Banca de QUALIFICAÇÃO: MAÍSA VALÉRIA VALENÇA DE SOUZA GÓES
26/01/2024 09:33
Na esteira da exploração e colonização do corpo constituído como feminino, o Brasil vai se estruturando no ranking de países da cultura do estupro. Através de políticas raciais e sexuais que expropriam corpos constituídos pelos signos da feminilização, racialização e do empobrecimento, acomodam-se múltiplas violências sistemáticas como dispositivos de regulamentação e controle bionecropolíticos. Tal economia político-subjetiva passa pela manutenção de um poder heteropatriarcal que concebe e concede vida pelo fazer viver e morrer de mulheres e travestis sob a rubrica de torná-las sexos e corpos úteis. Na movência requerida dessa pesquisa bibliográfica, por meio de uma aposta ético-metodológica na genealogia foucaultiana, toma-se o estupro como campo problemático. Numa analítica das políticas de subjetivação, argumentamos que o estupro foi e ainda é uma tecnologia generificada de embranquecimento, uma prática ‘correcional’ de corpos ‘selvagens’ que precisam civilizar-se pela sujeição à razoabilidade, pela penetração da forma-Homem cis, branco, europeu, colonizador. Estupro, uma violação componente de atos constitutivos/corretivos sobre o Outro ininteligível. O estupro, uma ferramenta útil de composição/constituição/correção de corpos, produtora de sujeitos.
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