Banca de QUALIFICAÇÃO: LINDIANE DE SANTANA
05/02/2024 09:07
Andanças são os caminhos percorridos pelas escolas quilombolas do estado do Tocantins, na busca por conhecer e reconhecer saberes quilombolas presentes nas experivivências das andanças e da leitura. A experivivência (Braga, 2023) nos permite utilizar a experiência vivenciada em campo como materiais sonoros, visuais, do paladar, do tocar e olfativos. Nesta forma de fazer pesquisa nenhum sentido é desprezado, por isto, me assumo como um ser sentipensante (Fals Borda, 2009). Portanto, o objetivo desta tese é compreender como os saberes quilombolas estarão ou não presentes em nossas experivivências nas escolas quilombolas do Tocantins, para então refletirmos sobre a escola nas comunidades quilombolas, a partir de saberes referenciados pelas filosofias comunitárias ancestrais. Desta forma, refletiremos sobre a vivência do campo experiencial com as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Escolar Quilombola (Brasil, 2012) e as Diretrizes Operacionais Nacionais para a garantia da qualidade na Educação Escolar Quilombola (Brasil, 2020), guiadas pela lupa de filosofias comunitárias ancestrais, que dão suporte para uma postura contracolonial (Bispo dos Santos, 2023) de vidas. Para a escrita e a análise das experivivências utilizamos as escrevivências (Evaristo, 2016). Desta forma, o texto é intercalado com minha história de vida pessoal e familiar, que me permitiu construir os sentidos para este texto. As andanças, são relatadas através de cartas para alguém que foi e é referência naquela comunidade pesquisada. Ao final, a partir dos resultados, alguns dos quais apresentados neste texto de qualificação, pretendo discutir e compreender o sentimento ou declaração de não-pertencimento às comunidades quilombolas realizada pelos estudantes (bell-hooks, 2022b; Fanon, 1983; Souza, 2021), a não representação visual destas escolas como espaços educativos quilombolas (Munanga, 1986; Nascimento, 1993), os motivos que justificam a não integração da escola à comunidade (Pinheiro, 2023; Miranda, 2012); a ausência de diálogo com as mestras e mestres das comunidades (Pacheco, 2006, 2012, 2014), a permanência da reprodução de uma imagem negativa do negro e de sua história (Moura, 1988; Pinheiro, 2023), e o distanciamento entre a cultura quilombola e a escola enquanto educações profundas (Moura, 1988; Pinheiro, 2023). Por fim, discutiremos as ausências dos saberes quilombolas nestes espaços, mesmo que entranhados no corpo/território das/dos estudantes, mas ausentes nas escolas e seus currículos.
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação/UFS | Telefonista/UFS (79)3194-6600 | Copyright © 2009-2024 - UFRN v3.5.16 -r19150-8b2e1ce06f