Banca de QUALIFICAÇÃO: ANA FLAVIA ALVES DE OLIVEIRA ALMEIDA
11/03/2024 03:37
O modelo de desenvolvimento capitalista tem provocado profundas transformações nos âmbitos econômico, social, político, histórico e ambiental. Uma das manifestações mais evidentes desse processo é a rápida urbanização, que não ocorre sem tensões. O presente estudo contribui para elucidar as contradições da expansão urbana, abordando, especificamente o município de Aracaju, centrado na concepção de Movimentos Sociais como expressão das disputas entre classes sociais. Os movimentos sociais não são fenômenos do mundo contemporâneo; na verdade, sua história remonta aos primórdios da formação do Estado. Desde os primórdios da sociedade humana, é possível identificar a existência de conflitos entre classes sociais e disputas por poder político, que serviram de base para o surgimento e desenvolvimento dos movimentos sociais. Esta análise foi embasada no método dialético, que permite constatar a partir da categoria totalidade, que os conflitos sociais existem a par e passu nas suas contradições. Defende-se que a memória das lutas por moradia em espaços urbanizados no Brasil e em Sergipe é mantida através das manifestações e experiências históricas, evidências das diversas formas de reações à lógica de exploração, sob a sintonia de interesse da classe hegemônica, articulada com o Estado, fato tão bem evidenciado na nossa formação sociohistórica e geográfica brasileira e no âmbito urbano expresso através da divisão do espaço por classes sociais e a transformação da habitação em uma mercadoria, servindo à lógica de reprodução da financeirização imobiliário. A capacidade de apropriação do espaço pelos grupos sociais produz uma organização espacial própria, onde é possível identificar a dinâmica das relações sociais impressas espacialmente. Neste sentido, os Movimentos Sociais Urbanos têm enfrentado o desafio de fazerem parte da arquitetura de legitimação do caráter ideológico da classe dominante, que se traveste no discurso da gestão de participação coletiva. Como forma de resistência, buscam ampliar suas atuações e alianças, reafirmando seus princípios e sua bandeira de luta.
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