Banca de DEFESA: LAERTE FREITAS DIAS
17/02/2023 11:17
A tese em pauta se encaminhou pela Dinâmica Ambiental, apropriando-se de conceitos analíticos da Geografia. Tem por objetivo analisar risco e vulnerabilidade socioambiental às inundações em meio a expansão urbana de Feira de Santana-BA. Pela premissa, traçou-se os seguintes objetivos específicos: compreender o avanço do tecido urbano sobre o sistema natural; configurar os aspectos climáticos e a dualidade histórica de convívio em meio as secas e as inundações; avaliar condicionantes biofísicos e a suscetibilidade às inundações urbanas; caracterizar os lugares e os grupos sociais vulneráveis. O estudo se justifica a partir dos processos de inundação e de alagamento em contexto semiárido, pela apropriação desigual do espaço urbano e das ações insustentáveis de dominação da natureza. Em termos metodológicos, tem-se revisão bibliográfica, coleta de dados secundários em órgãos oficiais, uso de fontes históricas (jornais impressos e mídias eletrônicas), processamento digital de imagens de satélite e criação de banco de dados em ambiente SIG. Além dessas, há registros de campo, tanto em períodos secos quanto chuvosos, a fim de validar os produtos gerados e descrever as configurações socioambientais. Observou-se que Feira de Santana está em pleno processo de expansão da mancha urbana, com a permanência de ações que desconsideram o sistema natural, prevalecendo os interesses dos agentes imobiliários na constituição da cidade. A exposição social às inundações perpassa pela produção da cidade, pelo uso desigual do espaço urbano, pelo avanço do processo de impermeabilização do solo e pela ocupação irrestrita aos corpos hídricos, sobretudo às lagoas. Logo, os episódios de desastres estão correlacionados a intervenção social na constituição do espaço, sobretudo ao desconsiderar os condicionantes naturais. Com base nos dados de suscetibilidade biofísica às inundações e de vulnerabilidade social, identificou-se pontos de maior risco. Os bairros Novo Horizonte, Campo Limpo, Estação Nova, Lagoa Salgada, Baraúnas e Queimadinha se destacam especialmente pela carência social em responder aos contextos de desastre. Ressalta-se a sobreposição da problemática, pois a magnitude de determinada vulnerabilidade pode configurar na permanência e no aparecimento de outras, inserindo, assim, a inundação ao contexto dos riscos híbridos. Nas áreas direcionadas à expansão urbana, conforme o Plano Diretor, foram constatados locais suscetíveis às inundações, porém de menor risco, dado ao grau de ocupação. Tal fato remete a necessidade em formular e implementar ações de planejamento capazes de considerar o sistema biofísico ao longo do avanço acelerado da mancha urbana.
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