Banca de QUALIFICAÇÃO: DANILO ALVES DOS SANTOS
25/10/2023 08:37
Parâmetros autoecológicos como dieta, idade de maturação sexual, reprodução e dimorfismo sexual, são de extrema importância para entender aspectos ecológicos e da história natural das espécies. Fatores ambientais como temperatura, umidade e luminosidade, por exemplo, são determinantes para padrões de distribuição, abundância e interações. Animais ectotérmicos possuem todas as suas funções fisiológicas atreladas as condições de temperatura e clima, com isto este pode ser o grupo animal mais suscetível a sofrer com as mudanças climáticas. A relação entre as funções fisiológicas de animais ectotérmicos e as temperaturas ambientais definem uma curva de performance, sendo que esta curva é limitada por valores de temperaturas críticas mínima (CTMIN) e máxima (CTMAX). Com isto, o objetivo deste trabalho é descrever os parâmetros autoecológicos para a espécie de serpente Thamnodynastes pallidus, especificamente em seu micro-habitat, reprodução e ecologia térmica. Para isto, foram realizadas coletas no Parque Nacional Serra de Itabaiana, durante um ano (julho de 2022 – julho de 2023), no período noturno (18:00- 04:00 horas). Em campo, para cada animal coletado foi registrado sua temperatura corpórea, CRC e peso, adicionando ainda aos registros a temperatura do ar, o substrato e caracterizado os microhabitats onde cada animal foi capturado. Durante o ano destinado para coleta de material, foram coletados 14 espécimes, com média de CRC de 370,21 ± 44,90 mm, peso de 10,24 ± 3,30 g . As variáveis aferidas apresentaram os seguintes valores de média: temperatura corpórea (22, 8° ± 2,5°C), temperatura relativa do ar (24,5° ± 2,3°C), temperatura do substrato (20,9° ± 2,2°C). O teste de regressão mostrou que houve relação significativa entre a temperatura corpórea e o CRC (R²= 0,42; p= 0,006), o mesmo ocorrendo com o peso (R²=0,24; p= 0,04).. Também houve relação significativa entre a temperatura corpórea e a do ar (R²= 0,57; p= 0,001), do substrato (R²= 0,52; p= 0,002) e a umidade (R²= 0,26; p= 0,03). Também foram caracterizados os tipos de substratos, onde a maior parte dos indivíduos foram encontrados em bromélias (35,7%) e arbustos (28,5%). Seis indivíduos foram submetidos aos testes de CTMIN (x̄ = 18,3) e CTMAX (x̄ = 33,3), com isto, foi calculada a tolerância térmica (WT= x̄ CTMAX – x̄TC) com valor de 10,5°C. Um resultado esperado para uma serpente noturna e que vive em áreas fechadas, baixo CTMAX e alta tolerância térmica. Portanto, a espécie corre um risco menor ao aumento da temperatura global, quando comparada com espécies que vivem em áreas mais secas, já que são expostas diariamente a temperaturas próximas ou superiores ao CT MAX. Quanto aos aspectos de microhabitas esse é um resultado esperado para espécies com hábitos arborícolas e já registrados em estudos anteriores com essa serpente. O mesmo pode-se dizer para o peso e CRC.
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