Banca de QUALIFICAÇÃO: THIAGO DE BRITO VARJÃO
18/07/2023 07:21
Esta pesquisa pretende investigar as múltiplas imagens de um dos mais polêmicos personagens da história de Portugal, Sebastião José de Carvalho e Melo (1699-1782), o Conde de Oeiras (1759) e Marquês de Pombal (1770), a partir do cotejamento entre discursos provenientes do que se escreveu acerca de sua ação política e cultural, especialmente as reformas do ensino, e suas representações em produções fílmicas. Nas narrativas historiográficas e biográficas, o Marquês de Pombal se apresenta como um mito de características sui generis no que concerne à cultura luso-afro-brasileira. O imaginário popular que cerca a sua vida demonstra o ódio e amor à sua trajetória e ao seu legado político e cultural. Seria o Marquês de Pombal um reformista iluminado que trouxe novas bases à educação, política e econômica de Portugal e suas colônias ou estaria mais para um tirano que comandou com mão de ferro, perseguindo de forma feroz seus antagonistas, especialmente os jesuítas e sua tradição cultural e pedagógica? O cinema aparece nesse percurso como propagador dos estereótipos que cercam o mito pombalino. Nesse cenário, o filopombalismo e o antipombalismo se entrecruzam e repercutem nas imagens que se fazem deste personagem histórico ao longo dos últimos séculos. Dentro deste campo simbólico mitificado, o cinema desponta ao representar e solidificar, pela reiteração, os mitos que marcam a trajetória do ministro de D. José I, sobretudo no que concerne à expulsão dos jesuítas e às reformas do ensino. Para tanto, faremos uso de fontes legislativas e epistolares, manuscritas ou publicadas, bem como da historiografia referente ao assunto e de alguns pressupostos teóricos relacionados aos mitos e representações culturais.
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