Banca de DEFESA: GESSICA AZEVEDO DA SILVA
30/06/2023 15:46
Esta dissertação de mestrado tem como objetivo geral compreender as condições e relações de trabalho que adoecem assistentes sociais inseridos na Política de Assistência Social, considerando as determinações de classe, raça e gênero. Para isso, o método de pesquisa utilizado é o Marxismo histórico-dialético, o qual analisa a singularidade do objeto que está posto na sociedade, qual seja, o adoecimento profissional; partindo para a universalidade, observando as variáveis existentes a partir das transformações no mundo do trabalho; retomando a particularidade do objeto, dessa vez analisando os rebatimentos dessas transformações para esta política de proteção social e, consequentemente, para as condições e relações de trabalho dos (as) assistentes sociais. Para isso, o tipo de pesquisa possui abordagem qualitativa, de natureza exploratória, visando aproximação com o objeto de estudo; os procedimentos metodológicos utilizados são a análise de conjuntura, as pesquisas bibliográfica, documental e estado da arte, no banco de teses e dissertações da CAPES. Desta maneira, os objetivos específicos abordam os impactos da conjuntura ultraliberal e ultraconservadora para a classe trabalhadora, desvelando as determinações de classe, raça e gênero que perpassam a atuação de assistentes sociais, reafirmando o Projeto Ético Político e a organização coletiva enquanto ferramenta de resistência; refletir acerca do adoecimento desses profissionais, abordando a política de saúde e segurança do trabalho e perpassando os impactos da pandemia do covid-19; por fim, apontar estratégias de enfrentamento ou a falta deles, na defesa da saúde do (a) trabalhador (a). Os resultados da pesquisa apontam para o avanço dos processos de adoecimento de assistentes sociais inseridos (as) na Política de Assistência social, sendo diversas as formas de adoecimento físico, e sobretudo mental, apontados nas pesquisas analisadas, em decorrência do aprofundamento da precarização das condições e relações de trabalho, flexibilização dos vínculos trabalhistas, forte presença de práticas político-partidárias as quais reverberam na prática do assédio moral e sexual, além das determinações de raça e gênero nesta profissão composta em sua maior parte por mulheres negras/pretas/pardas que vivenciam desigualdades de gênero e racismo estrutural refletidos no acúmulo de triplas jornadas, menores salários se comparados ao dos homens e a mulheres brancas, formas de ingresso ao mercado de trabalho e a graduação mais precarizados. Em contrapartida, são poucos ou inexistentes os esforços, por parte de gestores, para promoção, prevenção e cuidado à saúde dos (as) trabalhadores (as); falta acolhimento às demandas profissionais, investimento financeiro e efetivação das políticas de cuidado à saúde dos trabalhadores. Destarte, embora as condições para efetivação do SUAS e valorização dos (as) trabalhadores (as) estejam formalmente estabelecidas na PNAS, esta é uma realidade que precisa ser efetivamente garantida no que diz respeito ao desenvolvimento de ações para o trabalho protegido com a implementação da NOB/RH-SUAS.
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