Banca de QUALIFICAÇÃO: FERNANDA OLIVEIRA RODRIGUES
08/02/2023 10:49
Os crimes ambientais cometidos pela empresa Vale (a exemplo de 2015) evidenciam para a sociedade brasileira o caráter nefasto da mineração no País. A expansão da mineração tem sido acompanhada das expropriações dos territórios camponeses e a geração de conflitos por terra e água no campo, conflitos marcados pela violência por parte das mineradoras contra as populações tradicionais, que têm sofrido perseguição, assassinatos de lideranças e perdas dos seus territórios e de suas produções agrícolas e pecuárias, todavia, mesmo diante de tantas contradições, é um dos setores econômicos que mais cresce em taxa de lucro no Brasil com a legitimação do Estado. Nesse contexto faz-se mister discutir a tessitura da dinâmica da expansão e legitimação da mineração no país. Nossa pesquisa tem demonstrado que o modelo mineral no Brasil, à medida que se expande, produz, através dos conflitos com os trabalhadores e da apropriação da natureza, os territórios geográficos da morte, o que denominamos de Necroterritórios. Nessa dinâmica nefária, a extração do valor assume lugar central na territorialização das grandes empresas, provocando destruição das forças do trabalho e da natureza. Na nossa pesquisa divergimos das discussões que tem postulado que o território pode ser entendido através da noção atribuída pelo Estado, na perspectiva de políticas de desenvolvimento. Nossa trajetória tem se constituído em; discutir a tessitura da dinâmica de expansão e legitimação da mineração no país; investigar os crimes ambientais/sociais no processo de apropriação da natureza; investigar as formas de extração de mais valor, e as novas facetas de acumulação do capital pelas empresas mineradoras nos territórios de Caetité e Pindaí - BA: Mariana e Brumadinho-MG; que entre outros objetivos permitirão analisar as novas estratégias de apropriação e expropriação da natureza e do trabalho na configuração dos “necroterritórios” da mineração. O desenvolvimento da pesquisa/qualificação/Tese se sustenta no método do materialismo histórico-dialético que permite analisar criticamente a realidade a partir dos sujeitos reais, e capturar as contradições nas suas multideterminações privilegiando o conceito/categoria território na leitura onto-epistemológica de totalidade.
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