Banca de QUALIFICAÇÃO: BRUNO PACHECO SOARES
12/07/2023 11:47
Estudos zooarqueológicos realizados no território brasileiro, em sua grande maioria, representam estudos quantitativos e por vezes vinculados a dicotomias que ignoram outras possibilidades e capacidades de influência dos seres não humanos na vida cotidiana e relações sociais dos grupos humanos viventes nos sítios arqueológicos. Os sítios arqueológicos no interior do Nordeste brasileiro, Justino- SE e Furna do Estrago- PE, possuem interessantes vestígios faunísticos junto a sepultamentos humanos primários e secundários, entretanto, os estudos zooarqueológicos realizados durante as escavações destes sítios limitaram-se a considerar os animais como adornos ritualísticos, econômicos e nutricionais. Dessa forma, a zooarqueologia social insere-se na discussão dos vestígios faunísticos como influentes no desenvolvimento social envolvido nas relações humanas-humanas e humanas-animais, onde os animais teriam papel fundamental nos comportamentos, explorações e interações com o ambiente circundante aos locais que os seres humanos frequentavam e viviam. Utilizando a tafonomia e conceitos da arqueologia ambiental para sustentar as interpretações da Zooarqueologia Social, as metodologias aplicadas auxiliam a compreender como os animais conviviam com grupos humanos nas regiões do interior do território brasileiro. A visibilidade do território a partir destes sítios se mostra também de enorme valia e consequentemente disponibiliza interpretar as zonas de influência que estes locais de sepultamento teriam com os sítios em torno deles. A busca pelo entendimento de como os grupos humanos moldaram seus comportamentos sociais e relações junto aos animais nos ambientes que estes conviviam tende a elucidar cada vez mais a história e a complexidade de populações pré-coloniais no território brasileiro.
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