Banca de DEFESA: MARIA ANDRESA SANTANA SILVA
14/06/2023 14:39
A pandemia da Covid-19 tornou explícita no mundo as desigualdades no setor de saúde, fator decisivo para impulsionar o desenvolvimento das healthtechs. Esses empreendimentos destacam a saúde como baluarte fundamental, uma vez que agrupam tecnologia, dados e conhecimentos médicos para melhorar as condições de vida das pessoas. Diante dessa realidade e das oportunidades provenientes do setor de saúde, foram investidos nacionalmente, mais de US$ 500 milhões em healthtechs, motivando novos investidores e impulsionando a economia. Em conformidade com o exposto, a presente pesquisa teve como objetivo analisar as estratégias usadas para captação de investimentos de risco por parte das healthtechs brasileiras à luz da teoria causation-effectuation. Quanto aos procedimentos metodológicos, este estudo guia-se por uma perspectiva de natureza qualitativa, junto a gestores de healthtechs brasileiras. A estratégia utilizada foi o método de múltiplos casos. Para coleta de dados foram utilizadas como fontes de evidência: a observação participante em eventos relacionados ao tema; análise de documentos e relatórios de inteligência setorial nacional; entrevistas semiestruturadas; e dados da plataforma Crunchbase. Para tratamento e análise dos dados, a técnica adotada foi a análise de conteúdo, mediante auxílio dos softwares Atlas.ti versão 23 e Microsoft Word online versão 365. Como resultados, foi possível perceber: 1) um aumento de 142% no número de healthtechs no âmbito nacional nos últimos dois anos, mesmo diante das circunstâncias ocasionadas pela pandemia; 2) em termos de investimentos, aproximadamente 60% das healthtechs brasileiras já haviam recebido algum tipo de investimento; 3) durante as fases iniciais dessas startups, os tipos de investimentos mais comuns foram: capitais próprios ou bootstrapping, editais públicos, fundos de venture capital e investidores anjo; 4) das 34 healthtechs cadastradas na Crunchbase, a healthtech Bloom Care, foi a empresa que mais captou investimentos entre os anos de 2021 e 2022; e 5) tem-se que a teoria causation-effectuation exerce influência, direta e indireta, em todas as fases de desenvolvimento das healthtechs. Portanto, conclui-se que, nas fases iniciais, a ideação e tração, os empreendedores estão propensos a seguirem as premissas da teoria effectuation; já durante a fase da tração, ambas as teorias exercem influência; porém nas fases de expansão e maturidades, os empreendedores estão mais propensos a seguirem os pressupostos da teoria causation.
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