Banca de DEFESA: MARIA JOSÉ TORRES LIMA
23/02/2023 08:05
O objeto de estudo desta tese é a oferta da educação doméstica em Sergipe no período de 1930 a 1960. A pesquisa buscou identificar nos anúncios em jornais sergipanos, a prática de instrução das primeiras letras ou de aulas particulares que atendia alunos no domicílio do contratante ou do contratado, mediante pagamento e horário previamente acordados pelas partes envolvidas. Os nossos objetivos foram: 1) investigar a oferta da educação doméstica em Sergipe, no período de 1930 a 1960, publicada em periódicos locais por professoras/es que anunciavam suas disciplinas e suas qualificações; 2) Analisar em tais anúncios jornalísticos o modo pelo qual as/os docentes buscavam angariar a credibilidade entre as famílias e estudantes que pudessem requerer seus serviços; 3) Compreender o modo pelo qual se constitui a legitimação desta prática de ensino frente à escola pública revelando as contínuas fragilidades dos sistemas educativos que foram coniventes para a sua perpetuação. Entendemos que os movimentos das reformas realizadas no âmbito educacional institucionalizado, permitiram aos professores adaptarem a sua oferta conforme as alterações legais, institucionais e pedagógicas da educação escolar oficial, avançando para as séries mais elevadas e diversificando as disciplinas conforme as exigências curriculares vigentes. Os referenciais teóricos mais importantes que orientam as análises desse trabalho são os estudos desenvolvidos por: Marta Maria Chagas de Carvalho (1989), Ângela de Castro Gomes (2002), Mark Bray (2014) e (2021), Laísa Dias Santos (2016) e Maria Celi Vasconcelos (2004) e (2005). O levantamento dos dados foi realizado no período de 2019 a 2022 no Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe (IHGSE) e Arquivo Público do Estado de Sergipe (APES). Os resultados indicam que as fragilidades educacionais no estado de Sergipe, fora a razão pela qual a educação doméstica conseguira sobreviver à sombra dos sistemas oficiais de ensino, durante muito tempo. Nesta tecitura, as conjunturas historiograficamente estabelecidas na Segunda República sublinharam a atividade da educação doméstica enquanto parte dos procedimentos universais de escolarização e da vida cotidiana da sociedade sergipana.
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