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Banca de QUALIFICAÇÃO: NEDELKA SOLIS PALAMA
20/12/2012 10:04


Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: NEDELKA SOLIS PALAMA
DATA: 21/12/2012
HORA: 08:00
LOCAL: Auditório do CCSA - departamental I (UFS)
TÍTULO:

"Psicólogos em [trans]forma[ta]ção: cartografias de duas experiências" 


PALAVRAS-CHAVES:

forma[ta]ção; psicologia; filosofia da diferença; produção de subjetividade, cuidado de si


PÁGINAS: 56
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
SUBÁREA: Psicologia Social
RESUMO:

Este é um exercício do pensamento provocado pela violência de algumas marcas que afetaram o sossego de um percurso formativo já estabelecido que recebemos quando optamos por profissionalizar um certo modo de cuidar dos outros, tornando-nos psicólogas e psicólogos. Ingenuamente pensamos, quando entramos em uma universidade, que o verbo estudar diz respeito apenas a assimilar conteúdos (teorias) e lá no final do percurso, ensaiar uma prática (estágios) conforme determinam os desígnios curriculares. Foi precisamente essa confortável ingenuidade o alvo certeiro da violência imposta pelas marcas que me afetaram no acaso de certos encontros, provocando desassossegos, questionamentos, problematizações e inquietações que aqui quero dissertar.  Assim, nesta pesquisa problematizamos a formação do psicólogo analisando algumas experiências vividas pela pesquisadora enquanto estudante de graduação em uma faculdade privada do interior da Bahia e enquanto estudante de pós-graduação, especificamente mestrado em Psicologia Social da Universidade Federal de Sergipe.  A análise será feita utilizando-se a cartografia transversalizada por três ferramentas conceituais da Análise Institucional – analisador, implicação e auto-gestão, o que nos permite ir além da simples descrição e revelar no plano molecular o jogo das forças instituídas implicado no saber/fazer da psicologia. No arcabouço teórico que sustenta as análises buscamos alianças com pensadores da Filosofia da Diferença como intercessores, Gilles Deleuze, Felix Guattari e Michel Foucault – todos marcados pelas marteladas de Nietzsche e permeados pela ética de Espinosa – o que coloca na dimensão ético-política o interesse específico da pesquisa. Da experiência na graduação trazemos algumas narrativas das quais puxamos diversas linhas cartográficas – linhas duras, molares, de um instituído expresso numa formação-consumo; construímos o analisador grade curricular apontada como uma peça-chave dessa formação tecnicista esvaziada de uma atitude ética e de potência criativa. Da experiência na pós-graduação ampliamos este analisador acompanhando o processo de reforma curricular ainda em andamento, seguindo os movimentos do Diretório Acadêmico (DIAPSI-UFS), especificamente em reuniões e na sua lista de correio eletrônico. Outras inserções no cotidiano da formação na UFS, como por exemplo, no estágio de docência acompanhando a disciplina obrigatória Conceitos Contemporâneos e Psicologia que marca um diferencial com o outro campo pesquisado (a graduação), muito interessante porque é uma disciplina que trabalha com parte do referencial teórico desta pesquisa, fato que na primeira experiência é experimentado apenas nas margens da formação. Em ambientes fora da UFS, pesquisamos espaços de discussão coletiva no campo da saúde pública, ampliando assim um analisador que chamo "Doença dos nervos", trabalhado na graduação e no qual esboçamos uma análise cruzando formação e atuação do psicólogo nos serviços de saúde pública. Tomar as marcas como disparadoras de um pensamento da formação em psicologia nos fez adentrar em paragens nas quais começamos a perambular e de onde puxaremos linhas cartográficas molares – a formação como o instituído da instituição – e moleculares – a formação como uma ética, um cuidado de si, uma estética da vida e um fazer que é um cuidado do outro, portanto, necessariamente é também uma política.

Os filósofos da imanência teceram uma trama de conceitos para rachar as formas e penetrar no campo das forças e é com eles que continuamos nas próprias asas do desejo que nos transportam nesta geografia de intensidades, devires, acontecimentos, afetos, singularidades. Esses conceitos, a filosofia os inventa, mas apenas a arte é capaz de expressá-los. E a nossa dificuldade é inseri-los em um trabalho acadêmico: dai nosso cuidado com a escrita da pesquisa, o que nos leva a uma pesquisa da escrita buscando, ensaiando, invencionando artifícios para dar passagem ao que pulsa no entre da filosofia, da arte, da ciência, transversalisando-as para pensar a formação e ainda mais, a formação em psicologia, um campo tradicionalmente comprometido com normatizações formais. O conceito foucaultiano de governamentalidade nos permite apontar o neoliberalismo e sua política expansionista que visa impor a lógica do mercado a todas as esferas da vida, capturando inclusive a própria alma dos humanos, como o perigo maior que ronda o presente. Formação ou formatação? Concluímos que a formação nunca é apenas a produção de um profissional, mas a produção de uma subjetividade na qual ficam incorporados modos de pensar, agir, sentir e perceber o mundo. Apostamos como estratégia de resistência uma formação como prática de si para a invenção de outros mundos onde a Psicologia seja antes uma arte que guia a invenção de uma ciência que toma a vida como afirmação de uma potência criativa de si e do mundo.  


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 426460 - JOSE MAURICIO MANGUEIRA VIANA
Presidente - 992622 - LILIANA DA ESCOSSIA MELO

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