Banca de DEFESA: JULIANA BARBOSA ALVES
18/01/2024 07:34
O povo surdo, ao longo de sua história, como minoria linguística, sofre com a denegação de direitos e a luta pelo reconhecimento desses direitos é uma marca da comunidade surda. Por isso, o objetivo dessa pesquisa é refletir sobre as lutas por reconhecimento de atores sociais surdos, identificadas em suas narrativas do eu, no contexto mais amplo de sua vida educacional, como aspectos influenciadores das (re)construções identitárias e no estabelecimento de mudanças socioculturais efetivas para esta minoria linguística. Para compreender as realizações identitárias do povo surdo ao longo de suas trajetórias de vida, buscamos aporte na Análise Crítica do Discurso, ACD, cujo foco é estudar problematizações sociais e fomentar a denúncia de relações de poder que estabelecem desigualdades aos grupos vulneráveis (VAN DIJK, 2008) com enfoque na Abordagem Sociológica e Comunicacional do Discurso, ASCD, que centra seus estudos nas mudanças social e cultural (PEDROSA, 2012, 2016, 2018). Atendendo ao caráter transdisciplinar da ACD (FAIRCLOUGH, 2012), dialogamos com os Estudos Surdos (PERLIN, 2016) e a teoria da Luta por Reconhecimento (HONNETH, 2009). O corpus é formado a partir das “narrativas do eu” de alunos surdos do curso Letras Libras da Universidade Federal de Sergipe das turmas de 2018 a 2022. Por se tratar de uma pesquisa de viés social, com aporte basilar na ACD, que ancora suas análises entre o linguístico e o social (PEDROSA, 2018), analisamos o corpus à luz da metodologia qualitativo-interpretativista (MAGALHÃES; MARTINS; RESENDE, 2017; NUNES, 2021), e da etnossociologia (BERTAUX,2010), seguindo o caminho metodológico sugerido na ASCD (CUNHA, 2021; PEDROSA, 2016, 2018). Para atender às análises linguísticas, utilizamos a Gramática Sistêmico-Funcional (FUZER; CABRAL, 2014), cuja perspectiva se centra no contexto social de uso da língua. Com os resultados, esperamos que os discursos dos atores sociais surdos de luta por reconhecimento, contidos em suas narrativas do eu, nos ofereçam condições de refletir sobre os processos de lutas que este povo passou (e passa) ao longo de sua história e sobre a construção e a reconstrução de suas identidades.
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