Banca de DEFESA: RAQUEL ESTEVEZ ROCHA
23/02/2023 10:31
O melhor gerenciamento de recursos naturais se tornou uma pauta global e nos últimos anos tem havido uma tendência mundial de aumento no uso de fontes renováveis de energia. Nesse contexto, a conversão de biomassa em energia vem crescendo em importância, tendo em vista substituir a demanda por combustíveis fósseis, além de diversificar as fontes de energia. A mandioca (Manihot esculenta Crantz) é uma das lavouras temporárias de maior destaque no Brasil, com mais de 18,1 milhões de toneladas produzidas somente no ano de 2021. Toda essa produtividade gera resíduos que na maioria das vezes não dispõem de um descarte adequado. Dentre os resíduos sólidos, a casca da mandioca, devido às suas características lignocelulósicas, representa uma valiosa fonte de biomassa para a produção de bioenergia. A tecnologia de leito fluidizado apresenta-se como potencial alternativa, tanto para a secagem, como operação de pré-tratamento da biomassa, a fim de reduzir seu elevado teor de umidade, como para os processos de conversão termoquímica. Essa tecnologia, ao promover uma intensa mistura entre as partículas e o fluido, intensifica as taxas de transferência de calor e massa, e de conversão. Para auxiliar na fluidização de diferentes biomassas, partículas inertes têm sido comumente empregadas. Logo, diante da escassez de informações na literatura sobre a aplicação da técnica de leito fluidizado para o processamento da casca residual da mandioca, o objetivo deste trabalho foi investigar os comportamentos fluidodinâmicos de componentes individuais e misturas binárias contendo partículas de biomassa da casca de mandioca e inertes em leito fluidizado. Os ensaios fluidodinâmicos foram conduzidos em uma típica unidade experimental de leito fluidizado com ar à temperatura ambiente, misturas binárias de biomassa com areia de 1,29 mm e de 0,93 mm, obedecendo um planejamento fatorial 33, a fim de avaliar além da influência do diâmetro da partícula de inerte, os efeitos da razão L/D de leito estático (1; 1,5 e 2), da fração volumétrica (25%; 50% e 75%) e do teor de umidade da biomassa (10%; 42,5% e 75% b.u.) sobre os parâmetros de fluidização. Os dados de queda de pressão e velocidade foram coletados através de um manômetro diferencial do tipo tubo em U e um anemômetro, respectivamente. Os resultados para as misturas binárias mostraram que a razão L/D de leito estático influenciou o comportamento das velocidades incipiente e de completa fluidização. Já a umidade das partículas afetou significativamente todas as velocidades, incluindo a de mínima fluidização, principalmente à medida que a proporção volumétrica da biomassa e a razão de leito estático aumentaram. A proporção de biomassa afetou de maneiras diferentes a biomassa úmida e seca e as velocidades aumentaram de forma geral para o inerte de maior diâmetro. O fenômeno de slugging antes visualizado para a biomassa pura, não ocorreu com as misturas binárias, indicando uma melhora da qualidade de fluidização da mistura com o uso da areia como inerte, em consonância com os dados de ângulo de repouso obtidos.
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