Banca de DEFESA: MARIO BERNARDO DE OLIVEIRA ALVES
31/01/2024 16:38
O ano de 2024 marca 43 anos de epidemia de Aids e, apesar dos avanços na área da
Biologia e da Medicina, vivemos o que os pesquisadores denominam de terceira onda
de epidemia. A epidemia do preconceito e do estigma. Muito por conta dos efeitos
negativos da síndrome, mas também pelo impacto causado pela midiatização dos temas
relacionados à Aids. Com o objetivo de analisar o discurso publicitário sobre a Aids, a
partir das campanhas veiculadas pelo Ministério da Saúde entre os anos de 2019 e 2022,
e como essas campanhas têm contribuído no enfrentamento do preconceito e do estigma
que o HIV causa. A pesquisa busca em última instância se apropriar do tema no âmbito
da comunicação institucional, sobretudo, a publicidade do Governo Federal brasileiro.
O percurso traçado para elucidar as problemáticas sociais da Aids dialogam acerca do
poder, estigma, preconceito e exclusão. Os dados foram coletados no acervo de
campanhas publicitárias disponível no site do Ministério da Saúde direcionado no
combate de doenças crônicas e às infecções sexualmente transmissíveis. O material
coletado foi analisado à luz da Análise Crítica do Discurso (ACD), especialmente pelo
quadro tridimensional do discurso proposto por Fairclough (2001). Os principais
resultados indicam que a gestão de Jair Bolsonaro priorizou conteúdos simples, pouco
atualizados e ao fazê-lo, reforçou a ideia equivocada de que a Aids é uma doença
resultante, quase que exclusivamente, das relações sexuais de um modo geral; e de
forma particular, das relações homoafetivas. Ao optar por essa linha de atuação no que
se refere a comunicação institucional de prevenção ao HIV/Aids não apenas
negligenciou o combate de modo efetivo contra o preconceito e a estigmatização, como
de certa maneira reforçou ambos os comportamentos.
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