Banca de DEFESA: WENDEL RIBEIRO DOS SANTOS
22/02/2024 16:48
A pandemia da covid-19 fez avançar a introdução das ferramentas tecnológicas no cotidiano dos indivíduos. O imperativo do isolamento social para frear a disseminação da doença fez com que o mundo virtual ganhasse força e intensidade na mediação social entre as pessoas, o que resultou numa dupla consequência: pelo lado da produção, as grandes empresas de tecnologia passam a desempenhar papel ainda mais vital na construção da realidade socialmente percebida; ao passo que, do lado do consumo, os indivíduos experenciam um nível inédito de dependência com relação aos seus dispositivos tecnológicos. Tal cenário parece bastante profícuo e pertinente para questionarmos justamente a importância do campo da c&t para o avanço das sociedades humanas e, em especial, aquelas marcadas pelo traço do subdesenvolvimento, o qual as relega a um local bastante específico no contexto global do desenvolvimento socioeconômico. A presente tese aborda o tema da Ciência e Tecnologia, a partir do capitalismo dependente brasileiro. Para tanto, é fundamental tratar do desenvolvimento da c&t em solo nacional, através de sua relação com o sistema capitalista tardio existente no país. Mais do que simples ferramenta para o avanço dos dispositivos técnicos que auxiliam no desenvolvimento socioeconômico da nação, os desdobramentos no campo da c&t são bastante significativos do tipo de lugar ocupado por um país que se encontra na periferia do capitalismo hegemônico, trazendo à tona aspectos relevantes das relações engendradas pelas nações em seus mais diversos níveis de desenvolvimento. O marco teórico será a Teoria marxista da dependência, por representar uma das mais relevantes e originais chaves de leitura crítica da realidade brasileira, desde o ponto de vista nacional – e, portanto, para além das teorias importadas de alhures. Os dados finais levantados apontam a c&t funcionando mais como uma ferramenta no receituário liberal vigente – para a manutenção tanto do discurso dominante acerca da via de desenvolvimento a ser adotada pelos países, quanto do próprio sistema socioeconômico que sustenta a estrutura de dependência e exploração entre as nações – do que uma ferramenta essencial na construção de uma nova realidade econômica, a qual possibilitaria a independência do Brasil frente aos países de capitalismo pioneiro.
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