Banca de QUALIFICAÇÃO: JILENO FERREIRA SANTOS
05/05/2023 09:56
O câncer de pele do tipo melanoma é o mais agressivo e com maior taxa de mortalidade entre os canceres que acometem a pele. Como o tratamento para esse tipo de câncer apresenta muitos efeitos adversos e uma baixa eficácia, é importante a busca por novos compostos com atividade antitumoral. Os produtos naturais apresentam-se como uma fonte de novas moléculas bioativas e a lausona é uma importante fonte de moléculas com amplo estudo da sua atividade citotóxica. Assim, nosso objetivo foi avaliar o potencial antineoplásico do derivado da lausona (FMO-1) in vitro e in vivo em câncer de pele tipo melanoma. Para a avaliação in vitro foi verificada a citotoxicidade e determinação da CI50 (1,5 µM) do FMO-1 na linhagem de melanoma B16-F10, pelo ensaio de SRB. O ensaio de formação de colônias mostrou que o FMO-1 reduz a formação de colônias na linhagem de melanoma. Foram observadas as alterações morfológicas com indicativo de apoptose nas células de melanoma após sua exposição, através da marcação com DAPI e Faloidina-FITC. Nesse ensaio foram vistas alterações no núcleo e no citoplasma das células indicativas de apoptose. Além disso, o FMO-1 foi avaliado frente a eritrócitos e não apresentou citotoxicidade. Na avaliação in vivo o crescimento tumoral foi avaliado e o composto FMO-1 apresentou uma diminuição da massa e do volume tumoral com uma inibição de crescimento de 44 e 42 % nas doses de 50 e 75 mg/kg/dia, respectivamente. Como parâmetros toxicológicos foram avaliados a massa dos órgãos, com um aumento do baço e timo nos animais tratados com FMO-1 na dose de 50 mg/kg/dia em comparação ou fármaco 5-FU, o que demonstra uma possível imunomodulação. Foram avaliados os parâmetros hematológicos, onde o FMO-1 na dose de 50 mg/kg/dia manteve os índices leucocitários muito próximos aos dos animais que não tinham o tumor. O FMO-1 não apresentou alterações nas análises bioquímicas. Não observamos alterações na análise histológica no fígado e rim no tratamento com FMO-1. Somente no baço observamos um aumento da polpa branca e vermelha. Na histopatologia do tumor observamos uma menor vascularização com um número menor de mitoses no animais tratados com o FMO-1. Diante de todos os dados obtidos o derivado FMO-1 apresentou uma alta toxicidade e uma inibição na formação de clones nas células de melanoma, assim como teve um efeito antineoplásico in vivo evidenciado pela diminuição da massa e do volume tumoral.
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