Banca de QUALIFICAÇÃO: CAROLINE SOUZA SANTOS
04/04/2024 09:15
Várias condições neurológicas estão associadas à epilepsia ativa, e as intervenções físicas são importantes para a qualidade de vida (QV), funcionamento e participação de pessoas com epilepsia (PcE) que vivem em países em desenvolvimento. Este estudo analisou a terapia assistida por cavalos (TAC) sobre a independência funcional e a QV em PcE associada ou não a outras condições neurológicas, e a saúde dos cavalos utilizados na intervenção. Os participantes foram submetidos a 36 sessões (30min, uma vez por semana). O cavalo foi usado como principal recurso terapêutico, associado a atividades e acessórios como bola, bastão, tipos de solo e diferentes montagens (laterais, traseiras, dianteiras). Essas atividades ocorreram ao ar livre. Cada sessão foi dividida em aproximação do cavalo e toque, cavalgada livre, cavalgada com atividades e percurso com variação de ritmo e terreno. Avaliamos pré e pós-intervenção utilizando Medida de Independência Funcional (MIF), Qualidade de Vida em Epilepsia (QOLIE-31), efeitos adversos (EAs) de medicação anticonvulsivante (MAC), qualidade do sono, e para cavalos utilizamos Protocolo de Avaliação de Bem-Estar Animal (HWAP). Dezessete participantes, 71% meninos, idade 12 (13) anos, IMC 18,75 (7,16) kg/cm2. A primeira crise variou entre 12 e 54 meses e o diagnóstico de epilepsia 36 (66,5) meses. Todos os participantes tinham epilepsia focal. Após a intervenção de TAC, a independência funcional melhorou (p=0,004), principalmente nos domínios locomoção (p=0,034) e comunicação (p=0,031). Segundo QV, média antes (67,8) e depois (69,7); mediana antes (64,6) e depois (71,3) e quartil antes (Q1-61,5, Q3-79,65) e depois (Q1-63,6, Q3-76,2). Foram incluídos na TAC 7 cavalos (2 machos e 5 fêmeas), com idade entre 12 e 27 anos, e média de 5 horas de trabalho semanais. Analisamos o bem-estar de 16 cavalos e o HWAP concluiu que os cavalos tinham acesso a elementos essenciais de conforto, em termos de alojamento, 3 cavalos (42,9%) estavam alojados em piquetes, enquanto 4 (57,1%) estavam em baias. A superfície de contato com os animais era composta por areia e concreto, sendo o nível de conforto geral considerado razoável. O contato com o cavalo e o diálogo corporal com o caminhar tridimensional do animal são intervenções promissoras para o funcionamento e a QV que necessitam de mais investigação. Estes diversos desafios enfatizam a necessidade de intervenções personalizadas para melhorar a funcionalidade geral e a qualidade de vida de PcE.
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