é exposta uma análise comparativa entre dúvida cartesiana e dúvida cética, a partir da qual sustentamos duas hipóteses: (i) afirmar que não há identidade ou equivalência entre a dúvida cartesiana e a dúvida cética é uma leitura mais adequada a uma visão de conjunto da obra cartesiana e compatível com o ponto de vista do próprio Descartes; (ii) o tratamento dedicado à hipótese da loucura na primeira meditação é um importante indicador de não equivalência entre dúvida cartesiana e dúvida cética. As principais referências para caracterizar a dúvida cética são os dez tropos céticos atribuídos a Enesidemo, aqueles que tratam do conhecimento sensível, e as reflexões de Oswaldo Porchat sobre o argumento da loucura, não obstante outras fontes clássicas da tradição cética também sejam mobilizadas. No que se refere à problemática do erro, tema do terceiro capítulo, sustentamos a hipótese de que a tese da imprudência da vontade, apresentada na quarta meditação, não explica as formas de erros produzidas pelas experiências patológicas. Elas configuram um tipo especial de erro, um erro de natureza, à maneira do que ocorre com os hidrópicos e ictéricos. Avaliamos que esse tipo especial de erro só encontra lugar na teoria cartesiana do erro com os argumentos apresentados na sexta meditação. Por outro lado, na medida em que o tema do erro se articula com o problema da igualdade ou da desigualdade das inteligências, tentaremos demonstrar que a tese da universalidade da razão, apresentada no Discurso, é absolutamente compatível com as diferenças cognitivas e que não há embaraço na coexistência delas. Enquanto a universalidade da razão é afirmada no campo da metafísica, as diferenças de aptidões cognitivas são consequências do caráter singular da união do corpo com a alma em cada indivíduo. Nesse sentido, o terceiro capítulo aponta para o fato de que uma solução mais abrangente do problema do erro passa pelo tema da união substancial. A especificidade deste trabalho consiste, então, em tecer uma articulação entre o âmbito da dúvida e a problemática do erro com o fio condutor representado por essas figuras patológicas, tratando-as como o fio de Ariadne que conduz a nossa investigação. Esperamos demonstrar que a dúvida cartesiana possui uma função terapêutica que não se confunde com a terapêutica promovida pela epoché cética. Portanto, longe de ser um tema menor, o estudo das patologias, ao articular diferentes domínios e mobilizar a solução de problemas fundamentais da obra cartesiana, coloca-nos em uma posição melhor para compreender e avaliar o tipo de racionalismo que chamamos propriamente de cartesiano. Além disso, o tema das patologias conecta Descartes a uma longa tradição que compreende a filosofia como terapêutica do espírito, articulando filosofia e medicina.

    1. Psicólogo (UFS), mestre em Filosofia (Unicamp) e doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UFS. Orientador: Prof. Dr. Matheus Hidalgo. E-mail: dante.andrade.santos@gmail.com.

  • LUIZ MANOEL ANDRADE MENESES
  • O CONCEITO DE VALOR-TRABALHO EM MARX: análise, crítica e remodelagem no contexto da Inteligência Artificial
  • Orientador : ROMERO JUNIOR VENANCIO SILVA
  • Data: 22/02/2024
  • Tese
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  • A presente tese perfaz a análise, a crítica e a remodelagem do conceito marxiano de valor-trabalho, elemento fundante da filosofia marxista. Marx concebeu a sua teoria do valor-trabalho a partir da observação empírica das transformações sociais ocorridas durante a Primeira Revolução Industrial. Atualmente, na Quarta Revolução Industrial, vivencia-se a proliferação de aplicações da Inteligência Artificial fundadas no aprendizado de máquina ou aprendizado profundo, que precisa ser compreendido por meio de sua base empírica, a fim de revalidar o conceito marxista de valor-trabalho à realidade atual. Por conseguinte, busca-se uma releitura do conceito de valor apresentado no Livro I de O Capital, em diálogo com a hodierna teoria da Análise Essencial de Sistemas diante dos desdobramentos da Inteligência Artificial e de seus impactos na realidade fática. Para tanto, metodologicamente aplicar-se-ão para tal proposta tanto conceitos do Materialismo Histórico-Dialético quanto da Análise Essencial de Sistemas. Desse modo, faz-se uma proposta de remodelagem do conceito marxista de valor-trabalho que agregue a Inteligência Artificial por aprendizagem de máquina, mediante utilização dos organizadores gráficos, diagrama de contexto, diagrama de fluxo de dados e diagrama de entidades e relacionamentos. Sustenta-se que a atualização do conceito de valor-trabalho à dinâmica da evolução produtiva é crucial para a evolução da tradição filosófica marxista, ao tempo em que suscita prognósticos distópicos (vigência do valor-trabalho marxiano com aprofundamento das desigualdades do capitalismo, singularidade tecnológica e transumanismo) e utópicos (regulamentação na área da Inteligência Artificial, socialismo e comunismo) para o devir da sociedade humana.

  • GILVAN TELES DA RESSURREIÇÃO
  • AS APORIAS SOBRE O DISCURSO DA ORIGEM DO MAL E DO LIVRE- ARBÍTRIO EM AGOSTINHO DE HIPONA
  • Data: 19/02/2024
  • Dissertação
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  • RESUMO: Esta pesquisa apresenta como temática asdiscussões acerca da origem do mal, tendocomo objeto investigativo o conceito delivre-arbítrio e as aporias do mal, nopensamento do filósofo Agostinho deHipona (350-430). O problem de pesquisase delineia no seguinte questionamento: deque maneira Santo Agostinho desenvolveuma solução para o problema do mal e daresponsabilização do agente moral, a partir
    da formulação de conceito de livre-arbítrio?
    Objetivamos, assim, encontrar osfundmentos teóricos postulados porAgostinho para o problem da origem domal. Posto que sua filosofia forafortemente influenciada pelaontocosmologia platônica, a obra dofilósofo grego constitui fundamentalimportância para a compreensão das ideiasagostinianas acerca dos conceitos devontade, liberdade, mal e responsabiliddemoral. Nessa esteira, buscamossustentação teórica, também, na obra dePlotino, por ser considerado um elo deligação entre Platão e Agostinho, no quese refere à teoria do “Uno”, que sedesdobra no problema ontológico do mal eda responsabilidade moral. Utilizamos,portanto, o método exegético e
    bibliográfico das obras de Agostinho,

    Platão, Plotino, dentre grandes

    comentadores da temática. Dessa forma,

    constatou-se que o mal não pode ser

    procurado como substancia, e que não há

    uma causa eficiente para o mal; o que

    existe é uma causa deficiente, vinda do

    livre-arbítrio da vontade, que é

    afastamento do principio original, o Bem.

    Podemos dizer que esta é a conclusão geral

    da obra de Agostinho sobre o mal,

    exatamente quando defende que a causa e

    origem do mal está no livre-arbítrio da

    vontade humana. É, pois, no

    “voluntarismo”, na interiodade da

    vontade, que reside toda a originalidade

    do pensamento de Agostinho em relação

    aos filósofos que o antecederam. Isto

    posto, ressaltamos que os resultados e

    conclusões desta pesquisa se colocam

    como contribuição acadêmica à

    tradicional questão da origem do mal e da

    responsbilização moral humana, de modo

    que possa servir de aparato bibliográfico

    para o desenvolvimento de novas

    pesquisas na área.

  • RONNY DENNYSON MONTEIRO SANTANA
  • A NOÇÃO DE VERBUM MENTIS NO DE MAGISTRO DE AGOSTINHO DE HIPONA
  • Data: 05/02/2024
  • Dissertação
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  • A presente dissertação tem porfinalidade investigar a noção de verbummentis (“palavra interior”), a partir dodiálogo De Magistro de Agostinho deHipona. A questão norteadora destapesquisa parte da suspeita da ineficácia dapalavra na significação e ostensão dacoisa, postulada pelo filósofo de Hipona,que desperta o seguinte problema: Quetipo de mediação existe entre linguagem econhecimento no interior da mente? Ahipótese desta investigação filosóficaconsiste na ideia de que no De Magistro jáse encontram os elementos para se pensara noção de “palavra interior” que, por suavez, exerce a referida função de mediaçãotanto no processo de significação quantono processo de cognição. Na primeiraparte da pesquisa, analisa-se, no âmbito dalinguagem, o problema da palavra e o seu papel admoestativo na memória. Ao

    compreender a insuficiência da palavra

    enquanto som na atividade cognitiva,

    discute-se, no segundo capítulo, a noção

    agostiniana da “palavra interior” e a sua

    natureza pré-linguística que articulam

    linguagem, pensamento e conhecimento.

    E, por fim, argumenta-se sobre a presença

    da noção de verbum mentis na obra De

    Magistro. O método filosófico escolhido

    para esta pesquisa bibliográfica foi o

    método hermenêutico, o qual auxiliou na

    interpretação das fontes primárias e dos

    comentadores, mantendo-se, assim, a

    tradição da maioria dos núcleos de estudos

    agostinianos. A partir da transversalidade

    da temática, esta produção textual poderá

    contribuir para futuras reflexões acerca das

    condições da formação do conhecimento

    sensível e inteligível, bem como se

    manifestam na linguagem despertando o

    interesse da comunidade acadêmica pelos

    principais objetos e problemas da teoria do

    conhecimento e da concepção de

    interioridade na história da Antiguidade

    Tardia e da Filosofia Medieval.

  • MARIANA DIAS PINHEIRO SANTOS
  • THOMAS HOBBES E O PACTO DAS PALAVRAS
  • Orientador : SAULO HENRIQUE SOUZA SILVA
  • Data: 05/02/2024
  • Dissertação
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  • O objetivo desta pesquisa é defender que a linguagem, em Thomas Hobbes, para além de ser o fundamento de sua filosofia, pode ser entendida como um pacto de entendimento e de vontades. Sendo assim, não apenas os nomes e a verdade decorrem da convenção linguística, mas todos os tipos de regras e princípios são fruto de um contrato linguístico que atende às necessidades, às convenções e às vontades dos humanos. Com o objetivo de provar esse argumento, parte-se de uma investigação dos primeiros escritos de Hobbes, passando pelos ecos que a tradição e os seiscentos podem ter proporcionado para seus escritos maduros, bem como pela forma como o filósofo pode ter incorporado a geometria em seu método. Desse percurso (e, no geral, ao longo dele), foi possível apresentar não apenas como a linguagem recebe uma crescente atenção e aprofundamento da parte do filósofo de Malmesbury, como a sua filosofia de linguagem se estabelece e, também, extrair que a própria linguagem é um pacto — do que se abre uma nova entrada para investigar os argumentos a respeito da natureza propostos por Hobbes.

2023
Descrição
  • VILMAR PRATA CORREIA
  • A RELAÇÃO MESTRE-DISCÍPULO E A CONSTITUIÇÃO DE SI NAS CARTAS DE SÊNECA A LUCÍLIO A constituição do sujeito e seus modos de governo
  • Orientador : ALDO LOPES DINUCCI
  • Data: 23/10/2023
  • Tese
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  • O presente trabalho visa pesquisar e problematizar os modos pelos quais podemos compreender a constituição de si, a partir do jogo saber-poder, na relação estoica mestre-discípulo, dada a ver nas cartas de Sêneca a Lucílio. Tomo, portanto, o sujeito da atualidade sob a perspectiva das propostas de reflexão do filósofo francês Michel Foucault, almejando uma visada analítica e, ao mesmo tempo, crítica no que se refere às questões relacionadas à liberdade, à verdade e à subjetividade. Para isso, estabeleço como ponto de partida os estudos foucaultianos a respeito da filosofia greco-romana, delineando um recorte no helenismo e em suas respectivas referências sobre o estoicismo, mais especificamente, no que diz respeito às cartas de Sêneca direcionadas ao seu discípulo Lucílio, destacando traços importantes concernentes aos modos de cuidado e governo de si e do outro, presentes na relação pedagógica mestre-discípulo. Mais ainda, investigo como se dão os deslocamentos teórico-metodológicos desta pesquisa a fim de se pensar o sujeito da atualidade e seus desafios, referentes a uma constituição de si, pautada mais pela sabedoria do que pelas práticas de poder per se.

  • DANIEL FRANCISCO DOS SANTOS
  • BENJAMIN E FREUD: MEMÓRIA, MIMESE E EXPERIÊNCIA
  • Orientador : EVERALDO VANDERLEI DE OLIVEIRA
  • Data: 29/09/2023
  • Tese
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  • Encontramos, no conceito benjaminiano de faculdade mimética, um fio que nos direciona à perspectiva filogenética de cunho psicanalítico. Dizemos isso porque tal conceito se assemelha à concepção de sujeito que a psicanálise utiliza. Aquela visada sobre o homem sobressai à noção de fixação que se encontra vinculada à teoria freudiana da recordação. Cognitivamente, a faculdade mimética se comporta de maneira semelhante ao dinamismo do aparelho psíquico, mais especificamente, na dinâmica que implica o processo da recordação, isto é, o modo como os conteúdos mnêmicos são evocados, fixados e transmitidos filogeneticamente. A percepção de semelhanças das correspondências extrassensíveis do mundo externo se aproxima ao modo como a noção de fixação opera no que Freud denominou como processo do trauma. Com efeito, a percepção das correspondências é possível graças à influência da fixação no olhar captador do sujeito. Pensamos em desenvolver o conceito de faculdade mimética nos aproximando do dinamismo daqueles elementos do aparelho psíquico. A aproximação do conceito de faculdade mimética com a perspectiva psicanalítica da memória possibilita consideração da teoria benjaminiana da experiência, uma vez que a visada em conjunto entre ambas teorias se dá no contexto da experiência. É a partir dessa possibilidade que a presente pesquisa propõe o seguinte problema: como a teoria psicanalítica da recordação pode auxiliar a disposição da faculdade mimética no cerne da teoria da experiência? Como hipótese de pesquisa dizemos aqui, que a teoria mimética de Walter Benjamin, que elege como seu conceito principal a faculdade mimética, apresenta uma ponte entre linguagem e experiência a partir da “fantasia” que guia o mimetismo. A teoria freudiana da recordação apresenta um dinamismo, que permitiu a conjectura de uma teoria da faculdade mimética como uma teoria da experiência, ao modo como indicava Walter Benjamin no fragmento Q°24 da obra das “Passagens”. No contexto de experiência o indivíduo apresenta um funcionamento, o processo mimético, que demanda a captação das semelhanças no mundo externo. O dinamismo psíquico em ação no curso da recordação dos conteúdos mnêmicos implica tanto o âmbito ontogenético quanto filogenético, uma vez que os conteúdos são evocados, fixados e transmitidos ao longo da história. Assim, num primeiro momento abordarei a teoria da faculdade mimética em cotejo com a teoria psicanalítica da recordação em discussão com algumas das principais concepções que trazem em seu bojo a possível materialidade da faculdade mimética. No segundo momento, veremos como a materialidade do processo mimético perpassa pelo universalismo da psicodinâmica que envolve a faculdade mimética. Veremos tal universalismo a partir da teoria psicanalítica da mimese, que se apresenta a partir do peculiar deslocamento da mimese em três momentos distintos, movimento que apresenta a relação entre a mimese e fantasia na formação da psicogênese do sujeito. E por fim, investigarei o modo como Walter Benjamin ao observar o aspecto instrutivo da mimese tal como fez Aristóteles, pretendeu quebrar a lógica mítica com caráter instrutivo do próprio mito, a partir da perspectiva mimética da psicanálise.

  • MARINA PEREIRA DA SILVA
  • A NOÇÃO DE ALIENAÇÃO N’A ESSÊNCIA DO CRISTIANISMO DE LUDWIG FEUERBACH E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O ATEÍSMO
  • Orientador : MARCELO DE SANTANNA ALVES PRIMO
  • Data: 31/08/2023
  • Dissertação
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  • O objetivo deste trabalho é destacar o conceito central de alienação na obra A Essência do Cristianismo (1841) de L. Feuerbach. Reconhecido como um dos precursores do ateísmo contemporâneo, Feuerbach rompe com os princípios do idealismo alemão de Hegel, empregando um método filosófico-crítico que se concentra na crítica à teologia de sua época, a qual ele argumenta que deriva da projeção das características humanas na ideia de Deus. Para fundamentar sua crítica, o autor realiza uma análise que transforma a teologia em antropologia, colocando o ser humano e sua essência como o cerne da investigação teológica e filosófica. Ao examinarmos essa estrutura argumentativa, percebemos que a obra em foco promove um ateísmo ético que reconfigura a maneira de abordar a religião. Nessa perspectiva, Feuerbach reconstrói a religião em sua forma original, entendendo-a como uma resposta humana às necessidades concretas impostas pelo ambiente, ao mesmo tempo em que contesta a visão dogmática e fantasiosa que ela adquiriu ao longo do tempo. Este estudo se baseará principalmente na obra "A Essência do Cristianismo" do autor, e também incorporará insights de comentaristas e acadêmicos complementares. O propósito desta pesquisa é demonstrar, através da análise dos argumentos de Feuerbach, como o conceito de alienação desempenha um papel crucial em sua crítica ateísta, destacando assim a relevância deste conceito na visão filosófica do autor.

  • JOSÉ MAXIMINO DOS SANTOS FILHO
  • CONSIDERAÇÕES SOBRE O NEXO ENTRE EDUCAÇÃO E DIREITO EM KANT
  • Orientador : EDMILSON MENEZES SANTOS
  • Data: 31/08/2023
  • Tese
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  • A presente tese coloca, enquanto via de possibilidade, a tarefa de confirmar se, na filosofia kantiana, é possível extrair elementos capazes de associar educação, cultura e direito no sentido de projetá-los rumo a uma formação que vise à cidadania e, consequentemente, à moralidade. Para Kant, o fim último da educação é a moralização, entretanto, este fim não se dá de maneira automática, faz-se necessário elementos que operem na consecução dessa finalidade. Neste sentido, pretendeu-se demonstrar que o direito e a disciplina podem ser arrolados entre esses elementos, pois, quando observamos cuidadosamente o pro jeto pedagógico kantiano, vislumbramos o seguinte: por meio da disciplina, tal como formulada nos seus escritos de pedagogia, prepara-se o educando para o respeito à liberdade do outro e, por conseguinte, para a efetiva vivência do direito. Sem esse processo pedagógico-disciplinar a instituição do direito estaria comprometida em sua organização inicial. Vivência e processo devem aperfeiçoar-se de geração em geração até que tenhamos a plena realização moral. Nesses termos, a hipótese que serviu de guia à pesquisa foi assim traduzida: a disciplina prepara o direito por meio de um processo pedagógico que abarca não só o indivíduo e o seu momento, mas projeta-se para a humanidade inteira dentro de um desenvolvimento histórico. O conceito chave da investigação é o de disciplina, porque tanto a educa&cced il;ão como o direito dele dependem organicamente. As obras de onde esse conceito ressalta e desenvolve-se são: Sobre a Pedagogia, Crítica da Razão Prática, Crítica da Razão Pura e os Escritos sobre a História.

  • SIZINIO LUCAS FERREIRA DE ALMEIDA
  • A querela mare liberum-mare clausum no jus gentium de Grotius e a consolidação dos mares como coisa de uso comum.
  • Orientador : EVALDO BECKER
  • Data: 31/08/2023
  • Tese
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  • O objetivo do presente trabalho visa apresentar a influência da teoria da liberdade dos mares defendida pelo filósofo e jurista neerlandês Hugo Grotius e como essa ideia influenciou na contemporaneidade os debates e tratados acerca do uso dos mares de forma aberta e livre entre todas as nações. Para tanto, examinaremos duas de suas obras a respeito do tema, Mare liberum (1609) e no Direito da guerra e da paz (1625). Fundamentando-se no conceito de jus gentium (direito das gentes), o jurista neerlandês defenderá o uso dos mares por todas as nações de forma livre, contrapondo-se as intenções monopolistas das nações ibéricas, Espanha e Portugal, que durante os séculos XVI e XVII expandiram-se comercialmente para além das suas fronteiras e outorgaram para si a posse de todos os mares que suas naus navegavam, impedindo que outras nações exercessem o mesmo direito. Diante dessa questão, as obras de Grotius representou uma nova reflexão para os diversos choques de interesse entre os recém Estados modernos e como essas soberanias tentaram ter para si a supremacia das rotas marítimas. A partir desse ponto, analisaremos o cenário histórico de publicação das obras, especialmente seus opositores e a repercussão durante os séculos seguintes e como, na contemporaneidade, suas ideias foram fundamentais para a constituição das Convenções que regulamentam o direito marítimo hodierno.



  • DÁLETE O'HANA DOS SANTOS SANTANA
  • O BELO NA ESTÉTICA SARTRIANA E A BUSCA DO “EM-SI-PARA-SI”
  • Orientador : VLADIMIR DE OLIVA MOTA
  • Data: 30/08/2023
  • Dissertação
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  • Uma vez que a realidade humana comporta o acaso, faz-se necessária a fatalidade; em um mundo onde impera o caos, há uma exigência pela ordem; quando se fala em angústia, tem-se o desejo pela beleza. Dito isto, ao se deparar com a existência de dois tipos de arte: significante e não significante, o que aqui se pretende é demonstrar que a necessidade da beleza faz com que os seres humanos criem um objeto comprometido com o belo, a obra de arte não significante, na tentativa de efetivar o projeto fundamental. Isto se dá, devido à ausência de beleza em uma realidade contingente, logo, angustiada. Tendo em vista que este trabalho se qualifica como uma pesquisa bibliográfica, houve uma preocupação, durante o percurso investigativo, com seleção das fontes primárias e secundárias, bem como com a interpretação tanto a partir de uma leitura atenta das obras de Sartre quanto da perspectiva de autores bem conceituados no que diz respeito ao estudo do pensamento sartriano. Para isso, num primeiro momento, foi feito um estudo de ontologia a fim de expor a estrutura fundamental do homem enquanto nada de ser. Aqui, a leitura das obras A transcendência do ego (1937) e O ser e o Nada (1943) foram essenciais. Em seguida, a partir das reflexões mais amadurecidas em O ser o nada, buscou-se demonstrar as implicações práticas de um ser que precisa existir para depois se fazer. Liberdade e angústia, logo, entram em cena como constituintes da realidade humana. Estudos sobre A Náusea (1938) entram, nesse momento, com mais intensidade. No terceiro momento, tendo em vista a condição do homem no mundo, fez-se necessário indicar a perspectiva de Sartre no que concerne ao sujeito na construção de si mesmo, o que implica a ideia de projeto. Isto conduziu a uma reflexão sobre a noção de beleza e de sua necessidade na vida humana. Para tal, foi imprescindível se dedicar ao texto Conferencia de Sartre a Universidade Mackenzie – 1960, cujo assunto diz respeito exclusivamente ao belo. Por fim, a partir de uma ideia de arte enquanto imagem apresentada em O imaginário (1940), logo, algo oposto à realidade e se apoiando nos argumentos da obra Que é a literatura? (1947), foi possível identificar um tipo de arte comprometida com a beleza na qual artista e espectador se projetam em um mundo ordenado e buscam realizar seu projeto de ser um Em-si-Para-si.

  • POLIANA GOMES MOURILHE
  • INTERSECCIONALIDADE E VIDAS DISSIDENTES: DESCONSTRUÇÃO DO SUJEITO CARNOFALOGOCÊNTRICO EM UMA PRÁXIS ECOFEMINISTA
  • Orientador : MARCELO DE SANTANNA ALVES PRIMO
  • Data: 30/08/2023
  • Dissertação
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  • O presente trabalho tem como objetivo analisar, a partir de um viés interseccional, a justaposição entre diferentes formas de dominação, mais especificamente o sexismo e o especismo, a fim de identificar os desdobramentos dessas interconexões. No primeiro capítulo será apresentada a obra O Animal que Logo Sou, de Jacques Derrida, com vistas a analisar os pontos comuns e os limites existentes entre o animal e o humano, a partir do que seria determinado, segundo Derrida, como o próprio do homem. Objetiva-se assim observar em que medida tal limite legitimaria o assujeitamento dos demais viventes. Será apresentado o conceito de senciência como outra forma de limite, como fronteira comum a ser considerada entre humanos e não humanos. No segundo capítulo, intenciona-se apresentar os conceitos de carnismo, carnofalogocentrismo e política sexual da carne de maneira a, a partir daí, desenvolver uma análise voltada às imbricações entre gênero e espécie, como pilares comuns às estruturas sexista e especista. Serão então examinados os atributos característicos da subjetividade dominante estabelecida, especialmente no ocidente, a partir da ótica dos conceitos apresentados. No terceiro capítulo será apresentada a teoria ecofeminista, em sua vertente animalista, como contraponto necessário e como forma de resistência à dominação exercida sobre mulheres e animais não humanos. Dessa forma, buscar-se-á desenvolver uma argumentação voltada a apresentar a contribuição da teoria ecofeminista para a desconstrução do sujeito carnofalogocêntrico.

  • EDILENE NUNES SOARES SANTOS
  • SUBJETIVIDADE CAPITALÍSTICA E ECOSOFIASEGUNDO FÉLIX GUATTARI
  • Orientador : ANTONIO JOSE PEREIRA FILHO
  • Data: 29/08/2023
  • Dissertação
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  • O objetivo geral desta dissertação é analisar os conceitos guattatirianos de subjetividade capitalística e ecosofia. A obra As três ecologias, de Félix Guattari, é central em nossa dissertação pois encontramos nesta os conceitos que nos debruçaremos. Assim, os objetivos específicos são três: 1) Estudar o conceito de “subjetividade capitalística” em diferentes textos do autor para mostrar como esta noção assume um papel importante, sobretudo em suas últimas obras, como é o caso de As três ecologias; 2) Analisar como, segundo Guattari, o Capitalismo Mundial Integrado (CMI) está implicado numa perspectiva que pretende reduzir o papel dos “agenciamentos coletivos de enunciação” e, portanto, de uma “subjetividade subversiva”, tal como a entende Guattari. 3) Demonstrar como a noção de ecosofia, em Guattari, funciona como referencial teórico para a organização da práxis, desdobrando-se em três registros transversais: o campo ambiental, o campo social e o campo da subjetividade humana. Analisaremos, portanto, as noções de subjetividade capitalística e de ecosofia, desenvolvidas por Félix Guattari, visando mostrar que estas noções, tal como as compreende o autor, são inseparáveis de uma perspectiva de reflexão teórica e de engajamento social frente ao modo de produção capitalista e o avanço de destruição planetária imposto por esse sistema. Para tanto, daremos ênfase aos últimos textos publicados pelo autor, com destaque para a obra As três ecologias, dentre outros.

  • JOSÉ SANDRO SANTOS HORA
  • CONHECIMENTO E HUMANISMO EM FRANCIS BACON
  • Orientador : ANTONIO CARLOS DOS SANTOS
  • Data: 29/08/2023
  • Tese
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  • Francis Bacon é um pensador da Renascença inglesa. Ao lado de Galileu e Descartes, por exemplo, é considerado um dos mentores da filosofia e da ciência modernas. Em função de propor uma restauração das ciências vinculada especialmente ao conhecimento da natureza e ao progresso do saber, Bacon atraiu críticas, pechas, opiniões nada amistosas a seu respeito. Ao nosso ver, resultado de ‘leituras’ e ‘interpretações’ à revelia da sua própria obra. É, portanto, no terreno das interpretações que o problema da nossa pesquisa se estabelece. Daí o título: ‘Humanismo e conhecimento em Francis Bacon’. Seria nosso filósofo arquiteto de um projeto de conhecimento que negligencia a perspectiva humana? As disciplinas que compõem o corpus dos studia humanitatis, por exemplo, não são legítimas? Em quais bases o projeto baconiano de ciência está assentado? Seria o autor d’A sabedoria dos antigos avesso ao classicismo, à retórica, à poesia e, portanto, um anti-humanista? Nossa hipótese é que o projeto restaurador arquitetado por Bacon fora desenhado sobre traços do humanismo renascentista e, provavelmente, sob influências em alguma medida do protestantismo de Anne e Nicholas Bacon, seus pais. Para dar conta da hipótese nos apoiaremos levemente no método ‘das fontes e da biografia’ – tendo em vista a compreensão de uma época e/ou autor, conforme sinaliza Guéroult –, mas nos valeremos mesmo da leitura e análise de texto. Assim, o objetivo geral da Tese é sinalizar possíveis nexos entre o humanismo renascentista e o plano baconiano de conhecimento. Haja vista mitigar um pouco certas pechas dirigidas ao filósofo da restauração que não se confirmam quando verificamos de perto suas obras. Como estrutura em correspondência aos objetivos específicos no escopo de dar suporte ao objetivo geral, a tese está esquematizada em três capítulos: o primeiro, ‘Percurso e conceituação de humanismo’, nele mostraremos trajetória, nuances, dificuldades teóricas, tempo e espaço nos quais a definição propriamente se deu, dimensões que integram o conceito, entre elas a dignitas hominis; o segundo, ‘Restauração, história e redirecionamento do humano em Bacon’, versa desde o ambiente histórico que contorna o pensamento de Bacon, toca as noções de ciência, conhecimento, natureza, experiência, plano d’A grande restauração e teoria dos ídolos, termina desembocando nos aspectos história, divisão dos saberes e redirecionamento do humano consoante a filosofia de Bacon; o terceiro e último, ‘O autor da Nova Atlântida: um navegante pelos mares do humanismo renascentista’, ali discutiremos possíveis razões que levaram nosso filósofo a recusar a lógica de Aristóteles e o aristotelismo escolástico, situaremos a inserção adequada de uma passagem d’O progresso do conhecimento utilizada indevidamente para acusarem Bacon de anti-humanista e finalizaremos, amparado em Spang e Sargent, expondo prováveis influências, na escrita da Nova Atlântida, por exemplo, de tradições literárias antigas, clássicas, ‘pagãs’ como igualmente de tradições bíblicas, filosóficas, humanistas renascentistas, fatos da própria história da Renascença inglesa, o que reforça nossa tese do Bacon inclinado ao humanismo renascentista. Integram ainda a tese, as considerações finais – com a síntese dos resultados alcançados – e as referências bibliográficas que nos forneceram o devido suporte teórico.

  • JORGE FERNANDO DE LIMA VASCONCELOS JÚNIOR
  • O USO DO ELENCHUS NA APOLOGIA DE SÓCRATES
  • Orientador : ALDO LOPES DINUCCI
  • Data: 25/08/2023
  • Dissertação
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  • Esta pesquisa tem como objetivo o estudo do uso do elenchus (inquérito socrático) naobra Apologia de Sócrates escrita por Platão, que relata o julgamento de Sócrates.Faremos, em primeiro lugar, uma apresentação do Sócrates histórico. Em seguida,faremos um estudo do elenchus socrático como forma pedagógica de aprendizado etambém produtivo modo de refutação. Para Sócrates, o processo elênquico é essencialpara demonstrar que seus interlocutores julgam saber o que na verdade não sabem. Porfim, apresentaremos, com breves comentários, instâncias de processos elênquicos naApologia de Sócrates, de Platão.

  • LAÍS KALENA SALLES ARAGÃO
  • O mal-estar na representação: e a crítica aos fundamentos da História da arte
  • Orientador : VLADIMIR DE OLIVA MOTA
  • Data: 28/07/2023
  • Dissertação
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  • A invenção da história da arte enquanto disciplina constituiu-se como um processo de adequação das imagens de arte às pretensões das narrativas. As imagens de arte eram compreendidas como representação da realidade e, portanto, a história da arte teria a pretensão de fazer corresponder totalmente as imagens de arte ao conhecimento que se tem delas. Quanto mais adequada a esse parâmetro, mais eficaz seria considerada a imagem de arte. Contudo, Georges Didi-Huberman indaga, em sua obra Diante da Imagem, se essa seria a única e melhor maneira de considerar a eficácia das imagens de arte e quais são as consequências de se estabelecer esse parâmetro à percepção das artes. Assim, no primeiro capítulo, trabalharemos a crítica de Georges Didi-Huberman à invenção da história da arte enquanto disciplina, focando na análise dos casos de Giorgio Vasari e Erwin Panofsky, e no uso das palavras-mágicas fundadas na ideia de representação, tal qual o percurso realizado por nosso filósofo em Diante da Imagem. Optamos por iniciar a argumentação apresentando o contexto de invenção da história da arte para oferecer aos leitores uma leitura cronológica e panorâmica da tese que apresentaremos nos capítulos seguintes. No segundo capitulo, investigaremos o que Didi-Huberman compreende por imagem de arte e interpretação, abordando o ideário de Sigmund Freud e sua investigação sobre as imagens do sonho. Analisaremos o caráter de sintoma e de rasgadura das imagens, propondo pensar outras formas de interpretação que acomodem as rupturas normativas, e a constituição de uma estética do sintoma como um campo entre a fenomenologia e a semiologia. Esse passo sucede a crítica às narrativas tradicionais e precede o confronto da crítica e da tese de Didi-Huberman. Assim, no terceiro capítulo, pretendemos questionar a autoridade da representação na elaboração das narrativas, considerando a noção que nosso filósofo desenvolve acerca das imagens de arte. Revisitaremos, nesse capítulo, a crítica de Didi-Huberman a Giorgio Vasari e Erwin Panofsky focando no confronto entre a ideia de imagem de arte apresentada no capítulo 2 e a crítica aos fundamentos da história da arte centrada na crítica à representação. Essa pesquisa consiste em um estudo bibliográfico que abrange a leitura rigorosa das obras do filósofo francês, acompanhando o desenvolvimento da sua hipótese e suas transformações, dentre as quais estão particularmente Diante da Imagem, Diante do Tempo e O que vemos, o que nos olha; e de comentadores que desenvolvem estudos semelhantes, como Chari Larsosn e Emmanuel Alloa

  • CRISTIANO DE ALMEIDA CORREIA
  • Entre o ideal e o possível : guerra e paz nas relações internacionais em Jean Jacques Rousseau
  • Orientador : EVALDO BECKER
  • Data: 28/06/2023
  • Tese
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  • Esta tese de doutorado se propõe a explorar o “inacabado” sistema de política estrangeira de Rousseau, com ênfase no nexo entre guerra e paz, natureza e civilização, artifício e originalidade. Nosso procedimento consiste em situar o autor dentro do debate sobre o Direito das Gentes na modernidade colocando em primeiro plano uma análise política e moral do homem e da sociedade. Paralelemente ao estudo das relações humanas, avaliaremos de que maneira o autor trabalha as tensões envolvendo a paz e a guerra na emergência dos Estados-nação. De um ponto de vista mais abrangente, valendo-se dos conceitos de “liberdade e igualdade”, e tomando por base as indicações espalhadas ao longo do universo textual de Rousseau e seus interlocutores, esta tese pretende também instigar uma reflexão sobre os pressupostos liberais e a economia de mercado que rege as Relações Internacionais na atualidade. Mais especificamente, sustentamos que esse par de conceitos, quando visto em perspectiva, é hábil tanto a nos auxiliar na reconstituição filosófica das teorias que fundamentaram o Direito das Gentes na modernidade quanto na crítica ao sistema internacional da contemporaneidade. Nossa hipótese busca determinar que o estudo dos textos de Rousseau relativos às Relações Internacionais são fundamentais para compreender sua teoria política, sobretudo ao examinarmos tais tensões. Ao final do percurso, tentaremos dar subsídio à nossa tese que aponta para a inexistência de elementos suficientemente claros para encaixar Rousseau em uma das duas correntes de pensamento predominante nas Relações Internacionais pós primeira guerra mundial: realismo e idealismo. A partir desta impossibilidade, consideraríamos sua posição como uma espécie de realismo hesitante, visto que faz uso da realidade factual das sociedades historicamente constituídas para compor sua teoria das Relações Internacionais sem abrir mão dos princípios universais estabelecidos no Contrato Social.

  • ALIPIO JOSÉ VIANA PEREIRA NETO
  • FALÁCIAS ARGUMENTATIVAS: uma proposta de classificação
  • Orientador : ALDO LOPES DINUCCI
  • Data: 22/06/2023
  • Tese
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  • Trata-se de tese de doutorado cujo objetivo é apresentar um sistema de classificação para as falácias argumentativas capaz de, a partir de critérios objetivos, servir como ferramenta pragmática para análise e avaliação da argumentação, além proporcionar uma melhor compreensão do argumento na dinâmica do processo de comunicação argumentativa. Inicialmente, fizemos um breve resumo sobre o estado da arte da classificação das falácias, ao passo que apresentamos a metodologia empregada a fim promover o referido sistema de classificação. Seguimos duas linhas investigativas: uma no que diz respeito aos mecanismos cognitivos que explicam a vocação persuasiva das falácias e a outra concernente aos parâmetros normativos que esclarecem as incorreções por elas cometidas. Com base nas referências encontradas em nossas investigações apresentamos os primeiros critérios de classificação: o argumento isolado do contexto e o argumento em função do processo de comunicação. Primeiramente, abordamos o argumento isolado: detalhamos sua estrutura e, assim, delimitados alguns subcritérios. Na sequência, ocupamo-nos dos recursos persuasivos empregados pelas falácias e do processo de comunicação argumentativa como parâmetro para analisar e avaliar o argumento. Por fim, apresentamos dois sistemas de classificação distintos: um, quanto aos parâmetros normativos desrespeitados, e o outro, quanto aos mecanismos persuasivos manejados. Contudo, apesar de sistemas diferentes, eles se inter-relacionam segundo o papel do argumento em um processo de comunicação argumentativa, praticado por sujeitos que, naturalmente, realizam um processamento cognitivo parcial da informação.

  • ADRIEL CARDOSO FONSECA SANTOS
  • A conduta pirrônica no ensino médio: uma alternativa metodológica
  • Orientador : RODRIGO PINTO DE BRITO
  • Data: 31/05/2023
  • Dissertação
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  • Ainda se faz atual a reflexão sobre os procedimentos do ensino de filosofia no Ensino Médio. É a partir da própria historiografia filosófica que advém o ensejo de tornar profícua a filosofia em sala de aula. O presente trabalho tem como objetivo apresentar como o procedimento peculiar intrínseco à conduta pirrônica possibilita o exercício crítico-reflexivo da atividade filosófica no Ensino Médio. Para isso, fez-se necessário realizar um breve trabalho exploratório qualitativo sobre a principal fonte bibliográfica do pirronismo (σκεπτικὴἀγωγή), a obra Hipotiposes Pirrônicas, que foi escrita pelo filósofo Sexto Empírico em meados dos séculos II-III d.C. Com efeito, pretendeu-se aplicar os elementos conceituais pirrônicos (zétesis, diaphonía, isosthéneia, aporía, epoché e ataraxía) à estrutura didático-pedagógica desenvolvida por Lidia Maria

    Rodrigo, cujos elementos lógico-discursivos são a problematização, conceituação e argumentação. Assim, propôs-se a apresentar que a partir da dinâmica metodológica pirrônica é possível desenvolver uma prática didático-metodológica como propedêutica ao específico exercício filosófico no Ensino Médio.

  • TADEU JÚNIOR DE LIMA NASCIMENTO
  • SOBRE A INAUSÊNCIA DO OUTRO NA FILOSOFIA DE PLOTINO: O NEXO ENTRE METAFÍSICA E ÉTICA A PARTIR DE UMA COMPREENSÃO DA UNIMULTIPLICIDADE DOS SUPRASSENSÍVEIS.
  • Orientador : CICERO CUNHA BEZERRA
  • Data: 28/04/2023
  • Tese
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  • O propósito deste trabalho é demonstrar a inausência do outro na filosofia de Plotino (204/ 205 – 270 d.C.), examinando o nexo entre metafísica e ética a partir da teoria da unimultiplicidade dos suprassensíveis. Não há dúvidas de que a grande marca do pensamento plotiniano é como este se estrutura em função de uma tríade de hipóstases, a saber, Uno (Hén), Intelecto (Noûs) e Alma (Psyché), cuja importância para os estudos que tratam da dimensão inteligível na antiguidade tardia (e mesmo na medievalidade) é notória. No entanto, apesar da preponderância da metafísica em seus escritos, interessa-nos a relação desta com as reflexões de cunho ético que ali também se encontram, especialmente no modo como o outro aparece no decorrer de seus tratados. Acreditamos que, ao olhar por esse ângulo, é possível compreender uma vinculação entre a unimultiplicidade dos entes inteligíveis e o modo de vida assumido pelo spoudaios (o sábio/virtuoso segundo a perspectiva plotiniana), sobretudo no que se refere ao relacionamento com as outras pessoas. Assim sendo, através da análise e interpretação de tratados das três fases da escrita de Plotino (reunidos na obra Enéadas) e de uma ampla bibliografia secundária, sustentaremos: 1) uma intrínseca concordância entre a teoria da unimultiplicidade dos suprassensíveis (Intelecto, Ser, Ideias, Alma/almas) e a “percepção” que o spoudaios tem dos outros; 2) a inausência do outro nas reflexões plotinianas presentes nos tratados das três fases de sua produção literária, mesmo em alguns que não versam diretamente sobre questões éticas ou antropológicas. Ainda nesse sentido, considerando aquilo que foi preservado de sua biografia, exporemos de forma complementar o quanto a concepção ética de Plotino se traduz em ações que podem ser explicadas pelo vínculo entre uma filosofia e um modo de vida.

  • MARCUS DE AQUINO RESENDE
  • A Premissa Científica e a Tripartição da Alma no PHP de Galeno.
  • Orientador : ALDO LOPES DINUCCI
  • Data: 27/04/2023
  • Tese
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  • Esta pesquisa defende a tese de que a premissa científica de Galeno está um passo à frente do conhecimento científico produzido até sua época no que se refere à definição da sede de comando da alma racional. Galeno é um filósofo e cientista que usou a premissa científica para demonstrar aos estoicos crisipianos e seguidores do monismo da sede de governo da alma no coração que suas conclusões sobre o ἡγεμονικόν estão equivocadas por resultarem de uma aplicação indevida da lógica. Trataremos, em primeiro lugar, da classificação de Galeno de suas quatro premissas.Destacaremos, então, a premissa retórica para identificarmos a posição de Galeno quando afirma que esta premissa não produz conhecimento válido e foi a mais usada por Crisipo em sua defesa do ἡγεμονικόν. Em seguida, entraremos na apresentação de Galeno no PHP sobre a premissa científica e sua conceituação sobre φαινόμενον, αἴσθησις, ὑπάρχοντα e οὐσία. Finalmente, apresentaremos alguns aspectos relevantes da defesa de Galeno sobre a tripartição platônica da alma. Nessa última fase, evidenciaremos a resposta de Galeno a Crisipo e sua crítica ao monismo estoico, apresentaremos a defesa de Platão da tripartição em sua República, que Galeno entende ser uma prova lógica importante, falaremos sobre a tripartição na filosofia do estoico Possidônio e terminaremos discorrendo sobre aquilo que chamamos de uma questão sem reposta sobre a imortalidade da alma.

  • VICENTE FISCINA NETO
  • A RELAÇÃO ENTRE LINGUAGEM E IDEOLOGIA NO CÍRCULO DE BAKHTIN E NA FILOSOFIA MARXISTA
  • Orientador : ROMERO JUNIOR VENANCIO SILVA
  • Data: 22/03/2023
  • Dissertação
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  • O tema desta pesquisa refere-se à relação entre linguagem e ideologia. Uma relação que admite o signo como portador de algo ideológico, constituindo assim duas categorias que de certo modo seriam indissociáveis, interligadas de tal maneira que, caso ocorresse uma separação, não fariam sentido algum, pois se tornariam estéreis, isoladas. Essas categorias seriam, a saber, a ideologia e a linguagem. Qualquer objeto, produto de consumo ou algum instrumento de uso diário, por exemplo, pode ganhar um sentido, isto é, pode tornar-se um signo ideológico. Em razão disso, pode-se perceber a existência de um “mundo dos signos”, portanto, de um mundo ideológico, visto que ambos os mundos se confundem entre si.

    Esta temática está presente na obra Marxismo e filosofia da linguagem atribuída ao pensador russo Valentin Volóchinov (1895-1936), mas que alguns especialistas entendem pertencer a Mikhail Bakhtin (1895-1975), publicada em meados do século passado. Este trabalho de pesquisa, nesse sentido, buscará problematizar a respeito dessa relação entre ideologia e linguagem através de elementos conceituais da filosofia apresentada pelos pensadores alemães Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) em A ideologia alemã – notadamente no que se refere ao conceito de ideologia, em especial, e os demais conceitos correlatos – e na obra supracitada dos pensadores russos. Neste trabalho, a princípio, a preferência será por adotar o nome de ambos, pelo fato de se ter adotado a obra Marxismo e filosofia da linguagem atribuída tanto a Volóchinov quanto a Bakhtin, incluir-se-á o termo Bakhtin/Volóchinov.

  • SALOMÃO DOS SANTOS SANTANA
  • TRIEB EM NIETZSCHE E FREUD: SUJEITO PULSÃO E VONTADE
  • Orientador : SAULO HENRIQUE SOUZA SILVA
  • Data: 16/03/2023
  • Tese
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  • Esta tese tenta reconstruir as origens do conceito Trieb na tradição filosofia de língua alemã, como o conceito evoluiu do alemão antigo até a sua entrada nas discussões cientificas e filosófica. Comparamos, em seguida, o conceito de Pulsão, Trieb, na produção teórica de Nietzsche e Freud. Embora, em Nietzsche, não exista uma tentativa de sistematizar o conceito, como em Freud, esse conceito é o operador teórico fundamental no trabalho dos dois pensadores de língua germânica. Analisando o que foi escrito em diferentes fases de seus trabalhos, nossa tarefa é, primeiro, reconstruir as formulações e reformulações que o conceito assume no corpus teóricos dos dois, logo em seguida, descrever a teoria das pulsões em Nietzsche e compará-las com a produção teórica de Freud, e como esse conceito engendra a noção de sujeito em ambos os pensadores. O objetivo é apresentar uma conjunção teórica em torno desse conceito e demostrar os argumentos de Nietzsche, a fim de construir uma unidade teórica com a metapsicologia freudiana, e como os dois pensadores propõem construir a noção de Sujeito. Neste sentido, este trabalho visa refletir sobre as dificuldades de enfrentar um conceito que, por sua própria natureza, não pode ser totalmente explicado por nossas suposições discursivas. Nosso desafio é rever os pontos comuns das abordagens nietzschiana e freudiana, como o inconsciente, e o ciclo da fisiologia das pulsões.

  • NELSON LOPES RODRIGUES
  • A crítica nietzschiana ao sujeito e o estatuto do corpo
  • Data: 28/02/2023
  • Dissertação
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  • A presente investigação propõe compreender a crítica que Nietzsche tece ao conceito de sujeito e a importância do estatuto do corpo como fio condutor de sua crítica no registro histórico da tradição metafísica. Segundo Nietzsche, a filosofia convencionou a ideia de um sujeito com características “atomistas”, ou seja, como se fosse uma categoria essencialista. Nesta dissertação, pretendemos investigar a natureza dos conceitos de “eu”, sujeito, consciência, subjetividade à luz da noção nietzschiana de fisiopsicologia tal qual estabelecida na fase mais madura do Nietzsche. Para o filósofo, o corpo éo fio que conduz à sua crítica da ideia de sujeito metafísico; corpo que é compreendido como uma estrutura de muitas almas, que é o mesmo que muitas lutas entre vontades, e daí que, para ele, não haja “um” sujeito, como tampouco um “eu” soberano. Na filosofia nietzschiana, essa organização biológica, o corpo, passa a ser compreendida como uma forma hierarquizada de instintos que luta por um plus de força, o que tem por base a sua doutrina da vontade de poder. A relevância desta pesquisa consiste, assim, na tentativa de demonstrar como Nietzsche se apresenta como um crítico radicalda noção de sujeito, a partir do estatuto do corpo. A pesquisa conclui que, para o filósofo, o corpo é a consequência de uma organização hierárquica entre vontades, e a nossa percepção deste enquanto uma unidade é apenas uma interpretação do corpo esgotado

  • JOSÉ LINO DA CRUZ JUNIOR
  • DA LÓGICA DO SENTIDO PARA A DOBRA: A TRANSIÇÃO PARA A POSSIBILIDADE DE UMA NOVA PERSPECTIVA ACERCA DA HISTÓRIA DA FILOSOFIA EM DELEUZE
  • Orientador : WILLIAM DE SIQUEIRA PIAUI
  • Data: 28/02/2023
  • Dissertação
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  • AA presente pesquisa tem por fito mostrar o processo de transição para uma nova concepção deleuziana de “sujeito” e de história da filosofia a partir da obra O anti-Édipo. Para tal, esquadrinharemos inicialmente a obra Lógica do sentido, na qual já há o registro de uma perspectiva original de “sujeito" e de história da filosofia. E, uma vez elucidada a serventia da apropriação deleuziana do conceito leibniziano de mônada no referido livro, e elucidados os conceitos substancialmente inovadores já presentes ali, procederemos a comparação com a obra A dobra: Leibniz e o Barroco. Um livro produzido com base nos temas da obra Lógica do sentido. Posteriormente nos encaminharemos para analisar a ruptura com o livro Lógica do sentido a partir da obra O anti-Édipo. O “sujeito” que emerge desta obra é agora de natureza sociocultural, seu inconsciente também é um produto da história. O paralelo traçado com o materialismo histórico marxista corrobora a nossa conclusão. Com efeito, tal ruptura acarretou mudanças epistemológicas consideráveis — naquela perspectiva deleuzianasuprarreferida, a saber, naquela perspectiva original de sujeito apresentada na obra Lógica do sentido — que perpassaram as obras subsequentes e culminaram na obra A dobra: Leibniz e o Barroco. Nesta, conforme constataremos, em decorrência das mudanças da noção de sujeito e história da filosofia identificadas na obra O anti-Édipo, a filosofia leibniziana é introduzida num movimento cultural (o Barroco), e é lida a partir dele.

  • SOLANGE ALMEIDA LIMA
  • A CONCEPÇÃO DE COMMONWEALTH NO LEVIATÃ DE THOMAS HOBBES E NOS DOIS TRATADOS SOBRE O GOVERNO DE JOHN LOCKE
  • Orientador : SAULO HENRIQUE SOUZA SILVA
  • Data: 28/02/2023
  • Dissertação
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  • Esta dissertação tem como objetivo investigar a concepção de commonwealth nas teorias políticas dos filósofos ingleses Thomas Hobbes (1588-1679), no Leviatã (1651), e John Locke (1632-1704), nos Dois tratados sobre o governo (1689). Neste estudo, mostraremos a relevância do pensamento político desses dois autores para a delimitação dos contornos do Estado moderno e a reflexão sobre a ideia de commonwealth. Para isso, destacamos que o termo “commonwealth”, referia-se às coisas comuns do Estado ou da república, como também para tais autores ingleses do século XVII, era usado para significar comunidade política organizada. Além disso, naquele período, a república podia ser monárquica, autoritária ou até mesmo popular, no entanto, o importante é ressaltar que tal termo era utilizado amplamente pelos ingleses em referência à república e à forma de governo republicana. Nesta pesquisa, o método utilizado é o contextualismo conceitual ou linguístico desenvolvido por Quentin Skinner em sua abordagem da história do pensamento político inglês. Para Hobbes e Locke, as ideias de dever político, Estado civil, república, governante, governados, poder estatal e soberania eram antecedidas de um estado de natureza, e somente com a celebração do pacto social haveria a transferência de poderes e direitos ao soberano. Assim, Hobbes e Locke tinham concepções diferenciadas sobre estado de natureza, estado de guerra, o surgimento das comunidades políticas ou sociedades de indivíduos e demais aspectos que originariam o Estado civil e a república ou commonwealth.

  • MANOEL RODRIGUES PESSÔA FILHO
  • "VALORES E A TECNOCIÊNCIA EM JAVIER ECHEVERRÍA"
  • Orientador : ADILSON ALCIOMAR KOSLOWSKI
  • Data: 27/02/2023
  • Dissertação
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  • Esta dissertação tem como objetivo geral explanar sistematicamente dimensões de sua praxiologia e axiologia destacando a influência de valores epistêmicos e não epistêmicos em atividades tecnocientíficas. Esse eixo central é discorrido à da filosofia prática da ciência de Javier Echeverría desenvolvida nos últimos trinta anos. Com isso, visa-se a demonstrar o giro praxiológico de ações tecnocientíficas que permeiam os cinco contextos da atividade tecnocientífica que normatizam projetos plurais de diferentes ramos e tipos. Não raro, essas ações são, a princípio, insufladas por subsistemas de valores que condicionam e determinam a funcionalidade essas ações por parte de diferentes projetos e fins. Em via, é nossa pretensão tratarmos essa temática mediante os seguintes objetivos específicos, vertentes capitulares desta pesquisa, respectivamente: (i) Abordar os três metacontextos da axiologia echeverriana que ultrapassam a visão da ciência tradicional. Decerto, isso norteia posicionamentos que contextualizam, a saber: o giro prático na filosofia da tecnociência, a compreensão sobre funções dos valores na ciência em contraposição à neutralidade científica e, por efeito, a relevância dos cinco contextos da atividade tecnocientíficas (cf. educação, inovação, avaliação, aplicação e financiamento), questão esta que supera a concepção clássica de Reichenbach. (ii) explanar a natureza e o desenvolvimento da tecnociência, em uma perspectiva em que a tecnociência se caracteriza e contextualiza sistemas de ações epistêmicas e não epistêmicas envoltos de valores, não obstante, marcados pela representação escrita de sistemas I+D+i (ref. Investigação + Desenvolvimento + Inovação). Fica-se claro que esses sistemas se tornam realidades por meio de múltiplas ações e/ou agentes que se dedicam às atividades em modalidades da tecnociência para atingir seus fins de ordem científica, industrial e mercadológico-capitalista. Além disso, centrado na obra La revolucióntecnocientífica (2003), a explanação dessa nova manifestação de ciência denominada tecnociência originou-se no século XX e evoluiu notoriamente, com base histórico-filosófica: da sua fase inicial chamada de “macrociência” para a sua atual descrita, a princípio, como “tecnociênciapropriamente dita”. A primeira foi sumariamente caracterizada por projetos científico-militares de manutenção estatal; já, a segunda, é ventilada pela funcionalidade de projetos e modalidades tecnocientíficos sob o controle predominantemente de empresas privadas. (iii) Analisar principalmente com base na obra Ciencia y valores (2002a) postulados que elucidam a axiologia de Echeverría a qual comporta saberes que apresentam características essenciais do conceito de valor. Este ponto, via de regra, vai além da concepção ontológica de Aristóteles e se baseia na lógica fregeana no sentido de identificar critérios adequados para o contexto da avaliação. Nesse prisma, o filósofo defende que valor é função de ação na tecnociência, sendo assim representada em forma de matrizes avaliativas pelas quais determinados valores causam contínuos efeitos. Ademais, ante essa interatividade axiológica na praxiologia, os subsistemas de valores políticos, militares e, sobretudo, os econômicos subordinam os demais outros para fins de interesses privados. Logo, a tecnociência é concebida como uma grande revolução filosófico-axiológica de realizar ciência que interliga profundamente a valores pelos quais a sociedade e o cidadão informatizados são influenciados e se modificam.

  • EDSON PEIXOTO ANDRADE
  • A FILOSOFIA DE DELEUZE LIDA À LUZ DA NOÇÃO DE METAMORFOSE
  • Orientador : WILLIAM DE SIQUEIRA PIAUI
  • Data: 24/02/2023
  • Tese
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  • A presente tese, pretende manter a hipótese de que é possível identificar um ponto de inflexão na produção filosófica de Deleuze, um corte epistemológico, o qual se dará a partir da década de 1970 com a ruptura que o filósofo Gilles Deleuze, em parceria com Félix Guattari, irá fazer com relação ao estruturalismo e àquilo que chamou “imperialismo do Significante” em favor de uma concepção que pensa uma pressuposição recíproca entre duas formas, a saber, a forma de conteúdo e de expressão, mas introduzindo nessa relação, a noção de corpos sem órgãos ou matéria não formada. Tal empreitada, pensará as formas de expressão e conteúdo em termos de agenciamentos maquínicos e de enunciação que, por sua vez, são engendrados pelo socius, como corpo pleno, e pelo corpo sem órgãos. Isso provocará, por sua vez, profundas alterações na noção de individuação, de sujeito, de objeto, na filosofia que, na visão de Deleuze, estava fundamentada na noção de “representação[i]” e, também, na psicanálise que, na visão do mesmo autor, estava atrelada a um conceito de inconsciente que se associava ao estruturalismo e ao edipianismo familista. Pensamos que, a partir d’O anti-Édipo, a filosofia de Deleuze ou de Deleuze com Guattari, estarão vinculadas a uma noção de máquinas, de agenciamentos maquínicos, de linhas de fuga, desterritorialização e territorialidades e que, tal visão filosófica, pode ser agrupada na noção de metamorfose que, por sua vez, perpassa esse pensamento. Pensamos ainda, que é possível defender tal tese, estabelecendo uma relação entre as funções dos conceitos defendidos na produção de Deleuze e Guattari e na produção de Deleuze sem tal parceria, sobretudo na obra A dobra: Leibniz e o barroco. Assim, a relação existente entre a função dos conceitos diferentes e a aplicação do conceito de “acontecimento” a lugares distintos da produção deleuzeana, nos leva a defender a tese que aqui afirmamos.

  • EDSON PEIXOTO ANDRADE
  • A FILOSOFIA DE DELEUZE LIDA À LUZ DA NOÇÃO DE METAMORFOSE
  • Orientador : WILLIAM DE SIQUEIRA PIAUI
  • Data: 24/02/2023
  • Tese
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  • A presente tese, pretende manter a hipótese de que é possível identificar um ponto de inflexão na produção filosófica de Deleuze, um corte epistemológico, o qual se dará a partir da década de 1970 com a ruptura que o filósofo Gilles Deleuze, em parceria com Félix Guattari, irá fazer com relação ao estruturalismo e àquilo que chamou “imperialismo do Significante” em favor de uma concepção que pensa uma pressuposição recíproca entre duas formas, a saber, a forma de conteúdo e de expressão, mas introduzindo nessa relação, a noção de corpos sem órgãos ou matéria não formada. Tal empreitada, pensará as formas de expressão e conteúdo em termos de agenciamentos maquínicos e de enunciação que, por sua vez, são engendrados pelo socius, como corpo pleno, e pelo corpo sem órgãos. Isso provocará, por sua vez, profundas alterações na noção de individuação, de sujeito, de objeto, na filosofia que, na visão de Deleuze, estava fundamentada na noção de “representação[i]” e, também, na psicanálise que, na visão do mesmo autor, estava atrelada a um conceito de inconsciente que se associava ao estruturalismo e ao edipianismo familista. Pensamos que, a partir d’O anti-Édipo, a filosofia de Deleuze ou de Deleuze com Guattari, estarão vinculadas a uma noção de máquinas, de agenciamentos maquínicos, de linhas de fuga, desterritorialização e territorialidades e que, tal visão filosófica, pode ser agrupada na noção de metamorfose que, por sua vez, perpassa esse pensamento. Pensamos ainda, que é possível defender tal tese, estabelecendo uma relação entre as funções dos conceitos defendidos na produção de Deleuze e Guattari e na produção de Deleuze sem tal parceria, sobretudo na obra A dobra: Leibniz e o barroco. Assim, a relação existente entre a função dos conceitos diferentes e a aplicação do conceito de “acontecimento” a lugares distintos da produção deleuzeana, nos leva a defender a tese que aqui afirmamos.

  • TOMAZ MARTINS DA SILVA FILHO
  • Educação e Prudência em Kant: a propósito do uso do juízo moral vulgar para a iniciação moral.
  • Orientador : EDMILSON MENEZES SANTOS
  • Data: 24/02/2023
  • Tese
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  • Kant, ao buscar um fundamento seguro para a moralidade, parte da admissão do conhecimento moral vulgar que, por sua vez, produz um juízo moral vulgar. Esse tem em conta a apreciação da boa vontade como condição que o leva a formular uma noção do imperativo categórico. A partir disso, a tarefa da razão prática é submeter o juízo moral vulgar ao crivo da crítica para afastá-lo da influência de todos os fundamentos determinantes materiais práticos que lhe possam perverter. Por conta de sua imprecisão, tais fundamentos tornam o juízo moral frágil e sujeito à instabilidade. A depuração do juízo vulgar inicia, propriamente, quando a razão mesma se apresenta como origem do princípio supremo da moralidade por meio dos conceitos de boa vontade, dever, respeito e lei. Por isso, a divisão d os imperativos na Fundamentação é esclarecedora quanto à composição dos juízos morais, evitando confundir os princípios e fundamentos da moral com os da prudência. O juízo moral vulgar tem por obrigação distinguir os imperativos de prudência, dos imperativos de moralidade, visto que no plano formativo, a prudência é algo indispensável, pois por meio dela a educação pode encaminhar o discípulo (Lehrling) para a iniciação moral. Esse encaminhamento se dá mediante o uso de exemplos, enquanto a iniciação moral se dá pelo exercício da virtude; um aprendizado dos deveres por um método catequético (Katechetischen) socrático. Esse método é o mais apropriado para iniciar o aluno na moralidade, a saber, não somente nos conceitos morais, mas no p róprio exercício da moralidade que, na educação prática se chama virtude. Tal método também é chamado de erotemático, quando o professor interroga seu discípulo sobre aquilo que quer ensinar; ele sonda primeiramente os juízos morais provenientes de um conhecimento moral da razão vulgar, para dele extrair o princípio da moralidade aí latente. O objetivo do trabalho é compreender o uso do juízo moral vulgar na iniciação moral, que possui um forte traço pedagógico. A tese está organizada em cinco capítulos que tomam como fio condutor a análise das obras Fundamentação e Pedagogia e subdivide-se em duas partes: a primeira é um esboço da filosofia moral, tendo como ponto de partida o elemento primitivo do dever, expresso no juízo moral vulgar. Nessa parte, temos o primeiro capítulo que expõe a relação de dependência do juízo moral vulgar com os fundamentos determinantes materiais práticos e o segundo capítulo que evidencia a relação do ajuizamento moral com a própria razão pura prática. No terceiro capítulo, que se põe como elemento de transição entre a primeira parte da tese e a segunda, apresentamos os imperativos hipotéticos, como sendo o regramento da razão para fundamentos determinantes matérias práticos e os juízos que daí proveem. Nesse capítulo damos destaque especial à prudência e seus sentidos (Sinn), sendo ela um uso que fazemos dos demais para nosso bem-estar. A segunda parte da tese, que trata dos temas referentes à educação e moralização do homem, inicia propriamente, no tópico final do te rceiro capítulo. Nesse tópico tratamos do aspecto instrutivo da prudência, ou seja, o homem aprende por meio dela a fazer uma análise de seus erros e acertos pragmáticos. A partir dessa análise o homem disciplina-se e torna-se civilizado, isso só é possível mediante uma ponderação das circunstâncias, um aprendizado que se dá com o passar dos anos; é uma instrução mediante a experiência. Posto isso, o quarto capítulo busca relacionar os conceitos de ideia, teoria e arte de educar, tendo em vista o desenvolvimento das disposições naturais. Nessa parte damos relevância às etapas iniciais da formação humana, o cuidado e a disciplina. O quinto e último capítulo leva em consideração a importância da prudência no processo educativo e sua relação com o conceito de cultura, tendo em vista sua utilidade para a iniciação moral. Para tanto, defendemos que, assim como o homem comum parte do juízo moral vulgar para formular o imperativo categórico, a iniciação moral também deve partir daí, do mais elementar sobre a moralidade. Por meio do juízo moral vulgar o homem sabe diferenciar o bem-estar do mal-estar (Wohl ou Ubel), mas também o moralmente bom do moralmente mal (Gute ou Böse). Tal juízo inicia seu trajeto de esclarecimento fazendo uso dos exemplos, elemento muito útil para instrução pragmática, mas também para a iniciação moral. Embora, não se possa fazer uso com frequência deles, é um incentivo para a constância de propósito no exercício da virtude.

  • TOMAZ MARTINS DA SILVA FILHO
  • Educação e Prudência em Kant: a propósito do uso do juízo moral vulgar para a iniciação moral.
  • Orientador : EDMILSON MENEZES SANTOS
  • Data: 24/02/2023
  • Tese
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  • Kant, ao buscar um fundamento seguro para a moralidade, parte da admissão do conhecimento moral vulgar que, por sua vez, produz um juízo moral vulgar. Esse tem em conta a apreciação da boa vontade como condição que o leva a formular uma noção do imperativo categórico. A partir disso, a tarefa da razão prática é submeter o juízo moral vulgar ao crivo da crítica para afastá-lo da influência de todos os fundamentos determinantes materiais práticos que lhe possam perverter. Por conta de sua imprecisão, tais fundamentos tornam o juízo moral frágil e sujeito à instabilidade. A depuração do juízo vulgar inicia, propriamente, quando a razão mesma se apresenta como origem do princípio supremo da moralidade por meio dos conceitos de boa vontade, dever, respeito e lei. Por isso, a divisão d os imperativos na Fundamentação é esclarecedora quanto à composição dos juízos morais, evitando confundir os princípios e fundamentos da moral com os da prudência. O juízo moral vulgar tem por obrigação distinguir os imperativos de prudência, dos imperativos de moralidade, visto que no plano formativo, a prudência é algo indispensável, pois por meio dela a educação pode encaminhar o discípulo (Lehrling) para a iniciação moral. Esse encaminhamento se dá mediante o uso de exemplos, enquanto a iniciação moral se dá pelo exercício da virtude; um aprendizado dos deveres por um método catequético (Katechetischen) socrático. Esse método é o mais apropriado para iniciar o aluno na moralidade, a saber, não somente nos conceitos morais, mas no p róprio exercício da moralidade que, na educação prática se chama virtude. Tal método também é chamado de erotemático, quando o professor interroga seu discípulo sobre aquilo que quer ensinar; ele sonda primeiramente os juízos morais provenientes de um conhecimento moral da razão vulgar, para dele extrair o princípio da moralidade aí latente. O objetivo do trabalho é compreender o uso do juízo moral vulgar na iniciação moral, que possui um forte traço pedagógico. A tese está organizada em cinco capítulos que tomam como fio condutor a análise das obras Fundamentação e Pedagogia e subdivide-se em duas partes: a primeira é um esboço da filosofia moral, tendo como ponto de partida o elemento primitivo do dever, expresso no juízo moral vulgar. Nessa parte, temos o primeiro capítulo que expõe a relação de dependência do juízo moral vulgar com os fundamentos determinantes materiais práticos e o segundo capítulo que evidencia a relação do ajuizamento moral com a própria razão pura prática. No terceiro capítulo, que se põe como elemento de transição entre a primeira parte da tese e a segunda, apresentamos os imperativos hipotéticos, como sendo o regramento da razão para fundamentos determinantes matérias práticos e os juízos que daí proveem. Nesse capítulo damos destaque especial à prudência e seus sentidos (Sinn), sendo ela um uso que fazemos dos demais para nosso bem-estar. A segunda parte da tese, que trata dos temas referentes à educação e moralização do homem, inicia propriamente, no tópico final do te rceiro capítulo. Nesse tópico tratamos do aspecto instrutivo da prudência, ou seja, o homem aprende por meio dela a fazer uma análise de seus erros e acertos pragmáticos. A partir dessa análise o homem disciplina-se e torna-se civilizado, isso só é possível mediante uma ponderação das circunstâncias, um aprendizado que se dá com o passar dos anos; é uma instrução mediante a experiência. Posto isso, o quarto capítulo busca relacionar os conceitos de ideia, teoria e arte de educar, tendo em vista o desenvolvimento das disposições naturais. Nessa parte damos relevância às etapas iniciais da formação humana, o cuidado e a disciplina. O quinto e último capítulo leva em consideração a importância da prudência no processo educativo e sua relação com o conceito de cultura, tendo em vista sua utilidade para a iniciação moral. Para tanto, defendemos que, assim como o homem comum parte do juízo moral vulgar para formular o imperativo categórico, a iniciação moral também deve partir daí, do mais elementar sobre a moralidade. Por meio do juízo moral vulgar o homem sabe diferenciar o bem-estar do mal-estar (Wohl ou Ubel), mas também o moralmente bom do moralmente mal (Gute ou Böse). Tal juízo inicia seu trajeto de esclarecimento fazendo uso dos exemplos, elemento muito útil para instrução pragmática, mas também para a iniciação moral. Embora, não se possa fazer uso com frequência deles, é um incentivo para a constância de propósito no exercício da virtude.

  • ALEXSANDRA ANDRADE SANTANA
  • A inveja na sociedade bem ordenada, justa e desigual
  • Orientador : MARCOS FONSECA RIBEIRO BALIEIRO
  • Data: 31/01/2023
  • Tese
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  • John Rawls, ao desenvolver sua teoria da justiça como equidade, dedicou esforços a demonstrar que a sua concepção política de justiça é intrinsecamente estável ao criar as condições para que a “inveja geral desculpável” não se prolifere na sociedade bem-ordenada, justa e desigual. Tal solução foi contestada por Jean-Pierre Dupuy, segundo o qual Rawls teria sido ingênuo ao acreditar que a solução do “problema da justiça” seria capaz de resolver também o “problema da inveja”. A partir das observações críticas de Dupuy a respeito do pensamento de Rawls, o presente trabalho busca investigar a pertinência de tais observações sobre a estabilidade da concepção política de justiça a partir da forma como a solução do “problema da justiça” é capaz, ou não, de lidar com o “problema da inveja”. Para alcançar tal objetivo, será preciso: a) compreender o papel da inveja nas duas partes do argumento rawlsiano a favor dos princípios da justiça, especialmente na segunda parte, relacionada com o problema da estabilidade; b) compreender as objeções de Dupuy à tese de Rawls, no que se refere à solução do “problema da inveja”; c) analisar o impacto que a leitura de Rousseau teve para a solução rawlsiana do “problema da inveja”; e d) apresentar os elementos da teoria de Rawls que podem nos ajudar na busca de respostas às críticas recebidas, tendo sido eles observados ou não por Dupuy. A tese a ser defendida é a de que, apesar dos esforços de Rawls, os riscos advindos da inveja são apenas parcialmente evitados, uma vez que a inveja que pode desestabilizar a concepção política de justiça não se limita à “inveja geral desculpável”.


  • BRUNO ROLEMBERG DANTAS BARRETO
  • Lógica e Sistemas De Representação: uma Abordagem Antirrealista ao Problema da Exclusão das Cores no Tractatus de Wittgenstein
  • Data: 27/01/2023
  • Dissertação
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  • Neste trabalho, realiza-se uma interpretação antirrealista da teoria dafiguração tractariana em diálogo com a leitura do Tractatus de Marie McGinn,em especial, de sua tese de que a lógica é a essência dos sistemas derepresentação, e a partir dessa interpretação postula-se uma abordagem aoproblema da exclusão da cores. Essa abordagem consiste em mostrar que aexclusão entre proposições no Some Remarks on Logical Form pode serconcebida como o aditamento de um recurso à estrutura do sistema lógicotractariano com vistas ao restabelecimento de sua função, diante daconstatação da impossibilidade de realizar a análise de uma proposição dedupla atribuição cromática na forma de uma contradição lógica a partir daquela estrutura.

2022
Descrição
  • DAVID ANGELO OLIVEIRA ROCHA
  • A justificação da existência pelo prisma estético no Nascimento da tragédia de Nietzsche
  • Orientador : VLADIMIR DE OLIVA MOTA
  • Data: 22/12/2022
  • Dissertação
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  • Esta pesquisa tem por objetivo investigar o que levou Nietzsche a declarar que a vida só pode ser justificada pelo olhar estético. Em sua primeira obra, O Nascimento da tragédia, Nietzsche afirma que “só como fenômeno estético podem a existência e o mundo justificar-se eternamente”. A problemática desta pesquisa questiona o advérbio “só” que aparece nesta declaração. Por que somente como fenômeno estético é possível encontrar razões para que a vida seja justificada? Levando em consideração tal problemática, esta pesquisa está dividida em três partes. Na primeira parte, investigamos a visão de Nietzsche sobre a relação entre pessimismo e existência. Neste processo inicial da escavação do solo existencial, deparamo-nos com personagens aos quais o filósofo recorreu para elaborar seu pensamento estético-filosófico sobre a existência: os gregos e Schopenhauer. A compreensão sobre pessimismo entre os gregos e Schopenhauer dá luzes para entender a visão existencial de Nietzsche e a relação entre os impulsos apolíneo e dionisíaco para concepção de “metafísica de artista”. No segundo momento, analisamos os motivos que levaram Nietzsche a constatar que a ciência e a moral cristã são insuficientes para justificar a existência. Na busca por valores que ajudem o homem a afirmar a vida, o filósofo de Basiléia aponta que a negação da vida começou desde a Grécia clássica, antes mesmo de Sócrates, mas tendo como lente de aumento o próprio filósofo Sócrates. O socratismo aparece no decorrer dos séculos pela face da ciência e da moral cristã. Este racionalismo que alimenta um otimismo, acreditando que é possível corrigir a existência, faz aumentar uma sociedade escrava de conceitos e da lógica. O homem racional interpreta o homem estético como alguém inferior por apostar na arte como aquela que pode salvar o homem moderno. No terceiro momento, tentamos entender a importância que Nietzsche dá à arte e à relação dela para com a vida. Já obtendo as informações que o levaram a constatar que a ciência e moral cristã eram insuficientes para afirmar a vida, agora questionamos porque somente pelo viés estético é possível justificar a existência. Para tal empreitada, partimos do conceito e finalidade da tragédia para Aristóteles, Schiller e Schopenhauer, o que serve para que percebamos os momentos de proximidade e de distanciamento de Nietzsche em relação à cada filósofo ao tratar sobre o conceito e finalidade da tragédia. Depois abordamos os elementos que compõem a tragédia, como: mito, coro e música. Houve, ainda, a contribuição sobre o valor do efeito trágico que brota das músicas wagnerianas. Por fim, discorremos sobre as críticas de Wagner sobre a arte industrializada e como este tipo de arte não contribui para a justificação da existência pelo viés estético. Tais críticas, que aparecem no Nascimento da Tragédia, nos levaram a entender o processo de transfiguração da vida pela arte trágica e a transformação do homem teórico em homem estético pela sabedoria dionisíaca. A metodologia adotada para estudar o pensamento filosófico de Nietzsche foi o método do estruturalismo, à luz do pensamento nietzschiano de Scarlett Marton. Este método nos permitiu ir além da obra Nascimento da Tragédia e recorrer a outras fontes, como: contexto histórico, vocabulário do filósofo, leituras que o filósofo fez e problemas que o filósofo buscou tratar. Assim, esta pesquisa está embasada na primeira fase intelectual de Nietzsche, que comporta de 1870-1876, e, respeitando este intervalo, serão utilizados outros textos produzidos por ele para obter luzes e entender a mensagem estético-filosófica do pensador.

  • ALZIRO ALVES DOS SANTOS NETO
  • Nietzsche: Anticristo ou Anticristão?
  • Orientador : WILLIAM DE SIQUEIRA PIAUI
  • Data: 30/08/2022
  • Dissertação
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  • A presente pesquisa visa investigar a diferença de tratamento dispensada por Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844 – 1900) ao cristianismo e à figura histórica de Jesus. Para tal, serão feitas leituras e análises da sua principal obra de ataque ao cristianismo – O Anticristo (1888), onde o filósofo aprofunda as supostas contradições entre a religião cristã e o evangelho tal como teria sido professado e praticado por Jesus. Inicialmente, exploraremos a crítica mordaz que o pensador alemão direciona àquele que considera o fundador do cristianismo, Paulo de Tarso; em seguida, veremos como este teria transformado, segundo Nietzsche, a boa nova de Jesus em um disangelho; por fim, analisaremos a doença do ressentimento que se encontraria no bojo da crítica nietzschiana à religião cristã.

  • MARÍLIA FERNANDA SANTOS LIMA
  • FILOSOFIA DO DIREITO EM FRIEDRICH NIETZSCHE: A DESCONSTRUÇÃO DA CONCEPÇÃO DE JUSTIÇA E PUNIBILIDADE NO DIREITO MODERNO
  • Orientador : SAULO HENRIQUE SOUZA SILVA
  • Data: 08/07/2022
  • Dissertação
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  • A dissertação em tela tem por objetivo demonstrar a existência de uma filosofia do direito no pensamento do filósofo Friedrich Nietzsche, conhecido pela ampla discussão a respeito da moral cristã. Embora as teorias de Nietzsche sejam alvo de muitos estudos já desenvolvidos, ainda existe uma lacuna no que se refere a estudos voltados para aspectos do direito nas obras do filósofo, o que justifica o desenvolvimento de tal pesquisa. Em especial nas obras Humano, demasiado humano, publicada em 1878, e Genealogia da Moral, publicada em 1887, onde o autor traz abordagens relevantes para o processo de “desconstrução” do direito moderno, amparado na concepção de justiça e punibilidade, regido pelas relações de poder e inclinações morais subvertidas, e por essa razão é preciso um movimento de reconhecimento das contribuições de Nietzsche nesta seara. Para o filósofo, reconhecido estudioso da moral, os sistemas vigentes estão correlacionados, sejam eles: O Estado, a religião e o Direito Moderno; todos em função da manutenção do poder, e profundamente imersos numa moral subvertida pelo cristianismo. Podemos citar como exemplo desse processo, diretamente relacionado ao Direito, a concepção de “justiça”. Nessa concepção de Nietzsche, coexistem dois conceitos de justiça; a justiça dos ricos (dominadores, senhores), e a justiça dos pobres (escravos, dominados). A concepção de justiça é para cada um, a inversão do que é para o outro, sendo que, de qualquer modo, para o filósofo, a concepção da justiça advém do desenvolvimento do instinto de vingança; e são, posteriormente, as perspectivas morais da modernidade que mascaram a justiça como algo apartado e inverso à vingança. Para chegar ao objetivo a que este estudo se propõe, serão utilizadas as supramencionadas obras como eixos da pesquisa, e demais obras do autor de maneira subsidiária, conforme se mostrem necessárias para o desenvolvimento desta investigação. Por fim, esta pesquisa foi realizada por meio do método de leitura rigorosa do texto, própria do estruturalismo, aliado ao método genealógico de contextualização histórica e temporal no qual as obras foram pensadas e redigidas. De maneira que seja possível demostrar a gênese e o desenvolvimento da concepção de Nietzsche sobre a desconstrução do entendimento de justiça e punibilidade no direito moderno.

  • JULIANE DA MOTA SANTOS
  • OS IMPACTOS DO CETICISMO MORAL DE MANDEVILLE NA FILOSOFIA MORAL DE HUME
  • Orientador : MARCOS FONSECA RIBEIRO BALIEIRO
  • Data: 09/06/2022
  • Dissertação
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  • Ao posicionar-se no debate acerca dos fundamentos da moral, David Hume desenvolveuma concepção da moralidade segundo a qual esta diria respeito a ações e sentimentosdesinteressados, que, frequentemente, relacionam-se diretamente com o interessepúblico. Nesse sentido, Hume mostra-se um crítico ferrenho de Bernard Mandeville,que teria defendido que a moralidade teria por base uma natureza humana governadaapenas pelo amor próprio e pela vaidade. Ainda assim, não se pode perder de vista queos dois autores parecem se aproximar no que diz respeito à origem da justiça e, porextensão, da sociedade tal como a conhecem. Isso porque ambos consideram que asregras sociais teriam surgido a partir da necessidade de satisfação de interesses. Assim,a pesquisa proposta aqui pretende se constituir como uma investigação acerca do modocomo as teses de Bernard Mandeville impactaram a filosofia moral de David Hume eem que medida estes se afastam e se aproximam.

  • RONNEY COSTA DE MORAIS
  • Moralidade e educação natural em Rousseau
  • Orientador : CHRISTIAN LINDBERG LOPES DO NASCIMENTO
  • Data: 30/05/2022
  • Dissertação
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  • A presente dissertação tem como objetivo geral analisar a relação entre moralidade e educação natural em Rousseau e como objetivos específicos: (i) Examinar a noção de educação natural em Rousseau, tendo em vista a análise dos Livros de O Emílio, principalmente o I e o II; (ii) Perscrutar o conceito de moral em Rousseau obtido no Discurso Sobre as Ciências e as Artes e no Discurso Sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens; (iii) Relacionar o conceito de educação natural e moral em Rousseau. À medida em que o selvagem se utiliza da perfectibilidade e da liberdade, encontra a possibilidade de opor-se aos seus instintos, transformando-se em agente livre, capaz de discernimento. Com isso, pouco a pouco, por meio de suas escolhas, ele vai se desfazendo da maneira em que vivia no estado de natureza, instigado a modificar sua vida simples e solitária estabelecida pela amoralidade. Nota-se que, quanto mais distante do seu estado originário, mais capaz se torna em relação à multiplicação das paixões e dos vícios, que se acentuam significativamente por meio do convívio social. Essas mudanças, ao serem analisadas, trazem consigo o problema central da pesquisa, que surge a partir da seguinte problematização: “Qual é a solução profilática proposta por Rousseau para restaurar a natureza humana, desde que a perspectiva civilizatória seja preservada?” Desse modo, deve-se considerar a vida em sociedade ao degenerar a harmonia que o homem tinha em relação ao seu estado de paz e felicidade. Estando corrompido, faz uso das ciências e das artes para se promover indiscriminadamente, ampliando a tirania e o luxo, fazendo-se ocioso e egoísta. Portanto, dada a derrocada humana, verifica-se que a formação do indivíduo é uma alternativa para aproximar o homem da sua regeneração. Tendo na educação natural, que se inicia com o nascimento, um grande contribuinte, pois não distancia o indivíduo do amor de si e da piedade. Pode-se, então, perceber que essa educação natural é promovida para a valorização da infância e da sua autonomia, perpassando por suas especificidades, deixando a criança o mais próximo possível da natureza, sem pretender sacrificar seu presente por seu futuro. Por isso, Rousseau valoriza a educação doméstica e critica veementemente quaisquer tipos de domínio, como é o caso dos enfaixamentos, com a intenção de preservar a infância das condutas que possam desnaturalizá-la de maneira errônea. Assim, para alcançar os objetivos da pesquisa a metodologia utilizada será a análise estrutural das obras supracitadas e comentadores relevantes, na qual se pretende compreender os conceitos elaborados nelas priorizando suas estruturas internas, ou seja, sendo fiel ao pensamento do autor.

  • PLINIO ROGÉRIO DA SILVA
  • O conceito de infância em Erasmo de Roterdã e Montainge
  • Orientador : CHRISTIAN LINDBERG LOPES DO NASCIMENTO
  • Data: 24/02/2022
  • Dissertação
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  • O objetivo desta dissertação foi analisar o conceito de infância em Erasmo de Roterdã e Montaigne. Descrever o impacto do Humanismo-Renascentista no pensamento educacional destes filósofos e, assim, perceber o contexto e a ideia de infância na obra De Pueris em Erasmo de Roterdã e nos Ensaios de Montaigne, em especial os capítulos XXV do livro I Do pedantismo, o XXVI do livro I Da Educação das crianças, o capítulo VIII do livro II Da afeição dos pais pelos filhos e o capítulo XIII do livro III Da experiência. Dito isto, problematizar a ideia de infância presente no Renascimento a partir destes pensadores. Haveria um conceito de infância no Renascimento a partir do pensamento de Erasmo e Montaigne? Outras questões norteadoras ajudam a esclarecer a indagação, ou seja, qual a influência do humanismo-renascentista para a formulação da ideia de infância? Qual o papel da família e do preceptor na construção do conceito de infância? Qual a contribuição da educação para montar a imagem de infância neste período? Utilizou-se o método hermenêutico para dar respostas aos questionamentos sistêmicos sobre o tema, pois a analise das obras serão feitas a partir do contexto na qual foram escritas e que viveram os filósofos. Vale ressaltar a relevância deste estudo, pois em pesquisas realizadas no site Catálogos de teses e dissertações da CAPES em 2019, observou-se que não havia estudos que relacionassem o conceito de infância a partir de Erasmo de Roterdã e Montaigne. O foco de muitos trabalhos acadêmicos sobre a infância parte de Rousseau para conceituar essa etapa da vida na modernidade. Por fim, a ideia de infância que surgiu na relação entre Erasmo e Montaigne, não traz a pretensão de sobrepor os pensamentos de um filósofo sobre o outro, nem tampouco somar suas teorias, mas percebeu as influências culturais, de linguagem e tradições, por exemplo, para revelar uma nova concepção ideológica que contribuiu com as discussões para compreender a infância neste marco teórico e, consequentemente, na atualidade.

  • ENIO CALISTRO DE SOUZA
  • O LADO OCULTO DA MERCADORIA: sobre o conceito de fetichismo n‘O capital de Karl Marx
  • Orientador : ROMERO JUNIOR VENANCIO SILVA
  • Data: 15/02/2022
  • Dissertação
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  • O conceito de fetichismo, embora enigmático, é central para o entendimento d’O capital: crítica da economia política. Visando analisar tal categoria a partir de suas formas – mercadoria, valor, mais-valor, dinheiro, trabalho, salário, lucro, renda, juros, capital –, objetiva-se investigar tais conceitos e pesquisar a relação dialética entre eles, no livro O capital de Karl Marx, para conceber a categoria fetichismo. Defende-se a hipótese que as relações sociais do modo de produção capitalista, que são objetivadas nas formas sociais, ocultam a apropriação do excedente do trabalho humano não pago – mais-valor – pelo capital, por meio: da apresentação/ocultação, mistificação e naturalização das relações sociais nas formas sociais invertidas; da reificação do trabalhador e das relações sociais; da personificação das mercadorias, da terra, do capital e da exploração do trabalho pelo capital.

  • LAURA DANIELLE LIMA SANTOS
  • ENTRE A LÓGICA DA DIFERENÇA E DA EQUIVALÊNCIA: O POVO SEGUNDO ERNESTO LACLAU
  • Orientador : ANTONIO JOSE PEREIRA FILHO
  • Data: 15/02/2022
  • Dissertação
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  • O objetivo geral desta pesquisa é analisar a construção do sujeito político na contemporaneidade, tendo como ponto de partida a obra A razão populista (2005) de Ernesto Laclau. Os objetivos específicos são três: investigar o conceito de povo; analisar cada um dos seus elementos constitutivos; explicitar os mecanismos de sua atuação. O tema central desta pesquisa diz respeito à construção e ao modo de organização do sujeito político nas lutas anticapitalistas contemporâneas. A fim de compreender as ideias trabalhadas pelo autor, analisaremos as principais categorias presentes em seus escritos. Visamos, com isso, realizar uma consistente interpretação sobre sua concepção de povo com o intuito de contribuir para o debate, mas sem pretender esgotá-lo.

  • CLARA LEITE LISBOA
  • A imagem em Jacques Rancière: o paradoxo da fotografia e política
  • Orientador : VLADIMIR DE OLIVA MOTA
  • Data: 14/02/2022
  • Dissertação
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  • O objetivo dapresente pesquisa é analisar o porquê, dentro do regime estético da arte, a pensatividade faz afotografia ser política. Tal objetivo será construído dentro de um dos três regimes de arte,apresentado pelo filósofo, qual seja, o regime estético da arte. Para Jacques Rancière, aimagem, dentro do regime estético da arte, é pensativa e, por isso, ela é política. Para ele,política é desentendimento, sendo ela resultante do encontro entre a lógica da igualdade e alógica da polícia, dentro da partilha do sensível. A fotografia traz em sua natureza o caráterpolítico por ser pensativa e essa pensatividade é resultante do paradoxo apresentado pelarelação entre o enigma e a banalidade social presentes, ao mesmo tempo, na imagemfotográfica. Para alcançar tal análise, foram elaborados como objetivos específicos aapresentação, segundo Rancière, do conceito de política, a análise da relação repartilha dosensível e regime estético da arte, sob a ótica de Rancière e a investigação da relação
    UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPEPRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISAPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA
    fotografia e pensatividade. Pretende-se construir uma análise a partir dos textos base dofilósofo, a exemplo de O Mestre Ignorante (1987), A Partilha do Sensível (2000), ODesentendimento (1995), O Destino das Imagens (2003), entre outras considerando seremsuficientes para capturar os subsídios que fundamentem a proposta da pesquisa. Paraviabilizar a investigação proposta, será adotada a revisão bibliográfica como uma ferramentarica para dar suporte à construção textual partindo do pressuposto de que Jacques Rancière é ofilósofo que se propõe a resolver os paradoxos e que, conforme diz Daniela Blanco, “Trata-sede uma característica bastante comum do modo de pensamento e de escrita de Rancière, paraquem interessa mais, como afirma, ‘escolher uma singularidade e então tentar reconstruir ascondições que tornam essa singularidade possível explorando todas as teias de significadostecidas em torno dela’ (RANCIÈRE, 2016, p. 67, tradução nossa).” (BLANCO, 2020, p. 124-125). Dessa forma, a pesquisa fará uso das fontes primárias a partir dos textos de Rancière,bem como das fontes secundárias a partir dos textos de Daniela Blanco, Eduardo Pellejero,Pedro Ramos, entre outros comentadores. O tema é atual e de grande relevância, pois asociedade contemporânea produz diversas implicações que envolvem a relação entre política eestética e, portanto, fotografia.

  • CLEUDO MELO ARAUJO
  • TEORIA DAS FORMAS E CONHECIMENTO MATEMÁTICO: DESCOBERTA E CONSTRUÇÃO A PARTIR DA REPÚBLICA DE PLATÃO
  • Orientador : ALDO LOPES DINUCCI
  • Data: 04/02/2022
  • Dissertação
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  • O objetivo da presente pesquisa é analisar, sob a ótica de Platão, como se dá a obtenção, a constituição e a descoberta do conhecimento matemático a partir da Teoria das Formas e dos conceitos a ela correlatos, quais sejam: a imortalidade da alma e a reminiscência. Especificamente, tais conceitos serão descritos, investigados e analisados a partir do diálogo A República – tendo como eventuais pontos de apoio também o Fédon e o Mênon – para, por fim, discutirmos suas possíveis consequências pedagógicas. Com tal objetivo em mente, será feita uma análise filosófica analítica detalhada do material primário e secundário, bem como utilizaremos o método exegético na análise dos diálogos citados. A compreensão do problema acerca da descoberta e constituição do conhecimento matemático a partir da teoria das Formas e demais teorias epistemológicas mostra-se relevante, tendo em vista as implicações didático-metodológicas que dele podem advir. A presente pesquisa se propõe a aprofundar o entendimento da questão nesse sentido.

  • THATIANE SANTOS MENESES
  • ANÁLISE DOS ARGUMENTOS JURÍDICOS PRESENTES NO PALAMEDES DE GÓRGIAS
  • Orientador : ALDO LOPES DINUCCI
  • Data: 02/02/2022
  • Dissertação
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  • A presente pesquisa tem por objetivo fazer uma análise sobre o método do discurso empregado por Górgias em sua obra intitulada de A Defesa de Palamedes por meio de uma apreciação filosófica analítica do texto, tomando por base o modelo jurídico adotado na Grécia nos idos do século V a.C. A pesquisa tem como objetivos específicos investigar o método gorgiano de defesa na Defesa de Palamedes, identificar, na mesma obra, os elementos retóricos de persuasão empregados por Górgias, compreender os princípios jurídicos utilizados por Górgias na obra em comento e estimar qual seria a real intenção de Górgias com a apresentação da Defesa de Palamedes. Trataremos detidamente de dois pontos básicos apontados no discurso de Palamedes, que seria a ausência de provas e a verossimilhança das alegações. Será feita ainda uma abordagem de tais pontos à luz do manual de retórica proposto por Aristóteles. O tema é relevante para a compreensão do desenvolvimento das reflexões filosóficas acerca dos processos jurídicos e os meios para efetuar a persuasão. O entendimento desses questionamentos dos pensadores antigos lançará luz sobre as discussões atuais quanto a esses temas, nos possibilitando compreender aspectos importantes deste desenvolvimento bem como a transmissão dessas reflexões ao longo do tempo.

2021
Descrição
  • KARINA NUNES DOS SANTOS
  • A marca de Sexto Empírico na filosofia moral de Montaigne
  • Orientador : RODRIGO PINTO DE BRITO
  • Data: 31/08/2021
  • Dissertação
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  • A despeito da controvérsia persistente acerca do ceticismo atribuído à Montaigne, a construção de sua filosofia moral muito se deve à leitura das Hipotiposes pirrônicas, de Sexto Empírico – filósofo cético da Antiguidade –, quando do seu exílio voluntário, após a morte de seu pai. Católico declarado, Montaigne se insere nos debates da Reforma Protestante e Contrarreforma, apontando uma solução possível e pacífica entre racionalistas e fideístas. Nosso objetivo é apresentar as similitudes entre as filosofias dos dois filósofos supracitados, a partir dos conceitos de “natureza”, “razão” e “costume”, apontando, assim, a construção do relativismo dos costumes, em Montaigne, que o marca como cético pirrônico, em certa medida. A marca de Sexto em Montaigne também se mostra na semelhança entre “a razão dos animais”, presente no Ensaio “Apologia de Raymond Sebond”, de Montaigne e, os conceitos de “presunção” e “precipitação”, de Sexto Empírico. Para tanto, faremos uso de análise bibliográfica das obras supracitadas, bem como de seus maiores comentadores. A dupla solução montaigniana apaziguou as disputas acerca do critério de verdade – precipitadas por Martinho Lutero – e abriu passagem para o ceticismo se recolocar nos debates filosóficos, permitindo-nos vislumbrar as luzes do Iluminismo que viria a se manifestar, posteriormente.

  • HENRY AUGUSTO DE SOUZA MENDONÇA MORAIS
  • A alteridade em Hannah Arendt: uma leitura de "Eichmann em Jerusalém"
  • Orientador : ROMERO JUNIOR VENANCIO SILVA
  • Data: 31/05/2021
  • Dissertação
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  • O conceito de "alteridade" é um dos mais importantes do pensamento Ocidental desde Platão. Pensar o "Outro" é desafio ao pensamento. O trabalho de pesquisa tem por finalidade pensar esse "outro" em situação limite, extrema: a partir do projeto de anulação do outro no pensamento da pensadora judia Hannah Arendt.

  • CLEIDSON DE OLIVEIRA LIMA
  • Aspectos da relação Progresso Jurídico e o Progresso Moral na Filosofia da História kantiana: uma revisão da literatura
  • Orientador : EDMILSON MENEZES SANTOS
  • Data: 28/05/2021
  • Dissertação
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  • A ideia de que a humanidade se encontra em um constante progresso para o melhor é a tese central da filosofia da história kantiana, na qual o fio condutor que guia o progresso na história é o desenvolvimento da liberdade. Nesta perspectiva, a liberdade pode ser compreendida enquanto liberdade externa, ou liberdade interna, sendo a primeira o terreno do direito, cujo âmbito é o da legalidade, e a segunda o desenvolvimento das disposições morais, cuja esfera é a da autonomia. A presente pesquisa busca reconstruir e confrontar as argumentações dos intérpretes do progresso jurídico e do progresso moral, com o objetivo de verificar como direito e moral se in tegram n o pensamento kantiano acerca da história e acabam por formar certo campo tensional. A hipótese que guiará a pesquisa consiste em avaliar a impossibilidade de eliminar a tensão entre as duas leituras de progresso, sob o risco de desfigurar a proposta kantiana para a história.

  • DOUGLAS DOS SANTOS CAMPOS
  • ROUSSEAU E THOREAU: A INFLUÊNCIA DO PROGRESSO DAS CIÊNCIAS E DAS ARTES NA DEGENERAÇÃO DO “EU”
  • Orientador : EVALDO BECKER
  • Data: 28/05/2021
  • Dissertação
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  • O efeito do usufruto dos artifícios nas atividades humanas é um tema de grande debate nafilosofia. Houve filósofos que enxergaram, em tal fenômeno, benefícios e progressos àhumanidade. Outros, por sua vez, demonstraram ressalvas a esse efeito. A discussão propostanesta dissertação voltou-se para dois filósofos que certamente se encaixam na segundacategoria: Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) e Henry David Thoreau (1817-1862). Em ambosexistem críticas ao que nomeamos de “degeneração do ‘eu’”. Nessa perspectiva, o progressodas ciências e das artes influenciou a perda da intimidade do “eu”. Os autores, depois de umaanálise da dinâmica social de seus respectivos tempos (regida pela mediação do artifício)concluíram que o humano, imerso nas ciências e nas artes, degenera a intimidade do seu “eu”.Nosso objetivo geral é apresentar as coadunações argumentativas dessas críticas à“degeneração do ‘eu’”, presentes nas obras dos dois autores supracitados. Para tanto,seguindo o método comparativo empreendido por L. Gary Lambert (1968), fizemos leituratanto das obras quanto da biografia dos dois autores. Das obras de Rousseau escolhemos oDiscurso sobre as ciências e as artes (1750), o Discurso sobre a origem e os fundamentos dadesigualdade entre os homens (1775), as Confissões (1782), os Devaneios do caminhantesolitário (1782), a Carta a Christophe de Beaumont (1762). Das obras de Thoreau escolhemos aDesobediência Civil (1849), Walden, (1854) A vida sem princípios (1863), Caminhando (1862) eos Diários (1837-1860). O trabalho está dividido em três capítulos. O primeiro é consagrado àreconstrução da argumentação rousseauísta. O segundo capítulo é dedicado à reconstrução daargumentação thoreauviana. E, por fim, no terceiro capítulo, apresentamos as semelhanças eas divergências argumentativas entre ambos. É isso que pretendemos evidenciar em nossapesquisa.

  • BRENO VALENTINO LIMA SANTOS
  • A ONTOLOGIA FUNDAMENTAL À LUZ DO PROJETO HEIDEGGERIANO DE UMA DESTRUIÇÃO DA HISTÓRIA DA ONTOLOGIA: O EXEMPLO DE DESCARTES
  • Orientador : ARTHUR EDUARDO GRUPILLO CHAGAS
  • Data: 25/05/2021
  • Dissertação
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  • O presente trabalho tem como tema a ontologia-fundamental proposta na obra Ser e Tempo; mais detidamente, em um dos momentos do projeto de reavaliação da possibilidade de trazer à luz a questão da ontologia. Abordamos, então, o projeto de destruição da história da ontologia clássica proposta por Martin Heidegger. Pretendemos compreender o projeto de ontologia-fundamental, proposta na mesma obra, e seus passos a caminho de uma fundamentação da ontologia, partindo das críticas a Descartes nos §§ 19, 20 e 21 da obra. Com isso pretendemos resolver algumas questões, (1) qual papel que a “destruição” cumpre na construção do projeto heideggeriano? (2) quais as consequências das críticas a Descartes presentes no §20 de Ser e Tempo? e, (3) a crítica ao cogito cartesiano é o ponto para a reafirmação do Dasein enquanto ente privilegiado no tratamento da questão-do-ser? Essas questões nos ajudam a desenvolver um comentário sobre o projeto de destruição da ontologia cartesiana, e sua função positiva na construção da ontologia-fundamental. Para tanto, o trabalho foi dividido em duas partes. A primeira diz respeito a uma introdução aos conceitos elementares da filosofia heideggeriana. Abordamos o que Heidegger quer dizer com ser, ente, verdade e Dasein. No segundo capítulo confrontamos a interpretação heideggeriana da filosofia cartesiana, a saber, substância, entendida como res extensa, verdade, entendida como indubitabilidade ou certeza, e sujeito, entendido como res cogitans. Assim, pretendemos tornar claro como as próprias noções da filosofia de Heidegger dependem de uma compreensão dos conceitos da ontologia cartesiana.

  • FREDERICO ALVES DE ALMEIDA
  • O LUGAR (A FUNÇÃO) DAS FIGURAS GORGIANAS DA LINGUAGEM NA PERSUASÃO
  • Orientador : ALDO LOPES DINUCCI
  • Data: 29/04/2021
  • Dissertação
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  • A proposta desta pesquisa está baseada na pesquisa do uso das ditas figuras gorgianas dalinguagem ancorada no trabalho do filósofo Górgias de Leontinos (483 – 375 a.C.).Analisaremos o modo como nosso filósofo empregou o recurso das figuras de linguagemdentro de sua famosa retórica. Inicialmente, apresentaremos o que, fundamentalmente, tornouGórgias tão conhecido dentre outros notórios sofistas a partir de sua retórica e como as figurasde linguagem estão relacionadas a isso. Em seguida, faremos a apresentação do Elogio deHelena e a identificação das figuras de linguagem no referido texto. E, por último, faremos aanálise do modo como Górgias usou das referidas figuras de linguagem durante a defesa deHelena de forma a tentar compreender, mesmo que inicialmente, de que forma essas figurascontribuem para a persuasão em Górgias. Entendemos que esse trabalho pode ser o início deum trabalho mais profundo sobre a temática e contribuir para a compreensão da excelência deGórgias como orador.

  • CLÉBERTON LUIZ GOMES BARBOZA
  • Nietzsche: arte e vida em O Nascimento da Tragédia
  • Orientador : VLADIMIR DE OLIVA MOTA
  • Data: 26/02/2021
  • Dissertação
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  • O presente trabalho tem por objetivo investigar a afirmação da vida pela arte na primeira obra de Nietzsche, O Nascimento da Tragédia (1872). Tomamos por pressuposto que a afirmação da vida já se encontra na referida obra, assim, buscamos responder o seguinte problema: por que a arte afirma a vida? Para atender esta finalidade, a estrutura do trabalho será composta em três partes. Na primeira parte, procedemos com o exame do fenômeno vida enquanto fenômeno estético, oriundo do devir, isto é, o apolíneo e o dionisíaco como impulsos artísticos da natureza; num segundo momento, analisamos a arte trágica dos gregos como afirmação da vida ante o terror do devir; por fim, pomo-nos a perscrutar o fim da arte trágica através do socratismo, como um declínio da vida. Para o desenvolvimento da pesquisa, adotamos o método estrutural, tendo em vista também que Nietzsche não é um autor sistemático, observando assim nuances e aberturas para linhas interpretativas em seus escritos. Sustentamos que vida, como fenômeno estético, é expressa por Nietzsche como impulsos artísticos da natureza, nos quais Apolo e Dionísio emergem como forças que constituem o movimento interno do devir, numa simultaneidade entre o criar e o destruir; a plasmação apolínea e o aniquilamento dionisíaco, constituindo o instante de gênese e eterna fertilidade e prazer do vir-a-ser, que constitui o fenômeno vida. O devir, no entanto, aparece ao homem como terrível e desesperador, dada a instabilidade e o sem sentido da existência, marcada pela violência e crueldade da natureza, produzindo-se e diluindo-se a cada instante. É apenas com a arte que o homem se salva dos horrores da existência, imitando os poderes artísticos da própria natureza, expressos em Apolo e Dionísio: a bela aparência apolínea do sonho transfigurada nas artes plásticas, e a embriaguez dionisíaca num misto de terror e êxtase expressos na música. O coro trágico dos gregos produzia a afirmação da vida em todas as suas vicissitudes, mesmo as mais cruéis. Uma tal afirmação da vida, no entanto, é posta em declínio pelo socratismo, cuja marca se dá pela substituição do estético pelo lógico, suprimindo o dionisíaco, e, em consequência, o apolíneo, também mortificado, uma vez que não a arte, mas a ciência passa a ser o horizonte do pensamento ocidental, petrificando-se neste modo de ser da razão. Sob um tal diagnóstico do Ocidente, Nietzsche reivindica uma existência artística, que, contra a negação do querer, pode enfim e tragicamente, dizer sim..

  • GLEYWBLISTON DE SOUZA RESENDE
  • O CONCEITO DE MORTE NO LIVRO “BREVIDADE DA VIDA” DE SÊNECA
  • Orientador : ALDO LOPES DINUCCI
  • Data: 26/02/2021
  • Dissertação
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  • A proposta desta pesquisa está baseada na temática da morte ancorada na filosofia do estóico Lúcio Aneu Sêneca (I a. C. - 65 d. C).), de maneira especialmente restrita a obra Sobre a Brevidade da Vida. Nela, analisamos os argumentos propostos por ele sobre a morte e objetivamos, a partir das análises desses argumentos, trazer à tona algumas considerações sobre o aspecto educativo de sua filosofia na busca e na formação do ser humano ideal. Entendemos a este como sendo sábio e/ou racional, isto é, aquele indivíduo que possui a capacidade de manter o controle do medo da morte e da mortalidade, subjugando seus sentimentos, seus impulsos e todos os tipos de paixões ao domínio da razão. Deve-se refletir como estes aspectos de seu pensamento sobre a morte e a mortalidade nos permite compreender a necessidade de superação do medo da morte, para que o ser humano possa ser livre desse grilhão, realizar sua natureza, que é viver de maneira racional e virtuosa. O trabalho está organizado em quatro partes. Na primeira, a introdução, são abordados o contexto histórico do estoicismo romano, a biografia de Sêneca e algumas características da sua obra. Em linhas gerais, ofereceremos uma abordagem do que fora o estoicismo ao longo do tempo, remetendo-nos às suas doutrinas e a algumas personagens relevantes em sua história durante as três fases em que esta escola é segmentada pelos estudiosos do tema. Na segunda etapa, central à nossa pesquisa, vários aspectos temáticos peculiares à filosofia estoica serão analisados, especialmente aqueles que se relacionam com as teses fundamentais do estoicismo, como a física, a ética e o destino e o que nos revela sobre a morte. Na terceira parte, buscar-se-á analisar os argumentos, identificar os meios de superação do medo da morte e da própria mortalidade, destacando a filosofia como modo de vida e seu papel no processo de superação do medo da morte, listando os tipos de medo da morte, elucidando o significado da morte de Sócrates e o suicídio como resposta a[M1] impossibilidade de viver de acordo com a natureza. Na quarte parte, pretende-se fazer uma reflexão sobre a importância do caráter virtuoso para uma vida feliz, buscando identificar os meios necessário[M2] para a formação desse caráter, que estão relacionados ao entendimento da morte como um fenômeno natural e necessário.

  • CARLOS ALBERTO NUNES JÚNIOR
  • A religião como alienação e ideologia no jovem Marx: um estudo sobre os Manuscritos Econômico-filosóficos de 1844 e A Ideologia Alemã de 1846
  • Orientador : ROMERO JUNIOR VENANCIO SILVA
  • Data: 25/02/2021
  • Dissertação
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  • A temática em torno da qual se situa esta pesquisa é a investigação sobre a crítica à religião que Karl Marx redige nas obras Manuscritos Econômico-Filosóficos (1844) e A Ideologia Alemã (1845-1846), esta última em parceria com Friedrich Engels. Entendemos aqui que não há uma sistematização da sua crítica, mas isso não inviabilizou um deliberado exame acerca do que é a religião e qual a sua função na sociedade. Para alcançar o objetivo é necessário, primeiramente, analisar a crítica à religião desenvolvida por Ludwig Feuerbach em A Essência do Cristianismo (1841). A análise feuerbachiana sobre a religião expõe a alienação religiosa do humano que não consegue se identificar com a sua própria essência e a projeta em uma ilusão que será denominada como Deus, de modo que seria preciso superar a religião, por meio do ateísmo, para encerrar a alienação, pois o humano voltaria a se encontrar com a sua essência genérica sem recorrer a um intermediário fictício. O exame feuerbachiano gera um forte impacto em Marx e Engels e não há como compreender a avaliação que estes fizeram sobre a religião sem dirigir-se em algum momento à Feuerbach, inclusive pela confissão de Engels que anos depois declara que ambos, ele e Marx, foram momentaneamente feuerbachianos. Em um segundo momento é preciso compreender o conceito de alienação em Marx, identificando quais seriam as aproximações e afastamentos entre o uso marxiano e o feuerbachiano para o conceito de alienação, pois em Marx a alienação religiosa é um sintoma da alienação do trabalho. Deste modo, não haveria como superar o estranhamento causado pela religião sem superar a forma anterior de alienação, ou seja, em Marx a alienação religiosa não poderia ser superar mediante uma mudança individual de conduta, ao mesmo tempo que Marx é influenciado pelo humanismo feuerbachiano, a ideia que o humano se perdeu de si mesmo e precisa se reencontrar com sua essência. Por fim, entender como Marx e Engels analisam o conceito de ideologia e a sua respectiva relação com a religião, pois a ideologia seria uma representação ideal das explorações materiais, uma forma da classe dominante conseguir perpetuar a sua dominação. Assim, é preciso compreender qual a origem da ideologia e quais as suas incidências na consciência. Após esses três momentos teremos concluído o rastreamento e análise da crítica à religião no jovem Marx.


  • ROSMANE GABRIELE VARJÃO ALVES DE ALBUQUERQUE
  • O CONCEITO DE AUFHEBUNG EM HEGEL: UMA INVESTIGAÇÃO SOBRE A DOUTRINA DO SER NA CIÊNCIA DA LÓGICA E NA ENCICLOPÉDIA
  • Orientador : ARTHUR EDUARDO GRUPILLO CHAGAS
  • Data: 24/02/2021
  • Dissertação
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  • A presente pesquisa tem por objetivo realizar uma investigação do conceito de Aufhebung [suprassunção] em Hegel (1770-1831). O conceito aparece de modo especialmente relevante na parte final do momento da “qualidade” da Doutrina do Ser, nos livros que Hegel dedicou à Lógica. Hegel escreveu dois livros sobre Lógica: a Ciência da Lógica de 1816, e o primeiro volume da Enciclopédia das ciências filosóficas em compêndio de 1817. Na Ciência da lógica, especificamente na Doutrina do Ser, Hegel separa uma secção intitulada “Observação” para tratar brevemente do termo Aufhebung e seu conceito. É nesse contexto que Hegel mais reflete sobre a expressão. Aparentemente, isso se dá como fruto de uma necessidade explicativa concernente ao termo, demonstrando suas possíveis dificuldades. Assim, ao demonstrar os problemas relacionados ao conceito de Aufhebung trabalhados pelo próprio Hegel, vê-se a necessidade de uma investigação que busque esclarecer quais suas dificuldades e como estas podem ser superadas. Na Doutrina do Ser, ser, nada e devir são apresentados como categorias sistemáticas da lógica especulativa. Já o conceito de Aufhebung aparece como condição necessária para o desdobramento da Lógica. É o que faz cada categoria avançar para outra. Diante disso, no devir, a suprassunção encontra-se como movimento que suspende ou eleva todas as outras categorias, proporcionando a passagem de um estado a outro. Dessa forma, apresentamos como hipótese que o conceito de Aufhebung possa ser esclarecido à luz dos problemas relacionados ao conceito de devir, presente na Ciência da lógica – Doutrina do Ser – e na Enciclopédia. No desenvolvimento da pesquisa, analisamos a questão do método filosófico em Hegel, a fim de apresentar o que ele compreende por Lógica e suas principais características, importantes na diferença em relação à lógica formal. Abordamos também a forma absoluta, que aparece em todo seu sistema. Em seguida, aprofundamos a questão da dialética ser-nada-devir e sua relação com o conceito de Aufhebung. Por fim, trabalhamos as modalidades de contingência e necessidade na Lógica dialética e o problema do começo em Hegel.

  • CLEIBSON AMERICO DA SILVA
  • ACERCA DA ESSÊNCIA DA MORAL: MAX SCHELER CRÍTICO DE KANT
  • Orientador : EDMILSON MENEZES SANTOS
  • Data: 22/02/2021
  • Dissertação
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  • A discussão proposta nesta dissertação voltou-se para a crítica de Max Scheler ao pensamento de Immanuel Kant, dois pensadores empenhados em buscar algum elemento que possa ser posto como a essência da vida moral. O segundo, em suas obras Fundamentação da metafísica dos costumes e Crítica da razão prática, procurou sedimentar uma doutrina moral em consonância com o seu sistema filosófico, de modo a integrá-la como sendo necessária à razão pura, que é também prática ao determinar a vontade. O primeiro, por sua vez, partindo de sua obra magna O formalismo na ética e a ética material dos valores, buscou simultaneamente fundamentar uma doutri na ética que fosse capaz de refutar o que chamou de “formalismo kantiano” e justificar sua teoria material dos valores. O objetivo geral do estudo foi recompor o exame scheleriano da filosofia moral de Kant, de modo a traçar os pressupostos dessa análise crítica a partir de um conjunto de conceitos estruturantes presente nas duas posições em tela (a priori, empírico, boa vontade, intuição, imperativo categórico, bem/mal, cumprimento do dever como condição essencial da lei moral, ética material, valores, hierarquia dos valores etc.). Para tanto, procurou-se fazer uma leitura das obras dos autores, ressaltando sua estrutura interna e dela retirando o percurso filosófico de cada texto até chegarmos à c ompreensão de certa ordem argumentativa utilizada. O trabalho está dividido em três capítulos, sendo o primeiro consagrado à reconstrução da doutrina moral kantiana, sobretudo, a partir dos principais tópicos que serão caros ao estudo de Scheler. O segundo capítulo foi dedicado à ética material dos valores, em seus pormenores, tendo em vista a apreciação do “formalismo moral”. E, por fim, no terceiro capítulo, encontra-se apresentada a crítica que Scheler endereçou, por meio de sua teoria ética, à doutrina moral de Kant, destacando-se as principais causas das divergências e incompatibilidades entre as duas doutrinas morais; conclui-se, por fim, que o ponto de desacordo reside nas diferenças metodológicas que caracterizam seus respectivos pontos de partida, já que Kant parte de uma perspectiva analítico-sint& eacute;tica e Scheler, por sua vez, fenomenológica.

  • RAFAELA SANTOS DE CARVALHO
  • Da angústia à possibilidade de ser: reflexões sobre o existir autêntico como cuidado
  • Orientador : MATHEUS HIDALGO
  • Data: 22/02/2021
  • Dissertação
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  • O presente trabalho apresenta como temaa angústia e as possibilidades de ser demodo autêntico na filosofia heideggeriana.Pretende-se, como objetivo da realizaçãodo projeto, a reflexão acerca da angústia, aqual foi evidenciada na filosofia de MartinHeidegger (1889- 1976) como umadisposição fundamental para a analítica doDasein e abertura para a possibilidade deum modo de existir autêntico comocuidado. Para tanto, serão tratadas comoenfoque do estudo do tema, as obras Ser eTempo (1927)e Seminários de Zollikon(1987). Neste projeto, a hipóteseconsiderada é de que a angústia ocupa umlugar fundamental para o início docaminho a ser percorrido pelo Dasein naanalítica da sua existência, ou seja, na suaprópria capacidade de realizar a pergunta“O que é o Ser?”. Salientam-se algunspontos para a justificativa do atual projeto:(1) a maior parte dos resultados depesquisa evidenciam artigos e dissertaçõesque são direcionadas para a área da saúde,psicanálise e, também, psicologia efilosofia. No entanto, mesmo quandoinseridos no tema do que está aquiproposto, a saber, a apreensão da angústiadiante da analítica existencial do Dasein,pôde-se observar que este conceito deangustia ainda é inserido como umaconsequência, ou como mais um modo dedisposição do Dasein, no entanto,considerado por Heidegger comofundamental. Assim, (2) nos projetosapresentados, não se observa a elevaçãoda questão “por que a angústia é colocada
    como fundamental?”, ou seja, acontextualização da sua importânciadentro da analítica do Dasein e nocaminho que conduz ao questionamentodo Ser. As obras de Acylene Ferreira eEzildo Antunes foram as que mais semostraram vinculadas a este objetivo,sendo a primeira um artigo e a segundauma dissertação de mestrado. Também,podemos considerar que (3) mesmoquando a angústia é apresentada em suacaracterística de ser fundamental, o“retorno” proposto neste projeto, qualseja, de pensar os existenciaisconsiderando o lugar que a angústia ocupapara o entendimento dos mesmos, foirealizado apenas na dissertação deAntunes; mas, ainda assim (4) o autormantém sua escrita concretada na obra Sere Tempo, a qual apresenta a base dosconceitos, sendo que este projeto pretendeconsiderar também a presença destesexistenciais na obra Seminários deZollikon, e como a angústia se colocacomo essencial para o entendimentodestes em outro momento da filosofiaheideggeriana. Neste sentido, o atualprojeto propõe alguns diferenciais,conforme explicitado acima, em relação àsproduções existentes; ainda assim, o temase configura como algo já refletido porautores nacionais, dentre as possibilidadesde trabalho com a filosofia heideggeriana.

  • LAURO IANE DE MORAIS
  • UMA GEOLOGIA DA IMAGEM CLÁSSICA DO PENSAMENTO: A crítica deleuzeana ao logicismo
  • Orientador : SERGIO HUGO MENNA
  • Data: 19/02/2021
  • Dissertação
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  • O presente trabalho se divide em dois momentos: no primeiro faremos a exegese de O que é a filosofia?, de Deleuze e Guattari, explicitando os conceitos de conceito, plano de imanência e personagem conceitual. Neste momento, retomaremos a crítica deleuze-guattariana à imagem clássica do pensamento e sua influência na lógica contemporânea, a partir da influência do discurso científico nessa. No segundo momento, faremos a exegese dos textos que participaram da construção da lógica contemporânea, explicitando neles como a imagem clássica do pensamento se desenvolve e quais momentos de rupturas ela comporta. Para tanto, utilizar-nos-emos do método funcionalista traçado pelos próprios Deleuze e Guattari.

  • MARCOS DEYVINSON FERREIRA DAMACENA
  • Dissertatio de arte combinatoria: Tradução e Comentários
  • Orientador : WILLIAM DE SIQUEIRA PIAUI
  • Data: 18/02/2021
  • Dissertação
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  • Em 1666, o filósofo Gottfied Wilhelm Leibniz escreveu sua Dissertatio de arte combinatoria, uma dissertação escrita para concorrer a uma vaga de professor na Universidade de Leipzig. O texto consta de sinopse, proêmio, demonstração da existência de deus, definições e 12 problemas de combinatória que podem vir acompanhados de teoremas e uso. A nossa proposta, neste trabalho, é apresentar uma edição portuguesa inédita, mais precisamente, uma edição crítica do texto. Em resumo, uma edição crítica conta com tradução, notas de rodapé e um breve comentário acerca do texto traduzido, à guisa de apresentação. Cotejamos duas traduções já existentes para outras línguas modernas, a italiana e a espanhola, a fim de comparação. Ademais, a tradução fora feita com base no texto original em latim. Utilizamos de diversos dicionários e gramáticas tanto físicas quanto virtuais. Este trabalho se insere no meio de várias edições críticas produzidas pelo GEFILUFS e pela Red Iberoamericana Leibniz.

2020
Descrição
  • IURI RIBEIRO DOS SANTOS
  • A morte e o tempo em Emmanuel Lévinas
  • Orientador : NILO CESAR BATISTA DA SILVA
  • Data: 21/12/2020
  • Dissertação
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  • A presente pesquisa propõe uma reflexão sobre a relação entre a morte e o tempo, a partir dos escritos de Emmanuel Lévinas (1906 - 1995). O Filósofo contemporâneo, de origem franco-lituana, dedicou o seu modo de pensar a formular diversas críticas aos fundamentos da ontologia clássica, para erguer no seu lugar, a ética da alteridade como filosofia primeira. A nossa proposta de pesquisa, visa analisar o texto O Tempo e o Outro, composto pelas suas quatro conferências proferidas durante o curso de 1946 e 1947, no primeiro ano de fundação do Colégio Filosófico fundado por Jean Wahl e publicado em 1948, bem como a compilação de suas aulas durante o ano acadêmico de 1975 e 1976 na Universidade Sorbonne de Paris, que tornou-se a obra Deus, a Morte e o Tempo, publicada em 1993, cuja temática da morte está relacionada ao problema da temporalidade. Portanto, o nosso objetivo visa procura examinar como a temática da morte está relacionada ao problema do tempo, sabendo que a proposta levinasiana não é pensar o tempo como um desgaste do eterno, mas sim na relação com aquele que é inascessível, que é absolutamente Outro, onde a minha experiência jamais poderá contê-lo, porque ele é Infinito. Na composição dos argumentos sobre a morte e o tempo, Lévinas se apropria de conceitos fundamentais, tais como alteridade, subjetividade, infinito, responsabilidade, ética, morte e tempo. Além das quatro conferências como texto base para nossa pesquisa, utilizaremos outras fontes secundárias, porém relacionadas ao objeto desta pesquisa, assim como O Tempo e o Outro, Totalidade e Infinito e Deus, a Morte e o Tempo. A abordagem metodológica utilizada é a hermenêutica, tendo em vista, o contexto e as influências históricas, as quais são assimiladas por nosso autor, a saber, as filosofias de Husserl e Heidegger. A composição textual em chave hermenêutica, visa antes, descobrir quais os sentidos e viés que o autor nos oferece sobre a relação a morte e o tempo, além disto, nos auxilia a identificar as suas principais divergências e inflexões em seus interlocutores. Cada ser humano tem a consciência da impossibilidade de experimentar a própria morte e assim aferir algum juízo ou transmitir a sua própria experiência, em seu realismo, portanto, cada pessoa apenas mantém uma relação secundária, a partir da morte de outrem. Diante disto, a proposta inovadora de Lévinas é pensar a morte a partir do tempo, ao que parece ser inversamente a proposta heideggeriana que é pensar o tempo a partir da morte. Assim a questão da morte é para ela mesma a sua resposta. Na ótica levinasiana, a profunda relação que há entre a morte e o tempo com o Infinito, configura-se na responsabilidade de um mortal por um mortal.

  • IGOR FERREIRA FONTES
  • A RELAÇÃO ENTRE COMÉRCIO E INSTITUIÇÕES REPÚBLICANAS EM MAQUIAVEL
  • Data: 16/12/2020
  • Dissertação
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  • Esta pesquisa tem por objetivo investigar, dentro da obra maquiaveliana, de que modo as instituições da República abrigariam o comércio e como este beneficiaria a República. Para a realização do trabalho, a pesquisa foi dividida em três etapas: primeiro, partindo da contraposição entre Savonarola e Maquiavel, buscou-se averiguar se Maquiavel se aproxima do pensamento savonaroliano e associa o comércio ao uso de armas mercenárias e à corrupção; segundo, buscou-verificar se Maquiavel defende a inclusão do comércio dentre as atividades desenvolvidas num estado e quais seus motivos para adotar esta posição; terceiro, pretende-se analisar seu projeto de reforma institucional para Florença a fim de verificar como as instituições republicanas incorporariam o comércio para beneficiá-lo e, desta forma, a república se beneficiar dele. Para esta pesquisa usou-se o método estruturalista como método principal; contudo, em certos momentos, fez-se necessário extrapolá-lo para se recorrer aos acontecimentos históricos e, dessa forma, melhor se compreender o pensamento maquiaveliano. Os resultados parciais alcançados até o momento da qualificação indicam que: 1) Maquiavel se distancia de Savonarola e não inclui o comércio como uma das causas do uso de armas mercenárias nem como fator de corrupção; 2) Maquiavel defende que um estado, especialmente uma república, se valha tanto da agricultura quanto do comércio porque o comércio pode servir para aumentar a população e as riquezas do estado ou ainda para sua expansão territorial.

  • TIAGO BARRETO SILVA
  • PROBLEMA DO CONHECIMENTO DE DEUS: A basicidadeapropriada da crençateísta e as objeções Great Pumpkin
  • Orientador : ADILSON ALCIOMAR KOSLOWSKI
  • Data: 27/08/2020
  • Dissertação
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  • O objetivo desta dissertação é analisar as objeções tipo-Great Pumpkin formuladas contra a basicidade apropriada da crença teísta como defendida pelo filósofo Alvin Plantinga (1932-). Nesse contexto, a tese de que a crença teísta pode ser apropriadamente básica constitui o objeto desta pesquisa, enquanto seu problema pode ser resumido na seguinte questão: se a crença em Deus é apropriadamente básica, por que não poderíamos pensar a mesma coisa de qualquer outra crença? No primeiro capítulo, apresentamos a discussão sobre a racionalidade da crença religiosa e a rejeição da objeção evidencialista da crença teísta por Plantinga, a partir da crítica formulada pela Epistemologia Reformada à Teologia Natural. No segundo capítulo, tratamos do problema da análise do conhecimento proposicional, das críticas formuladas por Alvin Plantinga ao “pacote clássico” da epistemologia (fundacionismo-evidencialismo-deontologismo clássicos) e apresentamos a teoria da função apropriada proposta por Plantinga. No terceiro capítulo, descrevemos como o funcionalismo apropriado foi aplicado à crença teísta, a partir da construção do Modelo Aquino/Calvino, analisamos as objeções tipo-Great Pumpkin, principalmente aquelas formuladas por Michael Martin (1990) e Keith DeRose (1999) e sustentamos que é possível defender a ideia da basicidade apropriada da crença em Deus, sem que com isso se admita ser racional acreditar em crenças bizarras. A metodologia empregada consistiu em análise e crítica dos argumentos de Plantinga, fundamentalmente encontrados em sua trilogia Warrant (1993a, 1993b e 2000), principalmente sua magnum opus Warranted Christian Belief (2000), confrontando-os com as objeções dos seus críticos. Ao final, sustentamos que é possível defender a basicidade apropriada da crença em Deus como articulada por Plantinga.

  • FELIPE SANTOS ALMEIDA
  • SIMON FOUCHER, SUA VERSÃO ACADÊMICA DO CETICISMO E UMA APRESENTAÇÃO E TRADUÇÃO DO LIVRO I DAS DISSERTATIONS SUR LA RECHERCHE DE LA VERITÉ, DE 1693
  • Orientador : RODRIGO PINTO DE BRITO
  • Data: 12/08/2020
  • Dissertação
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  • Nossa pesquisa versa sobre o tema do ceticismo filosófico. Nela, buscamos fazer uma aproximação entre a modalidade de ceticismo que vigorou no período da Filosofia Helenística, que se conjuga em duas vertentes fundamentais, quais sejam, os ceticismos pirrônico e o acadêmico, e a perspectiva filosófica do padre francês Simon Foucher (1644-1696), que produziu uma obra cuja pretensão era resgatar a História e a Filosofia da vertente acadêmica, adaptando-as a algumas das questões filosóficas relevantes do século XVII, tais como a “dúvida filosófica”, o “método filósofico” para as Ciências e o “problema do mundo externo”. Por meio da metodologia da análise comparativa de textos, demonstramos que há evidências de que o “ceticismo” de Foucher está mais próximo, de fato, ao que chamamos de “dogmatismo positivo”, à medida que ele re-qualifica, ao nosso ver, equivocadamente, o ceticismo acadêmico ao atribuir-lhe o conceito de “dúvida” ausente neste ceticismo, não levando em consideração a “aporía” como uma marca distintiva desta vertente cética - bem como do ceticismo pirrônico. Nesse sentido, nossa dissertação, além da Introdução geral ao seu tema, contém mais três partes: o Capítulo 2, onde fazemos uma caracterização geral dos ceticismos Antigos, demonstrando que neles não há o conceito de “dúvida”, mas, sim, o de “aporia”, e também fazemos uma breve exposição da retomada das fontes textuais do ceticismo Antigo a partir dos séculos XIV, XV e XVI; o Capítulo 3, no qual fazemos uma apresentação da biografia de Foucher, assim como das suas principais obras filosóficas, para em seguida delinear alguns traços essencias da sua “Filosofia acadêmica” e de como ela se difere da Filosofia acadêmica conforme os autores antigos, em especial Sexto Empírico, Diógenes Laércio e Cícero; e a última parte, contendo dois Apêndices: o Apêndice A, que consta de uma tradução portuguesa inédita que fizemos do Livro I das Dissertations sur la recherche de la verité, de 1693, contendo a História dos acadêmicos de acordo com a interpretação de Foucher, e o Apêndice B, que consite também em uma tradução nossa, igualmente inédita em português, do Capítulo XIII, entitulado “De l’Art de douter”, do Livro II das mesmas Dissertations.

    Nossa pesquisa tem como objetivo principal compreender o conceito de ceticismo, especialmente em sua modalidade moderna, a partir do enfoque dado pelo padre francês Simon Foucher, no século XVII. Para tal finalidade, visamos cumprir três momentos principais, quais sejam: no primeiro capítulo descrevemos as características fundamentais do ceticismo na antiguidade grega, dando ênfase ao legado das duas principais vertentes do ceticismo antigo, o pirrônico e o acadêmico, representados, respectivamente, por Sexto Empírico e Cícero. No segundo capítulo, analisamos a recepção do ceticismo na modernidade com alguns dos autores que travaram disputas filosóficas em torno do tema cético, dando destaque a autores como Montaigne, Descartes e Foucher. A partir da caracterização geral dessa nova modalidade de ceticismo, no qual ressurgem problemas já presentes nas discussões dos céticos antigos, questões como o problema da dúvida, do mundo externo, do fideísmo e do insulamento, no terceiro capítulo focamos nosso olhar para a (re)leitura feita por Foucher, à medida em que este último resgata a tradição da filosofia cética dos acadêmicos. Neste último capítulo, analisamos em específico a principal obra de Foucher, Dissertations sur la “Recherche de la vérité”, de 1693, na qual expõe sua versão histórica do ceticismo antigo, bem como os princípios filosóficos céticos. Nossa pesquisa visa, por fim, apresentar uma primeira tradução para o português da obra supracitada.

  • PRISCILA KELLY SILVA FERREIRA
  • DE HEIDEGGER A HABERMAS: UMA ANÁLISE CRÍTICA DA NOÇÃO DE DISCURSO
  • Orientador : ARTHUR EDUARDO GRUPILLO CHAGAS
  • Data: 13/03/2020
  • Dissertação
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  • O objetivo desta pesquisa é examinar a noção de discurso em torno da obra Ser e Tempo de Heidegger e em torno da pragmática linguística de Habermas, realçando a relação entre sentido e referência e o fenômeno da comunicação em ambas as reflexões filosóficas. O intuito é, a princípio, elucidar a particularidade do discurso na analítica existencial do Dasein para em seguida identificar os problemas estruturais que esta noção apresenta no contexto da ontologia fundamental, bem como mostrar uma alternativa para os problemas epistemológicos e ontológicos condicionados pelo papel da linguagem na fenomenologia hermenêutica heideggeriana, qual seja: a teoria do discurso de Habermas que se apresenta como alternativa de superação do idealismo linguístico consequente da concepção de linguagem defendida por Heidegger em Ser e Tempo. O problema da natureza da linguagem se tornou central para a filosofia no século XX. As duas vertentes, analítica e continental, possuem interesses em comum acerca de tal problema e reflexões que dizem respeito à relação entre sentido e referência. Desse modo, iremos seccionar nosso trabalho em três momentos: 1) apresentar as principais dimensões analíticas que tornam a noção de discurso central para a ontologia fundamental heideggeriana; 2) aprofundar as críticas ao projeto heideggeriano de Ser e Tempo, a saber: a tese de que a compreensão de mundo é múltipla e holista, relativa à abertura de mundo de uma determinada época, e a tese de que o sentido determina a referência, isto é, o modo que compreendemos os entes determina como os entes podem ser referidos; e 3) apresentar uma alternativa ao idealismo linguístico heideggeriano, a saber: a teoria do discurso de Habermas que propõe uma transformação da razão: a razão comunicativa estabelecida a partir de uma articulação entre elementos da filosofia transcendental moderna, da linguística e da filosofia da linguagem.

  • CAIO GRACO QUEIROZ MAIA
  • A crítica de Walter Benjamin ao conceito de vivência no Ensaio “As afinidades eletivas de Goethe”
  • Orientador : EVERALDO VANDERLEI DE OLIVEIRA
  • Data: 28/02/2020
  • Dissertação
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  • A teoria benjaminiana do “empobrecimento da experiência na modernidade” tem, entre seus principais elementos, a crítica ao conceito de vivência (Erlebnis). Daí o tema do presente trabalho, que visa a primeira elaboração desenvolvida dessa crítica, tal como se encontra no ensaio benjaminiano sobre “As afinidades eletivas de Goethe”. Nessa primeira elaboração, Benjamin relaciona o conceito de vivência ao problema metodológico próprio à crítica de arte, à historiografia de arte e à biografia: o problema da fronteira entre conteúdos da vida e conteúdos da obra. Em outras palavras, trata-se do problema proveniente da concepção corrente e da prática disseminada, que integram tais conteúdos, colocando-os em um só e mesmo patamar, a fim de que possam iluminar-se ou esclarecer-se mutuamente. Ainda nessa primeira elaboração crítica, Benjamin dirige-se nominalmente contra a obra “Goethe”, de Friedrich Gundolf. Por outro lado, suas considerações críticas acabam por alcançar também Wilhelm Dilthey (principalmente em sua obra “Das Erlebnis und die Dichtung”), na medida em que o filósofo inseriu o termo vivência (Erlebnis) na filosofia, conceituando-o, e assim, influenciou consideravelmente autores como o próprio Gundolf. Trata-se de analisar e caracterizar, primeiramente, os desenvolvimentos do conceito de vivência em Dilthey e Gundolf, apontando para as suas particularidades, similaridades e diferenças. Em seguida, voltar-se à perspectiva crítica de Benjamin, confrontando-a com os resultados encontrados naqueles autores. Pode-se destacar, por um lado, a relação entre Erlebnis, vida e expressão poética, desenvolvida por Dilthey no ensaio “Goethe e a fantasia poética” (que compõe “Das Erlebnis und die Dichtung”) e, por outro, a conceituação de Erlebnis como dado básico da relação entre sujeito e mundo, elaborada, pelo mesmo autor, em “A construção do mundo histórico nas ciências humanas”. Em Dilthey, a Erlebnis torna possível o conhecimento histórico mediante a consideração da vida comum a todo sujeito. Gundolf, por sua vez, também interpreta a obra de Goethe a partir do conceito de Erlebnis, aqui considerado como aquilo que é expresso na poesia. Além disso, Erlebnis constitui, juntamente com o conceito de obra, o conceito de Gestalt (vide a caracterização de Goethe como indivíduo de grande valor histórico e, ao mesmo tempo, acima dos outros homens). Nesse sentido, observamos como Benjamin se refere à mitologização do artista a partir do uso do conceito de Erlebnis. Para o filósofo, com os trabalhos de Dilthey e, principalmente, de Gundolf, ocorrem erros de demarcação na fronteira entre obra e vida, mas também entre humano e sobre-humano, entre mítico e divino, que acabam por tornar o artista uma figura sobre-humana, monumentalizando-o como verdadeiro herói mítico.

  • RENATA DIAS RIBEIRO
  • Psicologia social e política em Gustave Le Bon e Sigmund Freud
  • Orientador : ANTONIO JOSE PEREIRA FILHO
  • Data: 28/02/2020
  • Dissertação
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  • Gustave Le Bon (1895-1931), em sua obra Psicologia das multidões (1895), ao desenvolver um sistema segundo o qual se relacionam uma gama de conceitos provenientes da psicologia social emergente, ou seja, da virada do séc. XIX para o XX, abre caminho para uma discussão de suma importância para a nova política que se configura na Europa na primeira metade do século passado. Partindo das considerações de Le Bon, a hipótese que orienta nossa pesquisa consiste em mostrar que a política e o campo intersubjetivo dos afetos são indissociáveis. Nessa perspectiva, remontaremos a principal obra de Gustave Le Bon, resgatando seus principais conceitos tais como multidão, sugestão e contágio, tendo em vista uma abordagem aprofundada de categorias que se apresentam no desenrolar desses conceitos, tais como imaginação e inconsciente. Ora, se o fenômeno da multidão é um advento que revela como as transformações na história estão diretamente vinculadas aos sentimentos mais primitivos dos povos, de tal sorte que a sugestão e o contágio revelam-se por via de um imaginário coletivo forjado por um líder, podemos seguir nossa investigação apontando para a relação entre a política e a dinâmica dos afetos. O segundo momento desta pesquisa, aprofunda-se nesse sistema desenvolvido por Le Bon, mas à luz da psicanálise freudiana, uma vez que Sigmund Freud, sobretudo em textos como a Psicologia das massas e análise do Eu, além de reafirmar a importância do estudo das multidões, investe na compreensão das mudanças psíquicas dos indivíduos em um grupo ou massa. Para isso, ele apresenta conceitos que figuram certa continuidade, ao mesmo tempo que rompe em vários aspectos em relação à tese leboniana, com destaque para as noçõe de libido e identificação. Ademais, nos parece pertinente revisitar a obra de Theodor Adorno, intitulada A teoria Freudiana e o padrão da propaganda fascista, pois nela encontramos uma interpretação singular da teoria freudiana, além da ilustração de como a propaganda fascista se serviu amplamente do estudo da psicologia das multidões para angariar adeptos cegos e subservientes, o que nos faz crer ser assunto indispensável para a presente investigação no campo da ética e da filosofia política.

  • DENIS RICARDO DA SILVA
  • A configuração da narrativa segundo Paul Ricoeur e o Livro do Desassossego de Fernando Pessoa
  • Orientador : MATHEUS HIDALGO
  • Data: 21/02/2020
  • Dissertação
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  • A presente pesquisa tem como objetivo, discutir a configuração da narrativa segundo Paul Ricoeur e apresentar uma possibilidade de sua crise a partir do Livro do Desassossego de Fernando Pessoa. No primeiro momento, vamos realizar uma exposição do que consiste a gênese da composição narrativa em Ricoeur (narrativa como arte de tecer intrigas, síntese do heterogêneo). Tomaremos como referência principal nesse primeiro momento, o tomo I da obra Tempo e Narrativa. No segundo momento, pretendemos realizar uma exposição em torno da análise que Ricoeur faz sobre a especificidade do gênero romance e da metamorfose da noção de intriga, e até da situação de possibilidade de sua crise na literatura contemporânea.Tomaremos como referência principal nesse segundo momento, a primeira parte do tomo II da obra Tempo e Narrativa. Por fim, no terceiro e último momento, pretendemos pontuar algumas observações que indiquem, provavelmente, a singularidade do Livro do Desassossego como um exemplo literário, que representa uma expressão diretamente implicada numa crise da narrativa e, por conseguinte, um antagonismo a posição teórica de Paul Ricoeur. Também buscaremos demonstrar, a singularidade do Livro como uma literatura talvez inclassificável, no que diz respeito à sua forma e ao seu gênero. Sendo assim,O Livro do Desassossego surge em nossa pesquisa, com o papel de suscitar contrapontos e questionamentos no que se refere ao modo clássico da narrativa, que Ricoeur forjou como modelo fundamental para criar obras de ficçãoao longoda tradição literária.

  • MATHEUS SILVA FREITAS
  • SCHOPENHAUER E O ARGUMENTO POR ANALOGIA NA TRANSIÇÃO DA APARÊNCIA PARA A COISA EM SI
  • Orientador : ARTHUR EDUARDO GRUPILLO CHAGAS
  • Data: 20/02/2020
  • Dissertação
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  • No §19 de O mundo como vontade e como representação, Schopenhauer (1788-1860) procura desvendar a essência do mundo por meio de uma analogia com o nosso próprio corpo. Para alguns comentadores, essa analogia é formulada em termos de um argumento, em que toda similaridade constatada entre as coisas corpóreas, em seu aspecto exterior, é apontada como premissa, da qual se conclui que elas devem ser idênticas também em seu interior; portanto, são exatamente aquilo que cada ser humano pode conhecer por meio de uma autorreflexão, a saber, “vontade”. Outro grupo de intérpretes rechaça que Schopenhauer ofereça a analogia como uma prova, no sentido da lógica formal. Segundo eles, a consideração analógica é, antes, um instrumento de acesso ao cerne da natureza, a partir da interpretação da experiência interna humana. Com base na bibliografia especializada, dois questionamentos se impõem e norteiam esta dissertação: a) como sustentar que a analogia foi mesmo empregada como uma prova, tendo em vista as inúmeras objeções a que ela está sujeita, de uma perspectiva da lógica clássica? E, b) se ela se configura como um instrumento de acesso à essência do mundo, o conhecimento dessa essência é, por isso, mais incerto que aquele mais imediato, percebido por cada um dentro de si mesmo? Cada uma dessas questões será abordada contra um pano de fundo específico: a primeira, à luz da epistemologia de Schopenhauer, a segunda, a partir de sua crítica da maneira como Kant aborda o problema da coisa em si. Caso a analogia seja lida como um “argumento retórico”, que não tem a intensão de provar uma tese com correção formal, mas apenas de persuadir o interlocutor de sua verossimilhança, as discussões sobre sua validade ou invalidade redundariam secundárias. Essa é a chave de leitura que a presente dissertação propõe como alternativa, e que suscita uma terceira questão: é possível esperar que essa verossimilhança seja convertida, de fato, num conhecimento verdadeiro do caráter mais íntimo mundo? Essa resposta será buscada, sobretudo, em manuais de retórica e nos pontos de contato que o próprio Schopenhauer destacou, entre a sua metafísica e as ciências empíricas de sua época.

  • DANIEL SOARES SILVEIRA
  • A teoria das ideias e o conceito de identidade pessoal em Locke
  • Orientador : ANTONIO CARLOS DOS SANTOS
  • Data: 19/02/2020
  • Dissertação
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  • No capítulo XXVII, do livro II, do Ensaio sobre o entendimento humano, John Locke estabelece a identidade pessoal como se resumindo na identidade da consciência. Nosso objetivo, nesta dissertação, é apresentar as razões derivadas da sua teoria das ideias que levam o autor do Ensaio a essa posição. Tendo isso em vista, dividimos nosso texto em quatro partes: na primeira, expormos a crítica de Locke a existência de ideias inatas e sua teoria lockiana das ideias, afirmando que delas decorrem a concepção lockiana de identidade pessoal; na segunda, apresentamos as discussões preliminares de Locke referente à identidade pessoal; na terceira, analisamos a noção de identidade; no quarto, trabalharemos o conceito de identidade pessoal no capítulo “Da identidade e diversidade”. Com isso, pretendemos contribuir para os estudos sobre Locke no Brasil, principalmente nas questões relacionadas ao conceito de identidade pessoal.

2019
Descrição
  • GIOVANI PINTO LIRIO JUNIOR
  • Inatismo Linguístico: uma introdução ao pensamento chomskyano
  • Orientador : WILLIAM DE SIQUEIRA PIAUI
  • Data: 23/05/2019
  • Dissertação
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  • Este trabalho pretende investigar os principais aspectos do inatismo linguístico de Noam Chomsky. Para tanto, nossa pesquisa será dividida em trêsmomentos. No primeiro momento, faremos um resumo dos principais fundamentos históricos e filosóficos queserviram delastropara o resgate do inatismolinguístico no início da segunda metade do século XX, para em seguida, fazermos uma breve caracterização do inatismochomskyano que vê a linguagem humana como um objeto natural. No segundo momento, buscaremos compreender os principais conceitos e bases metodológicas do inatismochomskyano que culminaram no modelo de Princípios e Parâmetros. Por fim, no terceiro momento, faremos uma breve apresentação acerca dos principais pressupostos da Biolinguística, a saber: a evolução da linguagem, a estrutura orgânica da linguagem e a relação entre linguagem e neurociência.

  • GUSTAVO ANDRADE PRADO
  • A BUSCA ESTÉTICA DE EDMUND BURKE: UMA DISTINÇÃO ENTRE O SUBLIME E O BELO
  • Orientador : ARTHUR EDUARDO GRUPILLO CHAGAS
  • Data: 29/04/2019
  • Dissertação
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  • Esta pesquisa tem como objetivo investigar os conceitos estéticos do filósofo irlandês Edmund Burke (1729 – 1797). Seu legado à civilização, no que concerne a seus estudos sobre o tema, foi plasmado nas palavras que constituem o “tratado”, como o autor o denomina, Uma Investigação Filosófica sobre a Origem de nossas Ideias do Sublime e do Belo, cuja primeira edição foi publicada no ano de 1757. Em decorrência de haver destinado grande parte da sua existência à vida política, eternizou-se nas alíneas do tempo com a obra Reflexões sobre a Revolução em França, de 1790, o que lhe rendeu o eterno renome de “pai do conservadorismo”. Por outro lado, Immanuel Kant (1724 – 1804) o considerou como o filósofo empirista mais importante em questões estéticas. De fato, o tratado de Burke respira empirismo, embora o autor lance mão de variados métodos, a exemplo da indução newtoniana, e alusões ao cartesianismo e outras influências, em sua busca de vislumbrar uma teoria sobre o sublime e o belo, ainda que ciente das dificuldades, e limitar-se a remontar esses atributos às suas origens. Uma gama de pensadores e correntes de pensamento embasam seus argumentos, abrangendo a filosofia, literatura, religião (católica) e ciência. Abrangência essa que, por vezes, obstrui a essência da matriz que tenta esboçar com os seus conceitos. Assim, este estudo será movido a sondar se Burke foi bem-sucedido em construir uma teoria estética, ou o quanto ele se aproximou desse objetivo. Procuraremos mostrar que o pensador irlandês buscou essa teoria na caracterização e na distinção do sublime e do belo. Ao fim, mostrar-se-á ponderações sobre o gosto e as possíveis razões da sua diversidade.

    Esta pesquisa tem como objetivo investigar os conceitos estéticos do filósofo irlandês Edmund Burke (1729 – 1797). Seu legado à civilização, no que concerne a seus estudos sobre o tema, foi plasmado nas palavras que constituem o “tratado”, como o autor o denomina, Uma Investigação Filosófica sobre a Origem de nossas Ideias do Sublime e do Belo, cuja primeira edição foi publicada no ano de 1757. Em decorrência de haver destinado grande parte da sua existência à vida política, eternizou-se nas alíneas do tempo com a obra Reflexões sobre a Revolução em França, de 1790, o que lhe rendeu o eterno renome de “pai do conservadorismo”. Por outro lado, Immanuel Kant (1724 – 1804) o considerou como o filósofo empirista mais importante em questões estéticas. De fato, o tratado de Burke respira empirismo, embora o autor lance mão de variados métodos, a exemplo da indução newtoniana, e alusões ao cartesianismo e outras influências, em sua busca de vislumbrar uma teoria sobre o sublime e o belo, ainda que ciente das dificuldades, e limitar-se a remontar esses atributos às suas origens. Uma gama de pensadores e correntes de pensamento embasam seus argumentos, abrangendo a filosofia, literatura, religião (católica) e ciência. Abrangência essa que, por vezes, obstrui a essência da matriz que tenta esboçar com os seus conceitos. Assim, este estudo será movido a sondar se Burke foi bem-sucedido em construir uma teoria estética, ou o quanto ele se aproximou desse objetivo. Procuraremos mostrar que o pensador irlandês buscou essa teoria na caracterização e na distinção do sublime e do belo. Ao fim, mostrar-se-á ponderações sobre o gosto e as possíveis razões da sua diversidade.

  • CARLOS KLEYVON ARAUJO SOUZA
  • Arte e modernidade no jovem Hegel
  • Orientador : EVERALDO VANDERLEI DE OLIVEIRA
  • Data: 29/03/2019
  • Dissertação
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  • O trabalho analisa o conceito de modernidade no jovem Hegel, perguntando-se pelo papel da arte. Em sua concepção, a cisão do mundo da cultura em arte, moral e ciência sob o império da razão cria uma ruptura entre o passado e o futuro. Com base em uma “utopia estética”, Hegel verifica na arte a possível solução aos problemas da modernidade. A pesquisa se apoia em duas visões acerca da modernidade em Hegel, quais sejam, a de Jürgen Habermas e a de Charles Taylor. Na perspectiva de Habermas, Hegel foi o primeiro filósofo a tratar a modernidade como problema, pois aquela tem a singularidade de procurar a todo momento fundamentar-se em seus próprios conceitos. Na visão de Taylor, Hegel concebe a modernidade como o tempo da revolução subjetiva, o que originou a nova teoria política e a nova concepção de liberdade. Taylor, neste ponto, liga a nova posição da arte à reflexão de Herder e Schiller, e não imediatamente a Hegel, mas, mesmo assim, ainda se trata da “utopia estética”.

  • ALANA BOA MORTE CAFÉ
  • Natureza Humana e História em David Hume.
  • Orientador : MARCOS FONSECA RIBEIRO BALIEIRO
  • Data: 20/03/2019
  • Dissertação
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  • O presente estudo busca examinar as relações entre história e natureza humana em David Hume, tendo em vista que a natureza humana é objeto privilegiado para o autor e que as narrativas históricas aparecem expressivamente ao longo de sua obra. A história se associa ao tipo de conhecimento com o qual Hume se encontra comprometido, uma vez que os exemplos retirados da história se apresentam como um recurso à experiência nos raciocínios do autor: a tarefa de fundar todo conhecimento na experiência encontra, nos relatos históricos, não só matéria em ampla quantidade, mas também forma textual de particular interesse. E, se a história é fundamento experimental nos raciocínios de Hume, então o conhecimento da natureza humana deve se dar a partir do estudo da história, donde se pergunta – de que modo a história ensina sobre os princípios da natureza humana? Quanto a isso, argumenta-se que, em Hume, a história vai constituindo a natureza humana, afirmação com a qual se quer indicar (a)o reconhecimento de uma perspectiva histórica como ponto de partida da filosofia e (b) a necessidade de regular os resultados da investigação filosófica à experiência conforme a investigação se desenvolve, o que se faz a partir também dos relatos da história. Em outras palavras, o presente estudo defende que a filosofia humeana requer um conhecimento da natureza humana que se elabora, dentro do texto, tendo por fundamento uma experiência histórica, o que só pode ser plenamente entendido ao se assumir, fora do texto, a existência de condições para a atividade filosófica de igual modo pensadas historicamente.

  • CINTHIA ALMEIDA LIMA
  • RATIO ANSELMI: ARGUMENTO OU ARGUMENTOS ONTOLÓGICOS DE SANTO ANSELMO?
  • Orientador : JOAO ALEXANDRE DE VIVEIROS CABECEIRAS
  • Data: 28/02/2019
  • Dissertação
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  • Esta dissertação tem por escopo constatar se procede a alegação, feita pela primeira vez por Norman Malcolm (1911-1990), de que no Proslógio, escrito por Santo Anselmo (1033-1109), há dois argumentos ontológicos, não um, opostamente ao que sempre se pensou. Para tanto, foram estabelecidas três etapas: tecer breves considerações sobre a vida de Anselmo e apresentar sua argumentação no Proslógio, o que é feito no primeiro capítulo; analisar como Malcolm distingue os dois argumentos, o que é feito no segundo capítulo; inspecionar se o próprio Anselmo entende que o Proslógio contém dois argumentos ontológicos e decidir, com base nas etapas anteriores, se há mesmo dois argumentos ontológicos no Proslógio, o que é feito no terceiro capítulo.

  • JEDIEL ALVES DE OLIVEIRA
  • O saber prudencial: a retomada dos saber médico/retórico na critica de vico ao método de estudos do seu tempo
  • Orientador : ANTONIO JOSE PEREIRA FILHO
  • Data: 28/02/2019
  • Dissertação
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  • O presente trabalho trata da crítica empreendida pelo filósofo Giambattista Vico (1688-1744) ao modelo pedagógico e científico vigente em sua época, que a princípio ele discute em uma obra de “juventude”, o De nostritemporisstudiorum ratione (De Ratione), de 1708. Muito influenciado pelo cartesianismo, a RatioStudiorum (método de estudo) a qual Vico se opõe, provocaria, segundo o filósofo, a fragmentação do conhecimento em diversos campos dos saberes na modernidade, além de romper com os preceitos da tradição retórica que servia de base ao humanismo cívico do qual Vico pode ser considerado um expoente tardio. Frente a esse processo disseminado pelo cartesianismo, Vico irá retomar alguns preceitos da tradição médico/retórica, sobretudo os pensadores antigos Hipocrates e Cícero, que servem de base para alicerçar sua crítica ao cartesianismo. Todavia, devemos frisar que o intento viquiano não se dá necessariamente porque a difusão do cartesianismo alterou a produção de conhecimento da modernidade, mas sim pelas consequências danosas da aplicação do método. Vico mostra, por exemplo que o processo de especialização das ciências ao invés de torná-las mais eficientes pode justamente surtir o efeito contrário, tornando-as estéreis. Além disso, outra preocupação de Vico diz respeito à pedagogia. Assim, de um ponto de vista pedagógico, o cartesianismo, para Vico, desprestigia faculdades importantes ao desenvolvimento da criança ao sugerir um método pautado na arte crítica ou arte de julgar, ou seja, um método que dá relevo às ciências apodíticas e formais como álgebra, matemática e geometria em detrimento das artes humanas (arshumanitatis), como a história, a retórica, a poética e o direito, que tratam do possível, do provável e do verossímil. Aos olhos de Vico essa formação gera danos ao engenho agudo que compreende as faculdades ligadas ao sensível como a memória, a imaginação e a inventividade, que são cruciais ao desenvolvimento cognitivo e social, bem como à prática política. Vico mostra que a negligência da RatioStudiorum frente a estas faculdades pode acarretar prejuízo na formação de sujeitos, tornando-os inaptos à vida civil, ao debate político e à possibilidade refletir sobre suas próprias condições. Frente a isso, Vico propõe um modelo pedagógico mais abrangente que preserve a critica de índole cartesiana e a tópica inventiva que é um preceito fundamental da tradição retórica. Essa formação complementar e processual evitaria danos à faculdades importantes e, por conseguinte, que o pensamento especializado se tornasse mero instrumento de domínio, provocando o que Vico chama na Ciência Nova de “barbárie da reflexão”

  • MARCOS SÁVIO SANTOS AGUIAR
  • Elementos para uma ética no primeiro Sartre: um estudo sobre o Ser e Nada
  • Orientador : ROMERO JUNIOR VENANCIO SILVA
  • Data: 27/02/2019
  • Dissertação
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  • Esta dissertação tem o objetivo de compreender a natureza da relação entre o Ego e a consciência na filosofia de Sartre. Pretende-se com isso mostrar que Sartre não pode reivindicar para si a totalidade da subjetividade humana, pois há um campo de uma superfície inconsciente no qual ocorrem formas de subjetividades que extrapolam o campo da consciência sartreana. Inicialmente, pretende-se compreender como ocorre a relação de imanência entre o Ego e a consciência nas filosofias da imanência. Posteriormente, veremos a crítica de Sartre a essas filosofias: compreenderemos como Sartre, com sua filosofia da transcendência, liberta a consciência da interioridade. Por fim, mostraremos que o Ego, mesmo fora da consciência, faz com que esta receba dele emanações de modo que a consciência, sob influência do Ego, não perceba emissões de singularidades que ocorrem na superfície inconsciente.

  • ALIPIO JOSÉ VIANA PEREIRA NETO
  • Definições preliminares para amu classificação das falacias informais
  • Orientador : ALDO LOPES DINUCCI
  • Data: 05/02/2019
  • Dissertação
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  • Cuida-se de dissertação cujo objetivo é compreender e criticar a abordagem tradicional das falácias informais, bem como algumas das contribuições fornecidas pelas abordagens contemporâneas. Pretende-se, com isso, apresentar uma concepção de falácia informal capaz de sustentar ulterior classificação, de sorte que essa seja passível de ser usada como ferramenta objetiva de análise e avaliação do discurso argumentativo. Inicialmente expomos, de modo geral, qual o escopo da Lógica Formal e o que são as falácias formais. Posteriormente, apresentamos uma caracterização mais detalhada da Lógica Informal, em cotejo com as noções de Lógica Formal e falácia formal, previamente definidas. Na sequência, exibimos nossa crítica sobre o tratamento padrão das falácias informais, conferido dentro da competência da Lógica Formal, examinando e criticando, também, as contribuições trazidas pelas abordagens contemporâneas, em sede de Lógica Informal. Por fim, revelamos nosso ponto vista sobre a noção de falácia informal e como ela se relaciona com a possibilidade de sua classificação.

2018
Descrição
  • ALTIÉRIS BORTOLI
  • TECNOLOGIA E ONTOLOGIA DA HISTÓRIA: A técnica como compreensão, desvelamento e obscurecimento na crítica de Heidegger à modernidade.
  • Orientador : ARTHUR EDUARDO GRUPILLO CHAGAS
  • Data: 25/04/2018
  • Dissertação
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  • Nesta pesquisa, será analisada a essência da tecnologia na ontologia hermenêutica de Martin Heidegger (1889-1975). Considerando o texto A Questão da Técnica (1953), Heidegger postula que a tecnologia não é um meio de produção, mas um modo de Verdade, isto é, de “essenciação” do Ser no sentido grego do desvelar. Esse desvelamento, ontologicamente ambivalente porque é o próprio Ser que se desvela ao mesmo tempo se velando, constitui o movimento da história do Ocidente como aberturas de mundo “prévias’ para compreensão dos entes. Nesse sentido, a tecnologia é somente um modo de Verdade na constelação da história que Heidegger nomeia metafísica. A compreensão tecnológica do mundo, como modo de saber, perde seu vigor se não for levada ao seu espaço vital, isto é, a História. As obras Ser e Tempo (1927), Nietzsche I e II (1936/46) e Contribuições à Filosofia (1930/40) nos fornecem as ferramentas necessárias para explorar a ontologia da História. A questão central deste trabalho é: como o Ser, na tecnologia, atua contra sua própria essência Historial? Esta tarefa exige o esclarecimento de duas questões basilares. Primeiro, o que significa o termo “Ser” na filosofia heideggeriana? A noção de “a priori” (Kant) “perfeito” (Heidegger) será norteadora nesta etapa da pesquisa. Segundo, qual o sentido da História? As múltiplas respostas para esta questão – realismo ôntico, idealismo ontológico ou temporal –, derivam de uma interpretação do Ser como a priori (perfeito) que se essenciahistorialmente. O a priori, porém, se ofusca se não for lançado para dentro da ontologia, ou melhor, da diferença ontológica, na distinção da relação entre ser e ente. A natureza do a priori nos permite dizer como, na História, o Ser atua contra sua essência através da tecnologia.

  • MARCUS DE AQUINO RESENDE
  • GÓRGIAS DE LEONTINOS: FILÓSOFO, RETOR, POLÍTICO E SUA RETÓRICA DO KOSMOS SOCIAL
  • Orientador : ALDO LOPES DINUCCI
  • Data: 28/02/2018
  • Dissertação
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  • O objetivo da pesquisa que suscita este trabalho é identificar a função primordial da retórica de Górgias de Leontinos. Pretendemos explorar o contexto da sofística no século V destacando os conflitos da época em função das duras críticas de Platão e Aristóteles aos sofistas. Passaremos então pelo ressurgimento e reinterpretação da sofística no século XIX com a leitura de Hegel do Protágoras. Com esse pano de fundo estabelecido, propomos identificar Górgias dentre os sofistas, visto que as pesquisas apontam para uma diferenciação significativa entre Górgias e os demais, incluindo Protágoras. A formação de Górgias como filósofo, seu desempenho como o retor que abalou Atenas e sua experiência política como diplomata fornecem substrato para a defesa de uma retórica que exigia dos seus interlocutores uma postura filosófica prática, ligada à vida da polis, com o objetivo específico de preparar lideres que fossem capazes de tomar decisões que levassem em consideração a ordem social.

  • EDSON PEIXOTO ANDRADE
  • O PROBLEMA DO SENTIDO EM DELEUZE
  • Orientador : WILLIAM DE SIQUEIRA PIAUI
  • Data: 26/02/2018
  • Dissertação
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  • Este trabalho pretende investigar o problema do sentido em Gilles Deleuze, tendo como base a obra Lógica do sentido. Em nossa investigação, buscaremos compreender como o sentido-acontecimento engendra uma nova forma de fazer filosofia que não está centrada no paradigma da representação, mas objetiva um permanente resgate da dimensão do sentido-acontecimento. Para tanto, investigaremos também aquelas que, segundo Deleuze, são suas fontes principais para a construção da lógica do sentido, a saber, a doutrina estóica dos incorporais, a filosofia de Leibniz, além de alguns textos de Lewis Carroll que, de acordo com o filósofo francês, são exemplos de atuação do sentido-acontecimento na linguagem.

  • ISMAR FRANCISCO PRADO TORRES
  • WALTER BENJAMIN E O CINEMA: OBRA DE ARTE E A POSSIBILIDADE DA EXPERIÊNCIA NA MODERNIDADE
  • Orientador : EVERALDO VANDERLEI DE OLIVEIRA
  • Data: 26/02/2018
  • Dissertação
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  • Este estudo pretendeu desenvolver uma reflexão sobre uma possível articulação entre a estética de Walter Benjamin sobre o cinema, proposta em A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica, e sua filosofia da experiência. A questão central que norteou esta pesquisa pode ser exposta da seguinte maneira: é possível a construção de um cinema politicamente eficaz e que, ao mesmo tempo, possa estimular o desenvolvimento da experiência no sentido benjaminiano e esteja a serviço da emancipação da humanidade? Para responder a esta questão, foi necessário analisar as reflexões de Benjamin sobre a modernidade e as diversas consequências advindas do “efeito de choque”. Além disso, se buscou também refletir sobre a estética de Benjamin em relação ao cinema, principalmente suas considerações sobre a reprodutibilidade técnica e sobre o desencantamento da obra de arte através da perda da aura. Por fim, se buscou articular a estética de Benjamin à sua filosofia da história, a fim de se pensar as funções sociais do cinema e a possibilidade da constituição da experiência através deste. Nesse sentido, se analisou os conceitos de inconsciente ótico e de jogo.

2017
Descrição
  • YBÍNE DIAS CORREIA
  • PERCEPÇÃO E EXPRESSÃO ARTÍSTICA NA FENOMENOLOGIA DA PERCEPÇÃO DE MAURICE MERLEAU-PONTY
  • Orientador : ANTONIO JOSE PEREIRA FILHO
  • Data: 09/06/2017
  • Dissertação
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  • A presente dissertação pretende estudar a noção de “expressão simbólica” em obras de arte na primeira fase do pensamento de Maurice Merleau-Ponty, especialmente na obra Fenomenologia da percepção, partindo da ideia de que já nesta obra a noção “expressão simbólica” está esboçada, sendo desdobrada e aprofundada nas obras posteriores do autor. Mostraremos como as noções de corpo próprio e percepção são fundamentais para se pensar tanto a “expressão perceptiva” quanto a “expressão artística” ou simbólica, sobretudo na primeira fase de seu pensamento, na medida em que o corpo percebe o mundo de forma espacial e temporal no “logos do mundo estético”. Por meio de análises das filosofias e psicologias clássicas, Merleau-Ponty pretende abordar o fenômeno da percepção, procurando investigar a estrutura da correlação do sujeito (corpo próprio) com o mundo e com os outros, distanciando-se de toda forma clássica (moderna) de atribuição às intelecções pré-concebidas da percepção. Na obra de Merleau-Ponty, a descrição da estrutura da percepção liga-se à noção de um corpo suscetível de expressar arte e sedimentar significações como no caso da fala e da literatura. Neste trabalho, pretendemos apenas nos situar na primeira fase de seu pensamento, especificamente nas obras Fenomenologia da Percepção (1945) e O primado da percepção e suas consequências filosóficas (1946). Para dar conta do nosso objetivo, o trabalho está dividido em cinco capítulos: no primeiro, intitulado “Crítica aos prejuízos da tradição”, descrevemos a crítica de Merleau-Ponty às faculdades perceptivas das filosofias e psicologias clássicas; no segundo, “Corpo próprio: o sujeito da percepção”, procuramos descrever a noção de sujeito encarnado (corpo próprio), diferente do corpo objeto e sujeito pensante concebido pela tradição clássica; no terceiro, “A percepção e suas estruturas”, descrevemos em linhas gerais a estrutura da percepção segundo Merleau-Ponty; no quarto capítulo, “A expressão no âmbito da percepção”, procuramos descrever a noção de expressividade do mundo a partir da percepção do sujeito, ou seja, “as coisas como elas são” a partir da espontaneidade do mundo vivido e do corpo próprio que o percebe; por fim, no último capítulo, “O corpo e a expressão artística”, o assunto principal de análise é o capítulo VI da primeira parte da Fenomenologia da percepção (O Corpo como expressão e a fala), em que por meio deste capítulo procuramos evidenciar a presença da noção de expressão simbólica já na Fenomenologia da percepção. Nesse sentido, o corpo próprio pode ser comparado à obra de arte, sendo, portanto, uma forma de superação das dicotomias clássicas: corpo e alma; sujeito e objeto; consciência e mundo. Veremos que a arte e a linguagem (expressão simbólica) na filosofia de Merleau-Ponty possui uma peculiaridade extremamente singular enquanto expressão de um sujeito que se liga às amarras carnais do mundo.

  • DANIEL FRANCISCO DOS SANTOS
  • Benjamin e Freud: sobre a possibilidade do inconsciente histórico
  • Orientador : EVERALDO VANDERLEI DE OLIVEIRA
  • Data: 29/05/2017
  • Dissertação
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  • presente estudo analisa as possíveis relações entre o conceito freudiano de inconsciente e o conceito benjaminiano de história. Tal análise tem por objetivo perseguir a seguinte pergunta norteadora: é possível o “inconsciente histórico”? Na busca deste inconsciente da história, mostra-se que não só a psicanálise pode ser aplicada à história, como também ela própria tem uma perspectiva peculiar da história. A perspectiva psicanalítica da história pode ser vislumbrada, pelo menos, de duas maneiras distintas: a partir do problema da filogênese e do mecanismo de distorção. A primeira possibilita pensar um tipo de desenvolvimento marcadamente histórico, enquanto a segunda permite pensar a própria história como distorção. Destes desenvolvimentos da psicanálise são extraídos aspectos que possibilitam pensar os elementos oníricos presentes na concepção de história de Walter Benjamin. A consideração da influência do contexto histórico no inconsciente bem como da possibilidade de um canal temporal através das neuroses, dos sonhos e das lembranças encobridoras pode franquear o acesso aos conteúdos de épocas passadas, os quais foram conservados, segundo Freud, mediante fixação no inconsciente. Por sua vez, a consideração acerca da presença de tais conteúdos do passado no inconsciente pode lançar luz sobre importantes aspectos da crítica benjaminiana da história.

  • PERCY DANIEL ARCE SANTOS
  • “A relação entre propriedade e estado em John Locke”
  • Orientador : MARCOS FONSECA RIBEIRO BALIEIRO
  • Data: 07/03/2017
  • Dissertação
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  • O presente trabalho visa investigar a importância do conceito de propriedade para a construção do Estado na obra do filósofo inglês John Locke. Para isso, o trabalho foi dividido em três capítulos. O texto discorre sobre o conceito de propriedade em Locke, bem como sobre as interpretações que dele fizeram os principais comentadores da obra política do filósofo inglês. Desenvolve-se, em seguida, conceito lockeano de Estado, explicando-se as características deste, bem como a maneira pela qual, segundo Locke, ele é constituído a partir do consentimento dos indivíduos. Mostra-se, então, em que medida seu surgimento é determinado pela propriedade. Finalmente, discorre-se, de maneira mais extensa, sobre as relações entre o conceito de propriedade e o de Estado.

  • EDILAMARA PEIXOTO DE ANDRADE
  • “DERRIDA: linguagem e força”
  • Orientador : WILLIAM DE SIQUEIRA PIAUI
  • Data: 23/02/2017
  • Dissertação
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  • Este trabalho pretende investigar o processo de desconstrução do Direito proposto pelo filósofo argelino Jacques Derrida, a partir da leitura da obra Força de Lei: o fundamento místico da autoridade. Em nossa investigação buscaremos compreender também porque, para o filósofo, a desconstrução é apresentada como sendo uma experiência do impossível, e qual a relação entre essa experiência e a possibilidade de Justiça. Para desenvolvermos nossa investigação utilizaremos também outros textos do filósofo argelino, que nos alicerçarão em nossa pesquisa, como Torres de Babel, Espectros de Marx, O monolinguismo do outro, Da hospitalidade, bem como em textos de outros filósofos, em geral citados por Derrida e comentadores, buscando entender as críticas e apropriações que o desconstrucionista faz do pensamento de tais autores no decorrer do texto que está sendo analisado.

  • MYKAEL MORAIS VIANA
  • O conceito de coisas indiferentes em Locke
  • Orientador : ANTONIO CARLOS DOS SANTOS
  • Data: 22/02/2017
  • Dissertação
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  • A presente pesquisa objetiva analisar o conceito de coisas indiferentes no pensamento de John Locke (1632-1704). Defendemos que esse conceito é o argumento chave na tese da separação entre Estado e religião. Essa hipótese nos permitirá compreender porque Locke limita a tolerância, excluindo ateus e papistas da sociedade, além de não defender o direito à liberdade de consciência como fundamento da tolerância, optando pelo fundamento político, em detrimento do moral ou teológico. Através de uma análise estrutural do texto, apoiada em comentadores conceituados, pretendemos mostrar o lugar do conceito de coisas indiferentes no pensamento político de Locke. Isso nos permite entender melhor as principais mudanças entre seus textos de juventude e maturidade, sobretudo no que diz respeito ao tema central em questão. Partiremos de uma análise dos Opúsculos sobre o governo, dos Ensaios sobre a lei de natureza e do Ensaio sobre a tolerância determinando a extensão e o posicionamento de Locke sobre tema das coisas indiferentes, para depois analisarmos a Carta acerca da tolerância e os Dois tratados sobre o governo, com o intuito de delimitar o escopo da nossa pesquisa. O Ensaio sobre o entendimento servirá como auxiliar para as questões ligadas à fé e ao conhecimento de Deus, o que para Locke vem a ser importante quando ele se depara com os ateus e também com os católicos. A pesquisa está organizada em sete tópicos, onde abordamos de forma cronológica as ideias e argumentos do nosso autor acerca do tema das coisas indiferentes e seu lugar no conceito de tolerância.

  • CLOVES THIAGO DIAS FREIRE
  • “O problema do movimento na meta-física de Descartes & Leibniz”
  • Orientador : SERGIO HUGO MENNA
  • Data: 21/02/2017
  • Dissertação
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  • Até que ponto a hipótese da harmonia preestabelecida, do filósofo alemão G. W. Leibniz se constitui como uma resposta inteligível às inconsistências do modo cartesiano e newtoniano de pensar o problema do movimento, seja dos corpos animados, seja dos corpos inanimados? Será com vistas a responder a este questionamento que, grosso modo, direcionamos nossa pesquisa. Para nós, a noção de movimento se constitui de forma problemática na filosofia natural do início da modernidade, pois, Descartes com fundamento em sua metafísica das substâncias distintas postula um interacionismo causal (ou filosofia dos corpos animados) que se for aceito como uma teoria inteligível acarreta em graves violações das leis universais da natureza, mais especificamente sobre o princípio da conservação da total quantidade do movimento (filosofia dos corpos inanimados). Por seu turno, Newton, ao tentar refutar a filosofia cartesiana do movimento dos corpos inanimados, adota uma noção de espaço absoluto que tem como suas principais características ontológicas a independência dos corpos e sua total similitude. Ocorre que, como apontará Leibniz, a filosofia interacionista cartesiana se assenta sobre um equivocado conceito de substância e por conta dista o plano das causas eficientes interfere no plano das causas finais, tendo como consequências a violação das leis da natureza. Igualmente, ao tomarmos o espaço absoluto newtoniano como uma entidade real, não haverá movimento observável possível, posto que o espaço será totalmente indiscernível, não sendo possível assinalar as mudanças de situação que um corpo desenvolve neste espaço tota simul. Neste sentido, com vistas a alcançar nosso objetivo, promovemos a análise dos textos canônicos destes filósofos, confrontando-os uns com os outros e nos referenciando nas correspondências trocadas entre eles e seus maiores interlocutores. Como resultado, acreditamos que conseguimos apresentar de forma satisfatória um dos maiores debates do início da era moderna que tem em seu bojo o problema do movimento, tanto dos corpos animados quanto dos corpos inanimados. Problema que encontra na filosofia leibniziana, com a hipótese da harmonia preestabelecida, sua formulação mais bem acabada, pois ao passo que considera o reino material e o reino imaterial incomunicáveis supera boa parte das inconsistências e violações metafísicas sobre as leis físicas do movimento. Acreditamos que este trabalho possui relevância significativa, pois recompomos o debate sobre o problema do movimento na filosofia de Descartes, Newton e Leibniz, tendo como fio condutor a premissa de que a metafísica deveria fundar os pressupostos da física. E será exatamente no campo da metafísica que Leibniz estruturará seu pensamento amparado na formulação de um novo conceito de substância: a Mônada.

  • SIZINIO LUCAS FERREIRA DE ALMEIDA
  • Guerra e conflitos por recursos naturais: Grotius, Rousseau e os desdobramentos contemporâneos da questão.
  • Orientador : EVALDO BECKER
  • Data: 14/02/2017
  • Dissertação
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  • O presente trabalho visa examinar a questão dos conflitos por recursos naturais, e em especial pela água, na reflexão filosófica moderna, e alguns de seus desdobramentos contemporâneos. Para tanto, partiremos das reflexões do jurista e filósofo holandês Hugo Grotius acerca das tentativas de privatização dos mares no século XVII, expostas tanto no Mare liberum (1609), quanto no Direito da guerra e da paz (1625), e dos conflitos e guerras gerados em função disso. Em um segundo momento examinaremos a recepção desse debate, pelo filósofo genebrino Jean Jacques Rousseau, no século XVIII, e os desdobramentos do mesmo em autores contemporâneos como Maude Barlow e Michel Serres. Estes examinam os atuais conflitos e guerras motivados pelo mau uso dos recursos naturais e pelas tentativas de privatização das águas, infringindo o que os autores propõem que seja considerado enquanto um direito humano à água e que está alicerçado no debate moderno acerca do direito natural.

2016
Descrição
  • SHIRLEI DANTAS SILVA ALVES
  • O projeto sobre a paz perpétua em Saint-Pierre e Rousseau
  • Orientador : EVALDO BECKER
  • Data: 30/05/2016
  • Dissertação
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  • O Projeto para tornar perpétua a paz na Europa foi publicado na Europa entre 1713 (I e II
    tomos) e 1717 (III tomo), na sequência do tratado de paz de Utrecht e foi resumido e
    publicado por Jean-Jacques Rousseau em 1761. No entanto, o juízo crítico do Projeto de paz
    perpétua (Julgamento), que foi escrito por Rousseau juntamente com o Extrato será publicado
    apenas em 1782, após a morte do filósofo de Genebra. O objetivo principal desta pesquisa é
    analisar o tema da paz perpétua tal como este é apresentado no Projeto para tornar perpétua
    a paz na Europa, escrito por Charles-Irénée Castel de Saint-Pierre, e nos escritos de Rousseau
    sobre a paz perpétua, ou seja, no Extrato e no Julgamento do Projeto de paz perpétua. Desta
    maneira, pretendemos investigar a legitimidade e os perigos decorrentes das tentativas de
    implementação de "ligas supranacionais" que procuram estabelecer a paz entre os Estados em
    nível internacional.

  • LUIZ CARLOS GOMES JUNIOR
  • O republicanismo de Montesquieu.
  • Orientador : ANTONIO CARLOS DOS SANTOS
  • Data: 26/02/2016
  • Dissertação
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  • O objetivo desta pesquisa é analisar o republicanismo de Montesquieu. Com a publicação de O espírito das leis, os censores enxergaram na obra uma inclinação do seu autor aos governos republicanos e um odium monarchie. Aos censores Montesquieu respondeu que os dois governos eram bons e que o melhor dos dois era aquele do qual se dispõe. O filósofo foi, com efeito, um crítico do absolutismo monárquico francês, porém jamais defendeu a República como uma solução aos males políticos da nação francesa. Por outro lado, não negava sua admiração pelas instituições dos governos republicanos, tinha um profundo interesse pela história das Repúblicas antigas (Atenas, Lacedemônia e Roma) e a linguagem, as fontes e os temas que rodeiam o ideário republicano foram uma constante desde os seus primeiros escritos políticos até O espírito das leis. Assim, os censores de O espírito das leis teriam sido os primeiros a levantar indiretamente uma possível abordagem republicana do pensamento de Montesquieu. Entretanto, acabaram por reforçar a imagem do pensador ligado à Monarquia que se tornaria determinante para o modo como suas idéias seriam interpretadas e recepcionadas nos debates políticos que envolveram a formação da República francesa durante os séculos XVIII e XIX. Uma hipótese de leitura republicana em Montesquieu tardaria acontecer e não viria pelas lentes das fontes clássicas do republicanismo – Platão, Aristóteles, Cícero e Maquiavel – que nutriam as reflexões do filósofo sobre o assunto. No primeiro capítulo, demonstraremos que ela foi construída pela perspectiva liberal, em que os intérpretes de Montesquieu discutem a natureza moderna da constituição inglesa no livro XI de O espírito das leis, no qual o filósofo desenvolveu sua teoria da divisão dos poderes e da liberdade política. Para defender essas marcas modernas da constituição inglesa, os intérpretes confirmam que o filósofo francês tinha uma admiração pelos governos republicanos antigos, em que a idéia de virtude era o seu motor, mas que Montesquieu caminharia, ao longo da sua produção intelectual, em direção ao reconhecimento da constituição inglesa como um regime político mais adequado aos anseios e à liberdade dos modernos. As marcas modernas desse modelo de organização política estariam, por exemplo, na proteção da liberdade individual, na forma representativa de governo, na tripartição dos poderes, no império da lei e na exploração da riqueza das sociedades comerciais. No segundo capítulo, demonstraremos que a linguagem republicana de Montesquieu pode ser traçada através da temática da relação entre a virtude (o interesse público) e a riqueza (interesses privados) e que a possibilidade de determinação de um equilíbrio entre elas estaria na mesma base de determinação da liberdade política da constituição inglesa. Assim, uma forma difusa e distribuída de poder seria uma maneira de anular os efeitos das desigualdades de riquezas entre os homens nas esferas de decisão do poder e impedir tanto o domínio de uma parcela da sociedade sobre a outra quanto o predomínio dos interesses particulares sobre o interesse público. Esperamos que esta pesquisa possa suscitar novos trabalhos e leituras sobre Montesquieu no Brasil.

  • ROSÂNGELA SOUSA DE ALMEIDA
  • Educação e Narração em Walter Benjamin
  • Orientador : ANTONIO JOSE PEREIRA FILHO
  • Data: 24/02/2016
  • Dissertação
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  • A presente dissertação busca estudar a relação entre narração e educação na perspectiva benjaminiana. Para tanto, seguiremos o seguinte percurso, dividido em dois momentos. No primeiro momento, abordaremos alguns textos escritos na juventude do autor, como A vida dos estudantes e, em seguida, passaremos à análise dos textos Experiência e pobreza (1933) e O Narrador (1936), nos quais é tematizado o diagnóstico de crise na modernidade, provocada pelo avanço da técnica e do capitalismo e, segundo a tese de Benjamin, isso ocasiona a substituição da “experiência” (Erfahrung) coletiva pela “vivência” (Erlebnis) subjetiva e fragmentária, o que permite explicar o desaparecimento da arte de narrar e de transmitir saber. Diante desse quadro, a dissertação busca uma resposta para a seguinte pergunta: será possível, com o fim das narrativas tradicionais, construir uma alternativa pedagógica vinculada à formas inovadoras de narrativa que tentem responder à pobreza da condição humana na modernidade? Se Baudelaire, através da “experiência do choque” presente em sua obra, é visto por Benjamin como um exemplo para se pensar a poesia lírica no auge do capitalismo, no campo da prosa, a obra de Proust ou Kafka, são alguns exemplos de formas de narrativa que, cada qual a seu modo, suscitam reflexão nos leitores. Ora, no segundo momento do nosso estudo, mostraremos que a obra teatral de Brecht através de técnicas de “estranhamento” produz efeito análogo nos espectadores. Nesta parte da dissertação, o intuito é compreender como se apresenta os mecanismos estéticos revolucionários presentes no teatro “épico” ou “narrativo” desenvolvido por Brecht e que Benjamin analisa no texto O que é o teatro épico? Indicaremos também o teatro “didático” com os seus aparatos de fazer pensar através jogo teatral, como vemos no Programa de um Teatro Infantil Proletário, como um mecanismo de aprendizagem fundamental, conforme Benjamin

  • ILMÁRIO DE SOUZA PINHEIRO
  • A função das virtudes pragmáticas na aceitação das teorias científicas no empirismo construtivo de Bas van Fraassen
  • Orientador : ADILSON ALCIOMAR KOSLOWSKI
  • Data: 23/02/2016
  • Dissertação
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  • Essa dissertação tem como objetivo apresentar o debate a respeito da função das virtudes pragmáticas na aceitação de teorias científicas no empirismo construtivo de Bas van Fraassen. O empirismo construtivo caracteriza-se, em especial, no interior do nível epistemológico em contraposição à proposta epistemológica oponente, o realismo científico. As virtudes pragmáticas, como estratégias metodológicas, desempenham relevante papel na aceitação de teorias, sem estabelecer qualquer envolvimento com um compromisso ontológico. Para aprofundar o papel das virtudes pragmáticas, esse trabalho será apresentado em três capítulos. No primeiro capítulo, apresentaremos uma introdução geral ao tema das virtudes pragmáticas, por meio de alguns aspectos e conceitos gerais que nos permitem situar a problemática das virtudes na filosofia da ciência, tais como: virtude, realismo científico e empirismo construtivo. Os capítulos seguintes têm por objetivo apresentar o debate a partir de virtudes específicas, a saber, simplicidade e poder explicativo. No segundo, apresentaremos a defesa do status pragmático da simplicidade em contrapartida às reinvindicações de que essa virtude epistêmica capaz de guiar a afirmação de verdade das teorias científicas. No terceiro e último, apresentaremos a defesa da explicação como virtude pragmática, a partir da consideração pragmática adotada por van Fraassen, a qual concebe a explicação como uma relação entre teoria, fato e contexto em reação a perspectiva tradicional que se limita aos dois primeiros termos. Com essa análise crítica, pretendemos aprofundar a relevância das ideias de van Fraassen sobre as virtudes pragmáticas, a fim de compreender como elas colaboram para oferecer uma metodologia adequada à interpretação da ciência, sem se envolver com os postulados de verdade pressupostos pelo realismo científico.

  • VALTER DUARTE MOREIRA JUNIOR
  • Notas sobre a lógica estoica
  • Orientador : ALDO LOPES DINUCCI
  • Data: 19/02/2016
  • Dissertação
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  • A proposta dessa dissertação é apresentar os principais tópicos concernentes à teoria estoica da proposição (axioma) e da teoria estoica dos argumentos, partindo dos principais comentadores e dos textos primários, mostrando que a lógica estoica é uma lógica proposicional similar em muitos aspectos à lógica proposicional contemporânea.

  • HUDSON KLÉBER PALMEIRA CANUTO
  • LEIBNIZ: A ORIGEM DOS FRANCESES: TRADUÇÃO, APRESENTAÇÃO E COMENTÁRIOS
  • Orientador : WILLIAM DE SIQUEIRA PIAUI
  • Data: 18/01/2016
  • Dissertação
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  • O livro de Leibniz De origine Francorum disquisitio (Dissertação sobre a origem dos franceses) de 1715 foi escrito um ano antes da morte do filósofo de Leipzig. É uma obra de dimensões reduzidas. Consta de 44 páginas e 38 capítulos. O livro pode ser divido em quatro partes. Nele Leibniz vai apresentando a temática da origem dos franceses, remontando-a a uma origem germânica. A primeira parte (capítulos I-IX) é a origem da discussão do tema. Na segunda parte (capítulos X-XXIX) Leibniz dá a descrição da migração dos francos na Alemanha, desde a Lei sálica. A terceira parte (capítulos XXX-XXXVII) tratará dos franceses propriamente ditos. A quarta parte (capítulo XXXVIII) traz uma espécie de conclusão. O objetivo de Leibniz é fazer os franceses herdeiros dos antigos francos, o uso do termo latino francus dá-lhe azo a isso; pois, com essa palavra ele engloba tanto uns quanto outros. Daí deriva a escolha proposital de escrever em latim. Essa tradução relaciona-se com outras traduções produzidas no Brasil sobre a questão da língua e das origens das nações para Leibniz.

2015
Descrição
  • ROGER SANTOS SOARES
  • NIETZSCHE E DOSTOIÉVSKI: O DIAGNÓSTICO DA CONSCIÊNCIA COMO DOENÇA
  • Orientador : ROMERO JUNIOR VENANCIO SILVA
  • Data: 27/08/2015
  • Dissertação
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  • O presente trabalho pretende investigar como algumas observações feitas a respeito do homem ocidental, principalmente no período moderno, foram “coincidentemente” compartilhadas pelo filósofo alemão Friedrich Nietzsche e o escritor russo Fiódor Dostoiévski. O ponto principal da investigação diz respeito ao diagnóstico feito pelo romancista em sua novela Memórias do subsolo que afirma que a consciência é uma doença. Literariamente apresentado através da alegoria da "patológica consciência hipertrofiada", o racionalismo exacerbado da modernidade é percebido como um problema, tanto por Dostoiévski quanto por Nietzsche. Com base no pensamento nietzschiano pretendemos analisar essa alegoria presente na obra supracitada, e buscar compreender como essa interpretação ou diagnóstico feito pelo literato russo é corroborado pelo filósofo alemão. Nietzsche observa que Dostoiévski, a partir dessa constatação, faz uma primorosa análise sobre o homem moderno ressaltando que o processo de supervalorização da racionalidade pode representar um perigo para a saúde psicológica de uma cultura. No entanto, percebe-se que em Memórias do subsolo não são formuladas alternativas redentoras ou curativas para o homem moderno. E foi essa ausência de alternativas que fez com que buscássemos essa possibilidade no pensamento de Nietzsche, que mesmo antes de tomar contato com a referida obra de Dostoiévski, já vinha se encaminhando para desenvolver caminhos que pudessem nos direcionar para a saída desta situação.

  • JOSÉ DOS ANJOS JÚNIOR
  • Teoria da modernidade e razão comunicativa em Habermas
  • Orientador : EVERALDO VANDERLEI DE OLIVEIRA
  • Data: 26/06/2015
  • Dissertação
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  • A investigação presente é dedicada à teoria habermasiana da modernidade, em particular, no que se refere aos conceitos de racionalização, de reificação e de razão comunicativa. Tais conceitos são desenvolvidos a partir da reflexão crítica de Habermas a propósito de Max Weber e Georg Lukács, dado que estes constituíram fortemente o vínculo entre a teoria da modernidade e a teoria da sociedade. Razão pela qual, para perseguir os objetivos propostos, será examinada, sobretudo, a "Teoria do agir comunicativo" (1981). Com efeito, a teoria habermasiana da modernidade, ao defrontar-se com Weber e Lukács, constitui o objeto de pesquisa deste trabalho, cujo problema pode ser assim formulado: de que maneira a teoria habermasiana da modernidade fornece as bases de seu conceito de racionalidade comunicativa? Weber entende as patologias da modernidade em termos de “perda de sentido” e “perda da liberdade”, ambas decorrentes do processo de “racionalização social”. Lukács, em sua apropriação e transformação de Weber, elabora tais patologias sob o conceito de "reificação”. Habermas, por sua vez, põe o problema em termos de “colonização do mundo da vida” pelo sistema social. À medida que Habermas atribui aos dois primeiros o caráter de análise unilateral, por levarem em consideração somente o conceito restrito de racionalidade, ele busca desenvolver um diagnóstico que abarque as patologias da modernidade em toda a sua amplitude, oferecendo como resposta o conceito complexo de racionalidade comunicativa. Deste modo, a teoria da modernidade fornece o diagnóstico de época, identificando as patologias da modernidade, cuja terapia é tarefa assinalada à racionalidade comunicativa.

  • ANDERSON FRANCISCO DOS SANTOS
  • A soberania e a questão da guerra justa: Rousseau crítico de Grotius
  • Orientador : EVALDO BECKER
  • Data: 27/02/2015
  • Dissertação
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  • O presente trabalho pretende investigar os conceitos de soberania, direito da guerra e a questão da guerra justa nas perspectivas de dois autores modernos, a saber: o jurista holandês Hugo Grotius (1583-1645) e o filósofo genebrino Jean-Jacques Rousseau (1712-1778). O interesse pelo presente tema se justifica a partir do momento em que, pesquisar e compreender bem esses conceitos nos faz entender melhor a importância do conceito de soberania e da guerra justa tanto no âmbito das relações internacionais quanto no âmbito da Ética e da Filosofia Política. Para tanto, examinaremos os escritos de Rousseau, sobretudo, o Emílio (1762) especialmente o livro V, o Contrato Social ou princípios do direito político (1762) e os Princípios do Direito da guerra; já no que Concerne a obra de Grotius, concentraremos nossa atenção na leitura do Direito da guerra e da paz (1625).

  • MARIA LÚCIA RIZZETTO PATROCINIO
  • Progresso e História: Voltaire contra Pascal
  • Orientador : EDMILSON MENEZES SANTOS
  • Data: 27/02/2015
  • Dissertação
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  • O objetivo deste trabalho é avaliar o confronto entre Voltaire e Pascal, levando-se em conta o vínculo entre progresso e história, tentando compreender as particularidades de cada proposta sobre esses temas.O esforço é entender os conteúdos de suas filosofias nos baseando em uma comparação entre ambas, guiando-nos pelo conceito de progresso, o qual nos aparece com aspectos radicalmente diferentes e mesmo opostos, e demonstrar que os dois filósofos fazem da história matéria de reflexão filosófica. Voltaire pensa um conceito de história longe dos dogmas e das fábulas, no qual a razão impera; Pascal, diferentemente, enfatiza o sentido da história entendendo-a de modo sagrado, ou seja, sob uma perspectiva teológica. Assim, reconstruiremos, aqui, a proposta de Voltaire, destancando a dissoluçã da unidade que havia na perspectiva teológica da história até então, propondo uma história secular da civilização, distinta da história sagrada desenvolvida pela filosofia de Pascal. Podemos afirmar, antes de tudo, que este trabalho busca refletir de que maneira a ideia de progresso foi colocada em dúvida pela teologia da história, e de que modo formou-se uma reação que tornou o vínculo entre progresso e história uma marca conceitual, estabelecendo, portanto, importantes parâmetros para o nascimento da filosofia da história moderna. Afinal, o “espírito histórico”, aqui entendido como um interesse pela história, enquanto trajetória dos homens responsáveis por si mesmos, com uma realidade humana reconhecida como autônoma e construída no tempo, se mostra associado ao “espírito moderno”, confirmando, de tal modo, uma nova e radical interpretação.

    Prof. Edmilson Menezes
    NEPHEM/Universidade Federal de Sergipe

  • EDUARDO LIMA DOS SANTOS
  • VALOR, ESTRATÉGIA E IMPARCIALIDADE: CONCEITOS FUNDAMENTAIS NA FILOSOFIA DA CIÊNCIA DE HUGH LACEY
  • Orientador : ADILSON ALCIOMAR KOSLOWSKI
  • Data: 27/02/2015
  • Dissertação
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  • O objetivo dessa dissertação é analisar os conceitos fundamentais presentes na filosofia da ciência de Hugh Lacey: Valor, Estratégia e Imparcialidade. Esses conceitos são basilares para que se haja a efetiva compreensãodo modelo de atividade científica que Lacey defende a partir da inserção axiológica na ciência. Lacey estabelece um modelo de atividade científica alternativo ao modelo tradicional da ciência. Seu modo de conceber a atividade científica perpassa pela consolidação dos valores nos momentos que compõem a atividade científica. Esses conceitos, muito embora analisado de forma individualizada, encontram-se entrelaçados na proposta de Lacey e estão em constante conexão com a atividade científica. No primeiro capítulo, investigamos a concepção de valor na filosofia da ciência de Lacey. Definimos o que o autor entende por valor, assim como acerca de suas tipologia, quais sejam, valor cognitivo e valor não-cognitivo. No segundo capítulo, investigamos as estratégias de pesquisa que são adotadas para o desenvolvimento da atividade científica. Aqui, a restrição das teorias e a observação dos dados empíricos são fundamentais para a ciência. Nesse capítulo, observamos a defesa que Lacey realiza ao pluralismo metodológico, uma vez que os valores contextualizantes permitem a diversidade de interesses por parte do cientista. No terceiro capítulo, analisamos o conceito de imparcialidade, assim como apresentamos os momentos constitutivos da atividade científica para Lacey. Finalizamos essa pesquisa acadêmica tornando explícito o entrelaçamento dos conceitos fundamentais da filosofia da ciência de Hugh Lacey.

  • EMERSON CALISTRO DE SOUZA
  • LEI E LIBERDADE: O LUGAR DO POVO NO REPUBLICANISMO DE MAQUIAVEL.
  • Orientador : EVALDO BECKER
  • Data: 26/02/2015
  • Dissertação
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  • Nossa pretensão neste trabalho está em evidenciar, a partir dos Discursos sobre a primeira Década de Tito Lívio, o lugar que o povo ocupa no republicanismo de Maquiavel e sua relação com a lei e a liberdade. Na tradição do pensamento político, ninguém ousou arrolar o povo como guardião da liberdade, a regra desde os Gregos até os humanistas renascentistas era um republicanismo do tipo aristocrático onde a guarda da liberdade era instituída e exercida pelos grandes. De maneira diversa, Maquiavel interpreta a história política da república romana e verifica que a potência política alcançada por essa república só foi possível quando a guarda da liberdade esteve com o povo. Por esta razão, acreditamos que o tema proposto aqui tem sua pertinência filosófica de forma expressa nos Discorsi. Com efeito, nossa hipótese nesta dissertação é a de que a relação entre lei e liberdade nos Discorsi encontra no povo, quando livre, o seu fundamento maior, pois é a partir da oposição feita pelo povo, quando livre, face ao desejo de dominação dos grandes que se estabelece uma relação peculiar entre lei e liberdade. Por fim, os tumultos ou conflitos civis feitos pelo povo, quando não corrompido, face ao desejo dos grandes, acaba por definir o tipo de republicanismo defendido por Maquiavel nos Discorsi.

  • GUSTAVO HENRIQUE DOS SANTOS GUIMARÃES
  • Da obra ao conceito: a narrativa da desmaterialização da arte em Arthur Danto
  • Orientador : ANTONIO CARLOS DOS SANTOS
  • Data: 26/02/2015
  • Dissertação
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  • Em sua obra A transfiguração do lugar-comum, Arthur C. Danto apresenta as primeiras bases, ao menos as mais consistentes, de sua filosofia da arte não sem recorrer a um tipo de narrativa que relata o percurso de aprendizados e enfrentamentos empreendido pelo protagonista que, enfim, é recompensado com o autoconhecimento. Será a partir desse Bildungsroman, agora protagonizado pela arte, que trataremos algumas questões que surgem ao longo desse curso evolutivo que supostamente a arte percorrerá, desde sua pré-consciência marcada pela subordinação a certa narrativa legitimadora até sua autoconsciência e consequente fim. A necessidade de se definir a arte, a decretação de seu fim, e uma efemerização de suas propriedades materiais ou estéticas sintetizam nossas preocupações ao longo deste trabalho.

  • MERIELLE DO ESPÍRITO SANTO BRANDÃO
  • ACERCA DO PÓS-HUMANO: O DEBATE CONTEMPORÂNEO
  • Orientador : ANTONIO JOSE PEREIRA FILHO
  • Data: 13/02/2015
  • Dissertação
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  • O referido trabalho tem como objeto de estudo as relações entre o conceito moderno de homem, a noção de dignidade humana e o cenário pós-humano na contemporaneidade presentes na discussão de autores como Peter Sloterdijk e Jürgen Habermas. A problemática do “humano” e sua superação/transformação será pensada pelo viés filosófico, uma vez que a questão já se encontra constantemente debatida nas esferas política, jurídica e social. Inicialmente nossa pesquisa irá sondar o arcabouço de teorias, debates e direções sobre a noção de “homem”, bem como suas metamorfoses nas estruturas conceituais que perpassam a discussão acerca da necessidade de superação do ideal humanístico-moderno; almejando, assim, entender os mecanismos de efetivação da noção de pós-humano a partir desta superação que reconfigura o homem de modo inimaginável e nunca antes vivido na história. Destarte, mediante o quadro de transformações e indagações que emergem, faz-se necessário investigar como se dá a discussão sobre os preceitos éticos, morais e políticos relativos ao homem frente a um cenário inovador.

  • WASHINGTON DOS SANTOS OLIVEIRA
  • A questão do belo e sua manifestação na arquitetura nos Cursos de Estética de Hegel
  • Orientador : OLIVER TOLLE
  • Data: 27/01/2015
  • Dissertação
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  • Nesta dissertação dedicamo-nos ao exame do modo como Hegel em seus Cursos de Estética lida com a questão do belo e de sua manifestação sensível na arquitetura. Nesse sentido, atentos ao tratamento dado pelo filósofo alemão ao belo em sua acepção mais geral, bem como considerado na sua imediatez natural, sobretudo, porém, à discussão em torno do belo artístico, ocupamo-nos em problematizar por fim o desdobramento da sua efetivação histórica em uma abordagem bastante circunscrita, a saber, a da arquitetura como bela arte. Sem desconsiderar as diferentes configurações históricas da arquitetura, detemo-nos no tratamento em torno da arquitetura clássica, especificamente na forma do templo grego, procurando compreender o modo como para Hegel o belo efetiva-se historicamente nesta arte e o que ela dá a conhecer a respeito do movimento do espírito, apesar dos limites nela encontrados.

2014
Descrição
  • TELMA MARIA SANTOS MACHADO
  • ÉTICA DA RESPONSABILIDADE AMBIENTAL EM HANS JONAS E A RELEVÂNCIA DO DIÁLOGO ENTRE A FILOSOFIA, A BIOLOGIA E O DIREITO
  • Orientador : CONSTANCA TEREZINHA MARCONDES CESAR
  • Data: 25/09/2014
  • Dissertação
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  • Este trabalho versará sobre a ética da responsabilidade de Hans Jonas e procurará demonstrar a relevância, em plena era tecnológica, do diálogo entre a Filosofia, a Biologia e o Direito. Embora se reconheça a necessidade de uma ampla interação entre as várias áreas do conhecimento frente aos desafios de uma responsabilidade ambiental que redunde na possibilidade de se ter o que Jonas denomina de “vida humana autêntica no planeta”, tornou-se imprescindível proceder a um corte epistemológico em vista da necessária limitação temática. À luz principalmente de assertivas constantes do livro O Princípio Responsabilidade, o tema ética ambiental será analisado do ponto de vista biológico, jurídico e especialmente filosófico, em capítulos específicos, porém não estanques, eis que a proposta ética de Jonas norteará a análise de cada um deles.

  • VAGNER GOMES RAMALHO
  • O DESENVOLVIMENTO DA CIÊNCIA SEGUNDO THOMAS S. KUHN: ANÁLISE E CRÍTICA DO MODELO PROPOSTO NA ESTRUTURA DAS REVOLUÇÕES CIENTÍFICAS
  • Orientador : SERGIO HUGO MENNA
  • Data: 28/04/2014
  • Dissertação
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  • O livro de Thomas S. Kuhn, A Estrutura das revoluções científicas (1962), foi recebido pela comunidade filosófica e científica como um texto revolucionário. Nele, Kuhn propõe uma nova forma de compreender o desenvolvimento científico. Diferentemente dos filósofos da ciência de sua época, que viam o desenvolvimento científico como um largo processo de acumulação, Kuhn propôs que o desenvolvimento científico está marcado por processos de ruptura denominados “revoluções científicas”. Em ocasião da edição japonesa da Estrutura, em 1969, Kuhn introduziu um Posfácio, que considero parte integrante de sua noção de desenvolvimento científico, pois é complementar ao seu modelo e traz esclarecimentos sobre as questões tratadas na obra de 1962. Conforme o modelo inicial de desenvolvimento presente no conjunto Estrutura/ Posfácio, as rupturas no processo de desenvolvimento científico são marcadas pela sucessão de paradigmas. Os paradigmas, para Kuhn, são uma espécie de arcabouço teórico-metodológico. Eles direcionam a atividade científica para a compreensão dos fenômenos estudados por uma comunidade científica. Com esta Dissertação pretendo analisar de forma crítica o modelo de desenvolvimento científico presente na Estrutura, discorrendo sobre os conceitos chave necessários para o entendimento do modelo.

  • CRISTIANO DE ALMEIDA CORREIA
  • EM TORNO DAS INSTITUIÇÕES POLÍTICAS DE JEAN-JACQUES ROUSSEAU
  • Orientador : EVALDO BECKER
  • Data: 27/02/2014
  • Dissertação
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  • O objetivo geral da presente dissertação é apresentar, a partir dos textos que comporiam as Instituições Políticas,o pessimismo de Rousseau acerca do tema das relações internacionais. Tema que será abordado pelo viés da guerra. Da guerra após o pacto e o consequente surgimento dos Estados-Nação. Para tanto é fundamental que se aborde o assunto em vista de maneira linear, mantendo como centro o conhecimento do homem. O caminho a ser percorrido é o que leva à degeneração do ser humano a partir do ingresso na sociedade civil. Tal ingresso tem como proposta fomentar e manter a paz, porém, com o advento do Estado, ser moral cuja extensão e força são puramente relativas, cria uma correspondência desigual entre eles, engendrando guerras. Assim, o homem se vê numa condição mista: como indivíduo isolado, refém da lei natural; como cidadão partícipe da ordem social, submetido à lei civil; e como povo soberano, livre para relacionar-se com outros povos numa esfera internacional carente de mecanismos reguladores. Assim, dividimos a presente pesquisa em dois Capítulos. No primeiro, trataremos a questão do homem natural e do estado de natureza - caracterizado por Rousseau como um período de isolamento e simplicidade - até o momento do pacto “histórico”, gerador de uma ordem social corrupta, fruto da degeneração dos atributos naturais do homem ao ingressar na vida em sociedade. O Estado é criado, e com ele nasce a guerra.No segundo capítulo, apresentaremos o tema da fundação dos Estados-Nação e suas relações na esfera internacional. Abordaremos a questão da formação de uma sociedade legítima, bem constituída, como remédio para amainar as agruras decorrentes do “pacto histórico”. Trabalharemos sobretudo com os conceitos de liberdade, soberania e vontade geral. Em seguida adentraremos no tema da guerra, destacando os conceitos de estado de guerra e guerra legítima, ressaltando mais ainda o pessimismo de Rousseau acerca de uma solução definitiva para o problema. Por fim, apresentaremos o debate entre Rousseau e Diderot acerca da possibilidade de uma sociedade geral do gênero humano como solução para a paz. Nossa hipótese éa de que o projeto das Instituições Políticas,como um todo, se concretizado, traria elementos que colocaria Rousseau como um escritor mais próximo do realismo político do que a tradição e os manuais de filosofia supõem, tentando assim, dar nossa pequena contribuição à imensa bibliografia sobre o tema. Os principais textos de Rousseau aqui analisados são: oDiscurso sobre a Desigualdade, o Contrato Social, o Princípios do direito da guerra e o segundo capítulo do Manuscrito de Genebra intitulado Da sociedade geral do gênero humano. Estes três últimos comporiam o projeto inacabado das Instituições Políticas.

  • JOELSON SANTOS NASCIMENTO
  • O ENTIMEMA NA ARTE RETÓRICA DE ARISTÓTELES: SUA ESTRUTURA LÓGICA E SUA RELAÇÃO COM O PATHOS E O ETHOS
  • Orientador : ALDO LOPES DINUCCI
  • Data: 26/02/2014
  • Dissertação
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  • Na Arte Retórica, duas formas podem ser utilizadas para realizar uma demonstração: o exemplo, considerado por Aristóteles como indução, e o entimema, com sua forma dedutiva. Trataremos neste trabalho do entimema como um “corpo” (sṓma) que carregará consigo as provas do discurso. Mostraremos sua estrutura silogística e dialética para compreendermos o seu uso. Mas isso não será suficiente se não entendermos também as matérias primas pelas quais o entimema é nutrido. Essa forma dedutiva, adaptada ao discurso retórico, tirará suas premissas de lugares-comuns a todos os gêneros do discurso (deliberativo, judicial e epidíctico) e lugares específicos a cada um deles. Mas a matéria prima que nos interessa é aquela fornecida pelo caráter moral (éthos) do orador e das disposições criadas por ele nos ouvintes (páthos). Estas são as provas artísticas (éntechnai pístis) que são fornecidas pelo orador por meio do próprio discurso. Nosso objetivo nesta dissertação é o de mostrar a estrutura lógica do entimema, assim como sua relação com esses dois tipos de provas.

  • CLEBER RICK DANTAS DE CARVALHO
  • DIVERSIDADE, LIBERDADE E EDUCAÇÃO: ASPECTOS DA TOLERÂNCIA EM MONTESQUIEU
  • Orientador : ANTONIO CARLOS DOS SANTOS
  • Data: 24/02/2014
  • Dissertação
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  • Esse trabalho tem como tema a tolerância em Montesquieu e por objetivo analisá-la a partir de três aspectos em sua obra: diversidade, liberdade e educação. A razão de focar nessas três noções está na busca por uma compreensão exegética acerca dos princípios constitutivos que sustentariam sua concepção de tolerância. Nesse sentido, alguns problemas basilares norteiam essa pesquisa: qual a gênese conceitual da tolerância em Montesquieu? Haveria em seus textos noções intermediárias que se interligariam e remeteriam a esse conceito? Em quais princípios a tolerância repousa? A hipótese a ser testada é a de que para se chegar a uma concepção de tolerância foi necessário a esse autor defender antes a valorização da diversidade, a manutenção da liberdade e o auxílio da educação. O que se procura averiguar é a ideia segundo a qual o autor do “Espírito das Leis” teria percorrido um caminho conceitual formado fundamentalmente por um tríplice pilar, (diversidade, liberdade e educação) para chegar a uma conceituação posterior da tolerância. Para testar essa afirmação optou-se em desenvolver esse trabalho em três capítulos, os quais configuram três objetivos específicos: 1) Pensar o tema da diversidade vinculado ao de tolerância; 2) Relacionar a liberdade política à liberdade religiosa; 3) Vincular o tema da educação ao da tolerância. No primeiro capítulo, discorrer-se-á acerca da noção de diversidade a partir de três campos específicos: o físico, o social e o político. No segundo capítulo, serão abordados os conceitos de liberdade política e liberdade religiosa. E, no terceiro capítulo, discorrer-se-á acerca da educação nas três formas governos: monarquia, despotismo e república. Esta pesquisa visa a acrescentar à bibliografia incipiente sobre Montesquieu no Brasil, de forma particular, no sentido de abordar perspectivas ainda não exploradas.

  • FLAUBERT MARQUES DA CRUZ
  • VERDADE E PALAVRA CANTADA: O ESTATUTO DA LINGUAGEM POÉTICA NA POLITEIA DE PLATÃO
  • Orientador : CICERO CUNHA BEZERRA
  • Data: 24/02/2014
  • Dissertação
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  • Platão no livro X da Politéia realiza uma ação pouco observada ao longo das análises da crítica platônica aos poetas, a saber, a abertura para a recondução dos mesmos à cidade ideal. Sua crítica, portanto, segundo nossa interpretação, se pauta nas necessidades oriundas das transformações que operam durante o transcorrer dos séculos V e IV a. C., período no qual ocorre, além da dissolução da polis, a transição da cultura oral, típica de sociedades tradicionais, para o mundo da escrita e dos manuscritos em que o logos em contraposição ao mythos exigia uma mudança substancial nos modos da formação educacional do cidadão, visando à constituição de homens justos e que prezassem pela sabedoria dialética. Nesse trabalho nos propomos analisar a crítica platônica ao modelo mimético-poético, sua pertinência para uma formação educacional proposta por esse mesmo autor e a readequação do poeta e das suas obras para a sua reentrada na “cidade ideal” ocupando uma nova função e abordando novas temáticas.

  • JOSÉ LUCAS DE OMENA GUSMÃO
  • PÔR O FILOSOFAR EM CURSO: INTRODUÇÃO À FILOSOFIA SEGUNDO MARTIN HEIDEGGER
  • Orientador : EDMILSON MENEZES SANTOS
  • Data: 24/02/2014
  • Dissertação
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  • Para o filósofo alemão Martin Heidegger, o “Pôr o Filosofar em Curso” só é possível por meio de um acontecimento nas estruturas internas do ser-aí humano. Sendo o “Pôr o Filosofar em Curso” transeunte nas sendas da tradição, como o alcançaremos no interior do ser-aí humano? É nessa perspectiva que nos apropriamos do conceito de “Introdução à Filosofia” de Martin Heidegger com o intuito de refletir sobre os problemas que versam o caminho da filosofia enquanto atividade genuinamente humana, fazendo da mesma esclarecimento e enunciado. A filosofia mostra-se em afluxos ordenados, de modo que, durante o seu itinerário, recusa e transpõe determinados conceitos relacionados a critérios discursivos. O presente trabalho, cujo tema é “Pôr o filosofar em curso: Introdução à Filosofia segundo Martin Heidegger”, procura fazer uma leitura da obra de Heidegger, em particular dos textos “O que é Isto - a Filosofia?”, “ Introdução à Filosofia", "O Fim da Filosofia", "Carta sobre o Humanismo", “Ser e Tempo”, “Heráclito: a origem do pensamento ocidental", bem como um diálogo com a literatura heideggeriana, enfatizando as características que compõe o arcabouço intrínseco e delas abstraindo a trajetória da filosofia contida na obra do autor, com o objetivo de assimilar as suas estruturas argumentativas. As apreciações as quais seremos conduzidos trazem na sua essência o engendramento de conceitos significativos, como os conceitos de Filosofia, Liderança e Visão de Mundo, porque, segundo se quer demonstrar, conceber uma "Introdução à Filosofia" em Heidegger não restringe-se a uma discussão curricular, mas um modo de ser do próprio ser-aí humano e, consequentemente, dependemos de tais conceitos para explicitarmos o sentido do que seja de fato o "Pôr o Filosofar em Curso".

  • MAX BATISTA VIEIRA
  • HEGEL: A ABSTRAÇÃO E SEUS DESDOBRAMENTOS
  • Orientador : OLIVER TOLLE
  • Data: 14/02/2014
  • Dissertação
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  • O presente trabalho resulta de uma tentativa de síntese do nosso estudo sobre as discussões realizadas por Hegel sobre a formação da consciência no período de transição entre juventude e maturidade, particularmente entre os anos de 1802 e 1807, anos em que foram publicados, respectivamente, Fé e Saber e Fenomenologia do Espírito. Aparentemente, nesse período ganha em Hegel ênfase a importância do conceito de abstração para o conhecimento. Como tentaremos mostrar, o autor trabalha esse conceito desde o processo de formação da consciência até o ápice do conhecimento, quando é vencido o limite imposto pela abstração com a conquista do conhecimento do absoluto. Ora, reconstituir alguns dos aspectos principais desse processo de formação nos conduziu a algumas reflexões sobre o papel positivo da abstração, ou seja, de que ela representa não apenas uma perda cognitiva, mas que também é o único meio de passar paulatinamente do particular ao todo.

  • SALOMÃO DOS SANTOS SANTANA
  • CLÍNICA E MORAL EM NIETZSCHE: PSICOLOGIA MORAL COMO EXPERIÊNCIA DE SI
  • Orientador : ROMERO JUNIOR VENANCIO SILVA
  • Data: 13/02/2014
  • Dissertação
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  • Essa dissertação tem a tarefa de evidenciar o papel da experiência de vida de Nietzsche diante de sua produção filosófica e psicológica. Dando importância como o filósofo se auto-entendeu, em seu livro Ecce Homo, nos Fragmentos póstumose em suas correspondências, e interessando-se por sua “Clínica Moral” enquanto fundamento da crítica à moral, a presente pesquisa tem como tarefa demonstrar o que a Filosofia de Nietzsche deve ao seu encontro com a sua vivência e, sobretudo, a doença. Procuramos mostrar que o filósofo tributar sua “psicologia moral” à sua doença, relacionando assim, como nenhum outro filósofo, vida e obra e, com efeito, explicita que a enfermidade é o nexo entre uma e outra, desta forma podendo desdobrar o tema em saúde e doença de Nietzsche para saúde e doença em Nietzsche e mais, a psicologia em Nietzsche para psicologia de Nietzsche. Demonstrando assim, que o primeiro impulso e inspiração para o filosofar nietzschiano surgiu da necessidade de cuidar da própria saúde. Transformando, com efeito, toda a sua obra um prontuário médico, uma terapia que ele próprio usou. Entendendo a clínica, espaço onde se procura a cura, como técnica de restaurar o equilíbrio do corpo e considerando o corpo como a essência da natureza (physis) existente, podemos tomar a filosofia de Nietzsche como o engendramento de uma nova terapia: técnica de manutenção da grande saúde, a partir de uma nova proposta moral; a moral da superação de si.

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