Banca de QUALIFICAÇÃO: GUTIERE CARDOSO DE LIMA
07/06/2023 11:25
A psicanálise, desde sua criação por Sigmund Freud na virada do século XX,esteve em meio a uma discussão com a biologia da mente de sua época. O paradigmacientífico vigente era caracterizado pela predominância no fundamento físico-mecânicopara as explicações dos fenômenos. No início dos anos 50 do século passado apublicação póstuma do texto de Freud de 1895, Projeto para uma psicologia científica,levou-se a repensar as bases da construção da psicanálise, sobretudo nessa relação comas neurociências. Nesse período emerge, ainda de forma embrionária e a partir de trocasinterdisciplinares nos Estados Unidos, o campo de estudos das ciências cognitivas. Comforte investimento financeiro e institucional as neurociências e a inteligência artificial sedestacam no interior desse campo a partir dos anos de 1980 e evoluem em suacapacidade científica e tecnológica. Como consequência do avanço nas tecnologias deneuroimagem, as neurociências ampliam seu foco de pesquisa para áreas cujos temaseram tradicionalmente campo de estudo das humanidades como o comportamentomoral, escolhas estéticas, entre outros. Nessa direção surgem, no cenário social, umasérie de neurodisciplinas derivadas das neurociências básicas, contribuindo para aedificação de uma neurocultura. Correlativo a neurocultura e associado a filosofias damatéria e da identidade pessoal do século XVII, entra em cena o sujeito cerebral, o qualpode ser basicamente definido através da compreensão de que personagens, vidas,comportamentos, podem ser reduzidos ao cérebro e a seus mecanismos. Sendo assim,nessa pesquisa se busca retraçar as linhas de discussão entre a psicanálise eneurociências, verificar como tem ocorrido esse debate atualmente e investigarimplicações da incidência do sujeito cerebral na cultura contemporânea.
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