Banca de DEFESA: LAIS SUELEN GONZAGA ALMEIDA
17/08/2023 10:56
Num momento de necrocapitalismo, em que muitos corpos, por não valerem nada, valem mais mortos, deste lugar de morte, de perdas e de ruínas, duas andorinhas retornam batendo seus bicos em nossas janelas, convidando a fabular uma vida, um povo, um cuidado, uma pesquisa. Do encontro entre a trabalhadora de saúde mental/pesquisadora, Estamira e Seu Cosme, fabulou-se uma memória de gente ordinária brasileira, gente morta pelo capital, gente que foi parar no arquivo morto dos serviços de saúde mental, mesmo que uma até tenha virado documentário. Por meio de uma escrita-passarinha, Estamira encontra Seu Cosme, tecendo uma vida e um cuidado em saúde mental que se fazem em ato, anunciando o assombro da mornidão dessa vida capital e o sintoma desses tempos: a matança. Percorreu-se um caminho conceitual-metodológico cartográfico tremido, gaguejante e delirante, numa intercessão entre a tipologia de Gilles Deleuze e o conceito de fabulação, a clínica do desvio de Antônio Lancetti e o conceito de necrobiopoder proposto por Berenice Bento. Ao fabularem essa memória vital, Seu Cosme, Estamira e a autora pretendem fazer/dar ciência para questionar e resistir aos planos do saber-poder em seus mecanismos de produção, de controle e morte de corpos e subjetividadesque ousam desviar e bater seus bicos na janela do capital e do cuidado em saúde mental.
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