Banca de QUALIFICAÇÃO: JÚLIO CÉSAR DA SILVA MARINS
12/07/2023 11:48
O presente trabalho busca refletir sobre a necessidade de fortalecer e trabalhar uma Arqueologia sob uma perspectiva decolonial e afrocentrada, no que tange à Diáspora Africana e o ambiente marítimo. Mais precisamente, localizar os restos do navio escravagista Brigue Camargo que, após o desembarque clandestino de aproximadamente 540 africanos escravizados vindos de Moçambique, de acordo com as fontes históricas e orais, foi propositalmente incendiado e naufragado na região de Bracuí, na Baía de Angra dos Reis, Rio de Janeiro, em dezembro de 1852. O estudo do levantamento da cultura material do Brigue Camargo, por meio da Arqueologia Subaquática, é realizado juntamente com um trabalho unido à comunidade remanescente do Quilombo de Santa Rita do Bracuí, que são descendentes de antigos escravizados que construíram sua identidade e pertencimento como remanescentes de quilombo a partir da tradição da oralidade, como também, pertencentes ao passado que trata este referido naufrágio nos últimos anos da escravidão e do tráfico transatlântico no Brasil. Sob essa ótica, o desenvolvimento desta pesquisa representa a possibilidade de produção de conhecimento sobre sítios arqueológicos submersos, no tocante à Diáspora Africana e Arqueologia Marítima sob um aspecto primordialmente decolonial, servindo como uma ferramenta fundamental de legitimação de grupos excluídos do contexto histórico e capaz de fomentar justiça social.
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