Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: YVANNA LOUISE DI CHRISTINE OLIVEIRA DOS SANTOS
DATA: 23/02/2023
HORA: 09:00
LOCAL: Auditório do DFA
TÍTULO: Dinâmica da resposta imune nas infecções helmínticas: O papel da polarização da resposta celular
PALAVRAS-CHAVES: Linfócitos T; Helmintíases, Imunidade Humoral
PÁGINAS: 67
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Farmácia
RESUMO:

Resumo: Estimativas apontam que aproximadamente 24% da população mundial está infectada por alguma espécie de geohelminto, incluindo Ascaris lumbricoides (AL), Trichuris trichiura (TT) e ancilostomídeos (ANC). A exposição a esses parasitos induz uma resposta imunológica mista, com ativação de subpopulações específicas de linfócitos efetores. Embora tenha havido avanços consideráveis no conhecimento acerca desses processos, não está claro como esses mecanismos ocorrem in vivo. Este trabalho objetiva avaliar o processo de polarização de linfócitos e células apresentadoras de antígenos em indivíduos naturalmente infectados por geohelmintos. Para isto serão determinados o perfil fenotípico, plasticidade celular e aspectos funcionais de linfócitos Th17, Th9 e Tfh, além de macrófagos envolvidos na resposta imunológica durante a infecção por geohelmintos. Esta avaliação será realizada por meio de detecção de anticorpos IgG; avaliação da capacidade proliferativa; determinação da produção de citocinas, quimiocinas e óxido nítrico e análise da expressão gênica de macrófagos. Foram identificadas algumas dificuldades no diagnóstico parasitológico devido à redução da carga parasitária de indivíduos previamente tratados por longos períodos. Novas metodologias e estratégias de detecção no atual cenário clínico-epidemiológico no Brasil foram compilados num artigo. Além disso, foi realizado um aprofundamento no estudo de linfócitos Tfh, desde os estímulos para sua diferenciação, passando pelos marcadores, citocinas e quimiocinas característicos até o papel em infecções helmínticas. Com relação à coleta, foram coletadas 1.487 amostras fecais, dentre as quais 136 foram positivas para os parasitos de interesse. Amostras sanguíneas de 92 pacientes positivos e 23 controles negativos foram coletadas para realização de hemograma, avaliação da resposta humoral e celular. Somente o grupo ANC foi coletado antes (AT) e pós-tratamento (PT). Células mononucleadas do sangue periférico foram separadas e armazenadas para posteriores análises. A população é composta por 71 indivíduos do sexo masculino e 44 do sexo feminino, com idades variando entre cinco e 71 anos. Foram identificadas alterações hematológicas em 61,74% (71/115) dos indivíduos. Anemia ocorreu em 26,08% (18/71) dos indivíduos com alteração. Eosinofilia foi a alteração mais comum, ocorrendo em 46,48% (33/71) dos pacientes, principalmente nos infectados com AL e está correlacionada com a carga parasitária (ρ=0). Com relação à resposta humoral, IgM não se mostrou bom preditor de infecção ativa nos grupos AL e ANC-AT, visto não haver diferença significativa entre os grupos e seus controles negativos e ter se elevado significativamente mesmo após o tratamento no grupo ANC. Além disso, não poderia ser utilizado como teste diagnóstico visto que nenhum dos grupos apresentou infectados com valores de absorbância acima do cut-off. IgGtotal foi menor nos infectados que em seus controles negativos, demonstrando exposição prévia aos antígenos nos controles. As subclasses de IgG foram significativamente maiores nos infectados que nos seus controles negativos, exceto no pós tratamento, indicando participação ativa na defesa contra helmintos, como anteriormente relatado na literatura.

MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 1070197 - CRISTIANE BANI CORREA
Presidente - 1703964 - SILVIO SANTANA DOLABELLA
Interno - 1337195 - SOCRATES CABRAL DE HOLANDA CAVALCANTI