Banca de QUALIFICAÇÃO: JOSÉ ADÃO CARVALHO NASCIMENTO JÚNIOR
01/08/2023 13:43
A pele é exposta a danos provenientes de fatores internos e externos, com destaque para osefeitos nocivos da radiação solar. Deste modo, o uso frequente de protetores solares éfundamental para prevenir danos a curto e longo prazo à pele. No entanto, os filtros solaresapresentam desvantagens quanto a fotoalergia, danos ao ecossistema e absorção cutânea.Assim, a busca por alternativas naturais e seguras para fotoproteção tem despertado ointeresse da comunidade científica. A hesperetina, flavonóide presente em frutas cítricas jádemonstrou possuir propriedades antioxidantes e antiinflamatórias. Entretanto, sua baixasolubilidade, irritação cutânea e fotoinstabilidade limitam seu uso em formulações tópicas.Para superar essas limitações, a nanotecnologia e outros métodos de aprimoramento têm sidoutilizados para melhorar as propriedades desse bioativo. Diante disto, o principal objetivo destatese foi mapear o cenário tecnológico de patentes sobre nanotecnologia e compostosfotoprotetores, como também desenvolver e avaliar géis-creme contendo pó de nanocápsulasde hesperetina com dióxido de titânio para fotoproteção. A prospecção foi conduzida nasbases de dados online e gratuitas: Espacenet, WIPO e INPI, no período de 2017 a 2023,utilizando o descritor “nano*” e o código IPC A61Q17/04 (protetores solares). Após triagem eseleção dos documentos, foram incluídas 34 patentes na revisão, que em sua maioriautilizaram nanopartículas como tipo de nanocarreador, e filtros químicos e físicos ou produtonatural como agente fotoprotetor. No desenvolvimento dos géis-cremes, as nanopartículaspoliméricas contendo hesperetina foram caracterizadas quanto ao tamanho médio de partícula(239 nm), span (1,6), índice de polidispersão (0,2) potencial zeta (-9,2 mV), teor (0,48 mg/ml) eeficácia de encapsulação (97%). Enquanto os pós obtidos das secagens das nanocápsulascontendo hesperetina foram caracterizados em relação ao rendimento (39%), umidade (3,7%),diâmetro médio (124 nm) e percentual de fármaco recuperado (97%). No ensaio de liberaçãoin vitro, a hesperetina livre apresentou liberação total após 8 horas, enquanto as nanocápsulasliberaram apenas 50% do fármaco em 24 horas. Os géis-creme desenvolvidos demonstraramuma faixa de espalhabilidade de 967-1397 mm2, sendo os géis-creme contendo o pó denanocápsulas com melhor espalhabilidade em relação àqueles contendo fármaco e dióxido detitânio livres. No ensaio de permeação/penetração cutânea, maiores percentuais de fármaco (>85%) foram quantificados fora das camadas da pele. No estrato córneo, foram encontradospercentuais de 4,2 a 10,7% de hesperetina, enquanto na epiderme e derme os valores forammais baixos, variando entre 0,66 a 2,92%. Além disso, o fármaco não foi detectado no meioreceptor após as quatro horas de permeação/penetração cutânea. Na adesão cutânea, o gel-creme contendo pó de nanocápsula da biomolécula apresentou maior adesão a pele, com 61% de fármaco presente no estrato córneo após 60 minutos de imersão em água. Apesar dos resultados obtidos, ainda se faz necessário realizar os ensaios de avaliação antioxidante in vitro e estabilidade das formulações, e ensaio clínico de fotoprotecão para confirmar as propriedades fotoprotetoras das formulações desenvolvidas.
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