Banca de DEFESA: TICIANE CLAIR REMACRE MUNARETO LIMA
12/09/2023 12:44
Introdução: Em regiões de grandes disparidades socioeconômicas, ainda pouco se sabe sobre oprognóstico da sobrevida em longo prazo dos pacientes após Infarto Agudo do Miocárdio comSupradesnivelamento do Segmento ST (IAMCSST), dados esses essenciais para auxiliar nadecisão terapêutica do IAM e orientar a alocação de recursos púbicos. Objetivo: Avaliar oimpacto das disparidades no acesso ao serviço especializado e às terapias de reperfusão nasobrevida em longo prazo em pacientes com IAMCSST dos serviços público (SUS) e privado desaúde. Métodos: Estudo de coorte, com pacientes com IAMCSST do registro Via Crucis para oTratamento do Infarto do Miocárdio (VICTIM). Os dados clínicos, sociodemográficos e deacesso foram coletados em quatro hospitais, sendo um público e três privados, de 2014 a2018, e a sobrevida em longo prazo foi investigada por meio de entrevistas telefônicas, dejaneiro de 2020 a fevereiro de 2021. Utilizou-se as curvas de sobrevida de Kaplan-Meier eregressão de Cox para avaliação dos dados de sobrevida, com nível de significância p<0,05 eintervalo de confiança de 95%. Resultados: Dos 1.082 pacientes, 893 (82,53%) foram atendidospelo SUS e 189 (17,47%) pelo serviço privado. Os pacientes do SUS tiveram que percorrer umadistância seis vezes maior do local de início da dor até o hospital da ICP (58,2 km vs. 8,7 km;p<0,001); tiveram menores taxas de reperfusão (49,8% vs. 67,2%; p<0,001) e ICP primária(47,2% vs. 66,5%; p<0,001); e muitas vezes tiveram que passar por pelo menos uma instituiçãoantes de chegar ao hospital da unidade de ICP (76,1% vs. 41%; p<0,001). O tempo desde oinício dos sintomas até a procura de ajuda foi semelhante em ambos os grupos, mas o tempogeral desde o início dos sintomas até a chegada ao hospital do serviço de ICP foi maior para ospacientes do SUS (10,3h vs. 5,3h; p<0,001). A terapia com fibrinolíticos foi subutilizada emambos os serviços (2,5% vs. 1,1%; p=0,411). No modelo totalmente ajustado, o risco paramortalidade em longo prazo para os pacientes do SUS foi maior (HR, 1,64; IC 95%, 1,10 a 2,46;p=0,015). Quando estratificado por tipo de serviço e reperfusão, o risco para mortalidade emlongo prazo para os pacientes do SUS que não foram submetidos à reperfusão foisignificativamente maior que os demais grupos (HR, 2,08, IC95%, 1,20 a 3,61; p=0,009).Conclusão: Os pacientes do SUS foram mais propensos a morrer em longo prazo, tiverammenor acesso às terapias de reperfusão e acesso mais tardio ao serviço especializado, o queindica uma disparidade por tipo de serviço de saúde.
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